Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
Hoje é o aniversário de um dos grandes diplomatas brasileiros, à altura dos maiores nomes de estadistas brasileiros.
Nossos melhores votos de felicidades pelo seu natalício, e meus votos, assim como de Carmen Lícia, de longos anos de produção intelectual, a serviço do Brasil e do Itamaraty.
Reproduzo abaixo alguns links para matérias, trabalhos ou informações sobre ele, cabendo destacar, uma vez mais, o seu magnífico livro sobre o Itamaraty na construção da nação.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 1 de março de 2019
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19 de jan de 2019 - 247 - Diplomata de carreira entre 1961 e 2004, o ex-ministro Rubens Ricuperodisse ao Valor que o tom adotado na quinta-feira (17) pelo ...
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Armando Castelar Pinheiro*: O BNDES no governo Bolsonaro
- Valor Econômico, 1/03/2019
Banco precisa alavancar financiamento privado; por exemplo, por meio da securitização dos créditos concedidos
Com a crise financeira internacional, em 2008, o BNDES virou um braço auxiliar da política fiscal. A ideia era estimular a demanda doméstica dando elevado volume de subsídios, tanto explícitos, como no Programa de Sustentação do Investimento, como implícitos, via TJLP baixa, por vezes abaixo da própria inflação. Essa política se manteve mesmo depois de a economia ter se recuperado do choque de 2008-09. Foi a época dos campeões nacionais, dos empréstimos para governos de países amigos etc.
A partir de 2015, a crise fiscal e, depois, a troca de governo, colocaram um freio nessa política, primeiro parando e depois revertendo parcialmente a transferência de recursos do Tesouro para o BNDES. A criação da TLP reforçou a mudança de rumo, estimulando as grandes empresas a se financiar no mercado de capitais, além de levar a um uso mais transparente de subsídios e ajudar na gestão da política monetária.
O governo Bolsonaro já mostrou que quer continuar avançando nessa nova direção. O ministro da Economia já avisou que espera que o BNDES devolva mais recursos ao Tesouro, que pretende limitar a expansão do crédito público e que deseja privatizar a maioria, senão todas as participações acionárias dos bancos públicos e empresas estatais não essenciais às suas atividades principais.
Tudo isso fez com que, desde 2016, o BNDES ande em busca de um novo papel. O debate, porém, tem ficado muito circunscrito e, a meu ver, ainda não produziu uma resposta satisfatória sobre que papel deveria ser esse.
Dois estudos que mergulham fundo nessa questão são o de Claudio Frischtak e coautores para o Banco Mundial (Towards a More Effective BNDES:bit.ly/2uW9Yt5) e o de Breno Albuquerque e coautores, publicado como Texto para Discussão (TD) do BNDES (Os Bancos de Desenvolvimento e o Papel do BNDES:bit.ly/2VpGNJo).
O primeiro foi escrito antes da criação da TLP e por isso foca em parte no uso mais racional de subsídios. Além disso, sugere mudanças de governança; o maior uso de fundos captados no mercado de capitais; que o BNDES também comece a fornecer serviços de consultoria e assistência técnica (por exemplo, para governos subnacionais); que conceda mais garantias, em vez de créditos; que os empréstimos a pequenas e médias empresas se restrinjam às mais progressivas e com projetos com maior impacto sobre o crescimento; que foque nas externalidades de coordenação ao apoiar programas setoriais e, por fim, que tenha um papel importante no financiamento da infraestrutura.
O TD do BNDES, publicado em dezembro de 2018, já considera a TLP. Ele traz várias recomendações sobre a necessidade de transparência, não só na divulgação de dados das operações de crédito, mas também na explicitação de objetivos e metas e da posterior avaliação dos resultados. Também recomenda várias áreas de atuação: estímulos à participação do setor privado na operação de serviços públicos; crédito a micro, pequenas e médias empresas; fortalecimento do mercado de finanças sociais, inclusive como investidor anjo; estímulo à concorrência e apoio a projetos de educação.
Em que pese a qualidade e o cuidado dos autores com os fundamentos econômicos, os dois trabalhos revelam a ainda predominante falta de clareza sobre qual deve ser o papel do BNDES. A questão, me parece, não deveria ser em que áreas há coisas boas que o banco pode, em princípio, fazer, mas sim qual a melhor forma de se usar o BNDES para promover o desenvolvimento.
A meu juízo, essa falta de clareza vem de, nas últimas décadas, o governo ter visto o BNDES apenas como um transferidor de subsídios e ter deixado para o próprio banco definir onde alocá-los. Isso deveria mudar. O governo deveria ser mais claro e focado sobre o mandato que dá ao banco. Investir em projetos com externalidades positivas, por exemplo, é um objetivo amplo demais. O governo deveria eleger quais as áreas prioritárias, qual o foco, quais as metas e qual o cronograma com que o BNDES deveria atuar. Isso aumentaria a transparência e facilitaria a coordenação com outras políticas, permitindo à sociedade de fato avaliar a atuação da instituição.
A entrevista do presidente do BNDES ao Valor de segunda passada vai um pouco na direção de dar foco à atuação do banco, ao indicar prioridade para financiar a infraestrutura. Me parece o foco correto, dadas as necessidades do país e o fato de o financiamento à infraestrutura requerer, não subsídios, mas um banco capaz de analisar os projetos e monitorar a sua execução. Mas é preciso ir além, também alavancando o financiamento privado; por exemplo, via a securitização dos créditos concedidos uma vez que os projetos financiados entrem em operação.
Trata-se de uma área crítica para o desenvolvimento do país e de um desafio que, apesar de grande, o BNDES tem condições de superar. Mas para isso é preciso foco quase total, abandonando atividades que roubam escala e impedem a necessária especialização, além de nelas a contribuição efetiva do banco não ficar clara.
Como se vê, é um debate instigante e do qual a sociedade deveria participar mais ativamente.
*Armando Castelar Pinheiro é coordenador de Economia Aplicada do Ibre/FGV e professor do IE/UFRJ.
Cette prestation ne concerne "que des victimes de guerre" et exclut des versements à "une personne qui aurait commis un crime de guerre". Mais en France, l'affaire suscite un profond malaise.
"Rente pour service rendu au IIIe Reich", "collabo". Fin février, les parlementaires belges n'ont pas eu de mots assez forts pour fustiger une allocation versée par l'Allemagne au titre de la Seconde Guerre mondiale. Selon eux, ces pensions ont été accordées à des collaborateurs belges du régime nazi, membres de la Waffen-SS, condamnés après-guerre dans leur pays. Et la Belgique pourrait ne pas être la seule nation concernée. Selon le ministère du Travail allemand, 2 033 personnes ont touché ces pensions le mois dernier, dans le monde.
L'affaire a suscité un profond malaise en France, Jean-Luc Mélenchon appelant à interdire le versement de cette pension, encadrée par une loi allemande de 1951. Paris a même demandé à Berlin d'expliciter le profil des bénéficiaires en France, mercredi 27 février. Car parmi les bénéficiaires figurent 54 personnes vivant sur le sol français. Qui sont-elles exactement ? D'anciens collaborateurs nazis en font-ils partie ? Pour l'instant, personne à Paris ne connaît leur identité. "Nous n’avions pas connaissance de cette pension", a même reconnu la secrétaire d'Etat auprès de la ministre des Armées, Geneviève Darrieussecq. Franceinfo a donc tenté d'en savoir plus.
Un montant maximum de 1 300 euros
Contacté par franceinfo, le ministère fédéral du Travail et des Affaires sociales allemand est catégorique sur les conditions de versement de la prestation, d'un montant maximum de 1 300 euros. Selon la loi fédérale sur l'assistance aux victimes de guerre de 1951 qui encadre son versement, elle concerne les personnes ayant subi des dommages pour leur santé au cours de la Seconde Guerre mondiale.
"Les bénéficiaires peuvent donc être d'anciens soldats de la Wehrmacht [l'armée allemande du IIIe Reich] ou des victimes civiles de la guerre. Parmi eux, il peut y avoir, par exemple, des personnes ayant perdu un membre lors d'un bombardement", explique le ministère. Et de préciser que celane consiste pas en une pension réservée à des combattants ayant servi dans l'armée allemande.
Aucune prestation de ce type n'est versée par l'Allemagne pour service rendu dans la Wehrmacht ou dans la Waffen-SS.Le porte-parole du ministère du Travail allemand à franceinfo
Si le ministère assure ne pas connaître le nom des récipiendiaires, il indique que parmi les 54 personnes concernées en France figurent des ressortissants français et des Allemands qui résident sur le territoire français.
Aucun condamné pour "crime de guerre"
Selon le ministère, aucun des 54 n'a toutefois été condamné pour "crime de guerre". La loi de 1951 a d'ailleurs été renforcée dans ce sens à la fin 1997 : elle exclut "tout demandeur ayant violé les principes d'humanité ou l'Etat de droit pendant le régime nazi." En vertu de cette règle, le ministère précise à franceinfo que l'octroi de la prestation a été refusé dans 99 cas depuis 1998.
Dans le détail, le versement de ces indemnités revient aux seize Länder, les Etats fédérés qui forment l'Allemagne. Ces derniers examinent les demandes et ont toute autorité pour accorder, refuser ou retirer la prestation.
Pour ce qui est du profil des récipiendiaires, "le ministère local de la Sarre examine actuellement si d'anciens membres de la Waffen-SS pourraient figurer parmi ces bénéficiaires", précise le porte-parole du ministère fédéral du Travail et des Affaires sociales allemand. En effet, d'anciens soldats, enrôlés de gré ou de force dans la Wehrmacht, peuvent percevoir cette prestation. Contacté par franceinfo, le ministère local de la Sarre, qui gère les bénéficiaires qui résident en France, n'a pas répondu à nos sollicitations.
La question des "malgré-nous", enrôlés de force
Parmi les pistes explorées par les autorités allemandes figure ainsi le cas des "malgré-nous" et "malgré-elles", ces 135 000 Alsaciens et Mosellans enrôlés de force dans la Wehrmacht pendant la Seconde Guerre mondiale. A partir de 1941, le régime nazi avait mis en place des campagnes de recrutement et déclaré obligatoire le service militaire dans l'armée allemande pour tous les jeunes Français de la région Alsace-Moselle. "S’ils n’y allaient pas, leurs proches étaient déportés dans les camps de travail", explique Gérard Michel, de l'Association des déportés, évadés, incorporés de force (ADEIF), à franceinfo.
Certains d'entre eux font-ils partie des 54 personnes concernées par le versement de cette pension controversée ? Non, répond avec véhémence une des membres de l'ADEIF du Bas-Rhin, contactée par franceinfo. "A notre connaissance, il n'y a pas de 'malgré-nous' parmi les 54. En tout cas, aucun n'a fait de demande pour la percevoir." Même son de cloche du côté de l'historien Nicolas Mengus, qui gère le site malgre-nous.eu. Selon lui, aucun "malgré-nous" ou "malgré-elles" ne touche une pension de l’Allemagne, même en tant que victime de guerre. En effet, en 1945, les "malgré-nous" ont été reconnus par le gouvernement français comme des anciens combattants.
Les enrôlés de force ont obtenu la carte d’ancien combattant de l’armée française et touchent à ce titre une pension du ministère des Armées.Nicolas Mengus, historien à franceinfo
Deux autres procédures pour une plus grande reconnaissance de ces anciens combattants sont d'ailleurs en cours, dont l'une visant à faire reconnaître leur incorporation de force comme un crime contre l'humanité. "Mais peut-être y a-t-il, parmi les 54, des 'enrôlés de force' qui n'ont pas été reconnus comme tels par la France et qui, en tant que victimes de guerre, ont demandé une prise en charge en Allemagne ?", se questionne, auprès de franceinfo, l'historien Frédéric Stroh, spécialiste de l'incorporation de force.
Les "volontaires" de la Wehrmacht
De leur côté, 8 000 Français se sont engagés volontairement dans l’armée allemande pour combattre sous cet uniforme. Les plus controversés sont ceux de la "Charlemagne" (la division française de la Waffen-SS), qui se sont engagés par conviction politique, rappelle l'historien Geoffrey Diebold, auteur d'un mémoire de recherche sur Les Engagés volontaires alsaciens dans la Wehrmacht et la Waffen-SS, de 1940 à 1945. Certains ayant collaboré avec le régime nazi pourraient donc figurer dans la liste des 54 personnes.
Reste à connaître l'histoire exacte de tous ces engagés.Car d'autres "volontaires", la plupart jeunes et issus de milieu modeste, n'ont pas eu "grand choix" au moment de signer leur engagement dans l'armée allemande, assure Geoffrey Diebold, qui a étudié les dossiers des 2 428 engagés alsaciens, dont 1 442 ont signé pour la Wehrmacht et 872 pour la Waffen-SS (l'affectation des 114 autres n'est pas connue).
Des circonstances expliquent leur ralliement : certains se sont engagés pour éviter d'aller sur le front russe, en choisissant la marine ou l'aviation allemande ; d'autres fuyaient une situation familiale compliquée ou cédaient à la pression de parents pro-nazis.
Les officiers allemands faisaient de la propagande dans les écoles. A la fin de leur discours, ils faisaient signer aux élèves un papier. Une fois rentrés chez eux, ils comprenaient qu'ils s'étaient engagés.Geoffrey Diebold, historienà franceinfo
L'historien rappelle également que parmi les "volontaires", certains avaient été arrêtés parce qu'ils affichaient une attitude "anti-nazie". La police du IIIe Reich leur laissait alors le choix entre l'engagement volontaire ou le camp de concentration.
Sans information officielle de la part du gouvernement allemand, difficile de se faire une idée précise des bénéficiaires. Pour l'historien Nicolas Mingus, la discrétion, voire la gêne, en vigueur outre-Rhin s'explique par un souci de précaution."Il y a des rancœurs très vives encore qui peuvent être attisées parce qu'ils touchent une pension. Il ne faut pas que cela devienne une chasse aux sorcières. Tant qu'on ne sait pas qui c'est et les conditions de leur entrée dans l'armée allemande, comment juger ?"
No dia 01 de março de 1923, morre Rui Barbosa, que se destacou na função de político e diplomata durante a República Velha
Rui recebeu o prêmio "Águia de Haia" por seu desempenho nas negociações de paz na conferência de Haia em 1907 (Foto: Reprodução/Internet)
Rui Barbosa foi advogado, jornalista e político.
Nasceu em Salvador, Bahia, em 5 de novembro de 1849, e foi um dos fundadores da
Academia Brasileira de Letras (ABL).
Depois de concluir o ensino primário, Rui Barbosa
mudou-se para Recife para estudar Direito. Em 1868, transferiu-se para a
Faculdade de Direito de São Paulo, onde concluiu seus estudos. Iniciou sua
carreira política na Bahia, onde lutou pela libertação dos escravos e por
eleições diretas.
Em 1878, na Assembleia Provincial da Bahia, Rui foi
eleito deputado, passando a ser deputado geral, representante do estado na
Assembleia Nacional, no ano seguinte. Participou ativamente da reforma
eleitoral e de ensino, além da emancipação dos escravos.
Com a proclamação da República, Rui tornou-se um dos
mais importantes líderes políticos, sendo vice-chefe do governo provisório e
titular da pasta de finanças. Após a dissolução do Congresso por Deodoro da
Fonseca, ele abandonou o governo e passou a fazer oposição.
Em 1893, foi exilado por se envolver na Revolução da
Armada, retornando ao país dois anos depois. Foi designado como representante
do Brasil na Conferência de Paz de Haia, ganhando o prêmio de “Águia de Haia”
por seu desempenho nas negociações, em 1907. Rui Barbosa candidatou-se
duas vezes à Presidência da República, nas eleições de 1910, contra Hermes da
Fonseca, e nas de 1919, contra Epitácio Pessoa em 1919, mas foi derrotado em
ambas.
Rui Barbosa morreu aos 73 anos, no dia 1 de março de
1923, por complicações de um edema pulmonar. Sua biblioteca, com mais de 50 mil
títulos, é mantida pela Fundação Casa de Rui Barbosa, sediada em sua antiga
residência.
1 mar, 2019
Rui Barbosa foi advogado, jornalista e político. Nasceu em Salvador, Bahia, em 5 de novembro de 1849, e foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras (ABL).
Depois de concluir o ensino primário, Rui Barbosa mudou-se para Recife para estudar Direito. Em 1868, transferiu-se para a Faculdade de Direito de São Paulo, onde concluiu seus estudos. Iniciou sua carreira política na Bahia, onde lutou pela libertação dos escravos e por eleições diretas.
Em 1878, na Assembleia Provincial da Bahia, Rui foi eleito deputado, passando a ser deputado geral, representante do estado na Assembleia Nacional, no ano seguinte. Participou ativamente da reforma eleitoral e de ensino, além da emancipação dos escravos.
Com a proclamação da República, Rui tornou-se um dos mais importantes líderes políticos, sendo vice-chefe do governo provisório e titular da pasta de finanças. Após a dissolução do Congresso por Deodoro da Fonseca, ele abandonou o governo e passou a fazer oposição.
Em 1893, foi exilado por se envolver na Revolução da Armada, retornando ao país dois anos depois. Foi designado como representante do Brasil na Conferência de Paz de Haia, ganhando o prêmio de “Águia de Haia” por seu desempenho nas negociações, em 1907. Rui Barbosa candidatou-se duas vezes à Presidência da República, nas eleições de 1910, contra Hermes da Fonseca, e nas de 1919, contra Epitácio Pessoa em 1919, mas foi derrotado em ambas.
Rui Barbosa morreu aos 73 anos, no dia 1 de março de 1923, por complicações de um edema pulmonar. Sua biblioteca, com mais de 50 mil títulos, é mantida pela Fundação Casa de Rui Barbosa, sediada em sua antiga residência.
Do boletim semanal de Sciences Po, o meu herói anarquista: Leo Ferré Ni Dieu, ni Maître
Léo Ferré : du sale gosse de Sciences Po au Joli môme de l’Olympia
Avant de devenir l’un des plus célèbres chanteurs français du 20ème siècle, Léo Ferré a usé ses pantalons sur les bancs de Sciences Po, dont il est sorti diplômé en 1939 (non sans péripéties). De la Péniche aux plus grandes scènes françaises, retour sur un parcours rempli d’insouciance et de maladresse.
« La vie est un grand livre écrit par un maladroit. Mais nous on s'en fout, on ne sait pas lire! »
Paris, 1936. Dans une petite chambre d’étudiant du quartier de l’Odéon, alors que dehors la neige virevolte en gros flocons, un jeune homme aux cheveux épais fait danser son stylo sur des feuilles volantes à la lueur d’une lampe blafarde. Un courant d’air qui traverse sa fenêtre le fait frissonner. Nostalgique, il repense à son enfance monégasque bercée par la douceur des hivers méditerranéens. Il se rapproche de son poêle et se laisse choir sur son lit.
Léo Ferré, section administrative
Demain matin, il doit retourner en classe. Ses études à l’École libre des sciences politiques, en section administrative, ne le passionnent pas. Pourtant, ses camarades boivent à chaque instant les paroles de leurs professeurs. Lui, assis à sa table, son cahier ouvert sur des titres tels que « La vie économique et le rôle de l’administration », ne tient pas cinq minutes. Il commence à prendre des notes, cherche à se concentrer, mais rien n’y fait. La voix de Wilfrid Baumgartner , son professeur de finances publiques, disparaît peu à peu derrière des notes de piano hasardeuses. En dessous des quelques lignes de cours qu’il s’est efforcé de prendre, il griffonne des rimes.
Si son père savait... Lui qui voulait que son fils devienne avocat, qu’il plaide devant une cour d’assises à grands coups d’effets de manche, dans cette ample robe qui donnerait à son allure fragile une ampleur impériale. Si monsieur Ferré savait que son fils, le soir, au lieu de bachoter sagement le cours d’« administration de la France et des colonies » de Monsieur Detton, traîne ses guêtres dans les caves de Saint-Germain-des-Prés. S’il savait que Léo n’aime rien d’autre que de boire du mauvais vin en compagnie de vieux musiciens tout en draguant les rares filles qui viennent déjà l’écouter. Léo ne s’en cache pas. Ses copies survolent les sujets imposés, sans jamais rentrer en profondeur. Ses talentueux professeurs ne sont pas dupes. Dans son dossier, des appréciations comme “Style médiocre et décousu”, “Ne paraît pas avoir jamais ouvert un traité de finances” côtoient de timides “Assez bien”.
Quand il rentre chez ses parents, à Monaco, Léo tente de parler à son père qui fait la sourde oreille. En 1938, après ses trois ans d’études, René Seydoux , le directeur de l’École Libre des Sciences Politiques a décidé de ne pas lui accorder son diplôme. Alors, son père lui écrit une lettre “Que doit-il (Léo) faire pour obtenir son diplôme ?”. Hors de question pour lui de laisser son fils devenir un artiste : Léo Ferré sera avocat, un point, c’est tout. Dans le train du retour, il gamberge. Bercé par le rythme lancinant du chemin de fer, il ferme les yeux et laisse s’évader ses pensées. Il voit son père, ses professeurs l’appeler vers la raison. Il lui faut réviser, se pencher sur ses cours, enfin. Puis, comme à leur habitude, les notes de piano prennent le dessus. Léo rentre à Paris et, le soir, il retourne dans ces caves interlopes où l’on essaie de jouer plus fort que l’on rit.
Le soldat Ferré
En 1939, il passe ses examens pour la deuxième fois. Puis, la réalité le frappe de plein fouet. Son problème n’est plus son père, ni le directeur de l’École. Cette fois-ci, c’est l’armée qui l’appelle. Pour la première fois, les notes de piano qui résonnent dans sa tête sont couvertes par le son strident des clairons. Léo Ferré est affecté au 81è régiment d’infanterie alpine. Le voilà de nouveau sous le soleil, cette fois-ci à Montpellier. Ses supérieurs voient arriver un étudiant en sciences politiques hirsute, au regard rêveur et à la démarche légère. Ils vont tout faire pour qu’il rentre dans le rang. Tous les matins, il se lève aux aurores, corvéable à merci. Depuis sa petite chambre de soldat, il apprend qu’il peut retourner passer deux oraux pour finalement obtenir son diplôme, précieux sésame qui calmera les ardeurs paternelles et lui permettra sans doute d’écourter son service militaire. Quand il ôte définitivement sa tenue de soldat, un vent de légèreté l’envahit. Lui qui a embrassé l’anarchie depuis qu’il a eu l’âge de comprendre sa définition ne supportait pas de servir l’État.
Un Alumnus rock n’roll
Pendant l’Occupation, il rentre à Monaco et vit de petits boulots. Bien décidé à laisser derrière lui toute carrière politique, il prend des cours de piano avec Léonid Sbaniev, un disciple du grand Alexandre Scriabine. C’est décidé, les petites notes de musique qu’il a dans la tête vont rythmer sa vie, et il n’écoutera qu’elles. Il enregistre ses premiers disques, qu’il fait écouter à Charles Trenet. Pas convaincu. C’est Edith Piaf qui lui demande de la rejoindre à Paris. Sa carrière de chanteur commence. Comme pendant ses études, il bataille. Pas toujours appréciées, ses chansons sont jugées trop déprimantes à une époque où la musique sert à échapper à l’horreur. Par orgueil, il continue. S’accroche, toujours plus fort. À force d’échecs, il n’entend plus que la petite musique dans sa tête. C’est elle qui le pousse. Elle, et les femmes. Une, surtout. Madeleine. Avec qui il vivra une relation passionnée jusqu’en 1968.
Mai 68 lui inspire des textes qui en feront l’icône d’une génération en quête de sens, comme « Lamentations devant la Sorbonne », « La violence et l’ennui » ou encore « Des Armes ». Le jeune Léo, qui rêvait en cours à de meilleurs lendemains, devient un artiste engagé. Sa maison de disque, Barclays, décide de jouer sur son côté anar’ pour faire monter les ventes. Et ça marche. Plus de vingt-cinq ans après son arrivée à Paris, sa carrière décolle. C’est le moment de cette fameuse rencontre avec Jacques Brel et Georges Brassens dans un appartement de la rue Saint-Placide. Pendant deux heures, leurs échanges sont retransmis sur RTL, ponctués par les bruits de la pipe de Brassens. De cette discussion, l’Histoire ne retiendra qu’une photo des trois hommes autour desquels dansent des volutes de fumées.
En 1993, Léo Ferré s’éteint dans sa maison de Toscane après une vie tumultueuse. Des bancs de Sciences Po aux casernes militaires, des caves de Saint-Germain à l’Olympia, son existence semble avoir été rythmée par ces airs de piano qu’il avait dans la tête.