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Ernesto Araújo diz que a diplomacia brasileira não pode mais ficar em cima do muro
O ministro das Relações Exteriores discursou para turma de formandos do Itamaraty e chorou ao agradecer o apoio da mulher, Maria Eduarda. O chanceler também homenageou o presidente Jair Bolsonaro, citando o evangelho.
DURAÇÃO: 00:01:42
Ernesto Araújo é ministro das Relações Exteriores do governo Bolsonaro. Foto: Marcelo Chello / CJPress / Agência O Globo
Em discurso importante para a diplomacia brasileira, o chanceler Ernesto Araújo diz que Brasil não pode ficar em cima do muro. Foi um complemento à fala de Bolsonaro de que, "quando a diplomacia falha, os militares entram em campo". No Distrito Federal, médicos são presos acusados de lucrar com cirurgias desnecessárias e próteses de baixa qualidade. Ouça no podcast.
QUINTA, 02/05/2019, 15:07Política de Valor - Maria Cristina Fernandes
Felizmente, ele disse que não há chances de o Brasil entrar no conflito armado com a Venezuela. Mas Bolsonaro poderia ter recorrido à Constituição, que determina a auto-determinação dos povos. O presidente acrescentou outra informação e foi sincero ao falar que as Forças Armadas brasileiras sofrem sem estrutura. Confira detalhes desta história no comentário.
A queda de braço na Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, a Apex, parece não ter fim. O governo Bolsonaro demitiu o presidente da agência Mario Villalva. Está é a segunda demissão no comando na pasta desde a posse do novo governo. Clima na Apex não é nada bom. Villalva tinha tirado poder de pessoas ligadas ao clã presidencial.
Ernesto Araújo prestou contas ao Senado durante audiência pública realizada na Comissão de Relações Exteriores da casa e foi criticado por alguns parlamentares. O ministro também disse que a política externa do Itamaraty incomoda líderes ditatoriais.
A tese já havia sido propagada pelo chanceler em um artigo publicado no blog dele, em 2017, mas é a primeira vez que Araújo dá a declaração em público como ministro das Relações Exteriores.
Estarão com o presidente o filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, e o ministro da Controladoria Geral da União, Wagner Rosário. Já a presença do ministro das Relações Exteriores não está confirmada - o nome de Ernesto Araújo não consta na lista da viagem.
TERÇA, 19/03/2019, 18:10A Política Como Ela É - Kennedy Alencar
Kennedy Alencar argumenta que Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff tinham bons relacionamentos com presidentes americanos, como George Bush e Barack Obama. Para o comentarista, Itamaraty sai diminuído do encontro após o ministro Ernesto Araújo ter atuação apagada - e o filho do presidente, Eduardo Bolsonaro, comparecer ao encontro com Donald Trump em vez do chanceler.
PT vai representar no Ministério Público contra o presidente, alegando que ele cometeu um crime e descumpriu a lei 13718, que tipifica o crime de divulgação de cenas de pornografia. Bolsonaro usou a conta dele no Twitter para divulgar imagens obscenas e criticar o comportamento de alguns blocos de carnaval do Brasil. Nas redes sociais, a publicação do vídeo causou muitas reações entre apoiadores e críticos do presidente.
À CBN, Paulo Roberto de Almeida chamou o guru de Bolsonaro de 'destrambelhado' e contou que vai escrever livro sobre o período. O governo alega que a demissão foi resultado de uma série de ofensas pessoais, e não ocorreu por qualquer tipo de divergência política.
Também é destaque: o senador eleito Flávio Bolsonaro ocupou um cargo comissionado na Câmara dos Deputados, em Brasília, durante o período em que fazia faculdade e estágio no Rio de Janeiro. A informação foi revelada hoje pela BBC Brasil.
O ministro das Relações Exteriores havia anunciado, ontem, pelo Twitter, a troca no comando da agência, afirmando que Alex Carreiro havia pedido demissão. Mas Carreiro negou e foi trabalhar nesta quinta, dizendo que sua demissão só poderia ser assinada pelo presidente Jair Bolsonaro.
Chanceler de Bolsonaro chora e diz que diplomacia precisa de 'sangue nas veias'
Em discurso com a presença do presidente, Ernesto Araújo rebate críticas à política externa do país
Eliane Oliveira, Gustavo Maia e Jussara Soares
O Globo, 03/05/2019 - 12:22 / Atualizado em 03/05/2019
BRASÍLIA — Em um discurso emocionado durante a cerimônia
de formatura de novos diplomatas, o ministro das Relações Exteriores,Ernesto Araújo ,
afirmou que a diplomacia brasileira não pode mais ficar "em cima do
muro" e precisa ter "sangue nas veias". Ele se queixou das
críticas que vem recebendo de inúmeros setores da sociedade e citou a Venezuela
como prioridade na defesa pela democracia da região.
— Diplomacia não significa ficar em cima do muro. Não
é ver os grandes embates e aderir ao vencedor. Diplomacia precisa ter sangue
nas veias — afirmou o chanceler, ao lado do presidente Jair Bolsonaro e do
vice-presidente Hamilton Mourão.
Araújo chorou ao falar sobre a família. Agradeceu o
apoio da mulher, Maria Eduarda, e disse aos formandos que o apoio dos parentes
será fundamental na carreira que escolheram.
— Nem tudo serão rosas para vocês.
O ministro afirmou que "o mundo todo tem olhos
voltados para a Venezuela, porque ali se dá um combate entre a democracia e a
repressão", e enfatizou que o governo se identificou com essa causa.\— Não há de ser nada. É
muito triste ver gente no Brasil torcendo pela tirania apenas para ver este
governo se dar mal. Nossa política externa não recua diante do primeiro
obstáculo nem da primeira crítica.
"Não terceirizem pensamento"
Araújo
afirmou que, nas três últimas décadas em que está na carreira diplomática,
nenhum presidente valorizou mais o papel do Itamaraty do que Jair Bolsonaro.
Ele também citou uma frase enviada por Bolsonaro a seus ministros, por um
aplicativo de mensagens, que dizia o seguinte: "Enquanto não faltar água
no mar, não deixaremos de lutar."
—
Esse é o sentimento que nos anima, que eu gostaria de transmitir a essa turma
que agora se forma. Há 27 anos, eu estava onde vocês estavam. Continuo sentindo
o mesmo entusiasmo e a perplexidade, no sentido positivo, de estar em uma
instituição que tem a história que tem e o futuro que tem. Os diplomatas
brasileiros devem servir ao Itamaraty, mas devem, sobretudo, servir ao Brasil.
Nunca podemos perder esse horizonte.
Ele
recomendou aos formandos que "não deixem de pensar e não terceirizem seu
pensamento aos meios de comunicação, nem a ninguém". Segundo o chanceler,
não se deve ter medo de correlacionar fatos, mesmo que isso seja interpretado
como "teoria da conspiração".
Mencionou
um livro de ficção que escreveu há cerca de 15 anos. A obra, que nunca foi
publicada, passa-se em um mundo do futuro que é dominado por uma casta chamada
de tautólogos. Nesse mundo, havia um único e último líder rebelde que exprimia
suas opiniões. Araújo citou uma frase do escritor e diplomata Guimarães
Rosa.
—
Tudo é a ponta de um mistério, inclusive os fatos — disse ele, informando que o
Itamaraty criará o Instituto Guimarães Rosa, para promover a língua e a cultura
brasileiras.
Defesa de Bolsonaro
Araújo
afirmou que o presidente Jair Bolsonaro é a "pedra angular" do novo
Brasil. Ele fez referência a uma passagem bíblica, em que a nação judaica
rejeitou a "pedra angular", que seria Jesus.
— A pedra que a imprensa rejeitou, que os
intelectuais rejeitaram, que os artistas rejeitaram, que os autoproclamados
especialistas rejeitaram, ela tornou-se a pedra angular do edifício, o edifício
do novo Brasil.