Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
Minha paráfrase (de gozação) com a obra de Oscar Wilde: The importance of being earnest. No caso do chanceler, ele não tem, na verdade, a menor importância, na medida em que, no plano político, a diplomacia do Brasil é decidida por outros, amadores ineptos, que ainda assim mandam na política externa, e no plano doméstico, qualquer milícia de fanáticos bolsonaristas é capaz de fazê-lo retroceder numa decisão sem grande importância no plano político, ou técnico. Mas, a demissão de um diplomata recém nomeado é plena de significado no que simboliza como sendo uma nova caça às bruxas, o macartismo censório, a perseguição política contra quem exerceu suas funções numa carreira que serve ao Estado, mas que é obrigada, por vezes, de se dobrar a governos e a políticas estapafúrdias, como foi o caso do lulopetismo diplomático, e agora é o caso do olavo-bolsonarismo aloprado. Lamento pelo Itamaraty, que afunda num clima de temor e perseguição, deixando todos intimidados com a malta de bárbaros que cerca o governo de extrema-direita e orgulhoso de sê-lo. Continuarei denunciando o descalabro institucional e político no Itamaraty. Paulo Roberto de Almeida Ribeirão Preto, 23 de outubro de 2019
Chanceler Ernesto Araújo exonera chefe da Divisão da Europa Ocidental por ter trabalhado em área comandada por Marco Aurélio Garcia
PorDenise Chrispim Marin
access_time23 out 2019, 17h34 - Publicado em 23 out 2019, 14h30
Um novo alarme de “caça às bruxas” soa noItamaratydesde a terça-feira 22. O Diário Oficial da União trouxe impressa a exoneração deAudo Araújo Faleiro, ministro de segunda classe da carreira diplomática, do cargo de chefe da Divisão de Europa Ocidental. Ele assumira o posto seis dias antes, depois do aval da Casa Civil, que escrutinou sua folha de serviços de 23 anos. A milícia digital da extrema-direita, porém, encontrou motivo para assassinar sua reputação: Faleiro trabalhou por seis anos na assessoria internacional da Presidência da República durante os governos do PT, sob o comando deMarco Aurélio Garcia, e antes servira na embaixada brasileira na Venezuela.
O caso repercutiu imediatamente no Itamaraty. A portaria de exoneração foi assinada pelo chancelerErnesto Araújoque, em sua tese no Curso de Altos Estudos do ministério elogiara a política externa do então presidenteLuiz Inácio Lula da Silvae que atuara no gabinete de Mauro Vieira quando ministro das Relações Exteriores deDilma Rousseff. Vários diplomatas em posições muito mais relevantes do que as assumidas por Faleiro durante os governos petistas estão em cargos de prestígio na atual estrutura do Itamaraty, com direito ao adicional por função de confiança. Ainda não se tornaram alvos da milícia digital. Mas podem ser os próximos linchados.
Outros diplomatas em bons cargos durante as gestões de Lula e de Rousseff mesmo sem engajamento à orientação da esquerda, caíram no ostracismo. Vários deles esperam por um posto na sala 203 do anexo 1 do Itamaraty, batizada como“Parque dos Dinossauros”. Há ainda os que estão alocados em áreas administrativas, mas sem função específica. Todos esses profissionais concursados e com vasta experiência recebem seus salários-base sem exercer nenhuma sem função específica enquanto esperam uma nomeação.
Fontes do Itamaraty disseram que Faleiro foi comunicado por seus superiores sobre a decisão do ministro das Relações Exteriores na sexta-feira, 18. Atuara apenas três dias na Divisão de Europa Ocidental, um cargo abaixo de seu patamar na carreira, mas que poderia ser uma alavanca para sua promoção a ministro de primeira classe (mais comumente chamado de embaixador). Viera de Paris, onde servira por quatro anos na embaixada brasileira. Faleiro poderia contribuir para a recuperação das relações entre Brasil e França, desgastada pelos atritos entre os presidentesJair Bolsonaroe Emmanuel Macron em torno dos incêndios naAmazônia. Como diplomata, cumpre ordens, mesmo contrariado. Seus colegas garantem que ele não é filiado a partidos nem tem perfis em redes sociais. Procurado, Faleiro preferiu não fazer comentários.
Sua vinculação com Garcia havia sido apontada em nota pelo portal de notícias O Antagonista no dia 17, com o rosto do chanceler estampado. Dois vídeos foram anexados. Em um deles, Faleiro explica a política externa petista, em espanhol, a um grupo. No segundo, comenta sua participação em um encontro da ala Articulação, do PT, no qual representou Garcia. Pelo Twitter, o site divulgara a mesma nota com o título “Ernesto Araújo nomeia ex-assessor de Marco Aurélio Garcia para chefiar relações com a Europa”. Foi retuitado 13 vezes, recebeu 50 comentários, espalhou-se nas redes.
O diplomata deverá fazer companhia a outra vítima da atual gestão do Itamaraty, o embaixadorPaulo Roberto de Almeida, que passa seus dias na Biblioteca do ministério. Almeida foi exonerado do cargo de diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (Ipri) em março por ter publicado em seu blog três artigos:do embaixador aposentado Rubens Ricupero e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticando Araújo e do próprio chanceler rebatendo os outros dois. Foi alocado na Divisão de Arquivos, no segundo subsolo do Anexo 2 do Itamaraty, onde celular e wifi não funcionam. Por isso, prefere a convivência com os livros. Agora, com Faleiro dividindo a mesa.
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Carta da presidente da ADB ao SG-Itamaraty sobre Exoneração de colega de cargo de Chefia,
Em 25/10/2019
Caros colegas associados e associadas da ADB/Sindical,
Enviei carta hoje ao Secretário Geral em que manifestei minha estranheza com a recente exoneração de cargo de Chefia de Divisão apenas dois dias depois da correspondente nomeação, após campanha desencadeada nas redes sociais por questões ideológicas.
Ressalvei que, embora não questionasse a legalidade da exoneração por se tratar de cargo de confiança, de livre provimento, é indispensável ter em mente que a essência da diplomacia, como carreira de Estado, é defender os interesses do País independentemente de alinhamentos de natureza ideológica.
Sublinhei, nesse contexto, que a medida de aferição do servidor deve ser sua competência, profissionalismo e respeito à Constituição e às leis do Brasil e não questões político-partidárias. Qualquer outro parâmetro poderia criar precedente contrário à autonomia institucional do Ministério que, além de desvirtuar os objetivos da carreira, geraria insegurança para seus integrantes.
Atenciosamente, Maria Celina de Azevedo Rodrigues Presidente da ADB/Sindical
Mestrado
em Direito do Uniceub, Dezembro de 2019, Janeiro-Fevereiro de 2020
Horas/aulas:
Carga total: 45 horas; Calendário em regime especial
Dias
fixados, de 5/12/2019 a 6/02/2010, das 19 às 22 hs
Calendário
e Programa das aulas:
Data
Conteúdo da Matéria
05/12/2019
Aula 1: Primeira parte: economia brasileira e mundial
O desenvolvimento econômico
brasileiro em perspectiva histórica: da economia primário-exportadora à
industrialização, séculos XIX e XX; América Latina e Brasil no contexto da
economia mundial: da primeira revolução industrial à quarta revolução
tecnológica: fases
Aula 4: Escolas de pensamento
econômico e políticas econômicas nacionais; Socialismo e capitalismo: duas
realidades não equivalentes na prática; Marxismo, liberalismo econômico,
keynesianismo, desenvolvimentismo
Aula 7: Crises e flutuações nas
economias nacionais e sua propagação mundial; A trajetória econômica do
Brasil no século XX: progressos e fracassos; Por que o Brasil é um país em
desenvolvimento?; a armadilha da renda média
Aula 8: Finanças internacionais e
movimentos de capitais: histórico e cenário atual; Do padrão ouro, ao padrão
ouro-dólar e o atual sistema financeiro; As crises financeiras e seu impacto
nos diferentes países; O Brasil como país devedor e como país credor: o Clube
de Paris
Aula 9: A
coordenação econômica mundial: possível, viável, eficiente?; As relações
econômicas internacionais, do liberalismo ao protecionismo; A OCDE e o atual
G-20: como funcionam?; O Brics e sua relevância para a economia mundial: o
peso da China
Aula 10: Existem receitas fáceis
para o desenvolvimento equilibrado?; Um processo de crescimento sustentado
com transformações estruturais; Estabilidade macroeconômica e competição
microeconômica; Boa governança e capital humano de alta qualidade; Comércio
internacional e investimentos diretos estrangeiros
Aula 11: Segunda parte: comércio internacional e integração econômica
A construção do mundo econômico
contemporâneo: instituições e estruturas; A ordem econômica criada em Bretton
Woods: princípios e funcionamento; A criação do Gatt e seu papel no comércio
internacional: rodadas multilaterais
Aula 12: A grande divisão política
da economia mundial: capitalismo e socialismo; Geografia econômica da era
contemporânea: primeiro, segundo e terceiro mundo; A implosão do socialismo e
a retomada da globalização; Existe uma economia global, ou superposição de
economias centrais e periferias?
Aula 13: A formação de blocos
econômicos e a fragmentação do multilateralismo; O papel do comércio
internacional no desenvolvimento; Exceções aos princípios de não
discriminação e cláusula de nação mais favorecida; Limitações do
multilateralismo e o apelo ao minilateralismo
Aula 14: Integração econômica
regional: histórico e funcionamento; Tipos e modalidades de integração
econômica: das preferencias à união monetária; A integração econômica na
América: da Alalc à Aladi; o Mercosul e os demais; a União Europeia e o
Mercosul: acordo birregional de 2019
Aula 15: O desenvolvimento da
economia brasileira no período recente; Liberalização e reformas depois da
crise da dívida externa; A economia política nos últimos 15 anos: da euforia
à recessão; O planejamento econômico e o intervencionismo estatal; Problemas
atuais do Brasil: crescimento, equidade, educação, produtividade; O problema
da desigualdade: solução via Estado ou via mercados?; Economia de transição
para a modernidade: educação e produtividade
Deputado federal e atual líder do PSL diz que fica no País para defender a pauta conservadora e o governo do pai (OESP)
BRASÍLIA - O deputadoEduardo Bolsonaro(PSL-SP) desistiu daembaixada brasileira em Washington. O anúncio foi feito em pronunciamento no plenário da Câmara durante a aprovação do acordo entre o Brasil e os Estados Unidos para o uso comercial dabase de Alcântara. O filho do presidente e atual líder do PSL afirmou que “fica” no País para defender a pauta conservadora e o governo do pai.
“Esse aqui que vos fala, filho de militar do Exército brasileiro e deputado federal, que foi zombado por ter, aos 20 anos de idade, um trabalho digno e honesto em restaurante fast-food nos Estados Unidos, diz que fica no Brasil para defender os princípios conservadores, para fazer o tsunami que foi a eleição de 2018, uma onda permanente. Assim, me comprometo a caminhar por São Paulo, pelo Brasil e pelo povo”, afirmou o deputado no discurso.
A decisão de Eduardo Bolsonaro já era esperada por auxiliares de Bolsonaro que afirmavam que, apesar da peregrinação, Eduardo não conseguiu convencer um número suficiente de senadores a apoiarem seu nome – o que poderia levar a uma derrota emblemática para o governo.
Além disso, o movimento do presidenteJair Bolsonaropara colocar o seu filho naliderança do PSLajudou a inviabilizar a possibilidade do deputado de assumir a embaixada brasileira. “A liderança ainda está instável, mas, a princípio, só (fico) até o final do ano”, afirmou o deputado.
De acordo com deputado, a rejeição do eleitorado a saída dele para a embaixada, pesou. “É uma decisão que vem pensando há muito tempo. A gente escuta conselhos e, confesso, que ainda tem o meu eleitorado. Confesso, não era a maioria que estava apoiando”, afirmou.
Eduardo Bolsonaro afirmou ainda que sua decisão iria “decepcionar quem torcia por sua ida aos Estados Unidos” como uma forma de ficar distante da vida política brasileira. Ele criticou os governos dos ex-presidentesLuiz Inácio Lula da SilvaeDilma Rousseff.
“Lula certamente não indicou seus filhos porque eles estavam ocupados em outras funções como o de ser o Ronaldinho dos negócios”, afirmou o líder do PSL.
Em seu discurso, o deputado agradeceu ao pai pela indicação; ao presidente americanoDonald Trump; ao presidente do Senado,Davi Alcolumbre(DEM-AP), e outros senadores, que o receberam nos últimos três meses de sua peregrinação no Parlamento. Um dos nomes ausentes no discurso foi o do irmão, o senadorFlávio Bolsonaro(PSL-RJ).
“Quero agradecer ao presidente Jair Bolsonaro pela indicação e por não se curvar ao politicamente correto. Aos senadores Davi Alcolumbre, Nelsinho Trad, Lucas Barreto, Marcio Bittar, Chico Rodrigues e Vanderlan Cardoso. Também ao presidente americano Donald Trump e ao governo dos Estados Unidos por terem aceito o meu agrément”, afirmou o deputado que ainda citou o nome do chanceler brasileiroErnesto Araújo.