O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Uma chance no Brics - Irapuã Santana (O Globo)

 Opinião Irapuã Santana


Irapuã Santana

Doutor em Direito

Uma chance no Brics

O ingresso de novos integrantes no grupo abre brecha para entrada de outros mais democráticos

O GLOBO, 11/09/2023 


No fim de agosto, o Brics — grupo formado por países em desenvolvimento até formado por Brasil, RússiaÍndiaChina e África do Sul — convidou ArgentinaEgitoEtiópiaIrãArábia Saudita e Emirados Árabes Unidos para se unirem a ele.

Nesse novo cenário, o bloco detém hoje 72% dos minerais de terras raras, 75% do manganês do mundo, 42% do abastecimento mundial de petróleo, 50% do grafite global e 28% do níquel do planeta. O Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais sinaliza que o novo Brics conta tanto com grandes produtores de petróleo e gás, como com dois dos maiores importadores do mundo, China e Índia.

Em entrevista ao portal g1, o ex-diplomata Paulo Roberto de Almeida afirma que a posição não favorece o Brasil, tendo em vista que “a China sempre foi o país preeminente no Brics e agora no Brics+. O Brasil se revela caudatário de uma grande potência, que quer constituir um grupo antiocidental”. Por outro lado, complementa que sempre “existem benefícios em desenvolver laços econômicos e comerciais com quaisquer países, dentro das regras normais do sistema multilateral de comércio, usando moedas conversíveis, de maneira a potencializar a amplitude dos pagamentos externos”.

Para o professor do MIT Daron Acemoglu, “o mundo não precisa que mais países caiam sob a influência chinesa e russa ou que se alinhem contra os Estados Unidos; em vez disso, precisa de um terceiro grupo genuinamente independente para fornecer um contrapeso tanto ao eixo China-Rússia como ao poder dos EUA”.

Ao adicionar Arábia Saudita, Etiópia, Egito, Irã e Emirados Árabes Unidos, o Brics sinaliza que a democracia não é um valor prioritário. Lembrando que o agrupamento não é considerado para relações meramente comerciais.

Em artigo intitulado “Democracia gera crescimento”, publicado pela Universidade de Chicago, conclui-se que a democratização, historicamente, criou condições para os países alcançarem um crescimento econômico em torno de 20% entre 5 a 10 anos, refletindo no aumento dos investimentos na educação, saúde e outros serviços públicos.

Outra preocupação que surge é referente ao desemprego, considerando que tanto os trabalhadores administrativos quanto os operários do mundo podem acabar por competir não com mão de obra cara e altamente qualificada nos países ricos, mas com software, maquinaria e robótica avançados alimentados por inteligência artificial.

No livro “Poder e progresso: nossa luta de mil anos pela tecnologia e prosperidade”, aponta-se que a tecnologia sempre foi usada pela elite para explorar os mais fracos. No entanto não precisa ser assim, e os avanços tecnológicos de ponta podem se tornar ferramentas de capacitação e democratização, contanto que as decisões importantes não permaneçam nas mãos de poucos líderes tecnológicos.

O ingresso de novos membros abre brecha para a entrada de outros mais democráticos para formar um bloco verdadeiramente independente, dando ao mundo emergente uma voz necessária nos debates sobre o futuro da globalização e da tecnologia.

 

 

Quatro países da Bacia do Prata contra medidas unilaterais da Argentina de taxação de passagem de navios

 Ministério das Relações Exteriores

Assessoria Especial de Comunicação Social 

Nota nº 384

10 de setembro de 2023

 

 

Comunicado sobre o Transporte Fluvial pela Hidrovia Paraguai-Paraná relativo às medidas restritivas de navegação impostas pela República Argentina
 

Os Governos de Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai lamentam as medidas impostas pela República Argentina que restringem a navegação na Hidrovia Paraguai-Paraná a partir da aplicação de uma taxa unilateral e arbitrariamente estabelecida à margem do Acordo de Santa Cruz de la Sierra e de outras disposições regulamentares internacionais vigentes.

Observam que, apesar das objeções apresentadas pelos quatro Governos no âmbito intergovernamental da Hidrovia, a República Argentina continua promovendo medidas dessa natureza, o que, neste caso, resultou em uma ordem de embargo e proibição de saída de uma barcaça carregada e pronta para zarpar, com base na pretensão de cobrança da referida taxa.

Expressam preocupação especial pelo fato de se tratar de uma restrição à liberdade de trânsito de bens estratégicos e sensíveis para um país signatário que tem comprometido o abastecimento de combustível e que pode afetar o preço desse insumo, o que representa uma séria medida que agrava a vulnerabilidade desse Estado devido à sua condição de país sem litoral.

Ao destacar a importância de unir esforços para facilitar o transporte comercial, promover o desenvolvimento e a eficiência da navegação, bem como a institucionalidade do sistema da Hidrovia Paraguai-Paraná, os Governos da Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai reiteram seu pedido à República Argentina para suspender a aplicação das resoluções 625/2022 e 1023/2022 do Ministério dos Transportes, adotar as medidas necessárias para garantir a liberdade de navegação e trânsito e abster-se de aplicar outras medidas restritivas à navegação até que a controvérsia seja resolvida no âmbito intergovernamental da Hidrovia.

Assunção, 10 de setembro de 2023

 

 

Esse tal de TPI! Tem conserto? Acho difícil! - Lula e Paulo Roberto de Almeida

Esse tal de TPI! Tem conserto? Acho difícil!

  

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.

Nota sobre declarações de Lula sobre o TPI e a prisão de Putin

  

Seriam precisos vários anos de escola (não precisaria ser graduação, poderia ser um bom curso médio), e muita leitura de alguns bons livros sobre Direito Internacional, História do Mundo, História Diplomática do Brasil, ou então bons assessores internacionais (podem ser até diplomatas), para tentar minimizar ou corrigir o descalabro que representa cada uma das frases tortas de quem insiste em ser ignorante, em não se informar e ainda assim dizer o que lhe vem à cabeça, coisas pronunciadas com aquele tom veemente de quem acha que tem sempre razão, mas que causam um enorme prejuízo à imagem internacional do Brasil e à de sua diplomacia, já tão machucada: 

Quero estudar muito essa questão desse Tribunal Penal Internacional (TPI). Até porque os Estados Unidos não é signatário, Rússia não é signatária. Quero saber por que o Brasil é signatário de uma coisa que os Estados Unidos não aceita. (sic)

É um absurdo. São países emergentes signatários de umas coisas que prejudicam eles mesmo. Vou dar uma pensada nisso direitinho. De qualquer forma quem toma a decisão é a Justiça. Se o Putin decidir ir ao Brasil, quem toma a decisão é a Justiça, não é nem o governo, nem o Congresso Nacional. Espero que (até lá) já tenha acabado a guerra e o tribunal tenha refeito a sua posição para que possamos voltar à normalidade.

(Lula, em coletiva de imprensa, após participar de um encontro de líderes do G20, 11/09/2023)

O TPI “precisa refazer a sua posição”, este é o recado final. 

Algum porta-voz do TPI poderia explicar ao preclaro presidente do Brasil o que é, para que serve o TPI e o que representa na escala civilizatória dos direitos humanos?

Algum assessor brasileiro, entendido em Direito Internacional e Constitucional (pode até ser um diplomata recém saído do IRBr, ou o próprio ministro dos Direitos Humanos), poderia explicar ao presidente o que são tratados internacionais de Direitos Humanos, qual o seu papel no sistema constitucional brasileiro (teve até uma PEC exclusivamente para isso, incorporada à Carta) e quais são as obrigações internacionais do Brasil, sob os tratados aos quais aderiu soberanamente, com a aprovação do Congresso e a anuência do STF?

Pode ser um crash course.

Não fica bem um presidente sair pelo mundo espalhando a sua ignorância. 

Fica mal para o Brasil, fica mal para a diplomacia do país e fica mal para a sua presidência do G20. 

Pode até pegar bem no BRICS+, ou no tal de Sul Global e seu projeto de uma “nova ordem mundial pós ocidental”, mas isso é uma outra história.

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4474, 11 setembro 2023, 2 p.

Postado no blog Diplomatizzando (link: ).

 

 

Ukraine genocide by Russian troops in Mariupol - March 2022

 "Russia broke their lives forever."

Matter from March 2022


In March 2022, I interviewed four Ukrainians who'd managed to escape Russia's massacre of Mariupol. 

Some of their words are below. 


Stas, 29: 


"Relatives, acquaintances, and neighbors — these people are buried in their yards and in mass graves. Some have to be left just on the street. They have remained lying outside in common areas for the entire time of the war."


"We wanted to bury our friend, but the hospitals wouldn’t accept any bodies. The morgues were overflowing, the bodies of people were lying in the street or in supermarket baskets. We wanted the best for our friend. Therefore, we were able to leave his body in one of the pits at a service station and covered him with sand. It was too dangerous to go to the burial place outside of the city."


"The Russians do not spare anyone. They shoot at schools, maternity hospitals, universities. They use delayed-action bombs on ordinary residential buildings to reach the basements where people are hiding. They do not follow any rules, neither military nor moral. They know exactly where they are shooting, and what they are doing."


"This is the genocide of the Ukrainian people. We will never forgive or forget what Russia has done."


Karina, 28: 


"Bodies were everywhere. Some people managed to bury their neighbors under explosions, some simply sought shelter from the frequent airstrikes. It all started with artillery, Grad rocket attacks — after that airstrikes, which are repeated every two to three minutes. And street fights were added."


"This is the genocide of the Ukrainian people."


Tymur, 37: 


"What the Russians call a 'special operation' is a terrible war in Ukraine and Russia is the aggressor and initiator of hostilities [...] they themselves drop bombs on Ukrainian maternity hospitals, schools, kindergartens, and hospitals — on ordinary civilians."


"We decided that we can no longer stay — this is direct death. We decided to try to get out. We made it. But hundreds of thousands of Mariupol residents remained there, under the rubble, under incessant airstrikes, hungry and frozen."


Diana, 28:


"People in Mariupol are now dying not only from airstrikes, but also from hunger and thirst. It used to be possible to draw water from wells, but they were also bombed. Those wells that remained intact are now outside the access zone of residents. Because airstrikes happen every two to four minutes, people are simply too afraid to look for water, which is so needed right now."


"The corpses are just lying on the streets. There is no possibility for their burial, since you can be killed, too, right beside the bodies."


"Now it is difficult to count the victims and those who died under the rubble. Since there is no way to clear this rubble, people are buried alive."


"Those people who managed to evacuate from Mariupol are difficult to talk to now. People stutter, they have shell shock and tremors. Russia broke their lives forever."


Full story: 

https://coffeeordie.com/mariupol-survivors-stories 

Perguntas embaraçosas a meus colegas diplomatas e a alguns acadêmicos entusiastas do mundo pó-ocidental - Paulo Roberto de Almeida

Perguntas embaraçosas a meus colegas diplomatas e a alguns acadêmicos entusiastas do mundo pós-ocidental

Paulo Roberto de Almeida

Por que o “post-Western world” precisaria também ser contra o Direito Internacional? Os entusiastas dessa tão atraente “ordem mundial pós-ocidental” saberiam explicar? Pretendem chegar aonde dessa forma? Ao universo da barbárie? 

Explicaram isso a Lula? Ele leu o veredito do TPI sobre Putin? Ele se informou sobre os massacres conduzidos por tropas russas em Bucha, Mariupol, em várias partes da Ucrânia? Ele sabe os efeitos dos incessantes ataques russos com mísseis sobre alvos civis do país? 

Seus assessores diplomáticos não ligam para os padrões tradicionais da política externa brasileira e desprezam uma ordem internacional fundada sobre o Direito Internacional e sobre os direitos humanos?

O Brasil pretende ter maior influência externa apoiado no desprezo e na ignorância do seu chefe de Estado pelos fundamentos básicos da atual ordem internacional? Os diplomatas que se esforçaram para que Putin não fosse humilhado no G20 estavam REALMENTE defendendo a neutralidade do Brasil na guerra de agressão, ou simplesmente cumprindo ordens de Lula para proteger seu amigo criminoso de guerra?

Os diplomatas que o servem esqueceram das lições que tomaram no Instituto Rio Branco? Justo o patrono da diplomacia, que dizia que a política externa brasileira seria fundada no estrito respeito ao Direito Internacional? 

De repente, tudo isso deve ser deixado de lado? Pela imposição ignorante de um megalomaníaco?

São perguntas que mereceriam pelo menos algumas respostas tentativas…

Gostaria de recebê-las…

Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 11/09/2023

North Korean Support Will Only Extend Putin’s War Against Ukraine - Jonathan Seeet, Mark Toth (Kiyv Post)

 

OPINION: North Korean Support Will Only Extend Putin’s War Against Ukraine

Putin and Kim Jong-un are following in the footsteps of Hitler and Mussolini and, as then, need to be stopped now, sooner rather than later.

Conquering Ukraine, however, is first, and maps of gains are already laid out for review upon arrival at their wartime conclave.  

While this may seem like a scenario playing out today, the two dictators are not Russian President Vladimir Putin and North Korean Supreme Leader Kim Jong-un. Not yet. That meeting is soon to come.

Rather, the two men are Nazi Chancellor Adolf Hitler and Italian Duce Benito Mussolini – and the year is 1941. 

That August, Hitler met with Mussolini near the small village of Strzyżów in southern Poland, where his “Anlage Süd” bunker, replete with a hardened train bunker, was located. During the conference, Hitler’s armored train, paradoxically named “Amerika,” was parked there, while Mussolini’s train was in a tunnel near Stępina. 

Ukraine, they know, is key to controlling Europe

Ukraine, they know, is key to controlling Europe, and the news is encouraging as they walk the battlefields of the “Battle of Uman,” where Joseph Stalin’s army met a decisive defeat. First central Ukraine, next the rest of the country.  

Then, as today, Ukraine is fundamental to the security of Europe and the West. Now, 82 years later Putin and Kim Jong-un are set to meet to ensure the nation’s destruction. Not as a premature victory lap as Hitler and Mussolini did in Uman. However, out of a growing wartime exigency given Kyiv’s Multi-Domain Operation strategy, Ukraine is taking the fight to Russia, and perilously drawing closer to putting a decisive end to Putin’s ‘special military operation.’

Nonetheless, it is essential to understand Putin is not conceding. His summoning of Kim Jong-un to travel to Vladivostok or Moscow to discuss supplying weapons and ammunition, makes it abundantly clear Putin has no desire to give up on his war in Ukraine. Conditions for the meeting were set in July when Russian Defense Minister Sergei Shoigu traveled to Pyongyang to attend the celebration of North Korea’s 70th anniversary of "Victory Day." 

What the Kremlin lacks in supplies, military equipment, weapons and ammunition must be outsourced from what we coined a year ago as his “arsenals of evil,” and North Korea alongside Iran is at the top of that list.

Finding bodies to fill Russian uniforms and trenches does not seem to be an issue either. But they will not come from Moscow or St. Petersburg; rather, through the mobilization of reservists, compulsory military service and foreign fighters.

On July 18th, the Russian Duma made more reservists available for mobilization when it “extended the maximum age at which men can be mobilized to serve in the military by five years, meaning that some as old as 70 can now be called up to fight.” In addition, beginning January 1st, 2024, the upper age limit for men to be called up for compulsory military service will increase from 27 to 30, and a law was passed that “prohibits conscripts from leaving the country once the enlistment office has sent them their draft notice.”

Hitler turned to his so-called “Hitler Youth” and old men as Nazi Germany began to lose – and now so too must Putin. 

Putin is also outsourcing his fight internationally

Putin is also outsourcing his fight internationally. Fighters from CubaSyria, and Chechnya are being recruited, while ads target ethnic Russians in Kazakhstan and Armenia, along with migrants from Central Asia working in Russia and Russian-occupied Ukraine. According to United Kingdom intelligence, signing bonuses of up to “approximately £4,000 [$5002] as well as a monthly salary of around £1,500 [$1875]” are being used to lure recruits.

Putin’s calculus is clear. Call it what it is – a war of attrition or “never-ending war.” The U.S. Presidential Election is 14 months away, and polls are trending towards cutting funding for the war in Ukraine, and Putin is banking he can ride out the storm. Until he does, he has little regard for the lives of his soldiers, but he needs equipment, weapons, ammunition, and supplies to sustain them and freeze the war. 

Kim Jong-un will support Putin for a price. Specifically, technology that could advance its military satellite and nuclear-powered submarine capabilities, along with its nuclear and missile programs. He might also renew his August 2022 offer to provide the Kremlin upwards to 100,000 volunteers to fight in Ukraine.

Dealing with Russia would validate Kim Jong-un and make North Korea a Mussolini-like player in Moscow and Beijing’s vision of a Multipolar World. He would take center stage, and as Lee Byong-chul, a North Korean expert at the Institute for Far Eastern Studies at Kyungnam University in Seoul stated, achieving “a win-win situation for both sides.”

Warnings from White House National Security Adviser Jake Sullivan that North Korea will “pay a price” for any arms deal with Russia will go unheeded. “Pay a price” implies economic sanctions, and thus far, as “deterrence,” they did not stop Russia’s invasion of Ukraine in February 2022, nor Pyongyang’s nuclear weapons program.

“Pay a price” is a hollow threat. Tough talk sans the punch. Sullivan’s declaration, "[This] is not going to reflect well on North Korea” is not going to deter Kim Jong-un. Neither did State Department spokesperson Vedant Patel vaguely declaring the U.S. would “take appropriate steps as necessary” in coordination with Washington’s partners when pressed about “potential consequences.”  

All Kim Jong-un likely heard was “yada, yada, yada,” and he will not lose any sleep traveling on his armored train to Russia.

Nor will Putin, if several reports earlier this week prove to be accurate. According to BILD, a German publication, United Nations Secretary General Antonio Guterres sent a “confidential letter” dated August 28th to Russian Foreign Minister Sergei Lavrov proposing in exchange for renewing the Black Sea grain deal, Russian banks would return to SWIFT, Lloyd’s of London would insure Russia vessels against Ukrainian attacks, and Russian oligarch assets would be unfrozen. 

In another potentially damning report, Andrei Piontkovsky and Frederick Starr in the Kyiv Post claimed there has been back-channel discussions led by Thomas Graham, former senior director for Russia on the National Security Council staff, and Lavrov – and all designed to ensure Russia does not lose the war.  

According to Piontkovsky and Starr, Sullivan denied responsibility and his press spokesperson issued a statement saying, “The United States has not requested any official or former officials to open a back channel and is not seeking such a channel. Nor are we passing any messages through others. When we say nothing about Ukraine without Ukraine, we mean it.” Nonetheless, Piontkovsky and Starr maintain Sullivan “lied.”

The Biden Administration’s red lights are interpreted as green lights by Putin and Kim Jong-un. 

The Biden Administration’s red lights are interpreted as green lights by Putin and Kim Jong-un. Further, the White House’s permissive environment on national security undermines its messaging to Russia and North Korea. Nor will Cold War era tactics demonstrating military capabilities or show of force – B52 flyover and Minuteman III intercontinental ballistic missile testing – intimidate let alone deter Putin and Kim Jong-un.

Kim Jong-un’s North Korea is already one of the most isolated countries on the planet. Additional hardships incurred by Western economic sanctions will likely be offset by Russia and China – and responded to by North Korean missile tests in the Sea of Japan.

Before Putin and Kim Jong-un meet in a modern day “Anlage Süd” summit, Washington and Brussels must stop making policy decisions that will only result in turning Kyiv’s fight for independence into a “forever war.” Kim Jong-un already knows that game. North Korea’s corrupt regime has survived playing the “forever war” game with South Korea, Japan and the U.S. – and now Putin is betting he can play the same “forever war” game with the Biden Administration and NATO. 

Ukraine is approaching the 19th month in a war of survival. The U.S. and NATO chose to ‘stand with’ Ukraine and support their defense of sovereignty, territorial integrity, and democracy – to defend against Russian aggression. Against all odds, Kyiv turned back Putin’s onslaught, and are now in position to win the war.

For Ukraine the best solution is to win now. Not to wait for Russia to receive military assistance from North Korea. Zelensky and his generals know how to win, but they need the tools necessary to take down the Russian Bear

As M1 Abrams main battle tanks roll into Ukraine, reports that the U.S. is once again considering sending ATACMS is encouraging, but waiting months to receive the precision deep fire missiles is the cost – unless the Biden Administration authorizes Poland and Romania to contribute from their stockpiles. 

Last week, an unnamed senior State Department official told reporters, “It’s very important that Ukraine win this war. And by ‘win,’ I mean as President [Joe] Biden said, Russians leave all of Ukraine.” Winning, however, takes resolve. 

Franklin Roosevelt was determined to defeat Hitler and Mussolini’s “New Order.” The Biden Administration must follow suit and vanquish Putin, Kim Jong-un and Chinese President Xi Jinping’s vision of a “Multi-Polar” world. Russia cannot be allowed to win the war, nor freeze the conflict. 

Neither can Putin be given a ‘soft landing’ via third party negotiations “about Ukraine without Ukraine.” Biden got it right in Warsaw back in March 2022 when he said, "For God's sake, this man cannot remain in power."

Mr. President, if Putin wins in Ukraine, he will remain in power. 

The views expressed in this opinion piece are those of the authors and not necessarily of Kyiv Post.

domingo, 10 de setembro de 2023

Lula viaja pelo exterior com discursos entediantes enquanto Brasil afunda, diz Mangabeira Unger (Estadão)

Lula viaja pelo exterior com discursos entediantes enquanto Brasil afunda, diz Mangabeira Unger

O Estado de S. Paulo, 10/09/2023

O filósofo Roberto Mangabeira Unger, conselheiro e guru do ex-candidato à Presidência Ciro Gomes, pegou aliados de surpresa ao pedir a desfiliação do PDT. Em entrevista ao Estadão, Unger fez críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e afirmou que tomou a decisão por discordar do alinhamento “passivo” do partido com o governo diante dos rumos da gestão petista e da falta de um projeto para o Brasil. 

Unger está no PDT desde a redemocratização e foi conselheiro de Leonel Brizola, fundador da legenda e ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro. O filósofo é professor de Direito da Universidade Harvard nos Estados Unidos e foi ministro de Assuntos Estratégicos da Presidência da República durante o segundo mandato de Lula, em 2007, e no segundo mandato de Dilma Rousseff, em 2015. 

Ele está por trás de muitas ideias lançadas por Ciro Gomes nas últimas eleições presidenciais, principalmente daquelas relacionadas à necessidade de o Brasil ter um projeto nacional de desenvolvimento. Para Mangabeira Unger, Lula está repetindo um modelo que impede o avanço do País. É o que ele chama de casamento entre o “pobrismo” — distribuição de “esmolas” por meio de programas assistenciais — e o “rentismo” — o domínio dos interesses financeiros sobre a produção. 

O presidente Lula parece estar desinteressado do Brasil. Parece que é mais agradável ficar viajando pelo exterior, frequentando essas reuniões em que ele pronuncia discursos entediantes.” 

Confira os principais trechos da entrevista: 

Por que o senhor saiu do PDT? 

Eu tenho uma associação antiga com o PDT porque eu considerava o Leonel Brizola o meu grande aliado político. O PDT sempre serviu para representar uma alternativa ao País e agora não representa, mas faz parte de um governo que claramente não tem projeto. Qual é o projeto do governo Lula atual? É compor-se com o mercado financeiro, aceitando a ascendência do rentismo financeiro. Segundo, distribuir esmola aos pobres, o pobrismo. E, terceiro, vender soja, carne e minério de ferro. Esse é o projeto, ou o antiprojeto. 

O correto seria o PDT não participar do governo ou, mesmo dentro do governo, fazer um contraponto? 

Com realismo, o PDT não poderia participar do governo. O País está numa situação gravíssima, 100 milhões de pessoas não têm acesso a uma rede de esgoto, 35 milhões não têm acesso à agua potável, a maioria está endividada, a maioria da nossa força de trabalho está na informalidade ou na precarização. Não há qualquer indício de um projeto nacional produtivista e capacitador, e o presidente se refugia viajando no estrangeiro em projetos de vaidade pessoal. As forças que representariam uma alternativa, o PDT, o PSB, o PCdoB, todas estão se transformando em linhas auxiliares desse antiprojeto nacional. 

A decisão está alinhada com Ciro Gomes ou antecipa algum posicionamento dele? 

Não. A decisão é minha. Ciro Gomes não precisa de porta-vozes e ninguém precisa representá-lo. É uma decisão de consciência para lutar por uma alternativa nacional, produtivista e capacitadora. É o que nós não temos no Brasil. O que vemos é uma tendência de desviar a atenção do País desse quadro de marasmo, de mediocridade, para assuntos simbólicos, para a política identitária, que é o inverso das guerras culturais da direita, e declarações estapafúrdias do presidente da República, como esta de que os ministros do Supremo Tribunal Federal poderiam votar em segredo. 

"As forças que representariam uma alternativa, o PDT, o PSB, o PCdoB, todas estão se transformando em linhas auxiliares desse antiprojeto nacional.” 

Por que o senhor tinha se filiado ao PDT?

Foi lá quando começou a abertura do regime militar. Eu vi o PDT como uma força que se preocupava com a maioria desorganizada, e não com as minorias organizadas. No PT, eu via, em vez disso, uma tentativa de privilegiar as minorias organizadas e uma política de humanização das realidades brasileiras. A nossa tarefa não é humanizar o inevitável, a nossa tarefa é reconstruir as instituições. Agora, o PDT, aparentemente, quer fazer parte desse conjunto de linhas auxiliares do projeto petista. 

O PDT não é mais o mesmo de Leonel Brizola e Darcy Ribeiro? 

Claramente, não é o mesmo. E esta decisão de participar passivamente de um governo Lula que não tem projeto algum é a pedra de cal, é a abdicação de qualquer projeto que mantenha continuidade e coerência com o que foi o nosso projeto inicial. Mas eu não gostaria de ver esse gesto sobretudo sob o ângulo da ortodoxia partidária. O ponto central é a situação calamitosa em que estamos no Brasil e a necessidade agora de juntarmos todas as forças, sem preconceitos, para criar uma alternativa nacional. 

Quem pode representar essa alternativa nacional? 

Na última eleição, apoiei com entusiasmo a candidatura do Ciro Gomes, que eu via mais próxima dessa alternativa que eu defendo. O que será para o futuro eu não sei. A nação terá que encontrar ou criar suas lideranças nesse processo de resistência que agora precisa começar. 

Como o senhor avalia a declaração de Ciro Gomes de que não pretende mais concorrer à Presidência? 

O Ciro tem grande consciência cívica e compromisso com o destino do Brasil e de alguma forma ou de outra continuará participando da vida pública do País. Mas a minha ação agora não tem nada a ver com isso. É uma convicção minha de que eu não posso aceitar essa atitude de abdicação a que o PDT se entregou junto com tantos outros de quem nós esperávamos uma atitude de resistência e construção. 

Qual é papel do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na repetição desse modelo que o senhor critica? 

É meu amigo, foi meu amigo há muitos anos, mas agora ele está ativamente participando dessa política. Ele é um dos arquitetos dessa política, que afirma o casamento do financismo e do pobrismo em que as contas são pagas pela agricultura, pela pecuária e pela mineração. Se elas não estivessem pagando as contas, nós já estaríamos no chão, numa crise econômica decisiva. 

É possível governar o Brasil sem repetir esse modelo? 

É claro que um projeto produtivista e capacitador só se efetivará no Brasil tocando o chão das realidades regionais. Em cada região do Brasil, o caminho da qualificação produtiva e da capacitação está bloqueado. Esta tem que ser a agenda prioritária do País. Não é o presidente ficar viajando pelo exterior e lendo discursos que são escritos para ele enumerando platitudes açucaradas como se estivesse se candidatando ao Prêmio Nobel da Paz ou a mais diplomas honoris causa, enquanto isso o Brasil afundando no primitivismo produtivo e educacional

A entrada do Centrão no governo Lula agrava o problema? 

Eu não vejo a desorientação e a mediocridade dos partidos como a causa desse quadro, elas são a consequência. A explicação é não haver um projeto forte encampado por quem deveria ter o projeto, que é o presidente, o governo. Os partidos deveriam se posicionar em relação a isso, mas nós não podemos esperar agora da elite política. Se os políticos não resistirem a essa situação, nós, os cidadãos, temos que falar pelo Brasil. 

"Nós não podemos esperar uma conversão do presidente Lula porque é sempre muito mais difícil mudar uma pessoa do que mudar um país.” 

Quais são as diferenças do Lula no primeiro e no segundo governo e do Lula agora no terceiro mandato? 

Havia ambiguidade nos mandatos anteriores de Lula, havia uma luta entre tendências produtivistas e tendências compensatórias. O presidente me convenceu a participar do governo em seu segundo mandato sob esse argumento de ajudá-lo a construir um projeto nacional e produtivista e eu fiz o que pude. Pelo menos, enquanto eram só propostas, o presidente Lula apoiava, até com entusiasmo. Quando eu percebi relutância em traduzir essas propostas em políticas públicas efetivas, eu comecei a me afastar do presidente e fui trabalhar com os governadores. 

O senhor costuma falar que fala com sotaque, mas não pensa com sotaque. O presidente Lula está pensando com sotaque, nessa perspectiva? 

O presidente Lula parece estar desinteressado do Brasil. Parece que é mais agradável ficar viajando pelo exterior, frequentando essas reuniões em que ele pronuncia discursos entediantes. Os outros chefes de Estado, que são homens sérios de poder, mal conseguem disfarçar o cansaço ao ouvi-lo. Eu não sei por que ele está fazendo isso. Eu posso afirmar ao presidente Lula que o Brasil é um país extremamente interessante e é muito mais interessante do que esses países que ele está visitando. Mas nós não podemos esperar uma conversão do presidente Lula porque é sempre muito mais difícil mudar uma pessoa do que mudar um país. Então, em vez de tentar abrir os olhos do presidente Lula, tratemos de abrir os nossos próprios olhos. 

Por onde começar um projeto de desenvolvimento para o Brasil? 

Teríamos a tarefa de construir uma forma includente da economia do conhecimento em todos os setores, em cada região do País, de acordo com as realidades de cada região. Não há como pretender voltar à velha indústria. O Brasil fervilha de criatividade, energia empreendedora, há uma multidão de emergentes que encarnam essa energia produtivista. Atrás deles estão milhões de trabalhadores ainda pobres, os batalhadores, mas que já assimilaram a cultura da autoajuda e da iniciativa. O nosso grande projeto é construir as estruturas que permitam transformar esse dinamismo desequipado e inculto em flexibilidade preparada. Esse é o projeto e há um mundo de possibilidades, mas estamos evadindo todas elas pelo discurso açucarado das compensações e pela submissão aos interesses financistas. 

Créditos: Estadão.



Fim de uma era, a do Barão do Rio Branco - Paulo Roberto de Almeida

Fim de uma era, a do Barão do Rio Branco

Paulo Roberto de Almeida 

A intenção de Lula de convidar ao G20 de 2024 o presidente Putin, buscado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra na sua guerra de agressão contra a Ucrânia, enterra definitivamente a postura formalizada 120 anos atrás pelo Barão do Rio Branco quanto ao absoluto respeito ao Direito Internacional pela diplomacia brasileira. 

Acabou assim um padrão estabelecido pelo grande patrono do Itamaraty para a política externa brasileira. Sem dúvida alguma, uma tomada histórica de posição, embora indigna de figurar nos livros de história diplomática do Brasil. 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 10/09/2023

A Ignorância Letrada: ensaio sobre a mediocrização do ambiente acadêmico (2010) - Paulo Roberto de Almeida

Um texto já antigo, que talvez eu escrevesse de outra maneira, atualmente, mas que ainda apresenta alguma validade, em função de alguns desvarios observados nos ciclos ditos superiores de ensino. Pouco a pouco a qualidade da academia brasileira tem melhorado, mas outros modismos tem contaminado a velha e boa pesquisa científica baseada em evidências empíricas. Como sempre, importações feitas de modo imitativo deformam alguns trabalhos recentes, mas no geral, creio que o quadro que eu tracei treze anos atrás parece ter melhorado.

Em todo caso, coloco o texto novamente à disposição dos interessados, inclusive em minha página da plataforma Academia.edu, neste link:

https://www.academia.edu/44249737/2169_A_Ignorancia_Letrada_ensaio_sobre_a_mediocrizacao_do_ambiente_academico_2010_

2169. “A Ignorância Letrada: ensaio sobre a mediocrização do ambiente acadêmico”, Dubai-São Paulo, 17/07/2010; Shanghai, 30/07/2010, 10 p. Ensaio sobre a crescente deterioração da qualidade da produção acadêmica brasileira na área de humanas, examinando a natureza do problema, suas causas, suas consequências mais evidentes e as evidências disponíveis. Disponível no blog Diplomatizzando (1.08.2010; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2010/08/sobre-ignorancia-letrada-algumas.html). Revista Espaço Acadêmico (ano 10, n. 111, agosto 2010, p. 120-127; links: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/10774; pdf: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/download/10774/5859). Publicada na revista acadêmica Espaço da Sophia (ano 4, n. 41; janeiro-março 2011; ISSN: 1981-318X). Reproduzido na revista Aeronáutica (Rio de Janeiro: Clube da Aeronáutica, vol. X, n. 308, julho a setembro 2020, p. 20-25; ISSN: 0486-6274; link: http://www.caer.org.br/downloads/revistas/revista308.pdf); disponível na plataforma Academia.edu (7/10/2020; link: https://www.academia.edu/44249737/2169_A_Ignorancia_Letrada_ensaio_sobre_a_mediocrizacao_do_ambiente_academico_2010_). Publicados n. 985, 1016 e 1469. Nova postagem a respeito desse texto no blog Diplomatizzando (27/04/2023; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/04/a-ignorancia-letrada-uma-critica.html). 


sábado, 9 de setembro de 2023

Guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia: os invasores continuam a sofrer derrotas; ucranianos avançam lentamente, mas seguramente - CDS

 Operational situation

In the operational zone of the Ukrainian Operational-Strategic Group of Forces (OSG) "Khortytsia" on the Kupyansk, Lyman, and Bakhmut directions, the enemy persists in attempting to break through the defense of the Armed Forces of Ukraine in the areas of Synkivka, Novoyehorivka, Orikhovo-Vasylivka, and southeast of Dibrova. They seek to regain control over positions in the areas of Klishchiivka, Andriivka, and Kurdyumivka.

In the operational zone of the Ukrainian Operational-Strategic Group of Forces (OSG) "Tavriya" on the Avdiivka, Maryinka, and Shakhtarsk directions, the Ukrainian Defense Forces maintain the initiative. They persist in applying pressure on the enemy and conducting assault operations.

The Russian military carried out offensive actions on the Kupyansk - Svatove - Kreminna line, near Bakhmut, on the Avdiivka - Donetsk line, in the area of the administrative border between Donetsk and Zaporizhzhia Oblasts and the west of Zaporizhzhia Oblast and have advanced in some areas.

General conclusion: 

  • The operational situation on the Kupyansk and Lyman directions is getting increasingly acute. The enemy's offensive efforts on this section of the front have failed to achieve significant success and are aimed at drawing a portion of the Ukrainian Defense Forces' strategic reserves away from more vital areas of the front.

  • Russian troops aim to reach the Oskil River and seize positions near Borova by the beginning of winter 2023-2024.

  • On the Kupyansk and Lyman directions, Russian troops continue to form and train assault units from previously defeated motorized rifle brigades and airborne units.

  • The Russian military command is utilizing communication troops personnel to form assault groups due to recent significant losses. These losses are compelling the enemy's command to deploy available manpower for combat operations.

  • The number of [the enemy] checkpoints from Melitopol to Dniprorudne decreased from 18 to 3 due to attacks of the "Atesh" partisan movement. A similar situation is observed on other roads.

Change in the line of contact (LoC):  

  • 30 combat engagements took place in different directions.

  • On the Kupyansk direction, Russian forces conducted unsuccessful offensives near Synkivka, where they attempted to encircle the Ukrainian garrison from the east and west. They also futilely attacked near Petropavlivka and Novoyehorivka, employing units formed from prisoners and private military companies for assault operations. The enemy repelled units of the "Khortytsia" OSG from undefined heights near Novoyehorivka. However, they did not gain control over these positions and suffered losses in the area along the Zherebets River, near Kreminna, and in the Serebryansk Forest.

  • The "Khortytsia" OSG attacked near Novoyehorivka, Dibrova, Serebryansk forest, advanced deep into the defense line of the Russian 27th Separate Motorized Rifle Brigade of the 1st Tank Army and 252nd Motorized Rifle Regiment of the 3rd Motorized Rifle Division of the 20th Army.

  • On the Bakhmut direction, the "Khortytsia" OSG continued its offensive actions and achieved partial success, advancing north of Andriivka and Klishchiivka, took control of half of Andriivka, and reached the railway line. They completely liberated Klishchiivka, intensified the offensive along the Klishchiivka - Ozaryanivka line, and attacked near Bakhmut, Vesele, and Orikhovo-Vasylivka.

  • Russian troops conducted unsuccessful offensive actions near Orikhovo-Vasylivka and Andriivka. They also stormed Zaliznyanske and Kurdyumivka, but did not succeed in any of the directions. 

  • The Russian tactical group consisting of the 137th Air Assault Regiment, 106th Air Assault Division, 123rd Separate Motorized Rifle Brigade, 29th BARS detachment and the "Potok" PMC detachment halted the advance of the "Khortytsia" OSG in the direction of Soledar. A counterattack by the 61st Separate Marines Brigade of the Northern Fleet in the Klishchiivka area was not only repelled by the "Khortytsia" OSG, but the enemy also suffered significant losses and was pushed back beyond the railway.

  • On the Avdiivka direction, the Russian assault group of the 5th Separate Motorized Rifle Brigade of the 1st Army Corps of the 8th Army captured the positions of the "Khortytsia" OSG unit east of Krasnohorivka. The 150th Motorized Rifle Division unsuccessfully advanced in Maryinka. Russian forces unsuccessfully attacked on the southern approaches to Avdiivka, near Keramik and Novomykhailivka.

  • The "Khortytsia" OSG advanced in the area of Spartak and Opytne villages and partly returned control of the "Donetsk" international airport.

  • Zaporizhzhya direction:

    • Berdyansk direction (Velyka Novosilka): Forces of the "Tavriya" OSG repelled Russian attacks south of Prechystivka, and intensified their offensive actions on the Novodonetske-Novomayorske line. Over the course of three days, they conducted artillery preparation for an attack, cleared minefields, and engaged in combat on the northern outskirts of both villages. They captured enemy positions on the northwestern outskirts of Novomayorske and regained control over the industrial zone in Pavlivka.

    • Units of the Russian 36th Separate Motorized Rifle Brigade of the 36th Army repelled an attack by an assault group northeast of Mykilske. The enemy also thwarted attempts by units of the "Tavriya" OSG to cross the Shaitanka River. The situation of the 131st Rifle Regiment of Mobilization Reserve of the 1st Army Corps in Novodonetske is critical.

    • Tokmak direction (Robotyne): the forces of the "Tavriya" OSG achieved success south of Robotyne. Marine infantry units of the "Tavriya" OSG crossed the Mokri Yaly river, cleared the outskirts of Zavitne Bazhannia and forced units of the Russian 60th Separate Motorized Rifle Brigade to retreat to the center of the village. Combat continues on the northern and western outskirts of Novoprokopivka, where the Russian 71st and 210-1st Motorized Rifle Regiments are defending.

    • To support counterattacks in the Robotyne area, the enemy has deployed a significant number of S-300 anti-aircraft missile systems in ballistic mode. They have delivered up to 40 strikes with planning bombs FAB-500/UMPK from Su-34 aircraft. The strikes are primarily targeting a logistics route of the "Tavriya" OSG, extending up to 6 km in length.

  • Kherson direction: Russian forces are experiencing significant personnel and equipment losses due to counter-battery actions by the "Tavriya" OSG in Kherson Oblast. This limits their combat capability and forces them to deploy reserves, which are currently concentrated in Crimea. 

  • The enemy continues to respond to raids by units of the "Tavriya" OSG in the delta of the Dnieper River, pushing back their small group from Kozatsky Island. Battles are ongoing on the islands in the delta of the Dnieper River. The "Tavriya" OSG has already established four bridgeheads on the left bank of the Dnieper (2 on the northern outskirts of Oleshky, 1 near Kozachi Laheri, 1 near Antonivskyi Bridge), controls the Kinburn Spit under fire, and actively employs the Bayraktar TB-2 UAVs, exploiting the enemy's weak air defense capabilities in this direction.

  • In the Black Sea-Azov naval operational area, there were 9 Russian ships on combat duty in the Black Sea, including 1 cruise missile carrier; 1 in the Sea of Azov; there were 2 Russian ships on combat duty in the Mediterranean. The total salvo is up to 8 Kalibr cruise missiles. 

Change in the line of contact (LoC):  

  • The enemy is deploying forces from the 18th Army to free up the 49th Army for operations on the Zaporizhzhia direction.

Possible operation situation developments: 

  • Russian forces will attempt to seize the initiative amidst the Defense Forces' offensive operation by initiating their own offensive operation with the forces of 2-3 armies. Their aim is to advance westward to the Oskil River and establish a buffer zone around the occupied Luhansk Oblast over the next two months.

  • On the Berdyansk direction, the enemy has to hold the Pavlivka - Mykilske line as a precondition for disrupting the advance of the "Tavriya" OSG towards Volodymyrivka - Volnovakha.

  • The enemy's command has to reinforce its tactical group on the Nesteryanka-Kopani line (the 234th Air Assault Regiment of the 76th Air Assault Division) or replace them with the 503rd Motorized Rifle Regiment and the 104th Air Assault Regiment.

Russian operational losses from 24.02.22 to 09.09.23 

Personnel - almost 268,140 people (+600);

Tanks - 4,544 (+15);

Armored combat vehicles – 8,739 (+13);

Artillery systems – 5,789 (+36);

Multiple rocket launchers (MLRS) - 757 (+3);

Anti-aircraft warfare systems - 508 (+1);

Vehicles and fuel tanks –8,298 (+34);

Aircraft - 315 (0);

Helicopters – 316 (0);

UAV operational and tactical level – 4,588 (+18);

Intercepted cruise missiles - 1,455 (0);

Boats/ships – 19 (0).