Perguntas embaraçosas a meus colegas diplomatas e a alguns acadêmicos entusiastas do mundo pós-ocidental
Paulo Roberto de Almeida
Por que o “post-Western world” precisaria também ser contra o Direito Internacional? Os entusiastas dessa tão atraente “ordem mundial pós-ocidental” saberiam explicar? Pretendem chegar aonde dessa forma? Ao universo da barbárie?
Explicaram isso a Lula? Ele leu o veredito do TPI sobre Putin? Ele se informou sobre os massacres conduzidos por tropas russas em Bucha, Mariupol, em várias partes da Ucrânia? Ele sabe os efeitos dos incessantes ataques russos com mísseis sobre alvos civis do país?
Seus assessores diplomáticos não ligam para os padrões tradicionais da política externa brasileira e desprezam uma ordem internacional fundada sobre o Direito Internacional e sobre os direitos humanos?
O Brasil pretende ter maior influência externa apoiado no desprezo e na ignorância do seu chefe de Estado pelos fundamentos básicos da atual ordem internacional? Os diplomatas que se esforçaram para que Putin não fosse humilhado no G20 estavam REALMENTE defendendo a neutralidade do Brasil na guerra de agressão, ou simplesmente cumprindo ordens de Lula para proteger seu amigo criminoso de guerra?
Os diplomatas que o servem esqueceram das lições que tomaram no Instituto Rio Branco? Justo o patrono da diplomacia, que dizia que a política externa brasileira seria fundada no estrito respeito ao Direito Internacional?
De repente, tudo isso deve ser deixado de lado? Pela imposição ignorante de um megalomaníaco?
São perguntas que mereceriam pelo menos algumas respostas tentativas…
Gostaria de recebê-las…
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 11/09/2023
Nenhum comentário:
Postar um comentário