segunda-feira, 24 de março de 2025

Nem o mundo, os europeus, ou os próprios americanos, ninguém merece Donald Trump - The Economist

 Putin é um cleptocrata e assassino serial, isso já sabemos. Ou seja, um perverso motivado, agindo racionalmente. Só pode ser contido pela força bruta.

Já Trump é um megalomaníaco imprevisivel, e portanto perigoso para todos, inimigos e “amigos” (mas ele não tem nenhum, só ele mesmo e o dinheiro). 

Vamos ler o que a Economist tem a dizer… PRA


THE ECONOMIST

 

A armadilha que Vladimir Putin armou para Donald Trump

O presidente russo quer sugerir que a Ucrânia é apenas um detalhe em um relacionamento maior 

Por The Economist

23/03/2025 


Eles conversaram pelo telefone por mais de duas horas, mas Vladimir Putin deixou Donald Trump sem quase nenhum resultado para mostrar — um tapa na cara que somente um homem possuidor de coragem ilimitada poderia fingir que foi uma vitória. Uma semana antes, os negociadores dos Estados Unidos e da Ucrânia concordaram com um cessar-fogo de 30 dias em um conflito que já dura mais de três anos. Trump disse que, se a Rússia não assinasse, ele poderia atingi-la com novas sanções duras. No caso, ele cedeu. Até Boris Johnson, um ex-primeiro-ministro britânico que admira Trump, declarou que Putin está “rindo de nós”.

Em vez de um cessar-fogo incondicional, Putin propôs apenas que ambos os lados parassem de atacar a infraestrutura energética um do outro, uma área em que a Ucrânia tem desferido alguns golpes pesados contra o invasor. Para que algo mais aconteça, diz o governo russo, a Ucrânia deve aceitar um congelamento na ajuda militar estrangeira e o fim do recrutamento e treinamento, embora a Rússia não proponha tais restrições a si mesma. Putin também quer uma solução para as “causas-raiz” do conflito, com o que ele realmente quer dizer o fim da existência da Ucrânia como um país independente. Essas não são as palavras de um homem que está ansioso para fazer concessões.

Os otimistas podem extrair disso um pouco de conforto. Uma pausa nos ataques a alvos de energia, acordada em uma ligação com Volodmir Zelenski, presidente da Ucrânia, é um pequeno avanço. Trump também sugeriu que as usinas nucleares passem para a propriedade americana, para sua proteção, e disse que tentaria obter alguns mísseis Patriot da Europa. Em público, ele se absteve de endossar as exigências mais severas de Putin para a Ucrânia.

O verdadeiro perigo está à frente. Putin quer que o presidente americano acredite que, como estadistas, eles têm peixes maiores para fritar do que ficar brigando por um lugar abandonado como a Ucrânia. Contanto que isso não atrapalhe, a Rússia e os EUA podem realizar quase tudo juntos. A Rússia poderia ajudar a resolver crises no Oriente Médio e além, talvez pressionando seu amigo Irã a abrir mão da bomba. O investimento americano em negócios russos, como exploração de gás no Ártico, poderia avançar. As sanções seriam suspensas e a Rússia poderia voltar a se juntar ao G7. Imagine se a Rússia fosse separada de sua “parceria sem limites” com a China. A “terceira guerra mundial”, uma preocupação constante de Trump, teria sido evitada.

Tudo isso é uma fantasia projetada para fazer Trump cair na tentação de entregar a Putin o que ele quer na Ucrânia em troca de promessas vazias. A realidade é que a Rússia agora depende mais da China do que jamais dependerá dos EUA, e não será separada dela. A influência da Rússia no Irã é limitada. A economia da Rússia é menor que a da Itália e sujeita aos caprichos de um déspota, o que significa que as oportunidades de negócios são escassas.

Pelo contrário, se em busca dessa quimera Trump aliviar a pressão que o Ocidente impôs à Rússia, os EUA perderão. Para começar, isso criará uma nova divisão entre os EUA e a Europa, que não seguirá Trump. A Ucrânia será desestabilizada, representando riscos para toda a Europa. As alianças e valores que os Estados Unidos têm defendido por décadas serão degradados, e os próprios Estados Unidos ficarão mais fracos como resultado disso. Trump pode se importar pouco com essas coisas, mas certamente ficará preocupado com o risco de parecer fraco, como seu antecessor Joe Biden fez quando o Talibã tomou conta do Afeganistão.

A ligação Putin-Trump ocorreu quando um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos em Gaza estava se rompendo em meio a ataques israelenses. O estilo pessoal de diplomacia de Trump pode quebrar impasses, mas a pacificação parece muito cansativa e detalhada para que ele a leve adiante. O comunicado da Casa Branca sobre a ligação com a Rússia falou de “enormes acordos econômicos e estabilidade geopolítica quando a paz for alcançada”. Está claro o que Putin quer. É estranho que Trump pareça tão pronto a entregar isso a ele. 


TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL


domingo, 23 de março de 2025

Book review: o fim do colonialismo - Martin Thomas: The End of Empires and a World Remade: A Global History of Decolonization; review by Eva-Maria Muschik

O problema com a Oxfam - Paulo Roberto de Almeida

 O problema da OXFAM consiste simplesmente em atribuir as desigualdades realmente existentes à riqueza exagerada de uns poucos, como se a ambição dessa minoria fosse capaz de superar políticas públicas ordenadas ao que é realmente importante decidir: a missão mais nobre da economia política não consiste em empobrecer os mais ricos para produzir uma esperada igualdade de condições, mas sim em formular e implementar políticas educacionais suscetíveis de enriquecer os mais pobres, e assim reduzir, não eliminar, as desigualdades advindas de situações de origem amplamente diversas.

Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 22/03/2025

Uma constatação necessária: um genocídio "desnecessário" - Paulo Roberto de Almeida

Uma constatação necessária: um genocídio "desnecessário"

Paulo Roberto de Almeida

        Alguns dos meus amigos judeus, ou israelenses (não é a mesma coisa), vão reclamar desta minha postagem, mas vou explicitar a acusação, não ao Estado de Israel ou a seu povo (árabes e israelenses), mas ao seu atual governo FASCISTA, de claro e direto GENOCÍDIO contra o povo palestino, a pretexto de eliminar os terroristas que se imiscuíram na população dos territórios ILEGALMENTE ocupados por Israel (sim, eu sei, ao cabo de guerras deslanchadas contra o Estado judeu décadas atrás).
        O povo palestino não pode levar a culpa por alguns atentados bárbaros que algumas lideranças TERRORISTAS impuseram sobre todo o povo israelense e sobre o povo palestino.
        O povo israelense, judeus e não judeus, não pode levar a culpa pelos CRIMES CONTRA A HUMANIDADE sendo perpetrados por um CRIMINOSO DE GUERRA, que merece um julgamento ao estilo de Nuremberg, ao lado de Putin e outros assassinos.
        A humanidade não merece o que vem sendo imposto a ela por ditadores, criminosos de guerra ou por simples IMBECIS, um deles nem preciso nomear.
        O atual governo israelense está criando (pelo menos) uma geração de terroristas, mas a ONU e o sistema multilateral não conseguem fazer nada, sequer contra a maciça destruição imposta ao povo ucraniano, sequer EXPELIR os Estados terroristas da organição.

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 23/03/2025

Golbery do Couto e Silva foi o gênio não reconhecido da ditadura militar? - Golbery do Couto e Silva Neto e Paulo Roberto de Almeida

Golbery do Couto e Silva foi o gênio não reconhecido da ditadura militar?

Golbery do Couto e Silva Neto e Paulo Roberto de Almeida 

O neto de Golbery, em quem eu reconheço um grande intelectual, o maior das FFAA e um dos maiores do Brasil, efetuou a seguinte postagem:

Nesses 40 anos de democracia no Brasil, não se pode esquecer desse nome, general Golbery do Couto e Silva. Sem ele, é verdade, não teria ocorrido a Revolução de 1964. Contudo, sem ele, certamente, o Brasil não seria uma democracia hoje. Não sejamos ingratos. A memória é a alma de uma Nação.

Canal Golbery Neto

=============

Repostei, mas comentando, da seguinte forma:

“Minha opinião, que não concorda com a sua: o governo Goulart era certamente o caos, com inflação crescente e quebra de hierarquia. Militares pretensiosos, como Golbery, se empenharam, incitados por governadores ambiciosos, em mais uma intervenção no sistema político, o que fizeram desde a monarquia, criando uma República oligárquica (tanto quanto o Império), da qual se julgavam os juízes e “protetores”. Acharam que poderiam curar o sistema político brasileiro de seus males e imperfeições, ficando um pouco mais para “limpar o terreno”.

Deveriam apenas ter garantido uma continuidade do regime democrático e esperado até as eleições de 1965, mas não gostavam de JK (que sofreu tentativas de golpe). 

De fato, limparam o terreno e prepararam o Brasil para um crescimento inédito, com a ajuda da tecnocracia qualificada, mas prolongaram demais o regime de exceção, passando à arrogância do projeto Super Potência, deixando na segunda metade da ditadura apenas endividamento e hiperinflação. 

Não foi Golbery quem trouxe a democracia de volta, pois saiu antes de uma transição bem-comportada. Foi o povo e líderes políticos moderados que conduziram o processo a uma solução incompleta, pois as “invenções” políticas criadas pelos militares continuam a dificultar a modernização plena do Brasil, um país de privilégios inaceitáveis e uma representação deformada em sua essência.

Golbery foi o maior intelectual de toda a história militar do Brasil, um dos grandes da história nacional tout court, mas não podia obviamente escapar das tragédias da Guerra Fria, que não era o principal problema do Brasil, que sempre foi o da não educação das grandes massas.

Nem os melhores militares se conscientizaram disso, e o Brasil continuou a ser um país para apenas uma parte da população.

Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 23/03/2025

Antecipando os efeitos da guerra de agressão de Putin contra a Ucrânia - Paulo Roberto de Almeida

Antecipando os efeitos da guerra de agressão de Putin contra a Ucrânia 

Paulo Roberto de Almeida

Putin e Trump, agindo de forma coordenada ou não, estão obrigando a Europa, compulsoriamente ou de forma voluntária, a se armar novamente. Make Europe Stronger Again, esse vai ser o resultado, mas depois da destruição de metade da Ucrânia, da emigração de milhares de ucranianos e da morte de milhares de seus soldados. 

Tudo isso provocado pela ambição de um ditador frustrado — facilitado por um outro dirigente desequilibrado — que deixará como legado uma Rússia mais pobre, sancionada pelas democracias que respeitam o Direito Internacional (entre as quais o Brasil não se inclui), um vácuo superior a um milhão de baixas em suas FFAA e outras centenas de milhares de emigrados forçados, talvez para sempre. 

A Rússia de Putin e a Venezuela de Chávez-Maduro (esta, de forma progressiva, aquela mais rapidamente) destruíram seu capital humano e passarão mais de uma geração empenhadas numa difícil reconstrução nacional.

Quais são os beneficiários do atual desmantelamento do sistema multilateral dos últimos 80 anos?

A China, em primeiro lugar, da forma mais oportunista possível, a Europa em segundo lugar, de forma involuntária e malgré soi-même

E o Brasil? Vai permanecer mais ou menos no mesmo lugar, mantendo, provavelmente, a ilusão do Brics+ como supostamente representativo de um diáfano “Sul Global” (como se China e Rússia pertencessem a essa ficção geopolítica). 

A diplomacia profissional brasileira se equilibra dificilmente entre seus padrões habituais de respeito aos valores e princípios de uma doutrina respeitável, construída por grandes estadistas do passado, e a submissão a dirigentes pouco preparados para dirigir um país que não chegou a completar sua modernização integral pela via da educação de qualidade, infelizmente historicamente desleixada por elites mediocres, sem visão de futuro.

Concluo repetindo minha estrofe preferida, de um poema escrito por Mario de Andrade em 1924:

“Progredir, progredimos um tiquinho/

Que o progresso também é uma fatalidade…”

Paulo Roberto Almeida

Brasília, 23 de março de 2025


A inversão do “Fim da História” de Fukuyama, por Benn Steil (Barron’s)

 

Decades After the ‘End of History,’ Liberal Democracy Is In Retreat

(ILLUSTRATION BY EDDIE GUY)

About the author: Benn Steil is director of international economics at the Council on Foreign Relations and the author of The World That Wasn’t: Henry Wallace and the Fate of the American Century

In his influential 1992 best seller, the political scientist Francis Fukuyama argued that “history”—understood in a Hegelian or Marxist sense, to denote the development of human societies over time—had come to an end. Liberal democracy and capitalism represented the terminus of millennia of ideological evolution. Nations such as the U.S. and the member states of the European Union he termed “posthistorical,” having come to rest permanently outside the ideological boundaries of history. They had arrived at the ultimate endpoint of political and economic organization, waiting only to be joined by China, Russia, and others retreating from the historical cul de sacs of authoritarianism.

The strength of Fukuyama’s thesis has been challenged by the subsequent success of those authoritarian states, particularly China’s quasi-market system. But China’s strides away from liberal democracy and laissez-faire economic organization are only half the story. Since China’s accession to the World Trade Organization, it is difficult to escape the conclusion that the U.S. has become more like China. This is Fukuyama in reverse.

As popular demands grow for protection against the vicissitudes of foreign forces—migrants flowing in, factories flowing out—patience with invisible hands, Madisonian checks and balances, and the grinding machinery of liberal democracy plummets. Autocracy creeps in.

The spread of “end of history” thinking among the U.S. elite in the 1990s and early 2000s was striking. Presidents Bill Clinton and George W. Bush championed the view that economic integration would promote political freedom. They espoused the conviction that the internet and the attractions of free trade were irresistible forces pushing the remaining benighted “historical” nations toward liberal democracy and free markets. Future President Joe Biden welcomed China’s 2001 WTO accession “because we expect this is going to be a China that plays by the rules.”

None of this proved to be true. Since China joined the WTO, its economy has grown 1,400%. Since 2010, it has been the world’s largest exporter. It has also become a systematic violator of basic rules and principles of the WTO, which was created specifically to integrate market economies. China practices state-supported intellectual property theft. It forces foreign companies operating in its markets to transfer technology to local enterprises. It engages in widespread commercial espionage. It provides state-owned and favored domestic firms with massive subsidies, enabling and encouraging them to undercut competitors abroad and dominate foreign markets. All the while it has, certainly since the ascension of President Xi Jinping in 2012, become progressively less liberal politically, using the internet and advanced technology to expand state surveillance and control of private behavior.

The end of history, it seems, is marked not by an ever-widening embrace of liberal democracy and free markets, but by the progressive centralization of national political power in a “unitary executive”—including greater power, vested in one man, to restrict trade with, and investment by, foreign entities.

That change isn’t limited to China.

Since the 2001 al Qaeda terrorist attacks, the U.S. executive branch has arrogated vast powers from the other branches in the areas of mass electronic surveillance and the use of military force. Trade, tariff, and investment policy is now set, sometimes hour by hour, through executive order. State subsidies, while still well below Chinese levels, have been showered on favored industries. Firms are compelled to share sensitive data and communications access, and to cut off financing links with targeted entities. Federal law enforcement, most notably at the Justice Department and the Federal Bureau of Investigation, has been openly politicized. Even U.S. election law seems now to be on soft ground, with President Donald Trump issuing mass pardons to the Jan. 6 Capitol rioters and suggesting he might fight for a constitutionally forbidden third term.

Whereas it would be wrong to blame the rise of Chinese economic power for trends that are discernible earlier, and for very different reasons, compelling link the so-called China shock—marked by the devastation of many U.S. communities from the loss of manufacturing jobs—to the rise of political polarization and popular demands for rapid and robust presidential action. Supranational limitations on presidential power, particularly the WTO dispute settlement appellate body, have been swatted away by three consecutive administrations—Republican and Democrat.

The full title of Fukuyama’s blockbuster was, of course, The End of History and the Last Man. “The last man” refers to Nietzsche’s profile of the docile, risk-averse individual who comes to dominate the landscape in “posthistorical” free-market liberal democracies. After the triumph of markets and democracy, the seemingly eternal human desire for struggle and heroism dies away, replaced by the flabby longing for comfort and ease. So, too, in the unitary-executive version of history’s end, we arrive at “the last tariff”—that final, fatal retaliatory tariff, heaped upon earlier mounds of retaliatory tariffs, that so destroys any reason for trade that it makes all further tariffs redundant, sweeping away Davos man and his dream of globalization.

Guest commentaries like this one are written by authors outside the Barron’s newsroom. They reflect the perspective and opinions of the authors. Submit feedback and commentary pitches to ideas@barrons.com.


Book review: Efeito Xi Jinping por Ashley Esarey e Rongbin Han (eds.), review by Olivia Cheung (H-Net Reviews)

Cheung on Esarey and Han, 'The Xi Jinping Effect' [Review]

H-Net Reviews

Esarey, Ashley; Han, Rongbin, eds..  The Xi Jinping Effect

 University of Washington Press, 2024. 304 pp. $32.00 (paper), ISBN 9780295752815.

Reviewed by Olivia Cheung (King's College London)
Published on H-Diplo (March, 2025)
Commissioned by Seth Offenbach (Bronx Community College, The City University of New York)

Printable Version: https://www.h-net.org/reviews/showpdf.php?id=61434

Xi Jinping is known for his authoritarian rule, foreign policy ambitions, and confrontational stance toward the United States. Shortly after taking power in late 2012, Xi articulated the goal of achieving “the China Dream of national rejuvenation” by mid-century.[1] To reach this, he has focused on reinvigorating the Chinese Communist Party on the basis of centralizing powers in his hands. He has disregarded conventions, launching an unprecedentedly intense rectification-cum-anticorruption drive; elevating his “thought” as the state ideology; restructuring the party, military, and state; abolishing term limits in 2018; taking a third term in 2022; and ending the “hide and bide” foreign policy. Politically, Xi appears invisible, but does his power translate to effective governance? Even under former Chinese leader Mao Zedong’s totalitarian rule, resistance and subversion persisted. As a Chinese saying goes, “From the top comes policies; from the bottom, coping strategies.” To govern as effectively as he holds power, Xi must overcome not only resistance and inertia, but also deep-seated structural factors and international forces beyond his control.

To what extent does Xi impact China’s governance and policies? The Xi Jinping Effect, edited by Ashley Esarey and Rongbin Han, examines this question. The book is divided into four parts, with the first three addressing the Xi effect on domestic affairs—internal party governance and ideological rectification (part 1), socioeconomic inequality (part 2), and mass surveillance and control (part 3). Part 4 considers Xi’s impact on Taiwan and China’s relations with Southeast Asia. While these areas are significant, it is unclear why they were chosen over others. Notably, Xi has invested in technological supremacy, party control in business, securitization, military-civilian fusion, rebooting “One Country, Two Systems” in Hong Kong, befriending the Global South, competing with the United States, and changing the global governance system in a more Sino-centric fashion. Would focusing on these areas yield a different assessment of the Xi effect?

If I were to study the Xi effect, I would use X’s strategic intentions as the starting point and anchor. Based on an analysis of Xi’s speeches and writings, I would identify the areas he is most and least determined to change, his benchmarks of success, time frame, and the trade-offs he is willing to make.[2] Thereafter, I would sort Xi’s policies into categories depending on the strength or outcome of the Xi effect as Xi intended them to be. I would then select several cases from each category for analysis with a view of producing findings that will have a good degree of generalizability. Putting Xi’s preferences and worldview, or Xi Jinping Thought, front and center implies taking Xi’s agency fully into account in appraising the Xi effect. Assessing the Xi effect by checking whether Xi Thought was faithfully implemented should allow us to probe more deeply into the nature and limits of Xi’s strongman rule, this being the very phenomenon that motivates a study of the Xi effect in the first place.

The book concludes that the Xi effect is highly uneven. It is found to be the main reason behind the “total surveillance” of society (chapter 6), especially the Xinjiang Uyghurs (chapter 7). It has shown to be robust in anticorruption in the party-state (chapter 1). Its impact on ideological governance in the party (chapter 2) and society (chapter 3) is sweeping. Furthermore, it has risen above all factors in shaping China’s Taiwan policy (chapter 8). In these areas, Xi has overturned long-standing post-Mao policies. It is nothing short of a “counter-reformation” (chapter 2) of the post-Mao or Dengist reform, one that will most likely endure as long as Xi is in power. The authors of these chapters, except chapters 7 (on Xinjiang) and 8 (on Taiwan), observe that the changes ushered in by Xi are not entirely new. They either built on or adapt existing trends or took a page from earlier periods. Deng Kai, David Demes, and Chih-Jou Jay Chen (chapter 7) point out that Xi’s “total surveillance” system was made possible by the preceding Hu Jintao regime’s decision to build a national population database (p. 154). Andrew Wedeman traces the origin of Xi’s anticorruption campaign to Mao’s times (chapter 1). Timothy Cheek observes ideological governance under Xi had roots in the Qing dynasty (chapter 2). Gerda Wielander demonstrates that Xi’s reaffirmation of “faith” in the party, though overtly political, strikes a chord with popular thinking at the social grassroots (chapter 3). Prior to Xi, many human right dissidents in China publicly proclaimed the importance of keeping faith. Like Xi, they also saw faith as a “spiritual and motivational force” to help them move forward (p. 73). Whereas they claimed inspiration from Christianity (pp. 73-74) to confront the authorities, Xi, an atheist, urged people to submit to the party out of faith in its moral righteousness.

In contrast to the above chapters, Martin King Whyte (chapter 4) and Alexia T. Chan (chapter 5) conclude that the Xi effect is slight, if not negligible, in improving socioeconomic inequality. Both present ample evidence of persistent and increasing urban-rural inequality under Xi. Their findings juxtapose to Xi’s declaration, in 2020, that the antipoverty campaign he started in 2015 had delivered a “miracle.” Xi claimed that the campaign had lifted seventy million rural Chinese out of “absolute poverty.”[3] Yet, the everyday poverty documented in chapters 4 and 5 shows that the success of the antipoverty campaign was short-lived. Whyte attributes the lack of a Xi effect in reducing inequality not to Xi’s weakness but his reluctance to take “bold” steps to combat inequality (p. 117). Chan goes further. She finds that the persistence of second-class citizenship under Xi is intentional and “serves state goals” (p. 146). Both further observe that structural factors have come into play. For example, Chan finds that the problem of “unfunded mandates” has persisted under Xi (p. 139), whereby the central government announced goals to improve the people’s livelihood without supporting cash-strapped local governments to translate these goals into actual policies. I would add that the massive increase in local government debt under Xi is another important structural factor, this being one that is inadvertently contributed by his other policies, notably the crackdown on the property sector and shadow banking.[4]

The middle point between a strong Xi effect and a weak Xi effect is found in China’s relations with Southeast Asia. Brantly Womack (chapter 9) shows that the Belt and Road Initiative, Xi’s signature foreign policy program, has strengthened connectivity between China and Southeast Asia, and with that, their asymmetric power balance to the advantage of China (p. 229). Yet Womack stresses that Southeast Asia is not only “concerned” about Xi’s arrogance but also “the possible side effects of China’s confrontation with the United States”—a prominent feature of Xi’s foreign policy (p. 229). Womack concluded that Southeast Asia’s reluctance to take a side between the United States and China is a more decisive factor than Xi’s personality, diplomacy, or aggressive actions in shaping their approach to China.

Every chapter in this book is highly informative on the latest developments of China under Xi. However, not all of them addresses the Xi effect explicitly or systematically. In some chapters, there is a lack of a focused examination of the Xi effect. Policy changes under Xi are taken as evidence of a Xi effect at work, almost at face value. Other chapters, notably chapter 9, make efforts to isolate Xi’s agency from other factors contributing to the policy outcome observed under Xi. The lack of a shared theoretical framework to examine the Xi effect is not particularly conducive to understanding the Xi effect. This brings me back to my earlier suggestion of using Xi Thought as a yardstick to appraise the Xi effect, one that is, from what I can see, feasible to be adopted by all chapters.

As discussed earlier, the book concludes that the Xi effect is highly uneven across policy issues. It would have been helpful if the book had also addressed the implications of this observation more deeply, beyond pointing out the tension between agency and structure. At a start, perhaps the following questions could be addressed. Has Xi’s success in implementing a system of total surveillance in society, which greatly raises the cost of the public expression of dissatisfaction, inadvertently reduced his commitment to take bold steps to improve the quality of living for China’s workers? Has the persistence of income inequality in China weakened Xi’s ideological governance? What are the common variables behind the strong Xi effect in anticorruption, ideological governance, social control, and China’s Taiwan policy?

Finally, it would have been invaluable had the authors reflected on whether the conclusions drawn in their studies can be extrapolated and why. In the book where this is done, it is often insightful. For example, in chapter 3, Wielander links Xi’s ideological governance—namely his strategy to “tighten control of all faith-based activity and to position the Party itself as an object of faith”—to China’s emergence as a “fundamentalist power” that challenges the “international order built on commonly shared values” (p. 71). This is a fascinating insight that speaks of the role of domestic factors in how China sees its place in the world. It contributes a more textured understanding to the role of domestic factors in Chinese foreign policy, a welcome variation to the dominant accounts, which focus heavily on international structural factors. This is only one of many examples of the usefulness of this volume in unraveling the complexities of Xi’s China.

As Xi is nearing the middle of his third five-year term, we are increasingly witnessing a distinct Xi effect on China’s relations with the rest of the world. Xi’s personal rapport with Putin, head-of-state diplomacy with world leaders, and the three global initiatives he introduced as a better alternative to the liberal international order are some examples.[5] To bring the analysis of the Xi effect up to date, it would be helpful to examine closely Xi’s tianxia worldview and his role in foreign policymaking. This could be one of the directions which the research program of the Xi effect may develop.

Notes

[1]. Jinping Xi, Xi Jinping tan zhiguo lizheng [Xi Jinping: The Governance of China] (Beijing: Waiwen chubanshe, 2014), 35-36.

[2]. Steve Tsang and Olivia Cheung, The Political Thought of Xi Jinping (Oxford University Press, 2024).

[3]. Ibid., 102, 112-13.

[4]. Victor Shih and Jonathan Elkobi, Local Government Debt Dynamics in China: An Exploration Through the Lens of Local Government Debt and LGFV Debt, November 27, 2023, 21st Century China Center, UC San Diego School of Global Policy and Strategy, https://china.ucsd.edu/_files/2023-report_shih_local-government-debt-dynamics-in-china.pdf.

[5]. These are the Global Development Initiative (2021), Global Security Initiative (2022), and Global Civilization Initiative (2023).

Olivia Cheung is a lecturer in politics at the Department of European and International Studies, King’s College London. Her research specialization is the domestic politics and foreign policy of China. Her latest major publications are The Political Thought of Xi Jinping (Oxford University Press, 2024), coauthored with Steve Tsang, and Factional-Ideological Conflicts in Chinese Politics: To the Left or to the Right?(Amsterdam University Press, 2023).

Citation: Olivia Cheung. Review of Esarey, Ashley; Han, Rongbin, eds.. The Xi Jinping Effect. H-Diplo, H-Net Reviews. March, 2025.
URL: https://www.h-net.org/reviews/showrev.php?id=61434

sábado, 22 de março de 2025

Os Serviços Secretos do Itamaraty - Claudio Dantas Sequeira (Correio Braziliense, 2007)

Os Serviços Secretos do Itamaraty

Claudio Dantas Sequeira

Correio Braziliense, 2007

Uma das fontes para a redação de meu ensaio sobre o Itamaraty sob o AI-5, foi a série de artigos do jornalista Cláudio Dantas sobre os "serviços secretos" criados pelo embaixador Manoel Pio Correa para intimidar os diplomatas mais à esquerda, digamos assim. Meu ensaio está disponível como  segue:

1847. “Do alinhamento recalcitrante à colaboração relutante: o Itamaraty em tempos de AI-5”, Brasília, 31 dezembro 2007, 32 p. Ensaio histórico sobre os efeitos institucionais e o impacto do AI-5 na política externa. Publicado em Oswaldo Munteal Filho, Adriano de Freixo e Jacqueline Ventapane Freitas (orgs.), "Tempo Negro, temperatura sufocante": Estado e Sociedade no Brasil do AI-5 (Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio, Contraponto, 2008; 396 p. ISBN 978-85-7866-002-4; p. 65-89). Disponível em Academia.edu (link: https://www.academia.edu/44479134/Do_alinhamento_recalcitrante_a_colaboracao_relutante_o_Itamaraty_em_tempos_de_AI_5_2008_) 


O artigo de Claudio Dantas, por sua vez, está disponível como segue: 


Os Serviços Secretos do Itamaraty

 Claudio Dantas Sequeira, Correio Brasiliense (2007)

By Claudio Dantas Sequeira


Os Serviços Secretos do Itamaraty – Claudio Dantas Sequeira, Correio Brasiliense (2007) Série de artigos de Claudio Dantas Sequeira, então jornalista do Correio Braziliense, publicados nos dias 22 a 26 de julho de 2007, reportagem “sobre os serviços secretos do Itamaraty”, depois contemplada com o Prêmio Esso de Jornalismo, pelo conjunto das matérias, com base nos arquivos do CIEX, o Centro de Informações do Exterior, do Ministério das Relações Exteriores. Série publicada por Paulo Roberto de Almeida no blog Diplomatizzando Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Tristes tempos aqueles, nos quais diplomatas era levados a colaborar com um regime de exceção.


https://www.academia.edu/104861759/Os_Servi%C3%A7os_Secretos_do_Itamaraty_Claudio_Dantas_Sequeira_Correio_Brasiliense_2007_?email_work_card=view-paper 

A mesma matéria foi ivulgada em meu blog:

quarta-feira, 25 de julho de 2007 

757) O Itamaraty colaborando com a ditadura... https://diplomatizzando.blogspot.com/2007/07/757-o-itamaraty-colaborando-com.html


Os sedentos e os abastecidos em água - Virtual Capitalist

 Os sedentos e os abastecidos em água

Virtual Capitalist

O mundo tem quase 43 trilhões de m3 de água divididos entre seus quase 200 países. O Brasil vem em primeiro lugar, com mais de 13% desses recursos preciosos, concentrado nos aquíferos, sobretrudo na Amazônia, presumivelmente.
Depois vem a Rússia, com 10% do recursos hídricosmm um imenso território com pouca gente, mas grande desperdício. Em seguida é o Canadá, com 6,7%, território muito vasto, para número ainda mais reduzido de gente. Imediatamente após, vem o vizinho imperialista, com 6,6% dos recursos, e muita gente.
Em muito pior situação está a Índia, o país mais habitado do planeta, gente demais para pouca água, só 3,4% dos recursos globais, bem atrás do segundo país mais habitado, mas que dispõe de 6,6%, igual aos EUA.
Depois dos EUA e antes da Índia ainda tem Colômbia, Indonésia e Peru.
https://www.voronoiapp.com/natural-resources/Countries-With-the-Most-Freshwater-Resources--4359

OS DOZE MAIORES FILMES BRASILEIROS DE TODOS OS TEMPOS - Arnaldo Barbosa Brandão (ABB)

OS DOZE MAIORES FILMES BRASILEIROS DE TODOS OS TEMPOS

Do a.b.b.

Sei que muita gente evita os filmes brasileiros, mas nós já fomos bons nesta arte, que sem dúvida é a “arte” do século, a tv tá mostrando isso. 

1.NO PAIZ DAS AMAZONAS. Filme de 1921 feito por um tal Silvino Santos(nada a ver com Silvio Santos). Lançado pela primeira vez no Cine Pathé em Paris. Depois no Rio de Janeiro em 1923. Sucesso estrondoso. Tenho visto trechos dos filmes do Silvino a partir do documentário de um cineasta chamado Aurelio Michiles. O documentário é de 1997 e costuma passar no Canal 53. A história do Silvino Santos é destas que só acontecem no Brasil. Um cara faz um filme sobre a Amazônia no início do século XX, filmando em áreas remotas da Região, financiado por um Comendador da Borracha, e ninguém fica sabendo, até que aparece o Aurelio Michiles e conta tudo através de um documentário. Pra se ter ideia da coisa, o tal Silvino Santos era um cara pobre que foi trabalhar em Belém, aproveitando ainda o período áureo da borracha, então ele casa. Vocês sabem como é. O cara só tem três chances de ficar rico na vida: quando nasce, quando casa, ou ganhando no jogo do bicho. 

2. LIMITE. Do Mário Peixoto. Tem gente que pensa que o Brasil sempre foi esta pasmaceira que vivemos agora, com um bando de ignorantes mandando no País. Antes do cinema novo, antes do neorrealismo italiano, antes de Orson Welles, antes de tudo, mas depois do expressionismo alemão, nós estávamos lá na frente. Muitos pensam que foi Hollywood quem inventou o cinema nos termos que se conhece hoje. Não foi. Foram os alemães que, tirante os gregos, inventaram quase tudo (comecem pelos filósofos, depois os físicos, depois a música).  Depois dos alemães somos nós com “LIMITE”, depois sim é que apareceu Hollywood, quando os alemães (Fritz Lang, entre outros) fugiram do Hitler e criaram o grande cinema americano(muita gente vai gostar de saber disso, pena que não foi bem assim). Os gringos ofereciam tudo (casa, carros e salários) para que os caras ficassem, assim como fizeram durante e depois da 2ª Guerra. Queriam os talentos, enquanto nós que tínhamos o talento e a demanda, não conseguimos criar uma empresa (organização) para desenvolver o cinema. Houve tentativas como a Atlântida, mas não foram pra frente. Por quê? Boa pergunta. Pois bem, vamos a um dos grandes talentos. O cara morava no Rio, era muito rico e decide fazer um filme para mostrar que o tempo é uma coisa ilusória. Será? Era jovem, culto, rico, e terrivelmente talentoso. Então pôs as mãos-a-obra. O filme é de 1930 quando o Brasil vivia uma de suas costumeiras revoluções que nunca dão em nada, mas ele não falou em política, vivia num mundo a parte, muito mais interessante, o mundo da arte. Quem vê-lo verá o expressionismo alemão nos seus grandes momentos, verá Antonioni no original, antes dele ter feito àqueles lindos filmes com a Monica Vitti.O cara (Mário Peixoto) é uma lenda como Glauber, mas muito diferente do Glauber, era introspectivo, quieto, delicado. Juntou alguns atores amadores, tinha grana pra bancar, então resolveu fazer uma obra de arte sem interferência de ninguém. O filme foi mostrado para ninguém menos que o Eisenstein em Londres, e ele adorou, embora eu não goste muito do Eisenstein.   

3. O CHEIRO DO RALO. Selton Melo se apaixona por uma bunda, não preciso dizer mais nada. Filme interessante sobre um objeto interessante. Não devemos nos esquecer que Drummond tem um poema muito bom sobre ela (a bunda).

4. DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL. 1964 ou 65, não sei, só sei que foi durante o regime militar, nosso período mais produtivo nas artes, talvez porque tivéssemos um inimigo. Glauber Rocha exagerava. Então fez logo três filmes que colocaram o cinema brasileiro entre os maiores do mundo. Pois é, já tivemos um dos melhores cinemas do mundo, quem diria. Os outros dois são BARRAVENTO e TERRA EM TRANSE. Para completar o estrago fez ainda o documentário “MARANHÃO 66” encomendado pelo Sarney(onde ele sacaneia o Sarney, foi o único que conseguiu), depois fez o “Di”, documentário sobre o enterro do pintor (proibido pela família). Imagine o que Glauber andou fazendo depois com a câmera na mão e muita merda na cabeça. Nem vou falar dos livros do Glauber, uma porralouquice total.

5. VIDAS SECAS. Nelson Pereira dos Santos faz seu grande filme em que a atriz principal era a cachorra Baleia. Prefiro “Cinco Vezes Favela”. Agora o grande Nelson está no céu, devia fazer um filme sobre aquilo lá, não, melhor deixar para o Glauber.

6. OS CANGACEIROS. Lima Barreto(cineasta) faz um faroeste brasileiro. Aparecem até uns desfiladeiros no meio da Caatinga.

7. O TEMPO E O VENTO 1985. Série de televisão dirigida pelo Paulo José em 1985 com base na saga do Érico Veríssimo, um dos maiores escritores brasileiros. Música do Tom Jobim, mas há também outras canções gauchescas, só faltou Teixeirinha. Uma das melhores coisas feita pela TV brasileira. Pra quem vive metendo o pau na TV Globo por razões ideológicas, esquecendo-se de ela produziu belas coisas. Tarcisio Meira fez seu grande papel como um capitão Rodrigo inesquecível.

8. SÃO BERNARDO. 1971. Leon Hirzman faz um dos dez maiores filmes brasileiros com base na grande obra de Graciliano Ramos. Tem gente que prefere “Vidas Secas”, mas eu prefiro São Bernardo, nada apelativo e mais profundo e sem maiores influências do neorrealismo, captando o espírito do livro. Grande livro.

9. ESTÔMAGO. Filme interessante que mostra o poder da comida e de quem sabe fazê-la. Muito humor, muita influência do neorrealismo italiano. Muito tudo.

10. O PAGADOR DE PROMESSAS. Anselmo Duarte ganha a Palma de ouro em Cannes com filme baseado na obra do grande teatrólogo Dias Gomes, hoje esquecido.

11. O FORNO. Humberto Mauro. Documentário do grande mestre de Cataguazes. Não sei se vão achar. Vi no cinema, quando eles ainda existiam, só em Copacabana havia uns dez. Na Tijuca havia uns seis. No Centro nem se fala. 

12. BUROCRACIA. 1968. Filme do Miguelzinho Freire com o a.b.b. como ator principal e roteirista. A história do cara que passa meses tirando atestados pra se internar e fazer uma cirurgia, mas morre antes. Filme bem atual. Passa todos os dias nos hospitais de Brasília. 

 OBS. Agora tem esse ai que ganhou o OSCAR com a Fernanda Torres que ainda não pude ver (não aguento ficar sentado tanto tempo, tenho que me mexer) depois de ver todos os filmes do mundo que passavam nos cinemas da Cinelândia (franceses, italianos, ingleses ,poloneses, russos, tchecos, etc.)


Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...