Impressionantes reformas no aeroporto de Miami, desde que aqui estive pela última vez (em 2004 ou 2005, não me lembro): tudo muito amplo e limpo, bem decorado, tinindo de limpo e com muitas atrações para compra.
Tarefas da noite de 26: aluguel de carro, comunicação com Brasília, jornais e revistas locais, informação, etc.
Tarefas desta sexta-feira 27: visita a alguns pontos de Miami, depois estrada para Winter Park, uma cidade de férias, perto de Orlando, onde há um museu famoso pelos sua coleção de Tiffany e decoração belle époque.
No intervalo, respondi aos questionamentos de um jornalista russo sobre a nova política externa dos EUA para a Rússia. Depois vou reelaborar e postar aqui.
Miami International Airport Hotel, 9h46, 27.03.2009
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
sexta-feira, 27 de março de 2009
quinta-feira, 26 de março de 2009
1042) Turismo acadêmico (1): a caminho dos EUA
Embarquei nesta quinta-feira, 26 de março de 2009, para os EUA, via Manaus e Miami, a partir de Brasilia, um voo tranquilo, que sai na hora do almoco e chega na hora da janta, sem aquelas canseiras habituais de voos transoceanicos.
Depois, um descanso no hotel do aeroporto de Miami, um carro de aluguel, no qual, eu e Carmen Licia, vamos percorrer alguns estados da costa leste, antes de chegar a Urbana, Illinois, onde passarei um mês, pesquisando, lendo e dando algumas palestras em nível de pós-graduação.
Meio turismo, meio estudo, uma viagem de lazer e de pesquisa, com poucas surpresas e algumas curiosidades.
Manterei este blog informado de minhas andanças, leituras, palestras e descobertas.
Aeroporto de Manaus, 12h25, 26.03.2009
Depois, um descanso no hotel do aeroporto de Miami, um carro de aluguel, no qual, eu e Carmen Licia, vamos percorrer alguns estados da costa leste, antes de chegar a Urbana, Illinois, onde passarei um mês, pesquisando, lendo e dando algumas palestras em nível de pós-graduação.
Meio turismo, meio estudo, uma viagem de lazer e de pesquisa, com poucas surpresas e algumas curiosidades.
Manterei este blog informado de minhas andanças, leituras, palestras e descobertas.
Aeroporto de Manaus, 12h25, 26.03.2009
1041) Falacias academicas: alguma sugestao a mais?
Como sabem todos aqueles que acompanham este blog, ou meu site (onde são disponibilizados, com algum atraso, diversos trabalhos publicados em veículos eletrônicos disponíveis e abertos à minha pluma crítica), venho elaborado uma série de ensaios críticos sobre o que me parecem ser as falácias acadêmicas mais evidentes, a partir de um exame do discurso universitário ou da literatura existente sobre diferentes temas de interesse social, político ou econômico.
Fiz algumas, e outras estão previstas, mas aceito sugestões para inclusão em minha lista. Desafios são sempre bem recebidos...
Falácias acadêmicas: a série
(ensaios publicados e sugestões futuras)
Paulo Roberto de Almeida
Lista dos ensaios já elaborados e publicados:
1) Falácias acadêmicas, 1: o mito do neoliberalismo
Brasília, 26 julho 2008, 9 p. Considerações em torno de equívocos conceituais, históricos e empíricos de acadêmico selecionado para avaliação crítica. Espaço Acadêmico (n. 87, agosto 2008); 1912.
2) Falácias acadêmicas, 2: o mito do Consenso de Washington
Brasília, 3 setembro 2008, 16 p. Considerações em torno dos equívocos conceituais, históricos e empíricos de setores acadêmicos com respeito ao CW. Espaço Acadêmico (n. 88, setembro 2008); 1922.
3) Falácias acadêmicas, 3: o mito do marco teórico
Buenos Aires-Brasília, 30 setembro 2008, 6 p. Da série programada, com algumas criticas a filósofos famosos. Espaço Acadêmico (n. 89, outubro 2008); 1931.
4) Falácias acadêmicas, 4: o mito do Estado corretor dos desequilíbrios de Mercado
Brasília, 15 novembro 2008, 12 p. Da série programada, com críticas a economistas keynesianos. Espaço Acadêmico (n. 91, dezembro 2008); 1952.
5) Falácias acadêmicas, 5: o mito do complô dos países ricos contra o desenvolvimento dos países pobres
Brasília, 21 janeiro 2009, 11 p. Continuação da série, tratando desta vez das teses do economista Ha-Joon Chang. Espaço Acadêmico (n. 93, fevereiro 2009); 1976
6) Falácias acadêmicas, 6: o mito da Revolução Cubana
Brasília, 1 de março de 2009, 17 p. Continuidade do exercício, tocando nos problemas do socialismo em Cuba. Espaço Acadêmico (n. 94, março 2009). 1986.
7) Falácias acadêmicas, 7: os mitos em torno do golpe de 1964 (em publicação)
Fiz algumas, e outras estão previstas, mas aceito sugestões para inclusão em minha lista. Desafios são sempre bem recebidos...
Falácias acadêmicas: a série
(ensaios publicados e sugestões futuras)
Paulo Roberto de Almeida
Lista dos ensaios já elaborados e publicados:
1) Falácias acadêmicas, 1: o mito do neoliberalismo
Brasília, 26 julho 2008, 9 p. Considerações em torno de equívocos conceituais, históricos e empíricos de acadêmico selecionado para avaliação crítica. Espaço Acadêmico (n. 87, agosto 2008); 1912.
2) Falácias acadêmicas, 2: o mito do Consenso de Washington
Brasília, 3 setembro 2008, 16 p. Considerações em torno dos equívocos conceituais, históricos e empíricos de setores acadêmicos com respeito ao CW. Espaço Acadêmico (n. 88, setembro 2008); 1922.
3) Falácias acadêmicas, 3: o mito do marco teórico
Buenos Aires-Brasília, 30 setembro 2008, 6 p. Da série programada, com algumas criticas a filósofos famosos. Espaço Acadêmico (n. 89, outubro 2008); 1931.
4) Falácias acadêmicas, 4: o mito do Estado corretor dos desequilíbrios de Mercado
Brasília, 15 novembro 2008, 12 p. Da série programada, com críticas a economistas keynesianos. Espaço Acadêmico (n. 91, dezembro 2008); 1952.
5) Falácias acadêmicas, 5: o mito do complô dos países ricos contra o desenvolvimento dos países pobres
Brasília, 21 janeiro 2009, 11 p. Continuação da série, tratando desta vez das teses do economista Ha-Joon Chang. Espaço Acadêmico (n. 93, fevereiro 2009); 1976
6) Falácias acadêmicas, 6: o mito da Revolução Cubana
Brasília, 1 de março de 2009, 17 p. Continuidade do exercício, tocando nos problemas do socialismo em Cuba. Espaço Acadêmico (n. 94, março 2009). 1986.
7) Falácias acadêmicas, 7: os mitos em torno do golpe de 1964 (em publicação)
quarta-feira, 25 de março de 2009
1040) Formatura de alunos de Relações Internacionais
Não é a primeira vez que sou convidado para ser patrono de uma turma de bachareis em relações internacionais, também chamados internacionalistas.
Nesta quarta-feira, 25 de março de 2009, foram os formando do 2o. semestre de 2008 da Universidade Católica de Brasília.
Abaixo, o texto guia que serviu para minha preleção nessa ocasião.
Elogio da Persistência
Paulo Roberto de Almeida
Alocução de patrono da turma de Relações internacionais
(2º semestre de 2008) da Universidade Católica de Brasília
(25/03/2008, 20h, Auditório da UCB)
Diretora do Curso de RI: Profa. Tânia Maria Pechir Gomes Manzur
Paraninfo: Prof. Rodrigo Pires Campos
Padrinho: José Romero Pereira Júnior
Profs. Homenageados: Egidio Lessinger, Flavio Cardoso, Francisco Wollman
Funcionária homenageada: Valesca Gomes de Souza Matos
Oradora, Juramentista e Homenageadoras dos pais e dos mestres, além dos membros da Comissão de Formatura,
Meus caros novos internacionalistas, desta vez com um canudo acompanhando a designação, o que lhes dá plena legitimidade para ostentar orgulhosamente o título conquistado.
Estas minhas palavras foram colocadas sob o signo da persistência, tanto minha, ao insistir em complementar meu trabalho profissional com algumas horas noturnas dedicadas ao trabalho de pesquisa e redação de ensaios em temas internacionais, como, sobretudo, de vocês, ao insistirem num curso que correspondia às mais nobres aspirações de cada um. De fato, meu texto leva por título “Elogio da Persistência” e vocês tiveram, justamente, a persistência requerida para conquistar um título formal.
Num mundo em constante mutação, tão incerto e cambiante, agora agitado por crises financeiras, logo transformada em crise econômica de grande magnitude, cujas duração, intensidade e abrangência não estão ainda indefinidas, podendo inclusive levar a uma depressão cujo último grande exemplo remonta oitenta anos atrás, devemos saudar a persistência de um punhado de jovens, agora não mais que duas dezenas, que iniciaram, continuaram e, finalmente, concluíram o curso que constituiu a escolha original de vocês.
Meu primeiro elogio, portanto, vai para vocês mesmos, que persistiram no empreendimento, mesmo sentindo crescer, a cada momento, as incertezas e indefinições quanto ao vosso futuro profissional. Vocês são vencedores, na plena acepção do termo. Meus sinceros parabéns, portanto, e isto vai dito de todo o coração.
Meu segundo elogio vai para todos aqueles que contribuíram para o final exitoso da jornada que vocês empreenderam alguns anos atrás: os pais certamente, num sentido amplo, o que inclui toda a família, sem esquecer cachorro, gato e passarinho, este hoje mais raro, num mundo politicamente correto e cada vez mais controlador de velhos hábitos politicamente incorretos. Não importa: todos aqueles que cercam vocês, nas lides da semana e nos fins de semana, incluindo namorados, namoradas, companheiros, ficantes e outras companhias ocasionais, contribuíram, cada qual ao seu modo, para o final feliz de uma longa caminhada que parecia interminável no meio do caminho. A todos eles, vocês oferecem sorrisos no dia de hoje, e recebem em troca beijos, abraços, apertos de mão e outros gestos carinhosos de cumprimentos. Todos eles foram importantes e vocês sabem disso.
Um terceiro e grande elogio deve ser dirigido aos que mais diretamente foram responsáveis pela formação de vocês, num sentido amplo: os professores certamente, como todo o respeito que eles merecem, mas também os funcionários, as bibliotecárias, os empregados da lanchonete, o guarda do estacionamento (se houver), a rede de internet da Faculdade (nem sempre tão rápida quanto desejável), o Google, a Wikipédia, e com esses programas tudo aquilo que ajudou a confeccionar os trabalhos acadêmicos, o copiar e colar e todos aqueles expedientes utilizados para convencer os professores que vocês de fato fizeram uma pesquisa original e altamente inovadora...
Alguns ainda ficam me devendo copyright, os meus direitos de autor (com royalties a 5%), pois eu sei que se vocês me convidaram para estar aqui esta noite, foi porque se utilizaram eventualmente de alguns dos meus textos, voluntariamente disponíveis na internet, com a intenção, justamente, de servir ao enriquecimento intelectual de jovens como vocês, interessados na cultura e no saber, e que vêm se abastecer no meu site, como se faz regularmente com um carro no posto de combustível...
Mas acredito que não foi por remorso que vocês me convidaram, e sim por sincera admiração, como descubro por vezes pela correspondência eletrônica de algum aluno mais ousado, ou talvez interessado em alguma ajuda extra para um trabalho. Eu sei, mesmo sem controlar ou contar os acessos ao meu site, que meus textos, penosamente trabalhados nessas noites de horas extras na pesquisa e na redação, são utilizados para finalidades nobres na atividade acadêmica. Mas eles estão ali para isso mesmo. Só me desculpo por não colocar um número ainda maior deles em acesso total, mas é para não fazer concorrência desleal aos meus editores, que poderiam não achar graça em gastar com papel e tinta e depois descobrir todos eles sob a forma de bits and bytes livremente disponíveis no meu site. A isto se dá o nome de propriedade intelectual, embora vários deles, talvez a maior parte, não me pertençam, pois as idéias neles desenvolvidas também foram coletadas em minhas leituras noite adentro. Na verdade, eu também fico devendo copyright a muitos outros estudiosos nesta área de estudos cada vez mais ampla e diversificada.
Devemos, portanto, também fazer um elogio a todos esses autores distantes, muitos deles estrangeiros, mas que frequentaram nossas leituras e que passaram por nossas teclas de control-c e control-v, provando que tudo na vida se aproveita, tudo se transforma e renasce sob novas formas... Esses sites de revistas e jornais com temas internacionais fazem hoje parte do cenário acadêmico, tanto quanto os professores e os livros impressos, e o meu trabalho representa apenas uma gota d’água nesse oceano de conhecimento.
Obviamente, eu fico particularmente feliz pelo fato de vocês terem se lembrado deste professor indireto e virtual, e de terem arriscado a idéia de convidá-lo para partilhar um pouco da alegria de vocês nesta noite. Para mim isso é especialmente gratificante, pois que sou normalmente tímido e reservado, preferindo ficar no meu canto com os livros e a internet, a circular muito pelos centros de ensino. A rigor, eu nem deveria dedicar-me a atividades acadêmicas, posto que esta não é minha atividade principal ou meu ganha-pão tradicional, a não ser pelo lado da pesquisa e da elaboração de textos, eventualmente publicados.
Mas se eu me dedico também um pouco ao ensino e à orientação, é porque a docência e a direção de trabalhos acadêmicos representam um complemento indispensável aos esforços de leitura, de síntese e de redação de novos textos nessas áreas de minha predileção. Sem a necessidade de apresentar problemas complexos de forma inteligível aos mais jovens, sem a obrigação de resumir o que aprendemos nos livros para mentes curiosas, sem as cobranças surpreendentes e as indagações provocadoras dos alunos, muito do conhecimento adquirido ficaria enterrado entre dois neurônios do meu cérebro, sem aproveitamento útil em escala mais ampla. Pessoalmente, sem a necessidade estrita de dar aulas, eu o faço por prazer intelectual e até por motivo de interação social, sem o que eu permaneceria enterrado nos livros como aqueles eremitas de caverna, com longas barbas e cabelos brancos...
Por esses e outros motivos, sou eu quem deve agradecer a vocês esta homenagem e esta oportunidade de conhecer, diretamente, alguns de meus leitores secretos. Não vou cobrar copyright de ninguém, apenas dizer que fico especialmente feliz de saber que meu esforço solitário possa ter servido a alguma finalidade útil, ainda que fosse para terminar rapidamente um trabalho de última hora. Não tenho muito a acrescentar em termos de lições de vida ou de recomendações de carreira: algumas de minhas preleções nesse sentido já são conhecidas de vocês nesses mergulhos no meu site algo caótico, em busca de alguma coisa mais utilitária.
As principais lições vocês certamente já aprenderam: a honestidade intelectual no esforço de pesquisa e elaboração de trabalhos; o esforço próprio engajado na busca de conhecimentos originais e na exposição bem fundamentada dos argumentos e pontos de vista que vocês defenderam ao longo da jornada acadêmica; a solidariedade e a amizade com os colegas de estudo; o respeito pelos mestres; o carinho agora devolvido aos pais, que se esforçaram muito para que vocês chegassem até aqui (inclusive no que se refere à conta poupança); o reconhecimento aos técnicos da Google, da Microsoft ou da Apple, que facilitaram tanto essa coisa de copiar e colar; enfim, a consciência moral que vocês têm o direito de exibir, posto que vocês certamente mereceram o título que agora levam para casa, e que é o início de uma nova jornada de trabalho e de estudos, já que o ciclo de atividades nunca cessa em sua dinâmica ascensional.
Como vocês, eu também sou persistente, e essa é, provavelmente, uma das principais virtudes que devemos cultivar, incessantemente, sem querer ser redundante. Persistência na busca de nossos objetivos maiores, na realização dos nossos sonhos, na correção dos aspectos mais deletérios da vida política e social do Brasil na atualidade, posto que esta é a nossa sociedade, e, por pior que ela pareça hoje, por mais desalento que possamos ter em face de tantas patifarias cotidianas, de tantos crimes impunes e de tantas quebras de decoro justamente naqueles escalões mais altos, devemos ser persistentes em tentar transformar o País em algo melhor do que isso que existe atualmente, e tentar legar a nossos filhos e netos um Brasil mais justo, menos corrupto, economicamente mais avançado, mais globalizado, mais internacional, enfim, mais parecido, justamente, com o que admiramos em outros povos e nações, aqueles que possuem um índice de felicidade bruta mais elevado do que o nosso.
Foi para isso, finalmente, que vocês estudaram. Não apenas para atingir objetivos individuais de lucro e riqueza, pois que para isso existem os cursos de administração, de direito, de engenharia. O internacionalista é, antes de tudo, um idealista, mesmo quando ele adere à escola realista de relações internacionais: todos nós queremos um mundo mais justo e solidário, todos nós desejamos contribuir com nosso grão de conhecimento e de esforço individual para transformá-lo numa plataforma de sonhos, num porto mais seguro, numa morada mais próspera e pacífica do que o cenário algo caótico que ainda existe atualmente.
Vocês já sabem o que devem ou deveriam fazer, ainda que não saibam, exatamente, o que vão fazer da vida, ou como vão ganhar dinheiro, ou com quais instrumentos e ferramentas vão transformar o mundo. O quê fazer, salvar o mundo, vocês provavelmente já sabem, em grande medida, pelo menos, ainda que possam discutir como fazer isso. Em todo caso, eu fico muito feliz de saber que mais uma tribo de internacionalistas vai ser solta no mundo: alguns serão futuros colegas na diplomacia ou na academia; outros serão batalhadores em empresas privados; ou então concurseiros bem sucedidos, se tornarão servidores estáveis em agências públicas. Em qualquer hipótese, vocês são pessoas dignas do título que passam a ostentar desde hoje e certamente merecedoras das homenagens que seus familiares e amigos vão lhes prestar nestes dias.
Enfim, sejam felizes na vida pessoal e profissional, amem o trabalho de vocês, sejam amados pelos que os cercam e por todos aqueles que partilharão um pouco ou muito de suas vidas, façam do Brasil e do mundo lugares melhores do que eles são hoje, pois este é todo o sentido, não apenas da profissão de vocês, mas de nossas vidas como cidadãos do País e do mundo. Sobretudo, persistam no caminho iniciado alguns anos atrás, para poderem dizer aos amigos e filhos: eu lutei, mantive a fé, persisti nos meus ideais e aqui estou, feliz e realizado.
Muita felicidade e muito obrigado pela oportunidade que me foi dada. Vamos dar um grande viva pela persistência de vocês e os parabéns a todas e a todos...
Brasília, 22 de março de 2009
Nesta quarta-feira, 25 de março de 2009, foram os formando do 2o. semestre de 2008 da Universidade Católica de Brasília.
Abaixo, o texto guia que serviu para minha preleção nessa ocasião.
Elogio da Persistência
Paulo Roberto de Almeida
Alocução de patrono da turma de Relações internacionais
(2º semestre de 2008) da Universidade Católica de Brasília
(25/03/2008, 20h, Auditório da UCB)
Diretora do Curso de RI: Profa. Tânia Maria Pechir Gomes Manzur
Paraninfo: Prof. Rodrigo Pires Campos
Padrinho: José Romero Pereira Júnior
Profs. Homenageados: Egidio Lessinger, Flavio Cardoso, Francisco Wollman
Funcionária homenageada: Valesca Gomes de Souza Matos
Oradora, Juramentista e Homenageadoras dos pais e dos mestres, além dos membros da Comissão de Formatura,
Meus caros novos internacionalistas, desta vez com um canudo acompanhando a designação, o que lhes dá plena legitimidade para ostentar orgulhosamente o título conquistado.
Estas minhas palavras foram colocadas sob o signo da persistência, tanto minha, ao insistir em complementar meu trabalho profissional com algumas horas noturnas dedicadas ao trabalho de pesquisa e redação de ensaios em temas internacionais, como, sobretudo, de vocês, ao insistirem num curso que correspondia às mais nobres aspirações de cada um. De fato, meu texto leva por título “Elogio da Persistência” e vocês tiveram, justamente, a persistência requerida para conquistar um título formal.
Num mundo em constante mutação, tão incerto e cambiante, agora agitado por crises financeiras, logo transformada em crise econômica de grande magnitude, cujas duração, intensidade e abrangência não estão ainda indefinidas, podendo inclusive levar a uma depressão cujo último grande exemplo remonta oitenta anos atrás, devemos saudar a persistência de um punhado de jovens, agora não mais que duas dezenas, que iniciaram, continuaram e, finalmente, concluíram o curso que constituiu a escolha original de vocês.
Meu primeiro elogio, portanto, vai para vocês mesmos, que persistiram no empreendimento, mesmo sentindo crescer, a cada momento, as incertezas e indefinições quanto ao vosso futuro profissional. Vocês são vencedores, na plena acepção do termo. Meus sinceros parabéns, portanto, e isto vai dito de todo o coração.
Meu segundo elogio vai para todos aqueles que contribuíram para o final exitoso da jornada que vocês empreenderam alguns anos atrás: os pais certamente, num sentido amplo, o que inclui toda a família, sem esquecer cachorro, gato e passarinho, este hoje mais raro, num mundo politicamente correto e cada vez mais controlador de velhos hábitos politicamente incorretos. Não importa: todos aqueles que cercam vocês, nas lides da semana e nos fins de semana, incluindo namorados, namoradas, companheiros, ficantes e outras companhias ocasionais, contribuíram, cada qual ao seu modo, para o final feliz de uma longa caminhada que parecia interminável no meio do caminho. A todos eles, vocês oferecem sorrisos no dia de hoje, e recebem em troca beijos, abraços, apertos de mão e outros gestos carinhosos de cumprimentos. Todos eles foram importantes e vocês sabem disso.
Um terceiro e grande elogio deve ser dirigido aos que mais diretamente foram responsáveis pela formação de vocês, num sentido amplo: os professores certamente, como todo o respeito que eles merecem, mas também os funcionários, as bibliotecárias, os empregados da lanchonete, o guarda do estacionamento (se houver), a rede de internet da Faculdade (nem sempre tão rápida quanto desejável), o Google, a Wikipédia, e com esses programas tudo aquilo que ajudou a confeccionar os trabalhos acadêmicos, o copiar e colar e todos aqueles expedientes utilizados para convencer os professores que vocês de fato fizeram uma pesquisa original e altamente inovadora...
Alguns ainda ficam me devendo copyright, os meus direitos de autor (com royalties a 5%), pois eu sei que se vocês me convidaram para estar aqui esta noite, foi porque se utilizaram eventualmente de alguns dos meus textos, voluntariamente disponíveis na internet, com a intenção, justamente, de servir ao enriquecimento intelectual de jovens como vocês, interessados na cultura e no saber, e que vêm se abastecer no meu site, como se faz regularmente com um carro no posto de combustível...
Mas acredito que não foi por remorso que vocês me convidaram, e sim por sincera admiração, como descubro por vezes pela correspondência eletrônica de algum aluno mais ousado, ou talvez interessado em alguma ajuda extra para um trabalho. Eu sei, mesmo sem controlar ou contar os acessos ao meu site, que meus textos, penosamente trabalhados nessas noites de horas extras na pesquisa e na redação, são utilizados para finalidades nobres na atividade acadêmica. Mas eles estão ali para isso mesmo. Só me desculpo por não colocar um número ainda maior deles em acesso total, mas é para não fazer concorrência desleal aos meus editores, que poderiam não achar graça em gastar com papel e tinta e depois descobrir todos eles sob a forma de bits and bytes livremente disponíveis no meu site. A isto se dá o nome de propriedade intelectual, embora vários deles, talvez a maior parte, não me pertençam, pois as idéias neles desenvolvidas também foram coletadas em minhas leituras noite adentro. Na verdade, eu também fico devendo copyright a muitos outros estudiosos nesta área de estudos cada vez mais ampla e diversificada.
Devemos, portanto, também fazer um elogio a todos esses autores distantes, muitos deles estrangeiros, mas que frequentaram nossas leituras e que passaram por nossas teclas de control-c e control-v, provando que tudo na vida se aproveita, tudo se transforma e renasce sob novas formas... Esses sites de revistas e jornais com temas internacionais fazem hoje parte do cenário acadêmico, tanto quanto os professores e os livros impressos, e o meu trabalho representa apenas uma gota d’água nesse oceano de conhecimento.
Obviamente, eu fico particularmente feliz pelo fato de vocês terem se lembrado deste professor indireto e virtual, e de terem arriscado a idéia de convidá-lo para partilhar um pouco da alegria de vocês nesta noite. Para mim isso é especialmente gratificante, pois que sou normalmente tímido e reservado, preferindo ficar no meu canto com os livros e a internet, a circular muito pelos centros de ensino. A rigor, eu nem deveria dedicar-me a atividades acadêmicas, posto que esta não é minha atividade principal ou meu ganha-pão tradicional, a não ser pelo lado da pesquisa e da elaboração de textos, eventualmente publicados.
Mas se eu me dedico também um pouco ao ensino e à orientação, é porque a docência e a direção de trabalhos acadêmicos representam um complemento indispensável aos esforços de leitura, de síntese e de redação de novos textos nessas áreas de minha predileção. Sem a necessidade de apresentar problemas complexos de forma inteligível aos mais jovens, sem a obrigação de resumir o que aprendemos nos livros para mentes curiosas, sem as cobranças surpreendentes e as indagações provocadoras dos alunos, muito do conhecimento adquirido ficaria enterrado entre dois neurônios do meu cérebro, sem aproveitamento útil em escala mais ampla. Pessoalmente, sem a necessidade estrita de dar aulas, eu o faço por prazer intelectual e até por motivo de interação social, sem o que eu permaneceria enterrado nos livros como aqueles eremitas de caverna, com longas barbas e cabelos brancos...
Por esses e outros motivos, sou eu quem deve agradecer a vocês esta homenagem e esta oportunidade de conhecer, diretamente, alguns de meus leitores secretos. Não vou cobrar copyright de ninguém, apenas dizer que fico especialmente feliz de saber que meu esforço solitário possa ter servido a alguma finalidade útil, ainda que fosse para terminar rapidamente um trabalho de última hora. Não tenho muito a acrescentar em termos de lições de vida ou de recomendações de carreira: algumas de minhas preleções nesse sentido já são conhecidas de vocês nesses mergulhos no meu site algo caótico, em busca de alguma coisa mais utilitária.
As principais lições vocês certamente já aprenderam: a honestidade intelectual no esforço de pesquisa e elaboração de trabalhos; o esforço próprio engajado na busca de conhecimentos originais e na exposição bem fundamentada dos argumentos e pontos de vista que vocês defenderam ao longo da jornada acadêmica; a solidariedade e a amizade com os colegas de estudo; o respeito pelos mestres; o carinho agora devolvido aos pais, que se esforçaram muito para que vocês chegassem até aqui (inclusive no que se refere à conta poupança); o reconhecimento aos técnicos da Google, da Microsoft ou da Apple, que facilitaram tanto essa coisa de copiar e colar; enfim, a consciência moral que vocês têm o direito de exibir, posto que vocês certamente mereceram o título que agora levam para casa, e que é o início de uma nova jornada de trabalho e de estudos, já que o ciclo de atividades nunca cessa em sua dinâmica ascensional.
Como vocês, eu também sou persistente, e essa é, provavelmente, uma das principais virtudes que devemos cultivar, incessantemente, sem querer ser redundante. Persistência na busca de nossos objetivos maiores, na realização dos nossos sonhos, na correção dos aspectos mais deletérios da vida política e social do Brasil na atualidade, posto que esta é a nossa sociedade, e, por pior que ela pareça hoje, por mais desalento que possamos ter em face de tantas patifarias cotidianas, de tantos crimes impunes e de tantas quebras de decoro justamente naqueles escalões mais altos, devemos ser persistentes em tentar transformar o País em algo melhor do que isso que existe atualmente, e tentar legar a nossos filhos e netos um Brasil mais justo, menos corrupto, economicamente mais avançado, mais globalizado, mais internacional, enfim, mais parecido, justamente, com o que admiramos em outros povos e nações, aqueles que possuem um índice de felicidade bruta mais elevado do que o nosso.
Foi para isso, finalmente, que vocês estudaram. Não apenas para atingir objetivos individuais de lucro e riqueza, pois que para isso existem os cursos de administração, de direito, de engenharia. O internacionalista é, antes de tudo, um idealista, mesmo quando ele adere à escola realista de relações internacionais: todos nós queremos um mundo mais justo e solidário, todos nós desejamos contribuir com nosso grão de conhecimento e de esforço individual para transformá-lo numa plataforma de sonhos, num porto mais seguro, numa morada mais próspera e pacífica do que o cenário algo caótico que ainda existe atualmente.
Vocês já sabem o que devem ou deveriam fazer, ainda que não saibam, exatamente, o que vão fazer da vida, ou como vão ganhar dinheiro, ou com quais instrumentos e ferramentas vão transformar o mundo. O quê fazer, salvar o mundo, vocês provavelmente já sabem, em grande medida, pelo menos, ainda que possam discutir como fazer isso. Em todo caso, eu fico muito feliz de saber que mais uma tribo de internacionalistas vai ser solta no mundo: alguns serão futuros colegas na diplomacia ou na academia; outros serão batalhadores em empresas privados; ou então concurseiros bem sucedidos, se tornarão servidores estáveis em agências públicas. Em qualquer hipótese, vocês são pessoas dignas do título que passam a ostentar desde hoje e certamente merecedoras das homenagens que seus familiares e amigos vão lhes prestar nestes dias.
Enfim, sejam felizes na vida pessoal e profissional, amem o trabalho de vocês, sejam amados pelos que os cercam e por todos aqueles que partilharão um pouco ou muito de suas vidas, façam do Brasil e do mundo lugares melhores do que eles são hoje, pois este é todo o sentido, não apenas da profissão de vocês, mas de nossas vidas como cidadãos do País e do mundo. Sobretudo, persistam no caminho iniciado alguns anos atrás, para poderem dizer aos amigos e filhos: eu lutei, mantive a fé, persisti nos meus ideais e aqui estou, feliz e realizado.
Muita felicidade e muito obrigado pela oportunidade que me foi dada. Vamos dar um grande viva pela persistência de vocês e os parabéns a todas e a todos...
Brasília, 22 de março de 2009
terça-feira, 24 de março de 2009
1039) Uma petição a favor do livre comércio
Pessoalmente, não tenho ilusões de que manifestos ou petições assinados por intelectuais produzam qualquer efeito prático sobre os decisores, isto é, os políticos que adotam medidas protecionistas. Em 1930, mais de 1.000 economistas -- entre eles muitos famosos, como Frank Taussig, Irving Fisher e vários outros -- encaminharam uma petição ainda mais alarmista do que aquela que figura abaixo para o presidente Hoover, que no entanto assinou e promulgou a Smoot-Hawley e dai foi a catástrofe protecionista.
Em todo caso, leiam a carta do organizador e a petição, aqui abaixo.
Volto depois, com meus comentários.
Join the Petition for Free Trade
Dear Friends,
In cooperation with the International Policy Network and a worldwide group of think tanks, we are circulating this petition to combat recent moves toward harmful economic nationalism. I urge you to sign it. It is not yet a public effort, but please do share it with your colleagues, friends, and professional contacts. The first unveiling of this petition will be April 1st before the G20 meetings in London. It is a part of a much broader campaign that will be mobilized around the world to alert the public to the dangers of attempts to block trade and to revive positive efforts toward increasing freedom of trade. We will have a series of videos on the benefits of trade, booklets, public events, and much more, available in a multitude of languages.
Besides English, this petition will soon be available in over 20 languages. (Please see below). We are working toward an authentically worldwide effort on behalf of freedom of trade. Your help toward that end will be greatly appreciated.
If you would like more information, please contact my colleague David Archer.
Cordially,
Dr. Tom G. Palmer
Vice President for International Programs
General Director, Atlas Global Initiative for Free Trade, Peace, and Prosperity
See below for more languages
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Free Trade Is the Best Policy
The specter of protectionism is rising. It is always a dangerous and foolish policy, but it is especially dangerous at a time of economic crisis, when it threatens to damage the world economy. Protectionism’s peculiar premise is that national prosperity is increased when government grants monopoly power to domestic producers. As centuries of economic reasoning, historical experience, and empirical studies have repeatedly shown, that premise is dead wrong. Protectionism creates poverty, not prosperity. Protectionism doesn’t even “protect” domestic jobs or industries; it destroys them, by harming export industries and industries that rely on imports to make their goods. Raising the local prices of steel by “protecting” local steel companies just raises the cost of producing cars and the many other goods made with steel. Protectionism is a fool’s game.
But the fact that protectionism destroys wealth is not its worst consequence. Protectionism destroys peace. That is justification enough for all people of good will, all friends of civilization, to speak out loudly and forcefully against economic nationalism, an ideology of conflict, based on ignorance and carried into practice by protectionism.
Two hundred and fifty years ago, Montesquieu observed that “Peace is the natural effect of trade. Two nations who differ with each other become reciprocally dependent; for if one has an interest in buying, the other has an interest in selling; and thus their union is founded on their mutual necessities.”
Trade’s most valuable product is peace. Trade promotes peace, in part, by uniting different peoples in a common culture of commerce – a daily process of learning others’ languages, social norms, laws, expectations, wants, and talents.
Trade promotes peace by encouraging people to build bonds of mutually beneficial cooperation. Just as trade unites the economic interests of Paris and Lyon, of Boston and Seattle, of Calcutta and Mumbai, trade also unites the economic interests of Paris and Portland, of Boston and Berlin, of Calcutta and Copenhagen – of the peoples of all nations who trade with other.
A great deal of rigorous empirical research supports the proposition that trade promotes peace.
Perhaps the most tragic example of what happens when that insight is ignored is World War II.
International trade collapsed by 70 percent between 1929 and 1932, in no small part because of America’s 1930 Smoot-Hawley tariff and the retaliatory tariffs of other nations. Economist Martin Wolf notes that “this collapse in trade was a huge spur to the search for autarky and Lebensraum, most of all for Germany and Japan.”
The most ghastly and deadly wars in human history soon followed.
By reducing war, trade saves lives.
Trade saves lives also by increasing prosperity and extending it to more and more people. The evidence that freer trade promotes prosperity is simply overwhelming. Prosperity enables ordinary men and women to lead longer and healthier lives.
And with longer, healthier lives lived more peacefully, people integrated into the global economy have more time to enjoy the vast array of cultural experiences brought to them by free trade. Culture is enriched by contributions from around the world, made possible by free trade in goods and in ideas.
Without a doubt, free trade increases material prosperity. But its greatest gift is not easily measured with money. That greatest gift is lives that are freer, fuller, and far less likely to be scalded or destroyed by the atrocities of war.
Accordingly, we the undersigned join together in a plea to the governments of all nations to resist the calls of the short-sighted and the greedy to raise higher the barriers to trade. In addition, we call on them to tear down current protectionist barriers to free trade. To each government, we say: let your citizens enjoy not only the fruits of your own fields, factories, and genius, but also those of the entire globe. The rewards will be greater prosperity, richer lives, and enjoyment of the blessings of peace.
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Voltei, como diria um famoso colunista:
Sem ilusoes. Podemos até assinar, mas o impacto desse tipo de peticao é minimo, irrisorio, para nao dizer nulo.
Em primeiro lugar, porque ninguem está lutando a favor ou contra o livre comercio, enquanto doutrina ou enquanto politica setorial.
Em segundo lugar, porque o protecionismo seletivo e localizado, que está sendo aplicado atualmente por um numero consideravel de paises, não está se opondo ao livre comercio, e sim a um regime multilateral de comercio que possue inumeras brechas, atraves das quais os governos implementam pequenas medidas de protecao dos empregos locais e da producao nacional.
Em terceiro lugar, porque a alternativa ao protecionismo aberto, que nao está sendo praticado por ninguem -- salvo por um ou outro governo muito estupido, como o argentino -- é apenas o comercio administrado estilo GATT-OMC, ou seja, nada de muito diferente do que temos hoje.
O processo no mundo real, em tempos normais, se dá atraves de complicadas negociacoes que permitem uma liberalizacao progressiva e muito limitada, reduzindo algumas tarifas e disciplinando algumas tantas praticas, ao mesmo tempo em que oferece escape clauses e salvaguardas suficientes para os governos praticarem aquilo que sempre praticaram: protecionismo seletivo, disfarcado de ajuda setorial, em tons de cinza...
Em tempos anormais, como os nossos, o protecionismo setorial tende a se elevar um pouco acima das praticas correntes, apenas isso.
Nao será uma peticao que fará os governos mudarem de atitude.
Pode-se assinar por principio, mas sem a ilusao de que isso faça alguma diferença...
Como regra de principio, todo economista sensato é a favor do livre comercio.
Como regra de principio, todo politico sensato diz que é a favor do livre comercio, mas pratica protecionismo seletivo.
Só os mais estupidos (ou muito sinceros) sao a favor do protecionismo aberto.
-------------
Paulo Roberto de Almeida
pralmeida@mac.com
Em todo caso, leiam a carta do organizador e a petição, aqui abaixo.
Volto depois, com meus comentários.
Join the Petition for Free Trade
Dear Friends,
In cooperation with the International Policy Network and a worldwide group of think tanks, we are circulating this petition to combat recent moves toward harmful economic nationalism. I urge you to sign it. It is not yet a public effort, but please do share it with your colleagues, friends, and professional contacts. The first unveiling of this petition will be April 1st before the G20 meetings in London. It is a part of a much broader campaign that will be mobilized around the world to alert the public to the dangers of attempts to block trade and to revive positive efforts toward increasing freedom of trade. We will have a series of videos on the benefits of trade, booklets, public events, and much more, available in a multitude of languages.
Besides English, this petition will soon be available in over 20 languages. (Please see below). We are working toward an authentically worldwide effort on behalf of freedom of trade. Your help toward that end will be greatly appreciated.
If you would like more information, please contact my colleague David Archer.
Cordially,
Dr. Tom G. Palmer
Vice President for International Programs
General Director, Atlas Global Initiative for Free Trade, Peace, and Prosperity
See below for more languages
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Free Trade Is the Best Policy
The specter of protectionism is rising. It is always a dangerous and foolish policy, but it is especially dangerous at a time of economic crisis, when it threatens to damage the world economy. Protectionism’s peculiar premise is that national prosperity is increased when government grants monopoly power to domestic producers. As centuries of economic reasoning, historical experience, and empirical studies have repeatedly shown, that premise is dead wrong. Protectionism creates poverty, not prosperity. Protectionism doesn’t even “protect” domestic jobs or industries; it destroys them, by harming export industries and industries that rely on imports to make their goods. Raising the local prices of steel by “protecting” local steel companies just raises the cost of producing cars and the many other goods made with steel. Protectionism is a fool’s game.
But the fact that protectionism destroys wealth is not its worst consequence. Protectionism destroys peace. That is justification enough for all people of good will, all friends of civilization, to speak out loudly and forcefully against economic nationalism, an ideology of conflict, based on ignorance and carried into practice by protectionism.
Two hundred and fifty years ago, Montesquieu observed that “Peace is the natural effect of trade. Two nations who differ with each other become reciprocally dependent; for if one has an interest in buying, the other has an interest in selling; and thus their union is founded on their mutual necessities.”
Trade’s most valuable product is peace. Trade promotes peace, in part, by uniting different peoples in a common culture of commerce – a daily process of learning others’ languages, social norms, laws, expectations, wants, and talents.
Trade promotes peace by encouraging people to build bonds of mutually beneficial cooperation. Just as trade unites the economic interests of Paris and Lyon, of Boston and Seattle, of Calcutta and Mumbai, trade also unites the economic interests of Paris and Portland, of Boston and Berlin, of Calcutta and Copenhagen – of the peoples of all nations who trade with other.
A great deal of rigorous empirical research supports the proposition that trade promotes peace.
Perhaps the most tragic example of what happens when that insight is ignored is World War II.
International trade collapsed by 70 percent between 1929 and 1932, in no small part because of America’s 1930 Smoot-Hawley tariff and the retaliatory tariffs of other nations. Economist Martin Wolf notes that “this collapse in trade was a huge spur to the search for autarky and Lebensraum, most of all for Germany and Japan.”
The most ghastly and deadly wars in human history soon followed.
By reducing war, trade saves lives.
Trade saves lives also by increasing prosperity and extending it to more and more people. The evidence that freer trade promotes prosperity is simply overwhelming. Prosperity enables ordinary men and women to lead longer and healthier lives.
And with longer, healthier lives lived more peacefully, people integrated into the global economy have more time to enjoy the vast array of cultural experiences brought to them by free trade. Culture is enriched by contributions from around the world, made possible by free trade in goods and in ideas.
Without a doubt, free trade increases material prosperity. But its greatest gift is not easily measured with money. That greatest gift is lives that are freer, fuller, and far less likely to be scalded or destroyed by the atrocities of war.
Accordingly, we the undersigned join together in a plea to the governments of all nations to resist the calls of the short-sighted and the greedy to raise higher the barriers to trade. In addition, we call on them to tear down current protectionist barriers to free trade. To each government, we say: let your citizens enjoy not only the fruits of your own fields, factories, and genius, but also those of the entire globe. The rewards will be greater prosperity, richer lives, and enjoyment of the blessings of peace.
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Voltei, como diria um famoso colunista:
Sem ilusoes. Podemos até assinar, mas o impacto desse tipo de peticao é minimo, irrisorio, para nao dizer nulo.
Em primeiro lugar, porque ninguem está lutando a favor ou contra o livre comercio, enquanto doutrina ou enquanto politica setorial.
Em segundo lugar, porque o protecionismo seletivo e localizado, que está sendo aplicado atualmente por um numero consideravel de paises, não está se opondo ao livre comercio, e sim a um regime multilateral de comercio que possue inumeras brechas, atraves das quais os governos implementam pequenas medidas de protecao dos empregos locais e da producao nacional.
Em terceiro lugar, porque a alternativa ao protecionismo aberto, que nao está sendo praticado por ninguem -- salvo por um ou outro governo muito estupido, como o argentino -- é apenas o comercio administrado estilo GATT-OMC, ou seja, nada de muito diferente do que temos hoje.
O processo no mundo real, em tempos normais, se dá atraves de complicadas negociacoes que permitem uma liberalizacao progressiva e muito limitada, reduzindo algumas tarifas e disciplinando algumas tantas praticas, ao mesmo tempo em que oferece escape clauses e salvaguardas suficientes para os governos praticarem aquilo que sempre praticaram: protecionismo seletivo, disfarcado de ajuda setorial, em tons de cinza...
Em tempos anormais, como os nossos, o protecionismo setorial tende a se elevar um pouco acima das praticas correntes, apenas isso.
Nao será uma peticao que fará os governos mudarem de atitude.
Pode-se assinar por principio, mas sem a ilusao de que isso faça alguma diferença...
Como regra de principio, todo economista sensato é a favor do livre comercio.
Como regra de principio, todo politico sensato diz que é a favor do livre comercio, mas pratica protecionismo seletivo.
Só os mais estupidos (ou muito sinceros) sao a favor do protecionismo aberto.
-------------
Paulo Roberto de Almeida
pralmeida@mac.com
1038) Concurso para a carreira diplomatica: resultados da 1a. Fase
EDITAL DE 24 DE MARÇO DE 2009
CONCURSO DE ADMISSÃO À CARREIRA DE DIPLOMATA
O DIRETOR-GERAL DO INSTITUTO RIO BRANCO, no uso de suas atribuições legais e regimentais, torna públicos o resultado final na Prova Objetiva e a convocação para a Segunda Fase dos candidatos ao Concurso Público de Admissão à Carreira de Diplomata.
1 Resultado final na Prova Objetiva e convocação para a Segunda Fase – prova escrita de Português, na seguinte ordem: número de inscrição, nome do candidato em ordem alfabética e nota final na Prova Objetiva.
neste link
2 DA SEGUNDA FASE: PROVA ESCRITA DE PORTUGUÊS
2.1 Data e horário: a prova escrita de Português terá a duração de 5 horas e será aplicada no dia 29 de março de 2009, às 14 horas (horário oficial de Brasília/DF), nos locais determinados a seguir. (mesmo link acima)
3 DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
3.1 As justificativas de alteração do gabarito oficial preliminar da Prova Objetiva, em razão das interposições de recursos feitas pelos candidatos, estarão disponíveis para consulta a partir do dia 26 de março de 2009, no endereço eletrônico http://www.cespe.unb.br/concursos/diplomacia2009.
3.1.1 O CESPE/UnB não arcará com prejuízos advindos de problemas de ordem técnica dos
computadores, falhas de comunicação, congestionamento das linhas de comunicação, bem como de outros fatores, de responsabilidade do candidato, que impossibilitem a visualização das justificativas.
3.2 O resultado provisório da Segunda Fase será anunciado na sede do IRBr, em Brasília, às 16 horas (horário oficial de Brasília/DF), na data provável de 6 de maio de 2009, e divulgado via Internet, no endereço eletrônico http://www.cespe.unb.br/concursos/diplomacia2009, até as 20 horas desse mesmo dia.
FERNANDO GUIMARÃES REIS
Diretor Geral
CONCURSO DE ADMISSÃO À CARREIRA DE DIPLOMATA
O DIRETOR-GERAL DO INSTITUTO RIO BRANCO, no uso de suas atribuições legais e regimentais, torna públicos o resultado final na Prova Objetiva e a convocação para a Segunda Fase dos candidatos ao Concurso Público de Admissão à Carreira de Diplomata.
1 Resultado final na Prova Objetiva e convocação para a Segunda Fase – prova escrita de Português, na seguinte ordem: número de inscrição, nome do candidato em ordem alfabética e nota final na Prova Objetiva.
neste link
2 DA SEGUNDA FASE: PROVA ESCRITA DE PORTUGUÊS
2.1 Data e horário: a prova escrita de Português terá a duração de 5 horas e será aplicada no dia 29 de março de 2009, às 14 horas (horário oficial de Brasília/DF), nos locais determinados a seguir. (mesmo link acima)
3 DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
3.1 As justificativas de alteração do gabarito oficial preliminar da Prova Objetiva, em razão das interposições de recursos feitas pelos candidatos, estarão disponíveis para consulta a partir do dia 26 de março de 2009, no endereço eletrônico http://www.cespe.unb.br/concursos/diplomacia2009.
3.1.1 O CESPE/UnB não arcará com prejuízos advindos de problemas de ordem técnica dos
computadores, falhas de comunicação, congestionamento das linhas de comunicação, bem como de outros fatores, de responsabilidade do candidato, que impossibilitem a visualização das justificativas.
3.2 O resultado provisório da Segunda Fase será anunciado na sede do IRBr, em Brasília, às 16 horas (horário oficial de Brasília/DF), na data provável de 6 de maio de 2009, e divulgado via Internet, no endereço eletrônico http://www.cespe.unb.br/concursos/diplomacia2009, até as 20 horas desse mesmo dia.
FERNANDO GUIMARÃES REIS
Diretor Geral
segunda-feira, 23 de março de 2009
1037) A volta da energia nuclear
Um post sobre o retorno à matriz energética de uma velha conhecida...
A volta da energia nuclear
Roberto Belisário
É impressionante como algumas coisas mudam rápido. Quem se lembra da oposição ferrenha de boa parte das pessoas às usinas nucleares de até alguns anos atrás? Em 2000, o governo alemão chegou a aprovar uma lei que exige o desmonte de todas as instalações nucleares do país até 2020. Pois bem, agora, em nome do combate ao aquecimento global ou por medo dos preços do petróleo ou de “apagões” energéticos, parece que elas estão sendo reabilitadas pelo mundo todo.
O número de pessoas na União Européia que apóiam o uso da energia nuclear subiu de 37% em 2005 para 44% em 2008 e os opositores caíram de 55% para 45%, segundo uma matéria da revista britânica The Economist de 19 de maio. Em fevereiro, a Itália e a Suécia anunciaram que voltarão a construir usinas nucleares (a Suécia parara um ano depois do acidente de Three Miles Island, nos EUA, em 1979, e a Itália um ano depois do de Tchernobyl, na Ucrânia, em 1986). Na Alemanha, a primeira-ministra Angela Merkel é favorável ao fim da lei de seu país contra as usinas – mas o outro partido da coalizão de seu governo apóia a lei, então nada deve mudar por lá ainda.
O que aconteceu?
(...)
Para continuar lendo o artigo em sua integralidade, clique aqui.
A volta da energia nuclear
Roberto Belisário
É impressionante como algumas coisas mudam rápido. Quem se lembra da oposição ferrenha de boa parte das pessoas às usinas nucleares de até alguns anos atrás? Em 2000, o governo alemão chegou a aprovar uma lei que exige o desmonte de todas as instalações nucleares do país até 2020. Pois bem, agora, em nome do combate ao aquecimento global ou por medo dos preços do petróleo ou de “apagões” energéticos, parece que elas estão sendo reabilitadas pelo mundo todo.
O número de pessoas na União Européia que apóiam o uso da energia nuclear subiu de 37% em 2005 para 44% em 2008 e os opositores caíram de 55% para 45%, segundo uma matéria da revista britânica The Economist de 19 de maio. Em fevereiro, a Itália e a Suécia anunciaram que voltarão a construir usinas nucleares (a Suécia parara um ano depois do acidente de Three Miles Island, nos EUA, em 1979, e a Itália um ano depois do de Tchernobyl, na Ucrânia, em 1986). Na Alemanha, a primeira-ministra Angela Merkel é favorável ao fim da lei de seu país contra as usinas – mas o outro partido da coalizão de seu governo apóia a lei, então nada deve mudar por lá ainda.
O que aconteceu?
(...)
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