sábado, 19 de dezembro de 2009

1572) Le Monde: o aniversario de um pequeno grande jornal


O Le Monde, jornal que alimentou todo o meu período universitário europeu (mais de seis anos) e que continuou a frequentar a minha vida adulta, publicou uma edição facsimilar de seu primeiro número, aqui reproduzida.
Uma justa homenagem a seu próprio corpo redacional, editores, jornalistas e colaboradores, e um prêmio a seus muitos leitores, entre os quais me situo.
São 65 anos de atividade ininterrupta e sempre independente dos poderes constituídos. Meus votos para mais cem anos de vida ativa...
Paulo Roberto de Almeida

Les 65 balais (13 lustres) du “Monde”
Dans son édition du 19 décembre, le Monde nous a gratifiés du fac-similé recto verso de son premier numéro, daté mardi 19 décembre 1944. Un bonheur ! une mine de renseignements (notamment pour les enseignants) ! Il valait 3 francs, et son tirage se montait à 150 000 exemplaires.
Où l’on constate que le journal se réduisait à une feuille volante, un tract presque, de très grand format, comme tous les autres quotidiens de l’époque (il y en avait plusieurs dizaines à Paris). Il était imprimé très serré sur huit colonnes, avec un tout petit corps de caractère, ce qui faisait beaucoup à lire.
Aucune image, très peu de pub, mais déjà une (trop) grande place dévolue à la Bourse. Les cinémas parisiens (25) programment des films dont la plupart ne nous disent rien, sauf La Ruée vers l’or et L’Impossible M. Bébé. Il est beaucoup question de rationnement et d’épuration, et, évidemment, de la guerre.
Mussolini, qui sévit encore dans le nord de l’Italie, déclare toujours croire en la victoire de l’Axe ! Les amateurs de typo constateront à cette occasion que les citations (en l’occurrence celles de Benito) sont entre guillemets mais pas en italiques : la “marche” du Monde changera plus tard là-dessus. Une contre-offensive allemande vient de commencer dans les Ardennes. Ses premiers succès sèment la consternation dans les populations, qui craignent le retour de l’Occupation. Au même moment, les Alliés écrasent militairement la Résistance grecque à Athènes (des événements dont nous avons parlé sur ce blog) : alors qu’ils doivent battre en retraite dans les Ardennes, les Alliés se permettent d’engager des dizaines de milliers d’hommes (avec chars et avions) dans un pays pourtant abandonné par l’Axe. La guerre froide a commencé, même si elle ne dit pas encore son nom. Un petit article nous apprend que la filière espagnole est dès cette époque active pour repêcher les nazis.
La guerre du Pacifique occupe peu de place. On peut lire aussi une hagiographie de De Gaulle (ou il est qualifié notamment de prophète, excusez du peu) qui est l’article le plus long du journal, et qui donne une idée de l’adulation dont il était l’objet.

1571) Cupula do clima em Copenhage: fracasso anunciado

O FIASCO DA IGREJA DOS SANTOS DO AQUECIMENTO GLOBAL DOS ÚLTIMOS DIAS
Reinaldo Azevedo, 19/12/2009

Hoje é dia 19, né? Os jornais devem noticiar o que está sendo considerado o desastre de Copenhague. Nada aconteceu. E os Estados Unidos estão no banco dos réus, como não poderia deixar de ser. Se o país tivesse cedido às exigências dos pobres, teria sido tratado como um gigante acuado; como não cedeu, então passa a ser um vilão. Em qualquer dos casos, não se reserva ao país senão o lugar do derrotado ou do arrogante, jamais o do parceiro.

Até porque não era mesmo de parceria que se falava ali. Todos foram lá salvar o planeta desde que o outro pagasse a conta. E, nesse caso, é óbvio que todo mundo olha o rico da mesa esperando que ele diga um “deixa comigo”. Mas Obama não disse. Até porque, e muitos lastimam, os EUA são uma democracia. As metas têm de ser aprovadas pelo Congresso. E Obama tem outras urgências. E certamente já se cercou de cientistas que o advertiram contra este novo milenarismo.

Hoje é dia 19, mas antecipei aqui as razões do fracasso no dia 17, sem ter ido a Copenhague (ver texto em azul no pé deste post). É claro que é sempre bom estar no local, desde que você leve junto aquilo que não muda por mais que mude o céu: o espírito. Às vezes, nada turva mais a inteligência do que a experiência! É evidente que muita gente se deixou levar por aquele clima (ops!) de “Vamos salvar o mundo; está em nossas mãos”. Salvar? A fazer o que querem alguns, ele poderia ser destruído por uma seqüência de catástrofes.

Dou um exemplo claríssimo e que nos diz respeito de perto. Sem a China, a economia brasileira iria para o vinagre. O país responde por boa parte dos fatores que fizeram Lula voar em céu de brigadeiro. Pois é… A China cresce 8% na crise; sem crise, ela faz mais. E é esse crescimento que tem financiado boa parte do mundo, o Brasil em especial. É consenso que, nesse ritmo, ela vai aumentar a emissão de carbono, em vez de diminuir . Mas pode ficar tranqüilo, leitor; isso não ameaça ninguém.

Pois bem: alguém me diz qual é a proposta? A China tem de crescer 4%? Se isso acontecer, o mundo vai à falência. E o primeiro a afundar, acreditem, será o Brasil. Que montante do valor destinado à infra-estrutura, por exemplo, deverá ser carreado para projetos de redução da emissão de carbono? Virá junto, suponho, um programa de esterilização em massa, não é? E tudo em nome do que não passa, até agora, de uma quimera. Mas que é influente e vai continuar por aí. Tanto é que todos os esforços se voltam agora a reunião do México, em 2010. E assim vai. Os produtores de escatologia continuarão a desenhar cenários catastróficos.

Lula fez um discurso forte, emocional, falou em milagre, chamou os grandes líderes do mundo à sua responsabilidade… Foi sucedido na tribuna por um Barack Obama frio, quase esfíngico, que não deu a menor bola para a torcida. Se a China não aceita ter as suas emissões inspecionadas, por que os EUA terão de ir para o banco dos réus de um Tribunal Climático Internacional? Ora…

Ah, ok, que os países poluam menos. Isso parece bom. Mas a economia mundial é coisa séria demais para ser decidida por meteorologistas e ongueiros. Especialmente porque é uma gente que quer se impor por meio da ditadura de opinião, que não aceita o contraditório. Se a reunião do México vier nos mesmos termos de Copenhague, vai de novo para o vinagre. E não é preciso estar em Copenhague para entender por quê. A rigor, estar lá, em muitos casos, até atrapalha a percepção. Digamos que é preciso estar nos livros de história para entender a Cupula de Babel.

Anteontem, expliquei aqui por que o resultado seria esse. O texto segue abaixo. Uma releitura rápida será interessante porque ele poderia ter sido escrito agora, depois que já se sabe que Copenhague não deu em nada. Quem lembra de tudo o que vai nele já pode saltar diretamente para os comentários. Ah, sim: toda religião tem sua própria versão para o fim do mundo, mas relaxem: o mundo não vai acabar. Não precisa sair por aí “beijando a boca de quem não devia”…

*
OS RICOS E O ÓBVIO
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009 | 16:00

O discurso de Lula em Copenhague deixa claro por que a reunião já é um insucesso e por que se trata, como chamei, da última missa do aquecimento global. O assunto virou, como é natural, um braço-de-ferro entre países ricos e pobres, com o grupo dos emergentes tentando ser rico o bastante para dar as cartas e pobre o bastante para se aproveitar de eventuais incentivos. E isso, bem…, isso é contra a lógica do processo e contra a natureza dos… ricos.

Afinal, o que querem os não-ricos? Que os outros se comprometam com metas severas na emissão de carbono, por conta de seu passado, enquanto emergentes como Índia e China poderiam emitir à vontade. Reparem: se isso fosse possível, seria como propor uma troca pacífica de papéis: um grupo marcaria um encontro com o declínio econômico no médio prazo, financiando o outro. E o Brasil? A sua proposta de propaganda é boa porque a maior parte das emissões atribuídas ao país vem das queimadas. A sua redução não comprometeria tanto assim o seu desenvolvimento. Mesmo São Paulo, o estado mais desenvolvido do país, tem uma emissão considerada pequena, dado o seu PIB, em razão da grande frota de carros a álcool, da quase extinção das queimadas de cana, da existência da mata atlântica - pequena, sim, mas grande caso se considere o conjunto da economia do estado. As queimadas é que minam a nossa reputação junto aos Apóstolos da Igreja do Aquecimento Global dos Santos dos Últimos Dias.

Com os ricos e com os outros emergentes, a coisa é um pouco diferente. Metas severas de redução de carbono poderiam atingir gravemente suas respectivas indústrias. É por isso que China e Índia já disseram: “Estamos fora de qualquer meta vinculativa. Isso é coisa dos ricos. E nós não somos ricos”. O Brasil aceita o compromisso porque, em princípio, a sua colaboração não atingiria uma área vital da economia. Mas e os tais “ricos”? Os governos democráticos dos EUA e da Europa desenvolvida se entregarão, assim, ao cadafalso, com o compromisso adicional de financiar os muito pobres? Esqueçam. Trata-se de uma equação sem saída. É por isso que aquele troço não anda nem vai andar.

Vai-se criar o fundo, projetos serão desenvolvidos aqui e ali, as elites gorilas dos países muito atrasados vão se aproveitar de eventuais linhas de financiamento, e tudo vai ficando por isso mesmo. Como até Al Gore já admite que há um certo resfriamento do planeta - pelo menos se consideradas as previsões mais catastrofistas -, o que vai acabar esfriando também é o debate, que assumiu, como se nota, o viés a que estava destinado.

A turma do miolo mole deve ter achado que uma causa tão nobre como “salvar o planeta” anularia diferenças e nos colocaria a todos no mesmo barco. Pois é… Não aconteceu. O debate-boca se assemelhou a qualquer outro travado, por exemplo, na Organização Mundial do Comércio. Al Gore, o garoto-propaganda da causa, está perdidaço. Resolveu ser o aiatolá do xiismo ambientalista, o mundo achou a idéia bacana e resolveu pôr, como sempre, os EUA no banco dos réus, de sorte que a resistência de Barack Obama a Copenhague já é mais clara e mais evidente do que a resistência de Bush aos Protocolos dos Sábios de Kyoto.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

1570) Pausa para... um pouco de musica

Um colega de lista de discussão sobre temas mais sérios, fez uma pausa para mandar esta recomendação, que ainda não segui, mas vou fazê-lo, enquanto leio uma dissertação de mestrado (ugh...):

2009/12/14 Leonardo Teles:

Caros,
No inicio de uma cansativa viagem de retorno, fui deleitado com um delicioso programa da RNE (Radio Nacional Espanola) sobre musica 'moderna'. Trata-se um programa sobre a época do SWING, musica de 50 anos atras. Os comentários do apresentador explicando algo da historia das músicas da um 'que' todo especial ao programa. Recomendo. Excelente para deixar de pano de fundo em casa para relaxar.

http://www.rtve.es/programas/voces

Todos os mais de 100 programas estao disponiveis no link para que sejam ouvidos online.
Divirtam-se. O ultimo programa disponivel (Ay,que me vuelvo loca) é realmente muito gostoso. Recomendo. Podem ser acessados via o link 'PROGRAMAS', no canto superior esquerdo.
Abraços e uma ótima semana para todos,
--
Leo Teles

1569) Paul Samuelson: as razoes de sua ampla aceitacao

Why Everyone Read Samuelson
By DAVID R. HENDERSON
The Wall Street Journal, Opinion, December 14, 2009

The late Nobel laureate's mathematical approach to economics has been a mixed blessing.

Three years after World War II drew to a close, a young professor at MIT published "Foundations of Economic Analysis." Its mathematical approach to economics would revolutionize the profession. And its author, Paul Samuelson, would go on to earn many awards and honors, culminating in 1970, when he won the Nobel Prize in economics—the second year it was awarded. Samuelson died on Sunday at the age of 94.

His influence has been profound, but the mathematization of economics has been a mixed blessing. The downside is that the math hurdle in leading U.S. economics programs is now so high that people who grasp the power of economic concepts to explain human behavior are losing out in the competition to mathematicians.

The upside is that Samuelson sometimes used math to resolve issues that had not been resolved at a theoretical level for decades. As fellow Nobel laureate Robert Lucas of the University of Chicago said in a 1982 interview, "He'll take these incomprehensible verbal debates that go on and on and just end them; formulate the issue in such a way that the question is answerable, and then get the answer."

For instance, Swedish economist Bertil Ohlin had argued that international trade would tend to equalize the prices of factors of production. Trade between, say, India and the United States would narrow wage-rate differentials between the two countries. Samuelson, using mathematical tools, showed the conditions under which the differentials would be driven to zero: It's called the Factor Price Equalization Theorem.

He contributed fundamental insights in consumer theory and welfare economics, international trade, finance theory, capital theory, general equilibrium and macroeconomics. In finance theory, which he took up at age 50, Samuelson did some of the initial work that showed that properly anticipated futures prices should fluctuate randomly.

Economists had long believed that there were goods that would be hard for the private sector to provide because of the difficulty of charging those who benefit from them. National defense is one of the best examples of such a good. In the 1954 Review of Economics and Statistics, Samuelson gave a rigorous definition of a public good that is still standard in the literature.

"Let those who will write the nation's laws if I can write its textbooks," Samuelson said during a speech at Trinity University in San Antonio, Texas. He revised his own widely read textbook, "Economics," about every three years since 1948. One of the best and punchiest statements in the 1970 edition was his comment about a proposal to raise the minimum wage from its existing level of $1.45 an hour to $2.00 an hour: "What good does it do a black youth to know that an employer must pay him $2.00 an hour if the fact that he must be paid that amount is what keeps him from getting a job?"

This is the kind of comment that causes many on the left to grit their teeth; and yet Samuelson was a liberal Keynesian and the best-known rival of the late libertarian monetarist, Milton Friedman. The two men respected each other highly, but the intellectual influence was mainly one way. Over time, Samuelson came more to Friedman's views, especially on monetary policy.

In the 1948 edition of his textbook, Samuelson wrote dismissively, "few economists regard Federal Reserve monetary policy as a panacea for controlling the business cycle.'' But in the 1967 edition, he wrote that monetary policy had "an important influence'' on total spending. In the 1985 edition, Samuelson and co-author William Nordaus (of Yale) would write, "Money is the most powerful and useful tool that macroeconomic policymakers have,'' and the Fed "is the most important factor'' in making policy.

Paul Samuelson began teaching at the Massachusetts Institute of Technology in 1940 at the age of 26 and remained there, publishing on average almost one technical paper a month for over 50 years. In addition to the Nobel Prize, he also earned the John Bates Clark Award in 1947, awarded for the most outstanding work by an economist under age 40. He was president of the American Economic Association in 1961.

Samuelson, like Milton Friedman, had a regular column in Newsweek (from 1966 to 1981). Unlike Friedman, he did not have a passionate belief in free markets—or, for that matter, in government intervention in markets. His pleasure seemed to come from providing new proofs, demonstrating technical finesse, turning a clever phrase, and understanding the world better.

But not always. Samuelson had an amazingly tin ear about communism. As early as the 1960s, economist G. Warren Nutter at the University of Virginia had done empirical work showing that the much-vaunted economic growth in the Soviet Union was a myth. Samuelson did not pay attention. In the 1989 edition of his textbook, Samuelson and William Nordhaus wrote, "the Soviet economy is proof that, contrary to what many skeptics had earlier believed, a socialist command economy can function and even thrive."

Although I was never a fan of Samuelson's textbook, an appendix on futures markets in a late 1960s edition laid out beautifully how the profit motive in futures markets causes reallocation from times of relative plenty to future times of relative scarcity. In 1990 I asked him to do an article on futures markets for "The Fortune (now "Concise") Encyclopedia of Economics." He replied quickly that he did not have time and ended graciously, "My loss."

Mr. Henderson is a research fellow with Stanford University's Hoover Institution and an economics professor at the Naval Postgraduate School in Monterey, Calif. He is editor of "The Concise Encyclopedia of Economics" (Liberty Fund, 2008.)

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

1568) Antiglobalizadores atacam outra vez: sim, a Attac quer uma ilusoria "justica climatica"

Abaixo o último boletim científico de uma entidade formada por lunáticos climáticos, antiglobalizadores vieux style, surrealistas econômicos e outros malucos do pensamento científico, que pretende ter um boletim do seu conselho científico (sic), atacando, de acordo com o seu nome oficial, a atual organização econômica da exploração dos recursos naturais, que eles pretendem substituir por uma fantasmagórica "justiça climática" (seja lá o que isso queira dizer).
Em todo caso, vou comentar, em próxima oportunidade, suas posições absolutamente malthusianas sobre os problemas do meio ambiente, assim que me liberar de outros encargos urgenges.
Aqueles que desejam ler os trabalhos da Attac, podem clicar aqui.


Attac - La lettre du Conseil Scientifique

La Lettre du Conseil scientifique d’Attac - numéro spécial Copenhague
Procédure d’urgence pour la planète en danger
Geneviève Azam (Attac), Annick Coupé (Solidaires), Laurent Hutinet (Amis de la Terre), Gus Massiah (CRID), Pierre Tartakowsky (LDH), Sophie Zafari (FSU), ont publié, dans le Hors-série d’octobre-novembre de Politis intitulé "Le chaos climatique", un analyse intitulée "Procédure d’urgence pour la planète en danger". On pourra la lire ici.
Voir l'intégralité de l'édito

Copenhague
> Pour une justice écologique, libérons le climat des marchés financiers
Attac a fait de l’urgence climatique et de la justice climatique une de ses priorités de campagne et d’éducation populaire. Elle a publié une brochure au contenu duquel on peut accéder ici http://www.france.attac.org/spip.ph...
Cette brochure s’inscrit dans la continuité des travaux de l’association et de ses combats et s’attache à montrer et expliciter les enjeux du financement du changement climatique, enjeux écologiques, économiques, sociaux et politiques. C’est une démarche essentielle pour s’approprier des débats qui ne peuvent être laissés seulement à des experts et pour pouvoir conjuguer écologie et solidarité, écologie et justice, écologie et démocratie. Il serait suicidaire d’oublier que la question climatique, devenue une des priorités planétaires incontestables, est d’abord et avant tout le fruit d’alertes et de travaux remarquables de la communauté scientifique académique au premier chef, mais aussi de travaux permanents de contre-expertises indépendantes et citoyennes contrebalançant les discours des gouvernements et des transnationales de tous les secteurs peu enclins à remettre à plat nos modèles de développement.

> Our world is not for sale (OWINFS)
L’ONG, "Our world is not for sale" (OWINFS) http://www.ourworldisnotforsale.org/fr se présente de la manière suivante "Notre monde n’est pas à vendre (OWINFS) est un réseau mondial d’organismes, de militants et de mouvements sociaux qui s’opposent aux ententes commerciales et aux accords d’investissement qui favorisent les intérêts des sociétés les plus puissantes du monde au détriment des personnes et de l’environnement". A l’occasion de Copenhague, OWINFS publie sur son site plusieurs textes ; on pourra lire, en particulier :
"Changez le commerce, pas notre climat !" http://www.ourworldisnotforsale.org...
"La grande rupture" http://www.ourworldisnotforsale.org...

> Les propositions de la FASE
L’importante ONG brésilienne FASE, née au tout début des années 1960 http://www.fase.org.br/v2/ qui, avec 160 autres organisations, participe au mouvement "Climate justice now" http://climatjustice.org/ En octobre 2009, FASE a défini sa position en huit points stratégiques (libre traduction de Jacques Cossart)

> Scandale : le soja GM détruit l’Amérique du Sud et cherche à encaisser des "Crédits Carbone" !
Les Amis de la Terre ont publié en octobre 2009, dans un dossier particulièrement riche intitulé "Scandale : le soja GM détruit l’Amérique du Sud et cherche à encaisser des "Crédits Carbone" !". Le sous-titre est, lui aussi éclairant "Quel rôle jouent certaines ONG ?" Ce dossier édité en Anglais a été traduit, en Français, par Christian Berdot http://www.amisdelaterre.org/Scanda... Christian Berdot présente ainsi l’ensemble : "Depuis des années, les lobbies de l’agrobusiness s’activent dans les coulisses des négociations sur le climat ! Alors que la quinzième Conférence des Parties (COP 15) sur les Climats, organisée par les Nations Unies à Copenhague, approche, un nouvel accord doit être signé pour la période post-2012. Il est de plus en plus évident que l’agrobusiness essaye de tirer profit de l’énorme marché des crédits carbone. Sous le terme d’ « agriculture de conservation », Monsanto et ses autres alliés des biotechnologies ont infiltré la FAO (l’Organisation pour l’Agriculture et l’Alimentation) et la Convention Cadre sur les Changements Climatiques des Nations Unies (UNFCCC) dans le but d’obtenir des crédits carbone pour l’agrobusiness. La certification volontaire pour le soja Roundup Ready « responsable » sponsorisé par le WWF et une nouvelle méthodologie pour les Mécanismes de Développement Propre sont deux étapes importantes pour accéder à ce marché de trois milliards de dollars"

> 7 pistes pour attraper le carbone
Terraeco, qui se définit comme "le média du développement durable", énumère "7 pistes pour attraper le carbone" http://www.planete-terra.fr/spip.ph...

> Des escrocs investissent le marché du carbone
Un article publié dans Le Monde du 27 août 2009 intitulé "Des escrocs investissent le marché du carbone". Les auteurs y décrivent parfaitement comment s’est organisée la fraude à la TVA sur ce marché. Faut-il rappeler qu’il n’y a rien là d’anormal dans une organisation de l’économie qui nous est imposée, mais au contraire le constat d’une "parfaite" conjonction : livrer le carbone aux marchés en faisant semblant de croire qu’ils font réduire ses émissions, et tolérer une concurrence fiscale.

> Rapport banque mondiale 2010
Le "World development report", que la Banque mondiale a publié officiellement à l’occasion de l’assemblée annuelle qui s’est tenue, cette fois, à Istanbul début octobre, est consacré au climat et à la manière de le sauver.
Sans surprise, et malgré une description sans concession des désastres constatés, la Banque réaffirme sa foi dans les marchés. Une présentation/analyse du rapport.

> L’Europe face au changement climatique
Pour une régulation commerciale climat-compatible
Le gouvernement français a émis en novembre 2006 l’idée d’introduire une taxe carbone sur les importations en provenance des pays refusant de s’engager en faveur du protocole de Kyoto. Cette initiative française se fondait sur le fait que la non-application de ce protocole en dehors de l’Europe donnerait lieu à un désavantage compétitif dont souffriraient les exportations de cette région. Cela d’autant plus que le Conseil européen des 8 et 9 mars 2007 avait engagé l’Europe sur un objectif unilatéral de réduction des émissions de gaz à effet de serre (GES) de 20 % en 2020, objectif qui serait porté à 30 % dans le cadre d’un accord international post-Kyoto. Le Conseil européen des 11 et 12 décembre 2008 a confirmé cet objectif tout en introduisant un système de dérogations entre les membres.
Mehdi Abbas, LEPII, Grenoble Université, CNRS.
Décembre 2008

> Une taxe carbone en trompe-l’œil
Après la disgrâce, l’engouement pour l’impôt ? Le gouvernement français a annoncé l’étude d’une taxe nationale carbone et a réuni pour cela un groupe d’experts. Qu’en est-il de cette proposition ? Au moment où ces lignes sont écrites, le rapport des experts n’est pas encore public mais plusieurs textes préparatoires, notamment le Livre blanc sur la contribution climat-énergie (taxe carbone) (http://www.contributionclimatenergie.fr/), en donnent les balises.
Geneviève Azam, Conseil scientifique d’Attac

> Le climat dans la tourmente des marchés
La négociation climatique en vue de Copenhague patine, voire recule. A moins de se ranger à une écologie qui serait affaire d’experts (et d’intérêts économiques), il est essentiel de saisir ce qui est en jeu, pour que les changements écologiques imposés par la nécessité et la contrainte, puissent devenir les supports d’un changement souhaitable, guidé par des choix collectifs de justice et de solidarité.
Geneviève Azam, Conseil scientifique d’Attac

> Climat, le marché ou les citoyens ?
Tribune "Climat, le marché ou les citoyens ?", Jacques Cossart, Hors Série Politis, Octobre-Novembre 2009.
La quinzième conférence des parties, COP 15, qui se tiendra à Copenhague en décembre 2009 mobilise la planète entière, tant les services et agences publiques que les ONG et le secteur privé. Cette mobilisation considérable est, en soi, un vrai succès pour la régulation publique en matière climatique et la Conférence sur le changement climatique des Nations Unies.
Jacques Cossart, Conseil scientifique d’Attac

> Écologie et solidarité internationale
Gustave Massiah, économiste membre du Conseil scientifique d’Attac-France, dans un article intitulé "Ecologie et solidarité internationale", dresse une fresque des combats anciens et nouveaux dans le monde qui vient. Il y dessine, en particulier, la place de l’écologie qui impose de nouvelles exigences aux mouvements écologistes. L’ambition de ce document et d’alimenter le débat indispensable à la culture des droits qui y est évoquée.
Gustave Massiah, Conseil scientifique d’Attac

Pour en savoir plus (rapports et données "officiels")
> Adaptation des pays du Sud au changement climatique
Dans une étude publiée le 30 septembre 2009, la Banque mondiale estime de 75 à 100 milliards de dollars par an le coût de l’adaptation des pays du Sud au changement climatique. La Banque estime que ce coût est insupportable pour les pays pauvres mais peut parfaitement être financé par les pays riches. A cet égard, rappelons que les calculs du Conseil scientifique d’Attac-France estime à 1 500 milliards de dollars annuels le produit des taxes globales...

> Incompatibilité entre diminution des émissions de GES et mécanismes de marché
Attac-France, et beaucoup de mouvements altermondialistes ou syndicaux, ont déjà démontré à plusieurs reprises, la parfaite incompatibilité entre diminution des émissions de GES et mécanismes de marché. En revanche, il est plus rare d’entendre des critiques venant de ceux-là même qui vivent de ce marché ! Quand cette critique vient du saint des saints capitaliste, elle mérite attention. Cette fois c’est le responsable mondial du département "management des actifs", de la Deutsche Bank, l’une des premières banques dans le monde, qui demande, sans beaucoup de retenue, une puissante intervention publique !

Toutes les lettres du Conseil scientifique

1567) Trabalhos publicados mais recentes...

...mas eles não têm diretamente a ver com a política externa brasileira...

932. “Evolução do regionalismo econômico e político da América do Sul: dilemas atuais e perspectivas futuras”. In: Danilo Nolasco Cortes Marinho (org.). Brasil e América Latina: colaboração e conflito (São Paulo: Francis, 2009, 152 p.; ISBN: 978-85-89362-98-6; p. 35-94).

931. “L’intégration de l’Amérique du Sud: une perspective historique et un bilan”. In: Christian Girault (éd.). Intégrations em Amérique du Sud (Paris: Presses Sorbonne Nouvelle, 2009, 286 p.; ISBN: 978-2-87854-473-2; p. 23-37). Relação de Originais n. 1972.

930. “Outro mundo possível: alternativas históricas da Alemanha, antes e depois do muro de Berlim”, Revista Espaço Acadêmico (ano 9, n. 102, Novembro 2009, ISSN: 1519-6196, p. 25-29). Revista digital Espaço da Sophia (ano 3, n. 32, novembro 2009; ISSN: 1981-318X). Relação de Originais n. 2048.

929. “Lula: orateur par excellence”, Décideurs: Stratégie Finance Droit (Paris: n. 109, octobre 2009, p. 13; ISSN: 1764-6774). Relação de Originais n. 2043.

1566) Trabalhos PRA sobre relacoes internacionais e politica externa do Brasil: indulging with myself

Bem, sem querer fazer muita publicidade em torno dos meus próprios trabalhos, mas fazendo, relaciono abaixo uma lista recente de trabalhos em torno da diplomacia brasileira, ou de modo amplo: relações internacionais e política externa do Brasil.
A razão de fazer essa pequena lista (sem um ordenamento maior do que a simples compilação de títulos que me pareceram mais permanentes, ou mais estruturados) de trabalhos publicados nos últimos anos foi a demanda de vários estudantes ou pesquisadores, brasileiros e estrangeiros, por comentários meus, respostas a questionários, pedidos de artigos ou textos diversos sobre esses temas, o que sempre me obriga a interromper o que estou fazendo para atender a esses pedidos de terceiros.
Creio ter colocado apenas aqueles publicados, ou seja, aqueles que podem efetivamente ser citados com base em fontes primárias: revistas, capítulos de livros ou mesmo blogs ou outras publicações digitais independentes, à exceção de vários escritos inéditos (acabados ou em preparação, que um dia poderão ser publicados).
Creio que a listagem aqui abaixo transcrita atende a essa demanda, e me dispensa de atender aos pedidos em caráter individual. Aqueles que não possuirem links, ou não forem imediatamente disponíveis em meu site (www.pralmeida.org), podem ser pedidos em caráter ad hoc, em particular (meu site possui um instrumento de comunicação).
Sem querer dar indigestão em ninguém, boa leitura.

Trabalhos de Paulo Roberto de Almeida sobre a diplomacia brasileira

Livros:
O Estudo das Relações internacionais do Brasil – Um dialogo entre a diplomacia e a academia (2. ed. rev. e ampl. Brasília: LGE, 2006)
Relações internacionais e política externa do Brasil: história e sociologia da diplomacia brasileira (2ª ed.; Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004)
Relações Brasil-Estados Unidos: assimetrias e convergências, Almeida, Paulo Roberto de; Barbosa, Rubens Antonio (orgs.) (São Paulo: Saraiva, 2005).

Capítulos de livros:
- “Brazil in the International Context” In: Evans, Joam (org.), Brazilian Defence Policies: Current Trends and Regional Implications (London: Dunkling Books, 2009, p. 11-26).
- “O Brasil e as relações internacionais no pós-Guerra Fria”; In: Ladwig, Nilzo Ivo; Costa, Rogério Santos da (orgs.), Vinte anos após a queda do muro de Berlim: um debate interdisciplinar (Palhoça-SC: Editora da Unisul, 2009).
- “Bases conceituais de uma política externa nacional”, In: Martins, Estevão C. de Rezende; Saraiva, Miriam G. (orgs.) Brasil-União Europeia-América do Sul: Anos 2010-2020 (Rio de Janeiro: Fundação Konrad Adenauer, 2009, p. 228-243).
- “Brazil's Candidacy for Major Power Status”, with Miguel Diaz. In: Schiffer, Michael; Shorr, David (eds.). Powers and Principles: International Leadership in a Shrinking World (Lanham, MD: Lexington Books, 2009, p. 225-251).
- “Lula’s Foreign Policy: Regional and Global Strategies”. In: Love, Joseph L.; Baer, Werner (eds.), Brazil under Lula: Economy, Politics, and Society under the Worker-President (New York: Palgrave-Macmillan, 2009, p. 167-183).
- “Brazil”, with Denise Gregory. In: Wahlers, Gerhard et alii. Growth and Responsibility: The positioning of emerging powers in the global governance system (Berlin: Konrad Adenauer Stiftung, 2009, p. 11-30).
- “Brazil and the G8 Heiligendamm Process”, with Denise Gregory. In: Cooper, Andrew F.; Antkiewicz, Ágata (orgs.). Emerging Powers in Global Governance: Lessons from the Heiligendamm Process (Waterloo, Canada: Wilfrid Laurier University Press, 2008, p. 137-161).
- “A ordem política e econômica mundial no início do século XXI: Questões da agenda internacional e suas implicações para o Brasil”. In Brant, Leonardo Nemer Caldeira (coord.), III Anuário Brasileiro de Direito Internacional (Belo Horizonte: Centro de Direito Internacional, v. 3, n. 2, 2008; p. 151-189).
- “Uma nova ‘arquitetura’ diplomática?: Interpretações divergentes sobre a política externa do Governo Lula (2003-2006)”, in Menezes, Wagner (org.). Estudos de Direito Internacional (Curitiba: Juruá, 2006, v. VIII, p. 196-213).
“A política internacional do PT e a diplomacia do governo Lula” in Albuquerque, José Augusto Guilhon de; Seitenfus, Ricardo; Nabuco de Castro, Sergio Henrique (orgs.). Sessenta Anos de Política Externa Brasileira (1930-1990) (2. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2006, p. 537-559).
- “O Brasil e o processo de formação de blocos econômicos: conceito e história, com aplicação aos casos do Mercosul e da Alca”, in Gomes, Eduardo B.; Reis, Tarcísio H. (orgs.). Globalização e o Comércio Internacional no Direito da Integração (São Paulo: Editora Aduaneiras, 2005; p. 17-38).
- “La politique internationale du Parti des Travailleurs: de la fondation du parti à la diplomatie du gouvernement Lula”. In: Rolland, Denis; Chassin, Joelle (orgs.), Pour Comprendre le Brésil de Lula (Paris: L’Harmattan, 2004, p. 221-238).

Artigos:
- “Brazilian Foreign Relations with South America and USA”, The Brazilian Economy: Economy, Politics and Policy Issues (FGV, Brazilian Institute of Economics: vol. 1, n. 8, September 2009, p. 30-33).
- “O Brasil no contexto da governança global”, Cadernos Adenauer IX (2008) n. 3, Governança Global (Rio de Janeiro: Fundação Konrad Adenauer, 2009, p. 199-219).
- “Obsolescência de uma velha senhora?: a OEA e a nova geografia política latino-americana”, Interesse Nacional (vol. 2, n. 6, Jul-Set de 2009, p. 58-69).
- “Mercosul e América do Sul na visão estratégica brasileira: revisão histórica e perspectivas para o futuro”, Asteriskos (Corunha; IGESIP, vol. 4, ns. 7-8, 2009, p. 155-185).
- “A integração na América do Sul em perspectiva histórica: um balanço”, Espaço da Sophia (Tomazina, vol. 2, n. 23, p. 1-17, fev de 2009).
- “To Be or Not the Bric”, Inteligência (Rio de Janeiro: vol. 11, 4º tr.; 12/2008, p. 22-46).
- “Evolução histórica do regionalismo econômico e político da América do Sul: Um balanço das experiências realizadas”, Cena Internacional (vol. 10, n. 2, 2008, p. 72-97).
- “O Brasil como ator regional e global: estratégias de política externa na nova ordem internacional”, Cena Internacional (Brasília: UnB-IREL, vol. 9, n. 1, 2007, p. 7-36); “Brazil as a regional player and as an emerging global power: Foreign policy strategies and the impact on the new international order”, Briefing Paper, series Dialogue on Globalization (Berlin: Friedrich Ebert Stiftung, July 2007).
- “¿Una nueva ‘arquitectura’ diplomática? Interpretaciones divergentes sobre la política exterior del Gobierno Lula (2003-2006)”, Entelequia: revista interdisciplinar (n. 2, Oct. 2006. p. 21-36).
- “Uma política externa engajada: a diplomacia do governo Lula”, Revista Brasileira de Política Internacional (Brasília: IBRI, ano 47, nº 1, 2004, p. 162-184).

(Deve ter mais por aí, e outras em preparação: preciso compilar...)

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...