Ou quase...
Da newsletter diária do ex-prefeito Cesar Maia:
"CONSELHO DE POLÍTICA EXTERNA DO PT : UM MONSTRENGO!
(RRM-13) Tomei conhecimento do último monstrengo do imaginário petista: a criação de um Conselho de Política Externa que busca instituir o assembleísmo em área de expressa delegação de competência ao Executivo. Algo como promover um encontro do MST, Pastoral da Terra e Comando Vermelho, ao invés de uma junta médica, para determinar o curso de um tratamento cardíaco. Finalmente, me parece evidente que, com a medida, buscam, desde já, amarrar a diplomacia brasileira no pós-lulismo (just in case, ou seja, na eventualidade de perderem as eleições presidenciais do corrente ano)."
De fato, trata-se de um monstrengo, só passível de existir na cabeca de neobolcheviques e amantes do "centralismo democrático", à maneira leninista.
Como o Itamaraty sempre solta alguma nota à imprensa, cada vez que um assunto relevante interessando à política externa aparece nas telas de radar da chamada "mídia", espera-se que, desta vez também, tenha algo a dizer a respeito do que poderia ser chamado de "conselho de tutela externa" (e o que é pior: por amadores).
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
1355) Crescimento economico na AL: Brasil tem fraco desempenho
CRESCIMENTO DO PIB NA AMÉRICA LATINA ENTRE 2003 e 2008 - PERÍODO LULA:
1 - Argentina 63,58%
2 - Panamá 57,19%
3 - Uruguai 51,87%
4 - Venezuela 50,89%
5 - Peru 49,23%
6 - Costa Rica 41,31%
7 - Colômbia 38,71%
8 - República Dominicana 38,55%
9 - Honduras 38,37%
10- Equador 34,02%
11- Chile 32,59 %
12- Paraguai 30,67%
13- Bolívia 29,33%
14- Brasil 26,44%
15- Guatemala 26,24%
16- Nicarágua 23,84%
17- El Salvador 21,00%
18- México 19,35%.
(Fonte: ex-coluna de Cesar Maia, que deve ter recolhido em algum relatório da Cepal).
Comentários Paulo Roberto de Almeida:
Como o Brasil se situa em 14. lugar entre 18 países, não se pode dizer que seu desempenho tenha sido satisfatório, mas algumas observações podem ser feitas.
Tanto a Argentina quanto a Venezuela, e também o Uruguai, conheceram enormes recessões antes do período em exame, assim que suas taxas excepcionais de crescimente refletem, em grande medida, apenas recuperação do PIB "perdido".
O Peru, a Costa Rica, a Colômbia e a República Dominicana, conheceram, sim, taxas muito positivas de crescimento no período, que refletiram taxas de investimento satisfatórias, em função de reformas econômicas e abertura da economia aos intercâmbios internacionais.
O Chile teve uma taxa e crescimento menor, mas foi a mais constante e regular de todos, consequência de uma política econômica sólida e basicamente estável.
O Brasil, por sua vez, é um país de taxas erráticas, ou seja, crescendo muito em alguns anos e pouco em outros, o que reflete uma estabilização ainda incompleta em alguns setores (como no plano fiscal, por exemplo).
O México, finalmente, foi vítima da ausência de reformas internas (difíceis num sistema político passavelmente esquizofrênico) e da recessão que alcançou os Estados Unidos. Pior, ao não fazer reformas, viu a China tomar-lhe muitos mercados na região e fora dela.
Ausência de reformas, num mundo dinâmico como o da globalização capitalista, significa, na verdade, andar para trás, pois outros paises vão passar na frente dos que ficam parados.
O Brasil deveria aprender essas simples lições...
(15.02.2010)
1 - Argentina 63,58%
2 - Panamá 57,19%
3 - Uruguai 51,87%
4 - Venezuela 50,89%
5 - Peru 49,23%
6 - Costa Rica 41,31%
7 - Colômbia 38,71%
8 - República Dominicana 38,55%
9 - Honduras 38,37%
10- Equador 34,02%
11- Chile 32,59 %
12- Paraguai 30,67%
13- Bolívia 29,33%
14- Brasil 26,44%
15- Guatemala 26,24%
16- Nicarágua 23,84%
17- El Salvador 21,00%
18- México 19,35%.
(Fonte: ex-coluna de Cesar Maia, que deve ter recolhido em algum relatório da Cepal).
Comentários Paulo Roberto de Almeida:
Como o Brasil se situa em 14. lugar entre 18 países, não se pode dizer que seu desempenho tenha sido satisfatório, mas algumas observações podem ser feitas.
Tanto a Argentina quanto a Venezuela, e também o Uruguai, conheceram enormes recessões antes do período em exame, assim que suas taxas excepcionais de crescimente refletem, em grande medida, apenas recuperação do PIB "perdido".
O Peru, a Costa Rica, a Colômbia e a República Dominicana, conheceram, sim, taxas muito positivas de crescimento no período, que refletiram taxas de investimento satisfatórias, em função de reformas econômicas e abertura da economia aos intercâmbios internacionais.
O Chile teve uma taxa e crescimento menor, mas foi a mais constante e regular de todos, consequência de uma política econômica sólida e basicamente estável.
O Brasil, por sua vez, é um país de taxas erráticas, ou seja, crescendo muito em alguns anos e pouco em outros, o que reflete uma estabilização ainda incompleta em alguns setores (como no plano fiscal, por exemplo).
O México, finalmente, foi vítima da ausência de reformas internas (difíceis num sistema político passavelmente esquizofrênico) e da recessão que alcançou os Estados Unidos. Pior, ao não fazer reformas, viu a China tomar-lhe muitos mercados na região e fora dela.
Ausência de reformas, num mundo dinâmico como o da globalização capitalista, significa, na verdade, andar para trás, pois outros paises vão passar na frente dos que ficam parados.
O Brasil deveria aprender essas simples lições...
(15.02.2010)
1354) Charles Landseer : pintor da independencia do Brasil
Charles Landseer in Portugal and Brazil: exhibition and book
*****************************
Charles Landseer (1799-1879) travelled to Brazil, via Lisbon, in 1825 as the official artist of the British diplomatic mission led by Sir Charles Stuart to negotiate recognition by Portugal of the newly independent Empire of Brazil.
More than half of his 300 or so drawings and watercolours of Lisbon and neighboring towns, the Azores, Rio de Janeiro, Recife and Olinda, Salvador, Vitória, Desterro (Florianópolis), Santos and São Paulo, which the Instituto Moreira Salles acquired at
auction in London in 1999, can be seen for the first time in an exhibition Charles Landseer. Desenhos e Aquarelas de Portugal e do Brasil, 1825-1826 at the Institute’s cultural center in Rio de Janeiro, 28 January -18 April 2010. The exhibition will travel to the Institute’s cultural centers in Poços de Caldas (MG) and São Paulo later in the year. The curator of the exhibition is Leslie Bethell, Senior Research Associate at the Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), Fundação Getulio Vargas, Rio de Janeiro and Senior Scholar at the Woodrow Wilson International Center for Scholars, Washington, D.C.
A book containing virtually all of Landseer’s work, with a bi-lingual introduction, has also been published: Leslie Bethell (ed.), Charles Landseer. Desenhos e Aquarelas de Portugal e do Brasil, 1825-1826 (São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2010), 256 pp. ISBN 978-85-86707-49-0.
For more information, visit www.ims.com.br
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Charles Landseer (1799-1879) travelled to Brazil, via Lisbon, in 1825 as the official artist of the British diplomatic mission led by Sir Charles Stuart to negotiate recognition by Portugal of the newly independent Empire of Brazil.
More than half of his 300 or so drawings and watercolours of Lisbon and neighboring towns, the Azores, Rio de Janeiro, Recife and Olinda, Salvador, Vitória, Desterro (Florianópolis), Santos and São Paulo, which the Instituto Moreira Salles acquired at
auction in London in 1999, can be seen for the first time in an exhibition Charles Landseer. Desenhos e Aquarelas de Portugal e do Brasil, 1825-1826 at the Institute’s cultural center in Rio de Janeiro, 28 January -18 April 2010. The exhibition will travel to the Institute’s cultural centers in Poços de Caldas (MG) and São Paulo later in the year. The curator of the exhibition is Leslie Bethell, Senior Research Associate at the Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), Fundação Getulio Vargas, Rio de Janeiro and Senior Scholar at the Woodrow Wilson International Center for Scholars, Washington, D.C.
A book containing virtually all of Landseer’s work, with a bi-lingual introduction, has also been published: Leslie Bethell (ed.), Charles Landseer. Desenhos e Aquarelas de Portugal e do Brasil, 1825-1826 (São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2010), 256 pp. ISBN 978-85-86707-49-0.
For more information, visit www.ims.com.br
1353) BRASA X - Homenagem ao Prof. Werner Baer
Dr. Werner Baer to receive Brazilian Studies Association Award
O Doutor Werner Baer receberá prêmio na Associação de Estudos Brasileiros
***************************
Economist Werner Baer has been named the 2010 recipient of the Brazilian Studies Association’s Lifetime Contribution Award (LCA).
BRASA’s LCA recognizes Dr. Baer as a leader in the field of Brazilian studies in the United States for his record of outstanding scholarly achievements, for his significant
contributions to the promotion of Brazilian Studies in this country, and for his training of many economists who have gone on to hold prestigious positions in academia, government, and the private sector.
Dr. Baer will be recognized in a ceremony on July 24, 2010, at BRASA’s Tenth International Congress, to be held in Brasília. BRASA will present Dr. Baer with a plaque of appreciation for his lifelong commitment to research and teaching on the Brazilian economy, and Professor Baer will address the congress. A selection of prominent economists—both academic and non-academic— will comment on his many achievements and contributions.
Professor Baer’s research and writing focus primarily on the areas of industrialization, growth and economic development, public policy, inflation, and income distribution and equity. He has a distinguished record of scholarly achievement, including such books as Industrialization and Economic Development in
Brazil (1965), The Development of the Brazilian Steel Industry (1970) The Brazilian Economy: Its Growth and Development (1979), now in its sixth edition, as well as a lengthy stream of articles on a diverse range of economic and policy issues.
One of the unique aspects of Baer's work is the link he makes between historical, social, and institutional legacies of the Brazilian past and his direct and ongoing engagement with the most current issues of economic and public policy.
He has served on the editorial boards of the Luso-Brazilian Review, Emerging Markets Review, Economia Aplicada, Latin American Business Review, Revista Latinoamericana de Historica Economica y Social, Revista Paraguaya de Estudios Sociologicos, Latin American Research Review, and World Development.
He has taught at Yale (1961-65), Vanderbilt (1965-74), and the University of Illinois (1974-present), and he served as a program advisor for the Ford Foundation in Rio de Janeiro from 1967 to 1976. He has encouraged large numbers of young people to enter
Brazilian studies and has recruited many, from both the United States and Brazil, to undertake doctoral studies in economics under his direction.
Professor Baer’s multiple contributions have been widely recognized in Brazil. He has received the prestigious Rio Branco Medal from the Brazilian Ministry of Foreign Affairs (December 2000), the Medalha de Honra da Inconfidência from the state of
Minas Gerais (1995), and the National Order of the Southern Cross from the government of Brazil (1982).
BRASA’s Lifetime Contribution Award Committee, consisting of Vice President Randal Johnson and BRASA members Jan Hoffman French, Ana López, William Smith and Bryan McCann received numerous nominations for this prestigious award. The nomination was
ratified by the BRASA Executive Committee.
Additional information on the Brazilian Studies Association is available at
www.brasa.org.
A BRASA anuncia que o economista Werner Baer receberá o prêmio entitulado Lifetime Contribution Award (LCA) a ser recebido em 2010.
O Doutor Baer é líder no campo de Estudos Brasileiros nos Estados Unidos . A BRASA reconhece com tal prêmio suas excepcionais realizaçōes acadêmicas , sua contribuição significativa à promoção de Estudos Brasileiros nesse país, assim como o fato
dele ter treinado uma geração de economistas que hoje em dia possuem cargos influentes no governo, no setor privado e no mundo acadêmico.
O prêmio será entregue em cerimônia especial durante o Décimo Congresso Internacional da BRASA, a ser realizado em Brasília em 24 de julho de 2010. A BRASA presenteará o Doutor Baer com uma placa de apreciação por uma vida inteira de dedicação à pesquisa
e ao ensino da economia brasileira. Durante a cerimônia o Professor Baer dirigirá a palavra ao Congresso e diversos economistas conceituados –ambos acadêmicos e não acadêmicos – farão comentários sobre suas conquistas e contribuiçōes.
As pesquisas e escritas do Professor Baer concentram-se principalmente nas áreas de industrialização, crescimento e desenvolvimento econômicos, política pública, inflação, distribuição de rendas e igualdade.
Ele tem uma ilustre reputação de conquistas acadêmicas, incluindo os seguintes livros : Industrialization and Economic Development in Brazil (1965), The Development of the Brazilian Steel Industry (1970) The Brazilian Economy: Its Growth and Development
(1979)-- o qual está atualmente na sua sexta edição. Além disso ele tem uma longa lista de artigos num âmbito diverso de assuntos econômicos e politicos.
Um dos aspectos singulares do trabalho de Baer é o elo que ele faz entre as heranças institucionais, sociais e históricas do passado brasileiro e o seu compromisso direto e continuo com os assuntos atuais de políticas econômicas e políticas.
Já serviu no conselho editorial dos seguintes publicaçōes acadêmicas: Luso-Brazilian Review, Emerging Markets Review, Economia Aplicada, Latin American Business Review, Revista Latinoamericana de Historia Economica y Social, Revista Paraguaya de Estudios Sociologicos, Latin American Research Review e World Development.
Ensinou na Yale (1961-65), na Vanderbilt (1965-74), e na University of Illinois (1974-presente) e serviu como conselheiro de programas para a Ford Foundation no Rio de Janeiro de 1967 a 1976. Encorajou uma enorme quantidade de jovens a dedicarem-se à estudos brasileiros e já recrutou muitos deles, tanto dos Estados Unidos como do Brasil, para ingressarem em estudos de doutorado em economia sob sua direção.
As contribuiçōes múltiplas do Professor Baer foram amplamente reconhecidas no Brasil. Ele recebeu a prestigiosa Medalha Rio Branco do Ministério de Relaçōes Exteriores brasileiro (Dezembro de 2000), a Medalha de Honra da Inconfidência do Estado de Minas
Gerais (1995) e a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul do governo brasileiro (1982).
O comitê do Lifetime Contribution Award da BRASA, consistindo do Vice Presidente Randal Johnson assim como dos respectivos membros da BRASA: Jan Hoffman French, Ana López, William Smith and Bryan McCann, receberam inúmeras nomeaçōes para esse prêmio tão prestigioso. A nomeação foi endosada pelo comitê executivo da BRASA.
Informaçōes adicionais à respeito da Brazilian Studies Association estão disponíveis no seguinte site: www.brasa.org.
O Doutor Werner Baer receberá prêmio na Associação de Estudos Brasileiros
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Economist Werner Baer has been named the 2010 recipient of the Brazilian Studies Association’s Lifetime Contribution Award (LCA).
BRASA’s LCA recognizes Dr. Baer as a leader in the field of Brazilian studies in the United States for his record of outstanding scholarly achievements, for his significant
contributions to the promotion of Brazilian Studies in this country, and for his training of many economists who have gone on to hold prestigious positions in academia, government, and the private sector.
Dr. Baer will be recognized in a ceremony on July 24, 2010, at BRASA’s Tenth International Congress, to be held in Brasília. BRASA will present Dr. Baer with a plaque of appreciation for his lifelong commitment to research and teaching on the Brazilian economy, and Professor Baer will address the congress. A selection of prominent economists—both academic and non-academic— will comment on his many achievements and contributions.
Professor Baer’s research and writing focus primarily on the areas of industrialization, growth and economic development, public policy, inflation, and income distribution and equity. He has a distinguished record of scholarly achievement, including such books as Industrialization and Economic Development in
Brazil (1965), The Development of the Brazilian Steel Industry (1970) The Brazilian Economy: Its Growth and Development (1979), now in its sixth edition, as well as a lengthy stream of articles on a diverse range of economic and policy issues.
One of the unique aspects of Baer's work is the link he makes between historical, social, and institutional legacies of the Brazilian past and his direct and ongoing engagement with the most current issues of economic and public policy.
He has served on the editorial boards of the Luso-Brazilian Review, Emerging Markets Review, Economia Aplicada, Latin American Business Review, Revista Latinoamericana de Historica Economica y Social, Revista Paraguaya de Estudios Sociologicos, Latin American Research Review, and World Development.
He has taught at Yale (1961-65), Vanderbilt (1965-74), and the University of Illinois (1974-present), and he served as a program advisor for the Ford Foundation in Rio de Janeiro from 1967 to 1976. He has encouraged large numbers of young people to enter
Brazilian studies and has recruited many, from both the United States and Brazil, to undertake doctoral studies in economics under his direction.
Professor Baer’s multiple contributions have been widely recognized in Brazil. He has received the prestigious Rio Branco Medal from the Brazilian Ministry of Foreign Affairs (December 2000), the Medalha de Honra da Inconfidência from the state of
Minas Gerais (1995), and the National Order of the Southern Cross from the government of Brazil (1982).
BRASA’s Lifetime Contribution Award Committee, consisting of Vice President Randal Johnson and BRASA members Jan Hoffman French, Ana López, William Smith and Bryan McCann received numerous nominations for this prestigious award. The nomination was
ratified by the BRASA Executive Committee.
Additional information on the Brazilian Studies Association is available at
www.brasa.org.
A BRASA anuncia que o economista Werner Baer receberá o prêmio entitulado Lifetime Contribution Award (LCA) a ser recebido em 2010.
O Doutor Baer é líder no campo de Estudos Brasileiros nos Estados Unidos . A BRASA reconhece com tal prêmio suas excepcionais realizaçōes acadêmicas , sua contribuição significativa à promoção de Estudos Brasileiros nesse país, assim como o fato
dele ter treinado uma geração de economistas que hoje em dia possuem cargos influentes no governo, no setor privado e no mundo acadêmico.
O prêmio será entregue em cerimônia especial durante o Décimo Congresso Internacional da BRASA, a ser realizado em Brasília em 24 de julho de 2010. A BRASA presenteará o Doutor Baer com uma placa de apreciação por uma vida inteira de dedicação à pesquisa
e ao ensino da economia brasileira. Durante a cerimônia o Professor Baer dirigirá a palavra ao Congresso e diversos economistas conceituados –ambos acadêmicos e não acadêmicos – farão comentários sobre suas conquistas e contribuiçōes.
As pesquisas e escritas do Professor Baer concentram-se principalmente nas áreas de industrialização, crescimento e desenvolvimento econômicos, política pública, inflação, distribuição de rendas e igualdade.
Ele tem uma ilustre reputação de conquistas acadêmicas, incluindo os seguintes livros : Industrialization and Economic Development in Brazil (1965), The Development of the Brazilian Steel Industry (1970) The Brazilian Economy: Its Growth and Development
(1979)-- o qual está atualmente na sua sexta edição. Além disso ele tem uma longa lista de artigos num âmbito diverso de assuntos econômicos e politicos.
Um dos aspectos singulares do trabalho de Baer é o elo que ele faz entre as heranças institucionais, sociais e históricas do passado brasileiro e o seu compromisso direto e continuo com os assuntos atuais de políticas econômicas e políticas.
Já serviu no conselho editorial dos seguintes publicaçōes acadêmicas: Luso-Brazilian Review, Emerging Markets Review, Economia Aplicada, Latin American Business Review, Revista Latinoamericana de Historia Economica y Social, Revista Paraguaya de Estudios Sociologicos, Latin American Research Review e World Development.
Ensinou na Yale (1961-65), na Vanderbilt (1965-74), e na University of Illinois (1974-presente) e serviu como conselheiro de programas para a Ford Foundation no Rio de Janeiro de 1967 a 1976. Encorajou uma enorme quantidade de jovens a dedicarem-se à estudos brasileiros e já recrutou muitos deles, tanto dos Estados Unidos como do Brasil, para ingressarem em estudos de doutorado em economia sob sua direção.
As contribuiçōes múltiplas do Professor Baer foram amplamente reconhecidas no Brasil. Ele recebeu a prestigiosa Medalha Rio Branco do Ministério de Relaçōes Exteriores brasileiro (Dezembro de 2000), a Medalha de Honra da Inconfidência do Estado de Minas
Gerais (1995) e a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul do governo brasileiro (1982).
O comitê do Lifetime Contribution Award da BRASA, consistindo do Vice Presidente Randal Johnson assim como dos respectivos membros da BRASA: Jan Hoffman French, Ana López, William Smith and Bryan McCann, receberam inúmeras nomeaçōes para esse prêmio tão prestigioso. A nomeação foi endosada pelo comitê executivo da BRASA.
Informaçōes adicionais à respeito da Brazilian Studies Association estão disponíveis no seguinte site: www.brasa.org.
1352) Os temas mais visitados neste blog
Através do Google Analytics, que fornece relatórios detalhados para qualquer coisa que se mexe neste blog, é possível saber quais os temas que mais interessam os visitantes, ocasionais ou regulares.
Eles estão referidos, pela sua importância volumétrica, na lista abaixo:
http://diplomatizzando.blogspot.com
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1. View this link / [geral]: 4,698
2. /2009/06/1165-conselheiros-da-petrobras-76-mil.html: 1,699
3. /2009/11/1491-edital-do-concurso-do-itamaraty.html: 393
4. /2009/05/1112-carreira-diplomatica-respondendo.html: 303
5. /2009/07/1192-diplomacia-dicas-gerais-para.html: 208
6. /2006/07/561-informaes-sobre-carreira.html: 197
7. /2006/12/673-formacao-e-carreira-do-diplomata.html: 178
8. /2007/02/698-concurso-do-rio-branco-algumas.html: 175
9. (...)
10. /2010/01/1899-islam-uma-religiao-tolerante.html: 145
11. /2006/12/671-profisso-internacionalista.html: 135
12. /2008/03/855-concurso-do-itamaraty-2008-prova.html: 117
13. /2010/01/1748-carreira-diplomatica-salario-e.html: 116
14. /2010/01/1700-carreira-diplomatica.html: 110
15. /2006/12/669-carreira-diplomatica-dicas.html: 109
16. /2008/06/897-carreira-diplomtica-dicas.html: 107
17. /2007/04/724-como-fazer-um-bom-parecer.html: 96
18. /2010/01/1773-um-suposto-post-sobre-uma-suposta.html: 80
19. /2010/02/1912-dicas-para-carreira-diplomatica.html: 66
20. /2006/07/559-informaes-sobre-carreira.html: 65
Para a transcrição aqui, pois existem 1.082 links diferentes (talvez vários repetidos) e os demais tiveram menos de 65 cliques.
Este relatório permite constatar que a maior parte dos visitantes é composta de jovens candidatos à carreira diplomática.
Espero aperfeiçoar a postagem e a própria produção de textos no sentido que parece interessar ao maior número de visitants.
Até lá.
Paulo Roberto de Almeida
(15/02/2010)
Eles estão referidos, pela sua importância volumétrica, na lista abaixo:
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5. /2009/07/1192-diplomacia-dicas-gerais-para.html: 208
6. /2006/07/561-informaes-sobre-carreira.html: 197
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10. /2010/01/1899-islam-uma-religiao-tolerante.html: 145
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13. /2010/01/1748-carreira-diplomatica-salario-e.html: 116
14. /2010/01/1700-carreira-diplomatica.html: 110
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16. /2008/06/897-carreira-diplomtica-dicas.html: 107
17. /2007/04/724-como-fazer-um-bom-parecer.html: 96
18. /2010/01/1773-um-suposto-post-sobre-uma-suposta.html: 80
19. /2010/02/1912-dicas-para-carreira-diplomatica.html: 66
20. /2006/07/559-informaes-sobre-carreira.html: 65
Para a transcrição aqui, pois existem 1.082 links diferentes (talvez vários repetidos) e os demais tiveram menos de 65 cliques.
Este relatório permite constatar que a maior parte dos visitantes é composta de jovens candidatos à carreira diplomática.
Espero aperfeiçoar a postagem e a própria produção de textos no sentido que parece interessar ao maior número de visitants.
Até lá.
Paulo Roberto de Almeida
(15/02/2010)
1351) Miséria da academia (2): uma relação de trabalhos
Miséria da Academia: uma relação de trabalhos
Paulo Roberto de Almeida
(15.02.2010)
Sou frequentemente questionado – diretamente, ou através de meu site, e também por meio de comentários a certos posts de meus blogs – por estudantes que leram alguns de meus trabalhos mais estreitamente vinculados ao mundo acadêmico, ou seja, apenas aqueles que tem a ver com as práticas e as “pedagogias” universitárias (se o termo se aplica). Esses estudantes confessam, com alguma candura e notável sinceridade, sua frustração com aulas dadas por professores que praticam a chamada doutrinação ideológica e tentam provar aos seus alunos, através de repetidas leituras de textos supostamente marxistas ou mesmo diretamente marxianos, que o capitalismo é efetivamente um ‘sistema perverso’, e que o imperialismo americano é o principal “malfeitor” da humanidade, e que ambos precisariam ser substituídos pelas alternativas que se sabe (indo do velho socialismo esclerosado à surpreendente ingenuidade dos altermundialistas).
Vários deles me pedem para comentar ou escrever a respeito dessas deformações que sequer mereceriam o nome de acadêmicas, não fosse pelo fato de que elas se situam, infelizmente, no âmbito universitário. Na impossibilidade de atender expressamente a esses pedidos, ou por falta de tempo ou pelo fato de que tudo isso representa, para mim, um dejà vu muito antigo, permito-me, neste momento, simplesmente remeter os interessados a alguns textos meus que tem a ver com essa problemática, considerada de modo amplo. Dessa relação excluo, deliberadamente, todos os trabalhos que estão mais diretamente vinculados ao movimento altermundialista, ou antiglobalizador, pois a lista poderia aumentar demais.
Aqui estão relacionados, portanto, alguns dos meus textos produzidos desde 2004, e que tem a ver com o que eu chamei de “miséria acadêmica”, ou seja, a distorção da missão universitária e a alienação – para não dizer embromação – de muitos professores que, ou são ignorantes ou ingênuos (e, nos dois casos, podem ser “consertados”, bastando que se dediquem ao estudo), ou, então, padecem, acredito que deliberadamente, da característica que se encaixa no conceito de ‘desonestidade intelectual’ (talvez o conceito de ‘intelectual’ seja, aqui, inteiramente descabido). Relaciono apenas os trabalhos publicados (e na ordem cronológica inversa, ou seja, os publicados mais recentemente na frente), posto que os inéditos ou originais podem ser em maior número, mas nem sempre acessíveis na internet.
952. “Sobre a responsabilidade dos intelectuais: devemos cobrar-lhes os efeitos práticos de suas prescrições teóricas?”, Espaço Acadêmico (vol. 9, n. 105, fevereiro 2010, p. 149-159). Relação de Originais n. 2103.
927. “Declaração de Princípios (apenas relembrando certas coisas que são permanentes)”, Via Política (4.10.2009). Republicado no blog Diplomatizzando (14.02.2010). Relação de Originais n. 2041.
918. “Frases de um perfeito idiota latino-americano (dos grandes)”, Via Política (10.08.2009). Relação de Originais n. 2034.
916. “Falácias acadêmicas, 11: o mito da transição do capitalismo ao socialismo”, Espaço Acadêmico (vol. 9, n. 99, agosto 2009, p. 76-90). Revista Espaço da Sophia (ano 3, n. 29, agosto 2009, p. 1-20). Relação de Originais n. 2029.
915. “Crônica de um desastre anunciado: o socialismo do século 21 na Venezuela”, Via Política (26.07.2009). Relação de Originais n. 2027.
906. “Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência: mais do mesmo?”, versão resumida no Jornal da Ciência - JC E-Mail (Edição 3787, 19.06.2009); versão completa, pouco modificada, em Via Política (06.07.2009). Relação de Originais n. 2014.
902. “Falácias acadêmicas, 9: o mito do socialismo do século 21”, Espaço Acadêmico (vol. 9, n. 97, junho 2009). Revista Espaço da Sophia (ano 3, n. 27, junho 2009). Relação de Originais n. 2009.
899. “Falácias acadêmicas, 8: os mitos da utopia marxista”, Espaço Acadêmico (ano 9, n. 96, maio 2009; arquivo em pdf). Relação de Originais n. 2002.
894. “Falácias acadêmicas, 6: o mito da Revolução Cubana”, Espaço Acadêmico (ano 8, n. 94, março 2009). Reproduzido, sob o titulo de “Os Mitos da Revolução Cubana”, Espaço da Sophia (Ano 2, n. 25, p. 1-17, março de 2009). Relação de Originais n. 1986.
891. “Falácias acadêmicas, 5: O mito do complô dos países ricos contra o desenvolvimento dos países pobres”, Espaço Acadêmico (ano 8, n. 93, fevereiro 2009). Reproduzido, sob o título de “Sobre o complô dos ricos contra os pobres”, no site Dom Total (16.04.2009). Relação de Originais n. 1976.
879. “O problema da universidade no Brasil: do público ao privado?”, Via Política (15.12.2008). Relação de Trabalhos nº 1934.
874. “As crises do capitalismo e a crise do marxismo: qual a mais grave?”, Via Política (23.11.2008). Relação de Trabalhos nº 1953.
853. “Falácias acadêmicas, 1: o mito do neoliberalismo”, Espaço Acadêmico (n. 87, agosto 2008). Relação de Trabalhos nº 1912. (Toda a série está disponível no seguinte link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/FalaciasSerie.html).
845. “Miséria da academia (uma crítica à academia da miséria)”, Espaço Acadêmico (n. 86, julho 2008). Relação de Trabalhos n. 1908.
839. “Manifesto Comunista, ou quase...: dedicado a “marquissistas” à beira de um ataque de nervos (a propósito de uma simples resenha)”, Espaço Acadêmico (ano 8, n. 85, junho de 2008). Reproduzido em Via Política (08.06.2008). Relação de Trabalhos nº 1888.
834. “Marxistas totalmente contornáveis” [Resenha de Jorge Nóvoa (org.): Incontornável Marx (Salvador/São Paulo: Unesp/UFBA, 2007, 407 p.)], Espaço Acadêmico (ano 7, nr. 84, maio 2008). Relação de Trabalhos nº 1839.
827. “O fetiche do Capital”, Via Política (31.03.2008). Espaço Acadêmico (ano 7, nr. 83, abril 2008). Relação de Trabalhos nº 1873.
791. “Crônica do petismo universitário: dissolução de uma redundância?”, Espaço Acadêmico (ano 7, n. 77, outubro 2007). Dividido em duas partes e publicado no Via Política (Parte 1: 30.09.07; Parte 2: 7.10.07). Relação de Trabalhos n. 1807.
784. “Já não se fazem mais marxistas como antigamente”, Via Política (29.07.07).Relação de Trabalhos n. 1711.
774. “Uma questão de estilo: declaração ao mercado de dissertações e teses”, Via Política (03.06.2007). Relação de Trabalhos nº 1735.
769. “Presença da universidade no desenvolvimento brasileiro: uma perspectiva histórica”, Via Política (13 maio 2007). Relação de Trabalhos nº 1741.
753. “O afundamento da educação no Brasil (algumas observações angustiadas do ponto de vista dos estudantes)”, Espaço Acadêmico (ano 6, nº 70, março 2007). Republicado em Via Política (14.07.2008). Relação de Trabalhos nº 1726.
737. “A produção do conhecimento nas sociedades contemporâneas: a concentração e as desigualdades são inevitáveis?” [Resenha de Fernando Antonio Ferreira de Barros, A tendência concentradora da produção de conhecimento no mundo contemporâneo (Brasília: Paralelo 15–Abipti, 2005, 307 p.)], Parcerias Estratégicas (n. 23, dezembro 2006, p. 435-446). Relação de Trabalhos n. 1690.
710. “Uma previsão marxista...”, Espaço Acadêmico (ano VI, n. 65, outubro 2006). Relação de Trabalhos n. 1668.
695. “A História não o Absolverá: Fidel Castro e seus amigos brasileiros: um caso de renúncia à inteligência?”, Espaço Acadêmico (ano VI, n. 64, set. 2006). Relação de Trabalhos n. 1661.
690. “Economia política do intelectual”, Espaço Acadêmico (ano VI, n. 63, ago. 2006). Relação de Trabalhos n. 1643.
681. “Educação e desenvolvimento: como o Brasil vem falhando nos dois lados” [Resenha ampliada de Gustavo Ioschpe: A ignorância custa um mundo: o valor da educação no desenvolvimento do Brasil (São Paulo: Francis, 2004, 234 p.)], Revista de Economia e Relações Internacionais (vol. 5, n. 9, julho 2006, p. 139-142). Relação de Trabalhos n. 1602.
638. “Esquerda versus direita: de volta a um velho debate...”, Espaço Acadêmico (ano VI, n. 59, abril 2006). Relação de Trabalhos n. 1541.
623. “As novas teses de abril: sugestões para o próximo encontro nacional de um grande partido”, Espaço Acadêmico (ano V, n. 57, fevereiro 2006). Relação de Trabalhos n. 1545.
616. “Idéias vencedoras e conceitos derrotados: de volta ao velho debate sobre a grande ruptura”, Espaço Acadêmico (ano VI, n. 55, dezembro 2005). Relação de Trabalhos n. 1502.
571. “Um intercâmbio acadêmico: a cultura da esquerda em questão”, Espaço Acadêmico (ano V, n. 49, junho 2005). Relação de Trabalhos n. 1426.
549. “A cultura da esquerda: sete pecados dialéticos que atrapalham seu desenvolvimento”, Espaço Acadêmico (ano V, n. 47, abril 2005). Relação de Trabalhos n. 1413.
545. “Economistas Voláteis e Juízes Malucos: dois males do Brasil contemporâneo; II. Fazendo justiça com as próprias mãos”, Espaço Acadêmico (ano V, n. 46, março 2005). Relação de Trabalhos n. 1401.
542. “Economistas Voláteis e Juízes Malucos: dois males do Brasil contemporâneo (I)”, Espaço Acadêmico (ano V, n 45, fevereiro 2005). Relação de Trabalhos n. 1387.
473. “Niilismo filosófico-político?” [Resenha de Paulo Eduardo Arantes, Zero à Esquerda (São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2004, 306 p.)], Parlata (http://www.parlata.com.br/parlata_indica_interna.asp?seq=30). Relação de Trabalhos nº 1318.
453. “Implementando a revolução marxista do Manifesto: (uma lista atualizada de medidas)”, Diplomatizzando (14.02.2010). Relação de Trabalhos nº 1256.
437. “Miséria das universidades ou miséria dos universitários?”, JC e-mail (edição 2463, 11.02.04). Relação de Trabalhos nº1204.
Permito-me, igualmente, remeter aos trabalhos publicados nas revistas eletrônicas Espaço Acadêmico (vários deles aqui citados; nos links: http://www.espacoacademico.com.br/arquivo/almeida.htm, para a série “antiga”, e http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico, para a nova série, a partir do n. 96), e Espaço da Sophia (http://www.pralmeida.org/06LinksColabor/09EspacoSophia.html), no boletim digital Via Política (http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_indice.php) e no site Ordem Livre (http://www.ordemlivre.org/textos/autor/203). Também tenho colaborado regularmente com o site Mundorama (www.mundorama.net), que costuma reproduzir alguns artigos no periódico Meridiano 47 (http://www.pralmeida.org/06LinksColabor/01Meridiano47.html), e com o site Dom Total (http://www.domtotal.com/colunistas/coluna.php?artColId=6).
Se posso agregar um comentário final, seria este: a universidade pública brasileira, pelo menos nas suas seções dedicadas às humanidades, caminha lentamente para a decadência, processo que é antes de tudo de natureza intelectual, mas que também tem duas dimensões morais ou éticas. Não se trata de algo irreversível, como já escrevi anteriormente, mas é algo propriamente calamitoso, do ponto de vista dos alunos que tem de suportar – creio que é verbo apropriado – professores incompetentes ou desonestos intelectualmente. Acredito que haverá recuperação, mas dependerá das exigências dos próprios alunos, consoante o velho princípio segundo o qual “burro velho não aprende” (embora a maioria sejam jovens recém egressos dos mesmos bancos universitários onde estudaram, mas onde eles, mais propriamente, se “deformaram”).
Enfim, enquanto eu não sentir alguma mudança significativa nas IFES, vou continuar meu trabalho de análise critica, mas creio que o processo vai demorar algum tempo. Como diria Keynes...
Brasília, 15.02.2010
Paulo Roberto de Almeida
(15.02.2010)
Sou frequentemente questionado – diretamente, ou através de meu site, e também por meio de comentários a certos posts de meus blogs – por estudantes que leram alguns de meus trabalhos mais estreitamente vinculados ao mundo acadêmico, ou seja, apenas aqueles que tem a ver com as práticas e as “pedagogias” universitárias (se o termo se aplica). Esses estudantes confessam, com alguma candura e notável sinceridade, sua frustração com aulas dadas por professores que praticam a chamada doutrinação ideológica e tentam provar aos seus alunos, através de repetidas leituras de textos supostamente marxistas ou mesmo diretamente marxianos, que o capitalismo é efetivamente um ‘sistema perverso’, e que o imperialismo americano é o principal “malfeitor” da humanidade, e que ambos precisariam ser substituídos pelas alternativas que se sabe (indo do velho socialismo esclerosado à surpreendente ingenuidade dos altermundialistas).
Vários deles me pedem para comentar ou escrever a respeito dessas deformações que sequer mereceriam o nome de acadêmicas, não fosse pelo fato de que elas se situam, infelizmente, no âmbito universitário. Na impossibilidade de atender expressamente a esses pedidos, ou por falta de tempo ou pelo fato de que tudo isso representa, para mim, um dejà vu muito antigo, permito-me, neste momento, simplesmente remeter os interessados a alguns textos meus que tem a ver com essa problemática, considerada de modo amplo. Dessa relação excluo, deliberadamente, todos os trabalhos que estão mais diretamente vinculados ao movimento altermundialista, ou antiglobalizador, pois a lista poderia aumentar demais.
Aqui estão relacionados, portanto, alguns dos meus textos produzidos desde 2004, e que tem a ver com o que eu chamei de “miséria acadêmica”, ou seja, a distorção da missão universitária e a alienação – para não dizer embromação – de muitos professores que, ou são ignorantes ou ingênuos (e, nos dois casos, podem ser “consertados”, bastando que se dediquem ao estudo), ou, então, padecem, acredito que deliberadamente, da característica que se encaixa no conceito de ‘desonestidade intelectual’ (talvez o conceito de ‘intelectual’ seja, aqui, inteiramente descabido). Relaciono apenas os trabalhos publicados (e na ordem cronológica inversa, ou seja, os publicados mais recentemente na frente), posto que os inéditos ou originais podem ser em maior número, mas nem sempre acessíveis na internet.
952. “Sobre a responsabilidade dos intelectuais: devemos cobrar-lhes os efeitos práticos de suas prescrições teóricas?”, Espaço Acadêmico (vol. 9, n. 105, fevereiro 2010, p. 149-159). Relação de Originais n. 2103.
927. “Declaração de Princípios (apenas relembrando certas coisas que são permanentes)”, Via Política (4.10.2009). Republicado no blog Diplomatizzando (14.02.2010). Relação de Originais n. 2041.
918. “Frases de um perfeito idiota latino-americano (dos grandes)”, Via Política (10.08.2009). Relação de Originais n. 2034.
916. “Falácias acadêmicas, 11: o mito da transição do capitalismo ao socialismo”, Espaço Acadêmico (vol. 9, n. 99, agosto 2009, p. 76-90). Revista Espaço da Sophia (ano 3, n. 29, agosto 2009, p. 1-20). Relação de Originais n. 2029.
915. “Crônica de um desastre anunciado: o socialismo do século 21 na Venezuela”, Via Política (26.07.2009). Relação de Originais n. 2027.
906. “Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência: mais do mesmo?”, versão resumida no Jornal da Ciência - JC E-Mail (Edição 3787, 19.06.2009); versão completa, pouco modificada, em Via Política (06.07.2009). Relação de Originais n. 2014.
902. “Falácias acadêmicas, 9: o mito do socialismo do século 21”, Espaço Acadêmico (vol. 9, n. 97, junho 2009). Revista Espaço da Sophia (ano 3, n. 27, junho 2009). Relação de Originais n. 2009.
899. “Falácias acadêmicas, 8: os mitos da utopia marxista”, Espaço Acadêmico (ano 9, n. 96, maio 2009; arquivo em pdf). Relação de Originais n. 2002.
894. “Falácias acadêmicas, 6: o mito da Revolução Cubana”, Espaço Acadêmico (ano 8, n. 94, março 2009). Reproduzido, sob o titulo de “Os Mitos da Revolução Cubana”, Espaço da Sophia (Ano 2, n. 25, p. 1-17, março de 2009). Relação de Originais n. 1986.
891. “Falácias acadêmicas, 5: O mito do complô dos países ricos contra o desenvolvimento dos países pobres”, Espaço Acadêmico (ano 8, n. 93, fevereiro 2009). Reproduzido, sob o título de “Sobre o complô dos ricos contra os pobres”, no site Dom Total (16.04.2009). Relação de Originais n. 1976.
879. “O problema da universidade no Brasil: do público ao privado?”, Via Política (15.12.2008). Relação de Trabalhos nº 1934.
874. “As crises do capitalismo e a crise do marxismo: qual a mais grave?”, Via Política (23.11.2008). Relação de Trabalhos nº 1953.
853. “Falácias acadêmicas, 1: o mito do neoliberalismo”, Espaço Acadêmico (n. 87, agosto 2008). Relação de Trabalhos nº 1912. (Toda a série está disponível no seguinte link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/FalaciasSerie.html).
845. “Miséria da academia (uma crítica à academia da miséria)”, Espaço Acadêmico (n. 86, julho 2008). Relação de Trabalhos n. 1908.
839. “Manifesto Comunista, ou quase...: dedicado a “marquissistas” à beira de um ataque de nervos (a propósito de uma simples resenha)”, Espaço Acadêmico (ano 8, n. 85, junho de 2008). Reproduzido em Via Política (08.06.2008). Relação de Trabalhos nº 1888.
834. “Marxistas totalmente contornáveis” [Resenha de Jorge Nóvoa (org.): Incontornável Marx (Salvador/São Paulo: Unesp/UFBA, 2007, 407 p.)], Espaço Acadêmico (ano 7, nr. 84, maio 2008). Relação de Trabalhos nº 1839.
827. “O fetiche do Capital”, Via Política (31.03.2008). Espaço Acadêmico (ano 7, nr. 83, abril 2008). Relação de Trabalhos nº 1873.
791. “Crônica do petismo universitário: dissolução de uma redundância?”, Espaço Acadêmico (ano 7, n. 77, outubro 2007). Dividido em duas partes e publicado no Via Política (Parte 1: 30.09.07; Parte 2: 7.10.07). Relação de Trabalhos n. 1807.
784. “Já não se fazem mais marxistas como antigamente”, Via Política (29.07.07).Relação de Trabalhos n. 1711.
774. “Uma questão de estilo: declaração ao mercado de dissertações e teses”, Via Política (03.06.2007). Relação de Trabalhos nº 1735.
769. “Presença da universidade no desenvolvimento brasileiro: uma perspectiva histórica”, Via Política (13 maio 2007). Relação de Trabalhos nº 1741.
753. “O afundamento da educação no Brasil (algumas observações angustiadas do ponto de vista dos estudantes)”, Espaço Acadêmico (ano 6, nº 70, março 2007). Republicado em Via Política (14.07.2008). Relação de Trabalhos nº 1726.
737. “A produção do conhecimento nas sociedades contemporâneas: a concentração e as desigualdades são inevitáveis?” [Resenha de Fernando Antonio Ferreira de Barros, A tendência concentradora da produção de conhecimento no mundo contemporâneo (Brasília: Paralelo 15–Abipti, 2005, 307 p.)], Parcerias Estratégicas (n. 23, dezembro 2006, p. 435-446). Relação de Trabalhos n. 1690.
710. “Uma previsão marxista...”, Espaço Acadêmico (ano VI, n. 65, outubro 2006). Relação de Trabalhos n. 1668.
695. “A História não o Absolverá: Fidel Castro e seus amigos brasileiros: um caso de renúncia à inteligência?”, Espaço Acadêmico (ano VI, n. 64, set. 2006). Relação de Trabalhos n. 1661.
690. “Economia política do intelectual”, Espaço Acadêmico (ano VI, n. 63, ago. 2006). Relação de Trabalhos n. 1643.
681. “Educação e desenvolvimento: como o Brasil vem falhando nos dois lados” [Resenha ampliada de Gustavo Ioschpe: A ignorância custa um mundo: o valor da educação no desenvolvimento do Brasil (São Paulo: Francis, 2004, 234 p.)], Revista de Economia e Relações Internacionais (vol. 5, n. 9, julho 2006, p. 139-142). Relação de Trabalhos n. 1602.
638. “Esquerda versus direita: de volta a um velho debate...”, Espaço Acadêmico (ano VI, n. 59, abril 2006). Relação de Trabalhos n. 1541.
623. “As novas teses de abril: sugestões para o próximo encontro nacional de um grande partido”, Espaço Acadêmico (ano V, n. 57, fevereiro 2006). Relação de Trabalhos n. 1545.
616. “Idéias vencedoras e conceitos derrotados: de volta ao velho debate sobre a grande ruptura”, Espaço Acadêmico (ano VI, n. 55, dezembro 2005). Relação de Trabalhos n. 1502.
571. “Um intercâmbio acadêmico: a cultura da esquerda em questão”, Espaço Acadêmico (ano V, n. 49, junho 2005). Relação de Trabalhos n. 1426.
549. “A cultura da esquerda: sete pecados dialéticos que atrapalham seu desenvolvimento”, Espaço Acadêmico (ano V, n. 47, abril 2005). Relação de Trabalhos n. 1413.
545. “Economistas Voláteis e Juízes Malucos: dois males do Brasil contemporâneo; II. Fazendo justiça com as próprias mãos”, Espaço Acadêmico (ano V, n. 46, março 2005). Relação de Trabalhos n. 1401.
542. “Economistas Voláteis e Juízes Malucos: dois males do Brasil contemporâneo (I)”, Espaço Acadêmico (ano V, n 45, fevereiro 2005). Relação de Trabalhos n. 1387.
473. “Niilismo filosófico-político?” [Resenha de Paulo Eduardo Arantes, Zero à Esquerda (São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2004, 306 p.)], Parlata (http://www.parlata.com.br/parlata_indica_interna.asp?seq=30). Relação de Trabalhos nº 1318.
453. “Implementando a revolução marxista do Manifesto: (uma lista atualizada de medidas)”, Diplomatizzando (14.02.2010). Relação de Trabalhos nº 1256.
437. “Miséria das universidades ou miséria dos universitários?”, JC e-mail (edição 2463, 11.02.04). Relação de Trabalhos nº1204.
Permito-me, igualmente, remeter aos trabalhos publicados nas revistas eletrônicas Espaço Acadêmico (vários deles aqui citados; nos links: http://www.espacoacademico.com.br/arquivo/almeida.htm, para a série “antiga”, e http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico, para a nova série, a partir do n. 96), e Espaço da Sophia (http://www.pralmeida.org/06LinksColabor/09EspacoSophia.html), no boletim digital Via Política (http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_indice.php) e no site Ordem Livre (http://www.ordemlivre.org/textos/autor/203). Também tenho colaborado regularmente com o site Mundorama (www.mundorama.net), que costuma reproduzir alguns artigos no periódico Meridiano 47 (http://www.pralmeida.org/06LinksColabor/01Meridiano47.html), e com o site Dom Total (http://www.domtotal.com/colunistas/coluna.php?artColId=6).
Se posso agregar um comentário final, seria este: a universidade pública brasileira, pelo menos nas suas seções dedicadas às humanidades, caminha lentamente para a decadência, processo que é antes de tudo de natureza intelectual, mas que também tem duas dimensões morais ou éticas. Não se trata de algo irreversível, como já escrevi anteriormente, mas é algo propriamente calamitoso, do ponto de vista dos alunos que tem de suportar – creio que é verbo apropriado – professores incompetentes ou desonestos intelectualmente. Acredito que haverá recuperação, mas dependerá das exigências dos próprios alunos, consoante o velho princípio segundo o qual “burro velho não aprende” (embora a maioria sejam jovens recém egressos dos mesmos bancos universitários onde estudaram, mas onde eles, mais propriamente, se “deformaram”).
Enfim, enquanto eu não sentir alguma mudança significativa nas IFES, vou continuar meu trabalho de análise critica, mas creio que o processo vai demorar algum tempo. Como diria Keynes...
Brasília, 15.02.2010
domingo, 14 de fevereiro de 2010
1350) Declaração de Princípios
Apenas relembrando certas coisas que são permanentes...
Paulo Roberto de Almeida
Via Política (4.10.2009).
Existem certas coisas que independem da idade, da condição pessoal ou profissional, da situação econômica, de crenças religiosas ou afiliações políticas. Existem certos valores intangíveis que não são determinados por interesses econômicos ou vantagens momentâneas, que transcendem uma análise de custo-benefício imediato, ou mesmo perspectivas de ganhos no médio ou longo prazo. São questões inegociáveis, pelo menos para os que acreditam nelas.
Refiro-me a uma determinada concepção do mundo, da vida, da conduta pessoal, do comportamento social, do comprometimento com a própria história de vida. Esses valores são os da integridade moral, da honestidade intelectual, do compromisso com a verdade, da busca do que é moralmente justo, do que pode ser uma aproximação ao que é eticamente correto, ao que é legitimamente válido fazer, dizer ou defender. A busca da verdade é um desses valores que se mantêm íntegros, mesmo na adversidade, mesmo no confronto com forças superiores, mesmo nas dificuldades temporárias, mesmo ao custo do sacrifício de vantagens pessoais, de situações estabelecidas, de retrocessos materiais.
Tenho buscado, ao longo de minha vida – em meus escritos, em minhas atividades profissionais, em minhas aulas, na exposição de minhas idéias, em meu site pessoal, em meus blogs, em listas de discussões, em todas as minhas intervenções públicas – expressar exatamente aquilo que penso, não como reflexo de sentimentos pessoais, impressões subjetivas ou desejos individuais, mas como resultado de pesquisas, de leituras, de reflexões confrontadas aos dados da realidade, do debate aberto, da defesa da racionalidade, do uso da lógica como instrumento supremo de exercício da razão, enfim, como produto da mais simples expressão daquilo que representa a dignidade da palavra adequada à questão posta, a correspondência exata do problema colocado com uma solução possível, apenas determinado pela lógica, pela razão e pela verdade tentativa. Em uma palavra, tenho buscado viver de uma maneira digna.
O que vou dizer agora poderia ser precedido por: “Acredito que...”, mas não vou fazê-lo, pois considero o que vem exposto a seguir como uma espécie de imperativo moral. Não se deve fazer concessões a interesses partidários, a interesses econômicos, a fundamentalismos religiosos, a vantagens pessoais. Apenas a busca da verdade deve guiar aqueles que estão comprometidos com o debate aberto, a honestidade intelectual, a dignidade da palavra dada. Entre os valores que devem ser defendidos, com toda a determinação, estão a busca da honestidade intelectual, do bem comum, da dignidade da pessoa humana, da defesa desses mesmos princípios contra interesses pecuniários, da luta contra a mentira, o roubo, a violação da dignidade individual, a mistificação dos fatos e a distorção de provas empíricas. A demagogia e a mentira devem ser combatidas independentemente de quem as expressam, a fraude e a desonestidade devem ser reprimidas em quaisquer circunstâncias, os formalismos processuais devem ser repelidos em nome das evidências intencionais, e todos devem ser responsabilizados pelas palavras ditas e pelos atos cometidos.
São apenas algumas questões de princípio que devem ficar claras a todos os que interagem comigo, por quaisquer meios ou veículos. Sempre defenderei as mesmas idéias e valores, independente do tempo e da temperatura, da hora e da situação, sem qualquer concessão a oportunismos e acomodações.
Poderia acrescentar, entre parênteses, que considero o Brasil, seu cenário político, suas lideranças nacionais, os responsáveis pela ordem jurídica e os chamados representantes da vontade popular como singularmente distantes desses ideais, mas não vou fazê-lo, neste momento, pois creio que não é o caso de adentrar em uma discussão específica a uma situação. Esta é uma declaração de princípios, e como tal deve restar. Meus leitores inteligentes sabem do que estou falando; aqueles politicamente motivados, ideologicamente determinados, podem recusar minhas palavras, mas sou indiferente a esse tipo de contestação.
Acho que os que freqüentam os meus espaços de interação – site, blogs, listas, aulas, entrevistas e exposições orais e diretas – já sabem disso. Eu não precisaria relembrar tudo isso se, de vez em quando, algum espírito partidário ou fundamentalista, não tentasse colocar em dúvida esses princípios. Isto vale para minha conduta relacional (e pessoal), tanto quanto para a condução dos espaços de interação que me são dados administrar ou deles participar. Vale!
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 4 de setembro de 2009.
Paulo Roberto de Almeida
Via Política (4.10.2009).
Existem certas coisas que independem da idade, da condição pessoal ou profissional, da situação econômica, de crenças religiosas ou afiliações políticas. Existem certos valores intangíveis que não são determinados por interesses econômicos ou vantagens momentâneas, que transcendem uma análise de custo-benefício imediato, ou mesmo perspectivas de ganhos no médio ou longo prazo. São questões inegociáveis, pelo menos para os que acreditam nelas.
Refiro-me a uma determinada concepção do mundo, da vida, da conduta pessoal, do comportamento social, do comprometimento com a própria história de vida. Esses valores são os da integridade moral, da honestidade intelectual, do compromisso com a verdade, da busca do que é moralmente justo, do que pode ser uma aproximação ao que é eticamente correto, ao que é legitimamente válido fazer, dizer ou defender. A busca da verdade é um desses valores que se mantêm íntegros, mesmo na adversidade, mesmo no confronto com forças superiores, mesmo nas dificuldades temporárias, mesmo ao custo do sacrifício de vantagens pessoais, de situações estabelecidas, de retrocessos materiais.
Tenho buscado, ao longo de minha vida – em meus escritos, em minhas atividades profissionais, em minhas aulas, na exposição de minhas idéias, em meu site pessoal, em meus blogs, em listas de discussões, em todas as minhas intervenções públicas – expressar exatamente aquilo que penso, não como reflexo de sentimentos pessoais, impressões subjetivas ou desejos individuais, mas como resultado de pesquisas, de leituras, de reflexões confrontadas aos dados da realidade, do debate aberto, da defesa da racionalidade, do uso da lógica como instrumento supremo de exercício da razão, enfim, como produto da mais simples expressão daquilo que representa a dignidade da palavra adequada à questão posta, a correspondência exata do problema colocado com uma solução possível, apenas determinado pela lógica, pela razão e pela verdade tentativa. Em uma palavra, tenho buscado viver de uma maneira digna.
O que vou dizer agora poderia ser precedido por: “Acredito que...”, mas não vou fazê-lo, pois considero o que vem exposto a seguir como uma espécie de imperativo moral. Não se deve fazer concessões a interesses partidários, a interesses econômicos, a fundamentalismos religiosos, a vantagens pessoais. Apenas a busca da verdade deve guiar aqueles que estão comprometidos com o debate aberto, a honestidade intelectual, a dignidade da palavra dada. Entre os valores que devem ser defendidos, com toda a determinação, estão a busca da honestidade intelectual, do bem comum, da dignidade da pessoa humana, da defesa desses mesmos princípios contra interesses pecuniários, da luta contra a mentira, o roubo, a violação da dignidade individual, a mistificação dos fatos e a distorção de provas empíricas. A demagogia e a mentira devem ser combatidas independentemente de quem as expressam, a fraude e a desonestidade devem ser reprimidas em quaisquer circunstâncias, os formalismos processuais devem ser repelidos em nome das evidências intencionais, e todos devem ser responsabilizados pelas palavras ditas e pelos atos cometidos.
São apenas algumas questões de princípio que devem ficar claras a todos os que interagem comigo, por quaisquer meios ou veículos. Sempre defenderei as mesmas idéias e valores, independente do tempo e da temperatura, da hora e da situação, sem qualquer concessão a oportunismos e acomodações.
Poderia acrescentar, entre parênteses, que considero o Brasil, seu cenário político, suas lideranças nacionais, os responsáveis pela ordem jurídica e os chamados representantes da vontade popular como singularmente distantes desses ideais, mas não vou fazê-lo, neste momento, pois creio que não é o caso de adentrar em uma discussão específica a uma situação. Esta é uma declaração de princípios, e como tal deve restar. Meus leitores inteligentes sabem do que estou falando; aqueles politicamente motivados, ideologicamente determinados, podem recusar minhas palavras, mas sou indiferente a esse tipo de contestação.
Acho que os que freqüentam os meus espaços de interação – site, blogs, listas, aulas, entrevistas e exposições orais e diretas – já sabem disso. Eu não precisaria relembrar tudo isso se, de vez em quando, algum espírito partidário ou fundamentalista, não tentasse colocar em dúvida esses princípios. Isto vale para minha conduta relacional (e pessoal), tanto quanto para a condução dos espaços de interação que me são dados administrar ou deles participar. Vale!
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 4 de setembro de 2009.
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