terça-feira, 2 de março de 2010

1733) Meu proximo celular sera um iPhone...

Com desculpas pela propaganda indevida...

Valor lança aplicativo para iPhone
Valor Econômico, 01/03/2010

SÃO PAULO - O Valor Econômico lança nesta segunda-feira seu aplicativo para iPhone. Com ele, o leitor poderá acompanhar no celular da Apple os principais acontecimentos do dia, preços de ações, cotações de moedas e indicadores econômicos, além de acompanhar sua carteira e salvar as notícias de seu interesse em uma pasta de favoritas.

O dispositivo, criado em parceria com a empresa de soluções para aparelhos móveis Mobimarket, nasce como o primeiro aplicativo brasileiro especializado em conteúdo de economia, finanças e negócios. Também é o primeiro aplicativo nacional de notícias integrado com o Twitter. É possível compartilhar o link da notícia e um comentário, e a publicação na rede de microblogs é feita diretamente da ferramenta.

Na tela inicial, o leitor já encontra as informações mais relevantes do momento - as notícias de destaque e cotações rápidas do dólar e do Ibovespa. O noticiário indispensável do dia está no canal Notícias, cujo conteúdo é organizado por editorias semelhantes às do jornal e do website do Valor. O leitor tem acesso ao texto integral e pode guardar as matérias preferidas em uma área de favoritos. Para compartilhá-las, basta escolher entre publicar no Twitter ou encaminhar o texto para um amigo, por email.

Outro canal é o Ações, que traz cotações dos papéis negociados na BM & FBovespa. O usuário pode acompanhar as oscilações de preço, pesquisar os ativos pelo nome ou pela sigla correspondente e, ainda, montar e salvar sua carteira de ações. As informações sobre os papéis são completas: preço, variação, volume negociado, cotações máximas e mínimas do dia, e a evolução do ativo em gráfico que pode abranger 1 dia, 5 dias ou 1 mês, conforme a escolha.

Para completar o pacote de informações indispensáveis ao usuário interessado em economia e investimentos, o aplicativo tem uma área de índices. Nele estão disponíveis cotações de moedas estrangeiras e indicadores macroeconômicos (como inflação e taxas de juros), com a mesma frequência de atualização do website.

Apesar de a campanha de lançamento começar nesta segunda, o programa já está disponível para download gratuito na loja da Apple. Mesmo antes do início da divulgação, o Valor já ocupa os primeiros lugares na lista de aplicativos de notícias disponíveis na App Store Brasil. O link para baixar o programa encontra-se em http://www.valoronline.com.br/Mobile/Default.aspx .

O aplicativo para iPhone é mais uma alternativa para acompanhar o Valor em dispositivos móveis. Os donos de smartphones podem acessar o site móvel do jornal pelo link m.valor.com.br e receber, além das últimas notícias e cotações, as principais reportagens e resumos das colunas do jornal impresso. Ao mesmo tempo em que trabalhou no lançamento do aplicativo para iPhone, o Valor remodelou seu site móvel, tornando a navegação mais amigável e o layout, mais atraente. Cotações e indicadores também passaram a fazer parte do conteúdo do site para smartphones.

A mobilidade vem se juntar às iniciativas da plataforma digital do Valor, que já oferece ao leitor as oportunidades de acompanhar as notícias no Twitter, em sua página personalizada no iGoogle, em newsletters e em dois formatos na web - em texto e no jornal digital - uma cópia eletrônica fiel das páginas impressas, que podem ser " folheadas " como se faz com o papel. O aplicativo também faz parte das novidades planejadas pela empresa para 2010, quando o jornal completa dez anos de existência.

Leia mais: http://www.valoronline.com.br/?online/geral/228/6130139/valor-lanca-aplicativo-para-iphone&utm_source=newsletter&utm_medium=tarde_01032010&utm_campaign=informativo#ixzz0gzabCpSM

1732) O racismo em construção (vamos inverter a coisa...)

Recebo, em minha caixa de correspondência da UnB, a seguinte mensagem-convite:

ABERTAS INSCRIÇÕES PARA O CURSO
PENSAMENTO NEGRO CONTEMPORÂNEO

O Decanato de Extensão (DEX) informa que estarão abertas de 3 a 12 de março, as inscrições para o Curso Pensamento Negro Contemporâneo - 1/2010, promovido pelo Núcleo de Promoção da Igualdade Racial (NPIR/DEX).

(...)
O conteúdo programático abrange temas como racismo, representação social, resistência negra no Brasil, cultura e identidade negra, políticas de ações afirmativas, entre outros temas de reflexão sobre as relações étnico-raciais brasileiras.
Com início previsto a partir de 8 de março, o curso é gratuito e tem carga horária de 60 horas-aula.

(...)
Local de Inscrição e Informações:
Núcleo de Promoção da Igualdade Racial (NPIR/DEX) –Decanato de Extensão - Prédio da Reitoria - Telefone: 3307-2610 r/ 24 , com Fabiana Gomes e Gardênia Nogueira, de 3/3 (quarta-feira ) a 12/03/10 (sexta-feira), das 8h30 às 11h40 e das 14h30 às 17h30
Saiba mais
O curso nasceu de um pedido feito por representantes do movimento EnegreSer, que vinha discutindo essa estratégia de curso para fortalecimento da temática e sentia a necessidade de institucionalizá-la, o que foi acatado pelo Decanato de Extensão (DEX), em seu compromisso de ampliar o trabalho de ação afirmativa desenvolvido pela universidade nos últimos anos,...


Transcrevi seletivamente, as partes que me pareceram mais significativas.
Não vou escrever nada contra essa manifestação de racismo explícito.
Vou apenas inverter os termos do problema, à la Ionesco, teatro do absurdo...

ABERTAS INSCRIÇÕES PARA O CURSO
PENSAMENTO BRANCO CONTEMPORÂNEO
O Decanato de Extensão (DEX) informa que estarão abertas de 3 a 12 de março, as inscrições para o Curso Pensamento Branco Contemporâneo - 1/2010, promovido pelo Núcleo de Promoção da Desigualdade Racial
(...)
O conteúdo programático abrange temas como inferioridade racial e desigualdades natas entre raças, representação social da elite majoritária, resistência branca no Brasil contra a mistura de raças, cultura e identidade ariana, políticas de ações defensivas contra a miscigenação racial, entre outros temas de reflexão sobre as relações étnico-raciais brasileiras.
Com início previsto a partir de 8 de março, o curso é exclusivo para a raça branca...
(...)
O curso nasceu de um pedido feito por representantes do movimento Supremacia Branca, que vinha discutindo essa estratégia de curso para fortalecimento da temática da separação racial e do Apartheid no Brasil e sentia a necessidade de institucionalizá-la, o que foi acatado pelo Decanato de Extensão (DEX), em seu compromisso de ampliar o trabalho de ação defensiva desenvolvida pela universidade nos últimos anos em prol da separação de raças,...

It's crazy, n'est-ce-pas?

segunda-feira, 1 de março de 2010

1731) Ainda o Conselho de Politica Externa para o MRE

Como o barão enfrentará a turba?
Alexandre Barros
O Estado de S. Paulo, 01/03/2010

O governo Lula ensaiou criar um poder paralelo ao Itamaraty na política externa. Nomeou um "quadro partidário" para a Assessoria Especial da Presidência da República para Relações Internacionais. O PT gostou da experiência e vai propor um Conselho Nacional de Política Externa, oficial, para pressionar e fiscalizar a política externa.

Burocracias são regidas pela inércia: difíceis de pôr em movimento, de parar e de mudar de rumo. Os mais marcantes mastodontes burocráticos na administração pública brasileira são os militares e os diplomatas.

Os militares entraram em movimento em 1922 e não pararam até 1964. Davam-se o direito de aprovar ou mudar os governos. Em 64 tomaram o poder e de lá só saíram em 1985. Desde então tentamos resolver os problemas da supremacia civil no Brasil. Não tem sido fácil. Não ajudou nem a sequência de ministros da Defesa desprestigiados, até o que acha que a melhor maneira de controlar os militares é se fantasiar de milico.

O Itamaraty nunca dominou o Brasil - mas é o Ministério que tem maior capilaridade no governo, mantendo diplomatas em todos os Ministérios e outros órgãos acessórios. Porém sempre fez o possível, sem tanques nem canhões, para manter sua autonomia e fazer mais ou menos o que bem entendia, independentemente do governo da hora.

De vez em quando era preciso dar os anéis para não perder os dedos. Deu os anéis durante o regime militar, mas conseguiu não ter nenhum coronel "lá dentro", nem na Divisão de Segurança e Informações. Preferiu sacrificar diplomatas para fazerem as coisas de que ninguém gostava a deixar entrar um militar. Expulsou Vinicius de Moraes e cortou a carreira de um estudante aprovado no concurso do Instituto Rio Branco antes mesmo de ele começar o curso.

Presidentes podiam nomear o ministro que quisessem, diplomata ou não, mas se era "de fora" a burocracia "da casa" sempre tratava de lhe impor limites com punhos de renda. Quando o ministro não era "da carreira", sapecavam-lhe um secretário-geral cuja principal tarefa era não deixar que "saísse da linha". Os oficiais de gabinete que cercavam o ministro cuidavam de tornar sua estada agradável, prazerosa e quase sempre inócua. Quando o ministro era "da casa", não era necessário gente forte nos cargos de baixo. Linhagens familiares perpetuavam-se no Itamaraty: filhos, netos, bisnetos.

O governo Lula trouxe uma mudança curiosa: a combinação de um ministro da casa que gostava de fazer as mesmas coisas que o presidente, dando a impressão de que havia uma grande discrepância entre a política do Ministério e a do governo. Não havia. A maioria dos diplomatas apoiava a política porque em burocracias fechadas (a única porta de entrada é o concurso de admissão, sem entrada lateral) a primeira regra que os novos aprendem é que manda quem pode e obedece quem tem juízo.

O PT gostou dessa festa da coincidência entre os gostos do ministro e os desejos do presidente e resolveu tentar institucionalizar esse esquema, criando um Conselho Nacional de Política Externa (oficial, repita-se) para assessorar e pressionar o Itamaraty.

Se você gosta da política externa, pode tirar o cavalo da chuva. Se esse conselho for criado, ela vai piorar muito. Se você não gosta, aí, então, nem se fala.

Política externa, mal ou bem, tem de ter alguma continuidade e alguma previsibilidade. No momento em que se coloca a possibilidade da turba mandando em política externa, estamos em maus lençóis. Pode ser que agora apareça uma coisa que eu pensei que tivesse desaparecido durante o governo Lula: a militância externa.

Achei que Lula tinha acabado com a máquina petista, mas não. Ela estava só dormente porque não conseguia competir com o carisma e a liderança pessoal de Lula. No momento em que Lula não mais poderá continuar, sentado que está na cadeira terminal de presidente em segundo mandato, a máquina partidária começa suas tentativas de se apoderar do poder - e o tal conselho é um caminho perigoso para isso.

Numa democracia liberal (e ainda estamos nela) é perfeitamente legítimo os governantes presumirem que, se alguém não expressa o seu interesse, esse alguém não tem interesse. E um dos fatos mais marcantes da política externa brasileira foi que o quase-monopólio que o Itamaraty manobrou com muita competência (às vezes maior, às vezes menor) conseguiu impedir a criação de grupos fortes interessados em política externa. Era muito difícil influenciar o Itamaraty no sentido de defender interesses particulares, mesmo quando estes coincidiam com os interesses do País.

Em outras palavras: o empresariado brasileiro acomodou-se, indo sempre a reboque da política do Itamaraty. Nunca tentou seriamente criar mecanismos de influenciação para que uma parte da política externa pudesse ser feita profissionalmente e outra pudesse ser feita a partir de interesses legítimos de grupos que exportam, investem e atuam internacionalmente.

Nunca tivemos no Brasil uma instituição como o Council on Foreign Relations, que expressa, com toda a cortesia que se espera, é claro, os interesses da elite norte-americana em matéria de política externa.

Ainda não é tarde demais. O conselho do PT ainda não foi criado, mas ou quem tem interesses faz alguma coisa ou esta rodada será perdida, e com grandes prejuízos.

Será que o barão vai ter de enfrentar a turba sozinho?

P. S.: Se você quiser se aprofundar mais sobre o assunto, pode ler o meu artigo Política exterior brasileña y el mito del barón, na revista Foro Internacional, 93 (vol. XXIV, número 1, Julio-Septiembre 1983, pp. 1-20): México, DF, México.

1730) Um mundo sem dissidentes é muito melhor...

Por vezes, as palavras traem o que o subconsciente realmente acredita.
Por exemplo, o assessor especial da Presidência da República, que em relação à situação dos direitos humanos em Cuba -- com a morte de um "dissidente" -- tinha dito que "problemas de direitos humanos existem no mundo todo", tentou consertar sua má frase, com uma pior ainda...

Segundo matéria do jornal O Estado de S.Paulo da sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010, ele defendeu a conduta do governo Lula em matéria de direitos humanos

"Segundo Marco Aurélio, existem problemas de direitos humanos em diversos países e o governo Lula tem postura semelhante para todos os casos, preferindo discutir essas questões com os organismos internacionais."

"Declarações contra direitos humanos muitas vezes pode piorar a situação", afirmou Marco Aurélio Garcia. "Uma declaração tonitruante é muito bom para a plateia, mas para o País pode piorar a situação", disse o assessor, citando como exemplo o Sudão, onde depois das críticas à violação dos direitos humanos no país, o governo tomou atitude radical, expulsando organizações não governamentais e organismos internacionais. Marco Aurélio disse que a postura do governo Lula é a mesma do governo anterior. Ele admitiu que a morte do dissidente cubano, Orlando Zapata "é uma situação que incomoda". "Preferia que não tivessem dissidentes", afirmou.

Pois é, como o mundo seria melhor se não tivesse dissidentes, sobretudo em certos países.
Esses dissidentes são um incômodo...

1729) Mont Pelerin Society - Hayek contest

From: Mont Pelerin Society [mailto:mps@heritage.org]
Date: Friday, February 26 2010 14:52
Subject: Mont Pelerin Society-Hayek Essay Contest

Dear MPS Members:

As you know, the MPS 2010 General Meeting in Sydney, Australia is quickly approaching. I anticipate a wonderful program, and hope that you are beginning to make your travel plans. Along with the General Meeting comes the Friedrich A. Hayek Essay Contest. The essay contest will officially be announced on March 1st, although preliminary information can now be found on the website. Again, this year we are asking our members to help get the word out about the Hayek Essay.

I have attached a flyer with all pertinent information. I ask that you present this at your university campus, around your place of business, or to specific individuals that you think display the promise of writing a winning essay! I encourage you to promote the essay contest in your home country, as the contest is open to all young adults around the world. If you have any questions about the contest, please email mps@heritage.org.

Also, while I have your attention, we are making an effort to update our membership directory with correct and complete contact information. At this time, if you could send your email “signature”, business card, or other contact information that you would like in the directory, it would really help us out!

Regards,
Deepak Lal
President

The Board of Directors of the Mont Pelerin Society Announces
Friedrich A. Hayek Fellowships
for the 2010 GENERAL MEETING OF THE MONT PELERIN SOCIETY
(Sydney, Australia – October 10-15, 2010)

ESSAY CONTEST
Examine whether authoritarian capitalism is a viable alternative to its Western liberal version, to promote long term economic growth and development.
First prize: $2500 cash award + travel grant*
Second prize: $1500 cash award + travel grant*
Third prize: $1000 cash award + travel grant*
Visit www.montpelerin.org for more information on the Hayek Essay contest
Visit www.mps2010.org for more information on the Mont Pelerin Society General Meeting

The Hayek Essay Contest is open to all individuals 35 years old or younger.
Entrants should write a 5,000 word (maximum) essay. Essays are due on May 31, 2010 and the winners will be announced on July 15, 2010. Essays should be submitted in English only. Electronic versions should be sent to:
mps@heritage.org.
Prizes are given to the top three essays and include a Hayek Fellow cash award plus a travel grant* to our Society’s next General Meeting in Sydney on October 10-15, 2010. The essays will be judged by an international panel of three senior members of the Society.
*Travel grant includes coach class airfare, registration fee, and some meals. Hotel, food, and other expenses will be the responsibility of the attendee.
Made possible by a generous gift from the Aequus Institute

1728) Diplomacia brasileira em discussao

Tática de ocas
Editorial O Globo - 27/02/2010

Na montagem do governo Lula, coube a grupos de esquerda o controle do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Incra, para atender ao MST com generosos repasses de dinheiro público; e, ainda, um canal de influência na política externa, com a criação de uma espécie de Itamaraty do B, cujo controle está nas mãos do assessor especial da presidência Marco Aurélio Garcia, próximo de Hugo Chávez. Com isso, Lula pôde seguir uma política econômica minimamente sensata, sem maiores problemas a não ser algum fogo amigo de tempos em tempos.

A aproximação com o Irã atende ao antiamericanismo, traço marcante desse bloco existente no governo.

A passividade diante da morte de mais um dissidente cubano nos cárceres dos irmãos Castro, quando Lula e comitiva desembarcavam em Havana, ilustra este posicionamento da política externa do Itamaraty do B. Quer dizer, em tese, a defesa dos direitos humanos é importante, menos quando se trata dos compañeros ideológicos, como os Castro e Hugo Chávez.

É constrangedor ver Lula ao lado de Raúl Castro quando o presidente cubano afirmou que, "em meio século, não assassinamos ninguém. Aqui ninguém foi torturado. Aqui não houve execução extrajudicial".

Com a aproximação das eleições, entende-se que Lula procure fazer acenos a este lado da geografia ideológica, a fim de manter a tropa unida em torno da candidatura Dilma Rousseff, também a ser apoiada pelo PMDB fisiológico e sublegendas.

Mas a possibilidade de o Brasil assinar um acordo nuclear com o Irã vai além de qualquer limite. A hipótese, negada pelo governo, se dá num momento crucial em que países de peso, como Estados Unidos, França, Inglaterra e até a Rússia, juntam forças para pressionar o regime ditatorial e teocrático de Ahmadinejad a abandonar o projeto de desenvolvimento de armas atômicas. E o Brasil, em nome de uma suposta afirmação na política internacional, se descredencia aos olhos do mundo ao se tornar um dos legitimadores do programa nuclear iraniano. Pois, mesmo se a hipótese do acordo não se confirmar, é veloz a aproximação entre Brasília e Teerã, coerente com a política externa ideológica do Itamaraty do B. O presidente Lula visitará o Irã em maio.

Dos 15 países que atualmente compõem o Conselho de Segurança da ONU, cinco são tidos como relutantes à adoção de novas sanções contra o Irã: China (membro permanente), Brasil, Turquia, Líbano e Bósnia (membros rotativos).

São necessários nove votos — e, claro, nenhum veto — para que uma resolução com novas sanções seja aprovada. Não por acaso, a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, estará em Brasília na semana que vem e deverá pressionar o governo brasileiro a apoiar a comunidade internacional contra o Irã.

Não pode passar despercebido, também, que há no governo autoridades, como o atual ministro de Assuntos Estratégicos, o ex-embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, que defendem abertamente o descumprimento do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), do qual o Brasil é signatário, e que estará em rediscussão em maio.

Aliar-se ao que existe de pior na comunidade internacional, em decorrência do antiamericanismo militante existente no governo e por tática eleitoreira, é grave desserviço ao Estado brasileiro, que é perene, ao contrário dos governos.

1727) Cronica das mentiras ordinarias (e como...)

Acredito que Moisés Naím foi inclusive leniente com dirigentes que, mais que mentir, pensam que somos idiotas, e que não sabemos julgar as atitudes desprezíveis que adotam com respeito aos direitos humanos...

Los derechos humanos en Cuba
Tramposos, hipócritas y mentirosos

MOISÉS NAÍM
El País, 28/02/2010

Estamos acostumbrados a que los políticos nos mientan. O que nos digan una cosa y hagan otra. En algunos países los gobernantes no parecen incurrir en mayores costes cuando mienten, o cuando prometen lo que todos saben que no se cumplirá o describen la realidad de maneras que nada tienen que ver con lo que de verdad sucede. Estas son tendencias universales y son excepcionales los países en los cuales esto no ocurre. Pero es peligroso acostumbrarse tanto. Esta tolerancia ha hecho que en algunos países la complacencia del público con las flagrantes mentiras de los gobernantes o con la hipocresía de los políticos alcanza niveles insólitos. Nos hemos acostumbrado tanto a que nos mientan que ya no nos importa; es parte de un juego en el que todos participamos. Los gobernantes mentirosos saben que sabemos que nos están mintiendo y que, o no nos importa, o no hay nada que podamos hacer al respecto. Cuentan también con el hecho de que la mayor parte de la población no presta mucha atención a lo que dicen, y que quienes sí prestan atención tiene la memoria corta.
En todo esto juegan un rol crítico los medios de comunicación y la buena noticia es que las nuevas tecnologías como Google o YouTube facilitan el recuento de las promesas incumplidas, las mentiras y las contradictorias posiciones de gobernantes y políticos. Siempre y cuando, claro está, esos líderes no tengan el control de los medios, incluyendo Internet. O que a la población le importe que le mientan.

Los ejemplos sobran y en cada país -y continente- se pueden hacer largas listas de las mentiras gubernamentales o de los políticos que engañan haciendo trampas con el idioma. América Latina, por ejemplo, es una fuente inagotable de hipocresía gubernamental.

Hace poco, en Cancún, los presidentes latinoamericanos crearon una nueva organización que quizás se llame Comunidad de Estados Latinoamericanos y Caribeños. Sus integrantes son todos los países del hemisferio menos Estados Unidos, Canadá y... Honduras. ¿Por qué no Honduras? Porque su nuevo Gobierno, elegido en un proceso que nadie objeta, es el sucesor de un Gobierno que derrocó a un presidente democráticamente electo. Pequeño detalle: Cuba, ese bastión de la democracia, es miembro de la nueva Comunidad de Estados Latinoamericanos. Cuba sí; Honduras, no. ¿No les da vergüenza? Otro pequeño detalle: esa reunión, convocada con el nombre de la Cumbre de la Unidad (¿será por eso que no se invitó a Estados Unidos?) incluyó violentos intercambios de insultos entre los presidentes de Colombia y Venezuela y mostró claramente que hay más unidad entre muchos países de la región con Estados Unidos que entre ellos mismos.

La nueva organización incluye entre sus principios fundacionales "promover el respeto al derecho internacional". Este sagrado principio fue aclamado por los mismos presidentes que no dijeron absolutamente nada cuando uno de ellos, Hugo Chávez, un día decidió prohibir, arbitraria y unilateralmente y en contra de todas las normas del derecho internacional, el comercio entre su país y Colombia. El embargo aún se mantiene y las empresas brasileñas lo han aprovechado para quitarle el mercado venezolano a los exportadores colombianos. ¡Viva la unidad!

En las reuniones del Grupo de los 20, la presidenta Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, truena contra las manipulaciones y la falta de transparencia del sistema financiero internacional. Tiene razón. Pero que esto venga de una presidenta cuyo país ha caído al foso de la lista de los países más corruptos del mundo compilada por la organización Transparencia Internacional es una deliciosa ironía que no parece importarle. Para ella esta contradicción no tiene consecuencias.

"No se puede juzgar a un país o la actitud de un gobernante en función de la actitud de un ciudadano que decide empezar una huelga de hambre", dijo el presidente brasileño Lula da Silva minimizando la muerte del cubano Orlando Zapata, fallecido en la cárcel después de un prolongado ayuno en protesta contra las torturas y maltratos que allí sufrió. Lula aceptó que en su época de líder sindical había hecho huelgas de hambre, pero que "jamás" lo volvería a hacer. Sobre esto último estoy seguro de que es absolutamente sincero.

Sobre el tema de la sinceridad vale la pena recordar a George Orwell: "La gran enemiga de la claridad en el lenguaje es la insinceridad... El lenguaje político está diseñado para hacer que las mentiras parezcan verdades y que el asesinato parezca respetable...".

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Os outros 25 Zapatas
O GLOBO, 26 Fevereiro 2010

Famílias temem pela sorte de presos políticos que estão com a saúde mais deteriorada

O homem na cadeira de rodas que desde 2008 vive de hospital em hospital penitenciário lembra muito pouco o boxeador que foi campeão na categoria dos pesos-pesados pela província de Matanzas, em Cuba. Ariel Sigler Amaya, de 44 anos, que foi presidente do Movimento Independente Opção Alternativa (de direitos humanos), é "um dos 75", os presos detidos na onda repressora de 2003. Com a saúde deteriorada, sua família teme que tenha o mesmo destino que Orlando Zapata Tamayo e pede por sua libertação para tratamento.

Dos 200 presos políticos cubanos, de 20 a 25 estão com a saúde muito deteriorada, contam os dissidentes. No caso de Sigler, a lista de doenças é longa e começa com uma polineuropatia, um distúrbio neurológico em que nervos periféricos por todo o corpo começam a não funcionar corretamente. E passa por desnutrição, problema nos rins, garganta e estômago, que o irmão, Juan Francisco, acredita serem agravados pelas condições na prisão.

- Ele era um homem forte, atlético, quando começou esta tragédia - diz Juan Francisco, por telefone. - Se demorarem mais dois ou três anos, todos os presos vão morrer

Sigler não é um caso isolado. Alida Viso, uma das Damas de Branco, conta que o marido, o jornalista Ricardo González Alfonso do Repórteres sem Fronteiras, está perdendo a visão, vítima de um glaucoma que não consegue tratar adequadamente na prisão.

- As condições são terríveis. A comida é ruim e às vezes está estragada. Há ratos, baratas e mosquitos. Meu marido fica numa cela pequena, sem ventilação artificial ou janela e tem que se proteger das goteiras com uma capa de nylon - conta. - Não pedimos só a libertação dos presos políticos doentes, mas de todos. Mesmo os mais jovens não resistem a essas condições - diz Alida.(Cristina Azevedo)

De homem do ano a errante na ilha
'El País' condena a atitude de Lula em Havana

Apesar da responsabilidade do regime de Cuba, a morte do dissidente Orlando Zapata Tamayo acabou arrastando o presidente brasileiro aos holofotes internacionais. O jornal espanhol "El País" - que no ano passado elegeu Lula a personalidade de 2009 - criticou duramente o silêncio do presidente, que se limitou a lamentar o episódio.

"A morte de Zapata é uma acusação adicional e motivo de condenação enérgica contra a mais longa ditadura da América Latina. É um desafio para a comunidade internacional e principalmente para Lula, que tem nas mãos o papel de porta-voz da condenação à repressão política, tanto por seu lugar de potência emergente como pela coincidência de sua visita à ilha", diz um trecho do editorial.

"A ida a Havana foi uma chance perdida de mostrar que é possível uma opção de esquerda capaz de oferecer progresso e bem-estar pelo fortalecimento da democracia. O trato com Havana e o mito que a revolução castrista representa para partes da esquerda latina colocam todos os dirigentes da região numa situação difícil, principalmente o presidente brasileiro", afirma outro trecho.

No "El Mundo", a jornalista e escritora cubana Gina Montaner classificou o abraço de Lula ao líder Fidel Castro como "o abraço da morte". Na Flórida, o diário "Miami Herald" destacou que Zapata "não precisava morrer, mas sucumbiu diante do consentimento silencioso de líderes democráticos".

Enquanto no hemisfério norte, imprensa e governos reagiram em uníssono, criticando o regime dos Castro, na América do Sul, apesar da avalanche de condenações na imprensa, o presidente eleito do Chile, Sebastián Piñera, foi o único líder da região a "condenar energicamente" a morte de Zapata e defender a democracia no bastião comunista.

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Exilados cubanos ocupam consulado do Brasil em Miami
Agencia EFE, 26 Fevereiro 2010

Miami, 26 fev (EFE).- Um grupo de exilados cubanos ocupou hoje pacificamente durante uma hora o consulado do Brasil em Miami para denunciar a "cumplicidade" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no "assassinato" do prisioneiro político Orlando Zapata Tamayo.
Cerca de 15 pessoas da Assembleia da Resistência, entre ex-presos políticos cubanos e membros de organizações do exílio, entraram nas instalações do consulado do Brasil e ocuparam uma das salas enquanto exclamavam: "Lula, cúmplice!", "Vergonha para Lula!" e "Viva Orlando Zapata Tamayo!".
"Lula é cúmplice da ditadura castrista e do assassinato de Orlando Zapata", expressou à Agência Efe Orlando Gutiérrez, diretor do Diretório Democrático Cubano, que liderava o grupo que entrou no consulado brasileiro.
Gutiérrez ressaltou que o objetivo da ocupação era pôr em evidência a "vergonha que representa para o Brasil Lula aparecer abraçado aos irmãos Castro no momento em que estão assassinando um homem pelo mero fato de discordar".
O presidente brasileiro se reuniu na quarta-feira passada com seu colega cubano, Raúl Castro, e com seu irmão Fidel, no dia seguinte da divulgação da morte de Orlando como consequência de uma greve de fome de 85 dias.
O grupo de exilados, pertencentes a organizações como Plantados e Madres y Mujeres Antirepresión por Cuba (MAR), entregou ao cônsul brasileiro, Luiz Augusto de Araújo Castro, uma foto na qual aparece Lula se abraçando a Fidel Castro com a imagem de Zapata Tamayo impressa no meio.
No verso da fotografia se lê: "Fidel Castro, assassino; Lula, cúmplice".
Essa fotografia, que pediram ao cônsul para entregar ao presidente, "deve envergonhar Lula".
"Não há melhor documento que o rosto do prisioneiro político que ia ser assassinado pelo regime castrista", disse a presidente da MAR, Sylvia Iriondo.
"O caso de Orlando é uma mostra da trajetória e história de crimes e violações perpetradas pelo castrismo", disse.
Sylvia denunciou que "ainda restam muitos presos políticos cubanos em condições críticas", ao mesmo tempo em que pediu à comunidade internacional para que não tolere a "impunidade e falta de vergonha" do regime de Havana.
Gutiérrez explicou que a ação realizada hoje é o "começo de uma campanha para alertar o povo brasileiro que as ações de Lula são prejudiciais para o povo cubano".
EFE

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...