segunda-feira, 23 de maio de 2011

Alberto da Costa e Silva: um intelectual integro, e completo...

Vejam este video do do programa Espaço Aberto Literatura:
Alberto da Costa e Silva completa 80 anos e lança nova edição de seu livro
(A Enxada e a Lança: a África antes dos portugueses).

http://g1.globo.com/videos/globo-news/espaco-aberto-literatura/v/alberto-da-costa-e-silva-completa-80-anos-e-lanca-nova-edicao-de-seu-livro/1509113/#/Todos

Um intelectual de primeira grandeza, aliás o maior africanista brasileiro.
Um prazer de ver, um prazer de ouvir...

Paulo Roberto de Almeida

Eu quero enriquecer com causa...

Na verdade, não tenho de fato a intenção de ficar rico, podem acreditar. Só quero ter dinheiro suficiente para, nesta ordem: 1) comprar livros; 2) viajar; 3) ir a restaurantes europeus (o que implica o número 2); 4) se sobrar algum juntar os meus livros em alguma biblioteca organizada (as minhas duas atuais estão um caos) e poder ficar lendo numa rede, com serviços adequados.

Ponto. Mas, digo enriquecer com causa porque o ministro da Justiça (!!!???) disse que não é pecado enriquecer com causa, só sem causa.
Pois bem: já que o ministro que enriqueceu com causa deve estar sem tempo, agora, para continuar enriquecendo, com ou sem causa, por causa de seus muitos afazeres e preocupações atuais, eu gostaria que, se ele pudesse claro, ele me passasse alguns de seus clientes de sua fabulosa consultoria, que lhe garantiram pelos menos DEZ MILHÕES DE REAIS (repito, em dólares fica mais fácil de entender: US$ 6 milhões de dólares e uns quebrados, que podem ficar com vocês) em apenas dois meses, para que eu também pudesse ficar um pouquinho rico com causa, e pudesse assim continuar a comprar livros e frequentar restaurantes europeus...
Acho que não custa nada a ele: eu costumo dar bons conselhos, e aposto que conheço mais história e economia do que o ministro com causa (ou sem...).
Paulo Roberto de Almeida

Ministro da Justiça reafirma que PF não vai investigar Palocci
Folha Online, 23/05/2011

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reafirmou nesta segunda-feira que a Polícia Federal não está investigando o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, e sua empresa de consultoria, a Projeto.

Reportagem da Folha relevou no sábado que o faturamento da consultoria de Palocci superou os R$ 10 milhões em novembro e dezembro de 2010.

Cardozo não comentou ainda sobre a existência de um relatório investigando Palocci do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que estaria na Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros da PF em São Paulo desde fevereiro.

“Qualquer um desse auditório pode ter o nome citado por essa delegacia”, afirmou o ministro, em evento com policiais federais em São Paulo.

O ministro afirmou que não poderia comentar sobre o relatório porque isso significaria uma quebra de sigilo.

Não é a primeira vez que Cardozo sai em defesa de Palocci. Na sexta-feira, ele disse que “há muita fumaça e poucos fatos apresentados” em relação aos ataques da oposição direcionados ao ministro-chefe da Casa Civil.

Sobre a variação de patrimônio apresentada por Palocci nos últimos anos e o faturamento de sua empresa de consultoria, Cardozo afirmou que “o enriquecimento com causa não é punível no sistema brasileiro, o que é punível é enriquecer sem causa”.

Na semana passada, os partidos de oposição começaram coletar assinaturas para instalar uma CPI no Congresso.

Inconvenient Truths About 'Renewable' Energy - Matt Ridley (WSJ)

MIND & MATTER
Inconvenient Truths About 'Renewable' Energy
By MATT RIDLEY
The Wall Street Journal, 23/05/2011

What does the word "renewable" mean?

Last week the Intergovernmental Panel on Climate Change released a thousand-page report on the future of renewable energy, which it defined as solar, hydro, wind, tidal, wave, geothermal and biomass. These energy sources, said the IPCC, generate about 13.8% of our energy and, if encouraged to grow, could eventually displace most fossil fuel use.

It turns out that the great majority of this energy, 10.2% out of the 13.8% share, comes from biomass, mainly wood (often transformed into charcoal) and dung. Most of the rest is hydro; less than 0.5% of the world's energy comes from wind, tide, wave, solar and geothermal put together. Wood and dung are indeed renewable, in the sense that they reappear as fast as you use them. Or do they? It depends on how fast you use them.

One of the greatest threats to rain forests is the cutting of wood for fuel by impoverished people. Haiti meets about 60% of its energy needs with charcoal produced from forests. Even bakeries, laundries, sugar refineries and rum distilleries run on the stuff. Full marks to renewable Haiti, the harbinger of a sustainable future! Or maybe not: Haiti has felled 98% of its tree cover and counting; it's an ecological disaster compared with its fossil-fuel burning neighbor, the Dominican Republic, whose forest cover is 41% and stable. Haitians are now burning tree roots to make charcoal.

You can likewise question the green and clean credentials of other renewables. The wind may never stop blowing, but the wind industry depends on steel, concrete and rare-earth metals (for the turbine magnets), none of which are renewable. Wind generates 0.2% of the world's energy at present. Assuming that energy needs double in coming decades, we would have to build 100 times as many wind farms as we have today just to get to a paltry 10% from wind. We'd run out of non-renewable places to put them.

You may think I'm splitting hairs. Iron ore for making steel is unlikely to run out any time soon. True, but you can say the same about fossil fuels. The hydrocarbons in the earth's crust amount to more than 500,000 exajoules of energy. (This includes methane clathrates—gas on the ocean floor in solid, ice-like form—which may or may not be accessible as fuel someday.) The whole planet uses about 500 exajoules a year, so there may be a millennium's worth of hydrocarbons left at current rates.

Contrast that with blue whales, cod and passenger pigeons, all of which plainly renew themselves by breeding. But exploiting them caused their populations to collapse or disappear in just a few short decades. It's a startling fact that such "renewable" resources keep running short, while no non-renewable resource has yet run out: not oil, gold, uranium or phosphate. The stone age did not end for lack of stone (a remark often attributed to the former Saudi oil minister Sheikh Ahmed Zaki Yamani).

Guano, a key contributor to 19th-century farming, was renewable fertilizer, made from seabird dung harvested off Peruvian and Namibian islands, but it soon ran out. Modern synthetic fertilizer is made from the air and returns to the air via denitrifying bacteria, yet few would call it a renewable resource. Even fossil fuels are renewable in the sense that they are still being laid down somewhere in the world—not nearly as fast as we use them, of course, but then that's true of Haiti's forests and Newfoundland's cod as well.

And then there is nuclear power. Uranium is not renewable, but plutonium is, in the sense that you can "breed" it in the right kind of reactor. Given how much we dislike plutonium and breeder reactors, it seems that the more renewable nuclear fuel is, the less we like it.

All in all, once you examine it closely, the idea that "renewable" energy is green and clean looks less like a deduction than a superstition.

E voce, leitor, tambem se sente um idiota?

Caro leitor: você concorda com o líder do governo no Senado, ou acha que ele está lhe chamando de idiota?
Eu pelo menos não gosto de ser chamado de idiota.
Não posso, no entanto, fazer absolutamente nada contra isso.
Apenas registrar a tentativa.
E dizer que não concordo...
Paulo Roberto de Almeida

Palocci - “Operação Abafa” agora no Senado; segundo Jucá, ministro já explicou tudinho…
Por Leandro Colon e Mariângela Gallucci, no Estadão Online, 22/5/2011

O governo federal considera esta semana decisiva para conter a crise em torno do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, cobrado a explicar o aumento de seu patrimônio nos últimos anos. A base aliada governista no Congresso estabeleceu como prioridade barrar a tentativa de convocação de Palocci para depor no Senado, ação bem-sucedida na Câmara na semana passada, e impedir que a oposição avance na coleta de assinaturas para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso.

“Essa disputa é um embate político, e o governo vai reagir para não permitir o desgaste do ministro. O Palocci já deu todas as explicações”, afirma o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). A avaliação governista é a de que barrar a convocação de Palocci na Comissão de Fiscalização e Controle, onde a oposição quer levá-lo para dar explicações, e segurar os movimentos pró-CPI seriam um passo político fundamental diante do atual cenário da crise, uma estratégia que não pode levar em conta o surgimento de fatos novos que agravariam a situação.

Na Câmara, o governo trabalhou com tranquilidade para derrotar a oposição. No Senado, o jogo é mais pesado, embora o Palácio do Planalto tenha maioria. A ordem é não dar brechas em comissões, para não repetir episódios passados, em que a oposição aproveitou descuidos da base governista e conseguiu convocar ministros.

Senadores de oposição disseram estar convencidos de que os negócios do ministro são “tráfico de influência”. Os partidos adversários do governo querem que Palocci explique como conseguiu multiplicar seu patrimônio em, pelo menos, 20 vezes num período de quatro anos com sua empresa Projeto Consultoria Econômica e Financeira, que, desde dezembro, atua só no ramo de administração imobiliária para cuidar do apartamento de R$ 6,6 milhões e do escritório de R$ 882 mil comprados em 2009 e 2010 em São Paulo.

Quem diria?: governo do PT privatizou a seguranca nacional!

Pois é: tão avesso às privatizações, tão adepto do papel do Estado em "setores estratégicos", e o governo do PT entrega o controle dos aeroportos a empresas privadas de segurança...

Polícia Federal S/A
Claudio Dantas Sequeira
Revista IstoÉ, 21/05/2011

Para cortar custos e sem ouvir o Congresso, a PF simplesmente transferiu para empresas privadas a responsabilidade de controlar quem entra e quem sai do País
O controle de imigração é feito por funcionários mal remunerados, que trocam de emprego na primeira oportunidade

Quem desembarca no aeroporto internacional de Guarulhos (SP), o mais movimentado do Brasil, acredita que está sendo recebido por treinados agentes da Polícia Federal ao apresentar seus passaportes para entrar oficialmente no País. Mas, na verdade, os funcionários que checam e carimbam os documentos de viagem, fazem entrevistas de imigração e vistoriam bagagem em busca de drogas e armas são pessoas comuns, funcionários de uma empresa privada, sem nenhum treinamento ou compromisso com a defesa da soberania do Estado. O caso de Guarulhos não é uma exceção. Hoje, empresas prestadoras de serviço dominam o controle imigratório nos aeroportos, portos e até postos de fronteira. Parece óbvio, mas entregar a terceiros a fiscalização de quem entra ou sai do País é temerário e põe em risco à segurança nacional. A fiscalização deficiente é o paraíso para traficantes, imigrantes ilegais, criminosos procurados pela Interpol e terroristas, que podem transitar livremente por aqui sem que as autoridades de plantão tomem conhecimento. Enquanto o resto do mundo está debruçado em soluções para reforçar a segurança de suas fronteiras, por aqui o governo terceiriza o controle de passaportes e imigração nos aeroportos, uma atividade que nunca deveria ter saído das mãos da Polícia Federal. Hoje, estima-se que a PF gaste mais de R$ 100 milhões para transferir a responsabilidade a empresas privadas de um serviço que deveria ser executado por ela de acordo com a Constituição Brasileira.

O processo de loteamento de áreas estratégicas começou há quatro anos, sem que houvesse o necessário debate pelo Congresso, pela sociedade e contra parecer da própria Polícia Federal. Mais grave: era para ser uma solução provisória, como explica à ISTOÉ o ex-ministro da Justiça Tarso Genro, hoje governador do Rio Grande do Sul. “Sempre defendi que isso só se justifica como provisoriedade”, afirma Genro. Mas, no Brasil, o que é provisório com frequência se torna permanente. O problema é que Tarso Genro havia sido informado das consequências da terceirização. Um relatório interno da PF, obtido por ISTOÉ, revela que repassar a empresas privadas tais atividades era a última das opções para reduzir o gargalo provocado pelo crescimento exponencial de passageiros. “É de longe a hipótese mais controversa de todas e esbarra em sérios problemas de ordem legal”, concluiu a delegada Silvane Mendes Gouvêa, presidente da comissão. Em ordem de prioridade, o MJ poderia aumentar o contingente policial ou passar o controle migratório para as mãos de servidores administrativos da própria PF. O documento, de 37 páginas, com cinco anexos, listou uma série de critérios que deveriam ser adotados em caso de se decidir pela terceirização. Por exemplo, para cada três terceirizados deveria haver ao menos um policial como supervisor.

Mas o que se vê hoje é um descontrole total. Em alguns aeroportos, como o Tom Jobim, no Rio de Janeiro, cada agente da PF precisa monitorar o trabalho de até dez terceirizados. A média nos terminais terceirizados é de um policial para cada sete funcionários privados. Na Tríplice Fronteira, entre Paraguai e Argentina, há 103 funcionários terceirizados para um total de 15 agentes federais. Eles fiscalizam tudo que passa na Ponte Internacional da Amizade e na Ponte Tancredo Neves. Também são responsáveis pela emissão de passaporte e controle de raio X.

Os funcionários terceirizados geralmente encaram o serviço como um bico. Ganham pouco mais que um salário mínimo e logo que conseguem algo melhor abandonam o posto. “Trabalhei seis meses na Ultraseg, em Guarulhos. Foi meu primeiro emprego”, afirma Domênica Duarte, 22 anos. O resultado é uma rotatividade altíssima que impede a qualificação desses profissionais. E a maioria das terceirizadas são empresas de mão de obra de serviços gerais, algumas sem nenhuma relação com a atividade de controle migratório. “Essas empresas fecham contratos milionários, dão calote nos funcionários e depois desaparecem”, afirma o presidente do Sindicato dos Servidores da PF no Rio de Janeiro, Telmo Correa. Funcionários contaram à ISTOÉ que a PF paga às terceirizadas R$ 3,5 mil por contratado, mas o funcionário recebe no máximo R$ 800.

Uma dessas fornecedoras de mão de obra, a Visual Locação, Serviço e Construção Civil, dos sócios Herbert de Ávila e Alessandro Fagundes, simplesmente sumiu do mapa. No ano passado, a empresa embolsou mais de R$ 33 milhões do governo federal, dos quais R$ 2,7 milhões foram destinados ao pagamento de terceirizados no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio. ISTOÉ esteve em dois endereços registrados em nome da Visual em cidades-satélites de Brasília. O escritório num velho sobrado foi abandonado há dois meses. O corretor, que pediu anonimato, diz que Herbert “não pagou o aluguel, trocou os telefones e desapareceu”. A outra “sede” da empresa fica numa casa sem reboco em área da periferia que integra o programa de incentivos fiscais do governo do Distrito Federal. Apesar do muro alto que cerca o local, pode-se ver a placa com o nome da empresa jogada num canto, enferrujada. “Há duas semanas não aparece ninguém aí”, conta um vizinho.

SIGILO
Funcionários privados que trabalham na emissão de passaportes têm acesso ao Sistema de Informações da Polícia Federal

O caso da Visual não é exceção. A Cosejes, responsável pela emissão de passaporte, embolsou o dinheiro do governo, deu calote nos funcionários e fechou as portas. “Um dia eles não depositaram. Ligamos para a empresa no Ceará e ninguém atendeu. Fomos à filial aqui em São Paulo e já não havia ninguém”, conta Alyne Scirre, 23 anos. A ex-funcionária diz que foi censurada pelos próprios policiais. “Diziam que a gente estava chorando por miséria e que o dono da Cosejes era delegado de polícia”, afirmou.

Outro problema é que as empresas terceirizadas não preenchem todos os postos de trabalho, explica o diretor de relações de trabalho da Federação Nacional de Policiais Federais (Fenapef), Francisco Sabino. “Em Guarulhos, a empresa que assumiu os guichês da PF em janeiro contratou 120 pessoas e não completou a cota de 200 funcionários. Por causa do acúmulo de trabalho e dos salários baixos, os terceirizados já pensam em entrar em greve”, afirma Sabino. Ele se refere à empresa SkyServ Locação de Mão de Obra Ltda., que assinou com a Superintendência da PF em São Paulo um contrato de R$ 5,9 milhões para prestar serviços neste ano. Quase a totalidade dessas empresas, aliás, torna-se alvo de ações trabalhistas na Justiça. Acontece que os funcionários são normalmente contratados como recepcionistas ou digitadores, mas acabam exercendo funções de polícia. “Éramos registrados na carteira como recepcionista. Mas fazíamos todo o trabalho de confecção do passaporte”, relata Alyne Scirre. E confirma que tinha acesso a informações particulares no banco de dados da PF. “O trabalho é todo feito por nós. Os policiais nem precisam assinar”, diz. Dentre as atividades que Alyne exercia estão o cadastramento dos dados do requerente no sistema da PF, o envio das informações para a Casa da Moeda e a verificação do documento final. Uma responsabilidade grande demais para quem dava os primeiros passos no mercado de trabalho.

SILÊNCIO
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, não quis se manifestar sobre a terceirização na PF

Não bastassem os problemas de ordem prática, a terceirização também enfrenta impedimentos legais. O relatório da Polícia Federal, que passou pelas mãos de Tarso Genro e do então diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, é claro: “Em razão de a atividade de fiscalização migratória doutrinariamente enquadrar-se no exercício do poder de polícia pelo Estado, ela é por natureza indelegável. Com isso deve ser executada por servidores efetivos do Departamento de Polícia Federal.” O advogado Luiz Carlos Cavalcanti, especialista em direito constitucional e autor de um estudo sobre o caso, explica que o controle de imigração é um trabalho complexo e altamente especializado. “A habilitação do agente da PF se dá através do estudo de uma disciplina específica denominada polícia marítima aeroportuária e de fronteiras, inserida na grade curricular do curso de formação profissional. A matéria é eliminatória”, afirma Cavalcanti. Se o policial for reprovado nesta disciplina, é imediatamente desligado do curso de formação profissional e do concurso público para agente da PF. O especialista lembra que um policial federal é submetido a investigação social para entrar na carreira, segue regime disciplinar específico e responde a uma corregedoria. Já os terceirizados não estão submetidos a nenhum tipo de controle. “Ninguém sabe de onde vêm e para onde vão esses funcionários. Eles não têm nenhum comprometimento com a instituição”, afirma o diretor da Fenapef, Francisco Sabino.

“Do jeito que está qualquer um pode embarcar com passaporte falso. Os terceirizados não sabem a diferença entre um imigrante ilegal, um padre ou uma mula do narcotráfico”, afirma Telmo Corrêa, do sindicato da PF. Agente por formação, ele lembra que a atividade de fiscalização imigratória foi confiada pela Constituição, em seu artigo 144, “de maneira inequívoca” ao Departamento de Polícia Federal. E acrescenta um dado surpreendente nessa complexa equação. Com a realização da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016, as empresas americanas e inglesas querem entrar no lugar das terceirizadas nacionais e assumir o controle da nossa imigração. “É um absurdo. Uma ameaça à nossa soberania”, avalia Telmo.

CEGO
Nem o controle de raio X nos aeroportos está sob responsabilidade da PF, como determina a legislação

Esse risco não existiria se Genro e Corrêa tivessem escutado as recomendações da comissão da PF. A saída para os gargalos nos aeroportos era de fácil execução, como consta do relatório. “A contratação de mais policiais é a solução que resolve mais rapidamente o problema do controle migratório, uma vez que não haveria necessidade de mudança na rotina de fiscalização”, dizem os delegados no documento. A demanda por mais policiais seria atendida com recém-formados pela Academia Nacional de Polícia. Segundo levantamento da própria PF, bastaria a contratação de mais 181 policiais para atuar nos aeroportos do Rio e de São Paulo. Naquele ano, a academia formou 210 policiais, o suficiente para dar conta do recado. Entretanto, a cúpula da PF optou pelo caminho da terceirização, alegando que os policiais são uma mão de obra qualificada demais para a execução de serviços burocráticos.

Fontes da PF afirmam que Luiz Fernando Corrêa pressionou a comissão para que concluísse o relatório a seu gosto. Em vários trechos do relatório da PF, é citada a informação de que “o Ministério da Justiça estaria disposto a fornecer recursos para a contratação de terceirizados”. Na conclusão, o grupo de delegados ressalta que “não sendo escolhida pela direção-geral a alternativa de dotar com lotação efetiva de policiais os aeroportos”, o problema só poderia ser resolvido com a terceirização. O documento subsidiou a medida provisória que alterou a Lei 8.745/93 e abriu as portas para a privatização do controle migratório. Procurado por ISTOÉ, o atual ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, não se manifestou sobre o assunto. Coube ao diretor-executivo da PF, Paulo de Tarso Teixeira, fazer a defesa da instituição. “Os policiais continuam sendo responsáveis pelo controle migratório. Não houve transferência de competência da PF para ninguém”, garante Teixeira. Transferência houve. O trabalho da PF nos aeroportos foi privatizado. Mas em nada aliviou o transtorno vivido pelos brasileiros no agendamento a perder de vista da emissão de passaporte e nas longas filas de desembarque de passageiros.

Angus Maddison: um grande economista, e historiador

Minha homenagem a um economista que já me deu régua e compasso, ou seja, dados preciosos para minhas análises de longo prazo sobre crescimento econômico, inserção internacional, etc.
Uma amostra de sua página:

Angus Maddison 1926 - 2010
Angus Maddison was a world scholar on quantitative macroeconomic history, including the measurement and analysis of economic growth and development. He was professor at the University of Groningen from 1978 to 1997, and a founder of the Groningen Growth and Development Center.
This website provides access to major parts of Angus’ work as well as to new work that is being conducted in his spirit.

Original Homepage Angus Maddison– this page was kept up to date until Angus passed away in April 2010. It provides access to his latest writings and data series.

The Maddison Project – in March 2010, was launched by a group of close colleagues of Angus Maddison, with the aim to support an effective way of cooperation between scholars to continue Maddison’s work on measuring economic performance for different regions, time periods and subtopics.

Memorial Conference for Angus Maddison, 6-7 November, Amsterdam – about 70 close colleagues, friends and family of Angus gathered in Amsterdam to celebrate Angus’ work and life.

Angus Maddison: Memories of the Life of a Chiffrephile
By Bart van Ark

domingo, 22 de maio de 2011

Quem ama os seus, os corruptos protege...

Pena mais dura para riqueza ilícita empaca no Congresso
Fernanda Odilla
Folha de S.Paulo, 22/05/2011

Estão parados há mais de um ano no Congresso projetos que o próprio governo federal apresentou para impor penas severas a funcionários públicos com evolução patrimonial suspeita e empresas envolvidas em corrupção. Um dos projetos transforma em crime o enriquecimento ilícito de funcionários públicos. Foi preparado pelo ex-chefe da CGU (Controladoria-Geral da União) Waldir Pires e enviado ao Congresso pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2005. A Lei de Improbidade Administrativa, única que trata do tema atualmente, define o enriquecimento ilícito como a obtenção de vantagem patrimonial indevida em razão do cargo, mandato ou função pública. A lei prevê sanções como a demissão e a suspensão de direitos políticos.

O projeto que está na Câmara transforma a evolução patrimonial sem justificativa num artigo do Código Penal, com pena de três a oito anos de prisão, mesmo nos casos em que não for comprovado dano ao patrimônio público. Se o projeto tivesse sido aprovado, casos como o do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, poderiam ser analisados sob a ótica de uma lei mais rigorosa. O ministro comprou um apartamento de luxo e um escritório em São Paulo com os rendimentos de sua empresa de consultoria, que faturou R$ 20 milhões no ano passado. Palocci nega ter cometido irregularidades na condução de seus negócios privados. Integrantes de órgãos de controle interno do governo já perderam as esperanças de que o projeto que criminaliza o enriquecimento ilícito seja aprovado. Ele passou pelas comissões da Câmara e está pronto para ser apreciado no plenário desde 2007, mas nunca entrou na pauta.

Outro projeto que não foi longe no Congresso Nacional propõe aplicar a empresas envolvidas com corrupção multas equivalentes a até 30% do faturamento. A proposta foi elaborada pelo Ministério da Justiça em conjunto com a CGU e a AGU (Advocacia-Geral da União). A ideia do projeto é reforçar sanções de caráter administrativo para inibir a participação das empresas em esquemas de corrupção. “Não tem como colocar uma empresa na cadeia”, afirma o chefe da AGU, Luís Adams. Lula enviou o projeto ao Congresso em fevereiro do ano passado. Na Câmara, decidiu-se que a proposta deveria ser analisada por uma comissão especial, mas ela não foi criada até agora.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...