O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

sábado, 19 de novembro de 2011

Democracia e Desenvolvimento: uma relacao complexa


Does democracy stifle economic growth?


Yasheng Huang
Yasheng Huang asks us to rethink our ideas about China and other large emerging economies. Lately he’s been asking, Does democracy hinder or promote economic growth? Full bio and more links



TED Talks, July 2011, http://www.ted.com/talks/yasheng_huang.html


Economist Yasheng Huang compares China to India, and asks how China's authoritarian rule contributed to its astonishing economic growth -- leading to a big question: Is democracy actually holding India back? Huang's answer may surprise you.



The first question there is why China has grown so much faster than India. Over the last 30 years, in terms of the GDP growth rates, China has grown at twice the rate of India. In the last five years, the two countries have begun to converge somewhat in economic growth. But over the last 30 years, China undoubtedly has done much better than India. One simple answer is China has Shanghai and India has Mumbai. Look at the skyline of Shanghai. This is the Pudong area. The picture on India is the Dharavi slum of Mumbai in India. The idea there behind these two pictures is that the Chinese government can act above rule of law. It can plan for the long-term benefits of the country and in the process, evict millions of people -- that's just a small technical issue. Whereas in India, you cannot do that, because you have to listen to the public. You're being constrained by the public's opinion. Even Prime Minister Manmohan Singh agrees with that view. In an interview printed in the financial press of India, He said that he wants to make Mumbai another Shanghai. This is an Oxford-trained economist steeped in humanistic values, and yet he agrees with the high-pressure tactics of Shanghai.
So let me call it the Shanghai model of economic growth, that emphasizes the following features for promoting economic development: infrastructures, airports, highways, bridges, things like that. And you need a strong government to do that, because you cannot respect private property rights. You cannot be constrained by the public's opinion. You need also state ownership, especially of land assets, in order to build and roll out infrastructures very quickly. The implication of that model is that democracy is a hindrance for economic growth,rather than a facilitator of economic growth. Here's the key question. Just how important are infrastructures for economic growth? This is a key issue. If you believe that infrastructures are very important for economic growth, then you would argue a strong government is necessary to promote growth. If you believe that infrastructures are not as important as many people believe, then you will put less emphasis on strong government.
This is the world development index indicator datain the early 1990s. And this is the earliest data that I can find. The adult literacy rate in China is 77 percent as compared with 48 percent in India. The contrast in literacy rates is especially sharp between Chinese women and Indian women. I haven't told you about the definition of literacy. In China, the definition of literacy is the ability to read and write 1,500 Chinese characters. In India, the definition of literacy, operating definition of literacy,is the ability, the grand ability, to write your own name in whatever language you happen to speak.The gap between the two countries in terms of literacy is much more substantial than the data here indicated. If you go to other sources of data such as Human Development Index, that data series, go back to the early 1970s, you see exactly the same contrast. China held a huge advantage in terms of human capital vis-a-vis India.
Then the issue is, what about the Chinese political system? You talk about human capital, you talk about education and public health. What about the political system? Isn't it true that the one-party political system has facilitated economic growth in China? Actually, the answer is more nuanced and subtle than that. It depends on a distinction that you draw between statics of the political system and the dynamics of the political system. Statically, China is a one-party system, authoritarian -- there's no question about it. Dynamically, it has changed over time to become less authoritarian and more democratic. When you explain change -- for example, economic growth; economic growth is about change -- when you explain change, you use other things that have changed to explain change,rather than using the constant to explain change.Sometimes a fixed effect can explain change, but a fixed effect only explains changes in interaction with the things that change.

Falta de vergonha na cara, no corpo, na instituicao, em tudo...

Antigamente, muito antigamente, se dizia de alguém que não se arrependia de seus malfeitos, que não reconhecia ter errado ou cometido uma impropriedade que esta pessoa "não tinha vergonha na cara".
Essa frase tinha algum efeito, pois supostamente os assim classificados eram objeto de discriminação social e passavam a esconder-se do distinto público, para não serem reconhecidos e apontados como os tais aos quais "faltava vergonha na cara".
Mas isso foi muito antigamente.
Depois, mais especificamente uns dez anos atrás, chegou o tal de partido da ética e simplesmente desmantelou esses pruridos existenciais, passou a ignorar qualquer vergonha, sua ou dos outros. Pura e simplesmente desmantelou qualquer sentido de razoabilidade no trato da coisa públicou, eliminou completamente as fronteiras entre o certo e o errado, e ultimamente até passou a condenar "campanhas de moralização", como se estas fossem... imorais!!!
Pois é, deu no que deu: políticos sem vergonha, que não têm vergonha de não terem vergonha na cara...


Os desavergonhados

11 de novembro de 2011 | 3h 04

Nelson Motta - O Estado de S.Paulo
O errado e o malfeito, a incompetência e o desleixo, a estupidez e a má-fé são próprios da condição humana. A diferença está entre os que se envergonham e os desavergonhados. No Japão civilizado, a vergonha é o pior castigo para uma pessoa e sua família, mais temida do que as penas da lei. Homens públicos se suicidam por pura vergonha. Embora seja só meio caminho para não errar de novo, o sentimento de vergonha ajuda a civilizar. Já os que não se envergonham, nem por si nem pelos outros, são determinantes para que suas sociedades sejam as que mais sofrem com a corrupção, a criminalidade e a violência, independente de sua potência econômica ou regime politico.
Em brilhante estreia no Blog do Noblat, o professor Elton Simões analisou pesquisas internacionais sobre as relações entre o sentimento de vergonha social e familiar e a criminalidade.
Nas sociedades em que a violência e o crime são vistos como ofensas à comunidade, e não ao Estado, em que a noção de ética antecede a de direito, em que o importante é fazer o certo e não meramente o legal, há menos crime, violência e corrupção, e todo mundo vive melhor - por supuesto, o objetivo de qualquer governo. Nas sociedades evoluídas e pacíficas, como o Japão, a principal função da Justiça é restaurar os danos e relações entre as pessoas, e não punir ofensas ao Estado e fabricar presos.
"Existe algo fundamentalmente errado em uma sociedade quando as noções de legalidade ou ilegalidade substituem as de certo ou errado. Quando o sistema jurídico fica mais importante do que a ética. Nesta hora, perdemos a vergonha", diz o professor Simões. Como os políticos que, antes de jurarem inocência, bradam que não há provas contra eles. Ou que seu crime foi antes do mandato.
Não por acaso, no Brasil, onde a falta de vergonha contamina os poderes e a administração pública - apesar de todo nosso progresso econômico e avanços sociais -, a criminalidade, a violência e a corrupção crescem e ameaçam a sociedade democrática. Não há dinheiro, tecnologia leis ou armas que vençam a sem-vergonhice. Só o tempo, a educação e líderes com vergonha.

Sempre essa nossa mania de ser o "maior do mundo"...

Que tal se fossemos um pouquinho, apenas um pouquinho mais ricos no plano individual?
Ou então ter um IDH mais elevado?
Ou uma classificação melhor em educação de base?
Ou em competitividade?
Em indicadores de mortalidade adulta, por qualquer motivo que seja?
Em transparência, ou índices menores de corrupção?
Que tal, aliás, começar pela demissão sumária de ministros mentirosos, falastrões, incompetentes?
Por exemplo, somos o governo com o maior número de ministérios do mundo?
Não sei, talvez, mas podemos começar reduzindo-os à metade...
Que tal começar falando menos e fazendo mais?
Paulo Roberto de Almeida

Presidente Dilma diz que Brasil poderá ser a quinta economia do mundo
Agência Brasil

A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta (18) que o Brasil poderá ser a quinta economia do mundo. Ao participar do lançamento de investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade Urbana, em Salvador, Dilma disse que essa boa fase da economia brasileira precisa se refletir na melhor qualidade de vida para as pessoas.

De acordo com a presidente, a meta é que todos tenham um padrão de vida pelo menos de classe média. “Nós podemos e seremos a sexta economia do mundo. Podemos chegar a ser a quinta economia do mundo, nós podemos chegar ao lugar que for mais perto do primeiro, mas, o que nós devemos perseguir mesmo é um país que tenha uma qualidade de vida para a sua população, que lhe dê um padrão de classe média".

Ao analisar a crise internacional, Dilma traçou um cenário de falta de perspectivas para os países desenvolvidos. "Hoje nós estamos vivendo um momento em que percebemos que os países desenvolvidos passam por uma grave crise”. Ela disse que a preocupação do governo é manter no nível de investimentos na esfera federal e também dos estados e município

"No nosso país, temos todas as condições de enfrentar essa situação e uma das condições é ampliar o investimento em infraestrutura, na melhoria das condições de vida da população. São esses investimentos que formarão a maior blindagem contra a crise. É continuar o governo federal, o governo dos estados e dos municípios investindo".

A presidenta disse também que terá condições de investir mais do que fez o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Terei maior capacidade ainda de investimento pelas condições que eu herdei”.

Hoje o Brasil é a sétima maior economia do mundo, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB), atrás dos Estados Unidos, da China, do Japão, da Alemanha, do Reino Unido e da França.

Publicado em: 18/11/2011 18:27

Estatísticas do blog Diplomatizzando: sempre alguma surpresa...

Pois é, eu sempre me surpreendo com o que aparece neste blog, coisas de que nem eu mesmo desconfiava que existissem. Estas estatísticas de visita, por exemplo, o que é que trazem de novo?



Visualizações de página de hoje
544
Visualizações de página de ontem
1.161
Visualizações de página do mês passado
36.704
Histórico de todas as visualizações de página
513.937


Origens de tráfegoMais »


PostagensMais »
13/11/2011, 1 comentário
175 Visualizações de página
17/11/2011, 2 comentários
79 Visualizações de página
19/08/2010
58 Visualizações de página
05/07/2006, 84 comentários
51 Visualizações de página
11/11/2011
50 Visualizações de página



Fácil responder, duas coisas:
1) O Putin anda lendo o que fico escrevendo.
2) Fiz um post sobre amputação de língua.
Só por curiosidade, vai aqui transcrito, pois já não me lembro o que era.



QUINTA-FEIRA, 19 DE AGOSTO DE 2010


Lingua amputada por incontinencia verbal...

Calma, calma, ainda não ocorreu, mas se dependesse desse médico de Limeira, excedido com os excessos (com perdão da redundância, mas é isso mesmo) verbais do presidente, ele alimenta a intenção, se oportunidade lhe for dada, de fazer essa pequena operação -- muito comum na Antiguidade, contra prisioneiros de guerra, além de terem os olhos furados, orelhas cortadas, etc -- de "lobotomia linguística" -- se posso me exprimir assim -- contra um personagem que nasceu para fazer discursos, em excesso, justamente, talvez para concorrer a um registro no Guiness, quem sabe?
Não seria tão radical, mas confesso que não sou de ouvir bobagens: quando algo do gênero desponta ao alcance de meus sentidos audio-visuais, eu vou logo desligando o veículo assassino...
Não sou justamente violento, mas compreendo a indignação desse médico.
Paulo Roberto de Almeida

Lula, por que não te calas?
Luiz Ricardo Menezes Bastos, médico,
presidente da Associação Paulista de Medicina, Regional de Limeira

No último dia 25 de março o presidente Lula esteve em Tatuí, e lá fez a entrega simbólica de 650 ambulâncias para 573 municípios brasileiros. A cerimônia foi essencialmente política, pois os veículos são destinados ao SAMU, ou seja, os serviços de atendimento médico de urgência.

Acontece que a maior parte dos municípios contemplados não tem este serviço implantado, e nem mesmo tem verba prevista em seus orçamentos. Custa caro montar toda esta estrutura. As ambulâncias são a parte visível do negócio, mas é necessário aparelhá-las com equipamentos de UTI, de pessoal de apoio bem treinado, de médicos especializados principalmente. E isto tem que funcionar 24 horas por dia, pois emergência não tem hora.

Ou seja, ou a maioria das ambulâncias vai ter outro destino, ou vão virar sucata logo.

Como costuma fazer, o presidente Lula faz seus “discursos” de improviso, que sempre buscam contentar a platéia presente, e exagera nas frases feitas e cheias de pompa sobre os mais variados temas. Diga-se de passagem, normalmente o presidente não sabe nada sobre o que está falando, e suas gafes já são sobejamente conhecidas e divulgadas mundo afora. Nesta cerimônia em Tatuí, o presidente Lula foi extremamente infeliz com algumas de suas colocações.

Segundo o presidente da Associação Médica Brasileira, Lula teve “outro rompante de incontinência verbal”. Mais uma vez, culpou os médicos para os problemas de saúde que o Brasil enfrenta há décadas. Disse que a classe médica não se interessa em atender o interior, “pois é muito fácil ser médico na Avenida Paulista”, segundo suas palavras.

Depois, mandou um recado ao Conselho Federal de Medicina, por este ser contra a revalidação automática dos diplomas dos médicos formados em Cuba. E ainda criticou aqueles que são contra a volta de um imposto para melhorar a saúde.

E por fim, ainda criticou o médico que no passado cuidou dele próprio, ao sofrer o acidente de “trabalho” que lhe amputou o dedo. Ou seja, versou sobre tudo o que finge saber.

Como em todos os “discursos”, Lula fala o que lhe dá na telha, e nem se preocupa mais em ter coerência. Deve acreditar que somos todos burros, poisquanto mais fala, mais sua popularidade “aumenta”, segundo as informações“oficiais”. Mas para os que ainda tem paciência de ouví-lo, basta acompanhá-lo por algumas semanas. A opinião ora é uma, ora é outra. Depende da platéia. Como estamos numa democracia, livre “como nunca se viu na história deste país”, também tenho o direito de opinar.

O que o senhor presidente não disse (ou não sabe) é que é impossível à imensa maioria dos médicos montar um consultório na Avenida Paulista, um dos locais mais caros do país, principalmente se trabalhar no serviço público, onde recebe um salário de fome, não tem um plano de carreira decente e não encontra condições dignas de trabalho. Aparelhos defasados, funcionários insuficientes para o apoio (enfermagem, técnicos diversos), filas para marcação de exames, falhas em tratamento de doenças básicas. Se em São Paulo, que é a locomotiva da nação, é assim, o que dizer do restante do país? Há
dezenas de crianças morrendo em pseudo-UTIs em hospitais públicos por aí. A sigla deveria ser Última Tentativa Inútil e não unidade de terapia intensiva. Intensivas são só as mortes nestes nosocômios.

Não disse o presidente (ou não sabe) que médico nenhum consegue trabalhar no interior sozinho. A não ser que seja para distribuir “vale-saúde”, a exemplo dos inúmeros outros que ele criou. Pois tratar e cuidar de alguém sem apoio, sem retaguarda e sem condições, só na cabeça dele.

Quanto aos médicos de Cuba, formados em uma realidade totalmente diferente da nossa, eles podem sim trabalhar no Brasil. Como qualquer outro, formado em qualquer lugar do mundo, que se submeta às avaliações necessárias e sejam aprovados. Desde que saibam Medicina. E o Conselho Federal de Medicina, autarquia federal, é o órgão definido por lei para avaliá-los. O que o senhor presidente quis dizer (mas não teve coragem) é que quer fazer um agrado ao moribundo amigo Fidel, valorizando escolas falidas e que pregam
uma falsa “medicina social”.

Faltou falar sobre o assunto referente ao médico que o atendeu quando sofreu seu acidente de “trabalho”. Talvez seu dedo pudesse ser salvo, senhor presidente, se existisse na ocasião um atendimento decente em posto de saúde, unidades de emergência bem aparelhadas, um profissional médico bem preparado, com boa formação. Isso se o “SUS” da época funcionasse. Isso se um médico que atende “SUS” ganhasse um honorário, e não uns trocos.

Pois a CPMF, que geraria verba destinada ao “SUS” do seu governo, virou dinheiro nas meias, cuecas e malas pretas na sua gestão. E até hoje o “SUS” não funciona de forma decente!

E o senhor ainda quer recriar mais um imposto, para continuar alimentando as falcatruas? Senhor presidente, com o perdão da palavra, estou com o “saco cheio” do senhor e de seus “discursos”.

Se o senhor sofresse um novo acidente de “trabalho” e fosse eu o médico que lhe atendesse, cortaria-lhe a língua, e não o dedo.

E faria um bem ao país, pois cada vez que o senhor abre a boca, não causa um acidente. Causa um desastre.

Luiz Ricardo Menezes Bastos, médico,
presidente da Associação Paulista de Medicina, Regional de Limeira
Bem, agora já sabemos. Parece que se aplica o tal dito sobre as linhas tortas...
Paulo Roberto de Almeida