O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Paraguai vs Triplice Alianca na OEA: embates politicos, desta vez...


Por Flávia Barbosa 
Globo Online, 26/06/2012

A parte final da sessão extraordinária da Organização dos Estados Americanos (OEA) virou uma troca de farpas entre o Paraguai e os demais sócios do Mercosul. Em sua intervenção final na fase de exposição, o embaixador paraguaio Hugo Saguier, atacou a proposta do Brasil e do Uruguai de que a instituição esperasse o encontro da Unasul, na próxima sexta-feira, para se posicionar sobre a situação do país. Saguier disse que o encontro Sul-americano será de cartas marcadas, com a expulsão do Paraguai, mas que o país não dá direito aos sócios de interferirem em seus assuntos internos, tampouco de “humilhar a nação paraguaia”.
“Esta é a OEA, e a OEA não está subordinada ao Mercosul e à Unasul. Posso garantir que, se houvesse um plebiscito hoje, 90% da população paraguaia votariam pela saída do bloco (Mercosul). O que vocês (Brasil, Argentina e Uruguai) querem é fazer uma operação conjunta para expulsar o Paraguai de todos os organismos internacionais. Podem ir adiante, se querem fazer uma Tríplice Aliança reforçada, estamos preparados. O Paraguai não é um país de se deixar curvar à imposição de forças externas”, disse Saguier.
O embaixador reclamou que os sócios do Mercosul deixaram parte da delegação do Paraguai chegar a Mendoza, na Argentina, para os preparativos da cúpula de chefes de Estado, para negar-lhes credenciamento: “Por que não os informaram antes? Para humilhá-los (integrantes da comitiva paraguaia)? Não aceitamos intervenção. Entendemos que haja preocupação, mas isso não dá direito a ninguém de humilhar a nação paraguaia”.
O ministro Breno Dias da Costa, representante brasileiro na sessão da OEA, reagiu dizendo que lamentava o pronunciamento do paraguaio e que o Brasil não considera intervenção o cumprimento de compromissos firmados no âmbito do Mercosul e da Unasual: “Lembrar da Tríplice Aliança e coisas afins me parecem desnecessárias e gratuitas (…) Lembramos ao embaixador que o novo governo do Paraguai não foi reconhecido por nenhum pais da OEA. O Paraguai está aqui hoje como reflexo do respeito e da generosidade de todos os países desta organização.”
Mais cedo, o ministro Breno Dias da Costa afirmou em sua exposição aos demais países membros que houve ruptura do processo democrático no impeachment do ex-presidente do Paraguai, Fernando Lugo, na ultima sexta-feira. Venezuela, Equador, Bolívia e Argentina foram além e se referiram ao impeachment como golpe de Estado e os três primeiros acompanharam a proposta da Nicarágua de que a OEA não reconheça o governo de Federico Franco e suspenda a participação do pais na organização. O representante argentino disse que o caso deve ser discutido por instâncias superiores e propôs a convocação de uma assembleia extraordinária de chanceleres da OEA. O Uruguai acompanhou o Brasil, que aconselhou os membros a aguardarem a reunião dos chefes de Estado do Mercosul e da União dos Países Sul-americanos (Unasul), na próxima sexta, antes de decidirem qual ação a OEA adotará.
Em sua segunda entrevista coletiva à imprensa internacional em dois dias de governo, o presidente do Paraguai, o presidente Federico Franco foi indagado sobre a possibilidade de o Paraguai ser suspenso do bloco comercial da região. Franco disse que sua preocupação neste momento é com os problemas internos. “Se eu disser que a prioridade é a comunidade internacional, estaria mentindo. Quero arrumar a casa e transmitir daqui tranquilidade e mostrar à comunidade internacional que este é um governo democrático”, disse Franco.
Apesar das declarações, um possível isolamento político foi rejeitado pelo embaixador Hugo Saguier, representante do Paraguai no organismo. Em recado ao Mercosul e à Unasul, o embaixador lembrou que o Paraguai é signatário de tratados internacionais que enfatizam a democracia e cumpriu todas as clausulas dos mesmos, tendo respeitado os processos políticos em todos os demais países. Por isso, disse, o Paraguai “espera das contrapartes o mesmo entendimento”.
Durante a reunião da OEA, Saguier fez uma extensa descrição do processo de impeachment, começando com a comoção causada pela morte de 17 pessoas em confronto agrário poucos dias antes da votação no Congresso. Saguier justificou o que chamou de “prazos peremptórios” para julgamento como forma de restabelecer o mais rapidamente a normalidade diante da grave situação social e política no pais. “O Paraguai não condicionou sua participação em organismos regionais a posições ideológicas. Porque (a participação) não é patrimônio de nenhum partido político, é patrimônio do povo paraguaio”, afirmou Saguier.
E, em defesa do processo, lembrou que Lugo rejeitou ofertas de outros países para que cláusulas da Carta Democrática interamericana fossem acionadas antes da votação do impeachment e aceitou a decisão do Congresso. “O (novo) governo foi estabelecido no âmbito do Direito Constitucional e sob compromisso de honrar todos os tratados internacionais. A ordem está preservada, há liberdade de protesto, não há censura. Exortamos os países irmãos a terem o respeito sublime à autodeterminação e se abstenham da intervenção, direta e indireta”, afirmou o embaixador.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Foz do Iguacu e Ciudad del Este: zero; Brasil e Argentina: menos zero...

A que nos conduzem certas ações mal pensadas...
Mas como diriam os ingleses, honni soit qui mal y pense...
Então eu sou...
Paulo Roberto de Almeida

Crise no Paraguai gera tensão e esvazia comércio na fronteira com Brasil

BBC – 25/06/12

dos maiores shopping centers de Ciudad del Este amanheceu com corredores vazios
A crise política que sucedeu a destituição do presidente paraguaio Fernando Lugo na sexta-feira, provocando ameaças de sanções ao Paraguai por nações vizinhas, já gera impactos na fronteira do país com o Brasil.
Em Ciudad del Este, polo comercial que atrai milhares de compradores brasileiros diariamente, ao menos dez lojistas consultados pela BBC Brasil calculam que houve queda de até 50% nas vendas neste fim de semana. Eles atribuem o fraco movimento, entre outros motivos, aos rumores de que o Brasil poderia fechar a fronteira com o Paraguai em resposta ao impeachment relâmpago de Lugo.
O governo brasileiro, que considerou a destituição do presidente um “rito sumário” sem direito adequado de defesa, anunciou que sanções ao Paraguai por eventual quebra de compromisso com a democracia (previstas em acordos regionais) estão sendo avaliadas pelos membros do Mercosul e da Unasul.
Questionado neste domingo pela BBC Brasil se as medidas poderiam incluir o fechamento de fronteiras, o Itamaraty afirmou que a ação está prevista em protocolos multilaterais e que ela está sob discussão, mas que até o momento não há definição sobre o assunto. Atualmente, o trânsito de pessoas entre Brasil e Paraguai ocorre livremente pela ponte da Amizade, sobre o rio Paraná.
Corredores vazios
Os rumores, no entanto, bastaram para que muitos brasileiros adiassem os planos de fazer compras no país vizinho. No shopping Corazón, o mais moderno de Ciudad del Este, a clientela era tão escassa que vendedores saíam para os corredores para conversar com colegas de lojas vizinhas.
“Estamos todos muito preocupados”, diz, sentada ao sofá, a vendedora paraguaia Luz Ruiz. “Para Ciudad del Este, fechar a fronteira seria a morte”.
Segundo Ruiz, que trabalha numa loja de lingeries, no sábado pós-impeachment os clientes só apareceram depois das 20h. No dia seguinte, diz ela, o movimento continuava bem abaixo do normal. “Como os domingos costumam ser mais fracos, só saberemos do impacto real durante a semana”.
Ao seu lado, a vendedora brasileira Marta de Paula, que mora em Foz do Iguaçu (PR), mas cruza a fronteira diariamente para trabalhar em Ciudad del Este, teme perder o emprego caso a divisa seja fechada. “Muitos brasileiros que trabalham em Ciudad del Este e paraguaios que trabalham em Foz seriam afetados”, diz. “O desemprego nas duas cidades explodiria”.
Além disso, ela afirma que, assim como os brasileiros se abastecem de perfumes, brinquedos e eletrônicos no Paraguai, os paraguaios compram do Brasil máquinas agrícolas e automóveis, gerando receita para o país.
As duas disseram crer, porém, que o Brasil não levará a cabo qualquer ação que possa prejudicar brasileiros. “Não faria sentido, eu acredito no bom senso dos governantes”, diz Ruiz.
Nem todos os vendedores, porém, consideram a crise política a principal razão para o fraco movimento. Segundo Mercedes Capdevilla, vendedora de uma loja de eletrônicos, nas últimas semanas o Brasil aumentou o controle na fronteira, para fazer valer o limite de US$ 300 (R$ 600) em compras por pessoa. Quem excede o valor deve pagar multa.
A atitude, diz ela, tem prejudicado o comércio. “Quando voltar ao procedimento antigo, as vendas vão subir de novo”.
‘Presa no Paraguai’
Num dos raros grupos de turistas brasileiros que passeavam pelo shopping, a fotógrafa Soraya Reichert diz que teve de convencer uma tia de que não correriam riscos se cruzassem a fronteira.
“Ela estava com medo de ficar presa no Paraguai, sem conseguir voltar para Foz”, diz ela. “Acho que se forem mesmo fechar a fronteira, vão avisar com antecedência, para evitar o caos”.
Assim como os comerciantes, porém, ela espera que o governo brasileiro não tome essa decisão. “Foz do Iguaçu depende tanto daqui quanto eles dependem de nós”.
Reichert diz que muitos brasileiros de Foz têm negócios na cidade vizinha, como empresas de aluguel de veículos, lojas e construtoras. Ela afirma ainda que o bloqueio da fronteira seria um terrível golpe para o turismo que sustenta a cidade paranaense. Isso porque, segundo a fotógrafa, boa parte dos viajantes de várias regiões do Brasil que se hospedam em Foz o fazem para realizar compras no Paraguai.
“As duas regiões estão tão conectadas que qualquer ruptura seria uma catástrofe, e para os dois lados.”
Disponível em:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/06/120624_ciudad_este_paraguai_jf.shtml

Uma historia do Brasil em frances - Armelle Enders

article image
Livros

O Brasil sob a ótica francesa

Em 'A nova história do Brasil', professora da Sorbonne traça a história do país com ênfase na diversidade e contradições da sociedade brasileira

por Marisa Motta

Escrever a história do Brasil não consiste em traçar uma evolução retilínea e determinista do que seria um “destino nacional”, porque ao contrário de uma ideia imutável, nada é mais volátil do que a história como disciplina, relato de sua época e sujeita a revisões constantes.
Nesse contexto em A nova história do Brasil recém-publicado pela editora Gryphus, 269 páginas, R$ 39,90, a professora e conferencista de história contemporânea na Universidade de Paris IV-Sorbonne, Armelle Enders, aborda desde a pré-história do país até o início do segundo mandato de Luís Inácio Lula da Silva, com ênfase na diversidade e contradições da sociedade brasileira. Este livro, primorosamente editado, constitui, sem dúvida, uma valiosa contribuição à historiografia brasileira.
A primeira parte de A nova história do Brasil analisa o “Brasil antes do Brasil”, ou seja, o longo período que precedeu a Independência de 1822, quando o país se tornou um Estado-nação, com suas dimensões continentais. Em seguida, Enders faz um relato sobre a construção do Brasil e a formação dos brasileiros nas décadas de 1820 a 1930. Nessa linha do tempo linear, na terceira parte do livro “Os Caminhos da Democracia e do Poder na Década de 1930 ao ano 2000”, a autora descreve, entre outros temas, a República de 1946, a invenção do trabalhismo, os militares no poder e a transição democrática. Por fim, no último capítulo “Brasil, país do mundo” vemos a criação do Mercosul, em 1995, e a inserção do Brasil no mundo globalizado.
A história do Brasil constitui um excelente exemplo para observar que a fragmentação do mundo não é um fenômeno atual. A construção do país resultou de um processo bem mais complexo do que a relação de dependência da Europa e, a partir do século XVI, o Brasil foi ponto de confluência de homens vindos de lugares diferentes onde se entremearam as influências culturais diversas.
Em uma entrevista concedida em Paris ao jornal Folha de São Paulo, em 27 de março de 2000, a historiadora disse que o famoso “jeitinho” brasileiro encontra justificativa na história política recente do Brasil. O convívio com um Estado instável e sem “tradição enraizada de prestação de serviços” fez com que a sociedade adquirisse “capacidade de mudança e criatividade” para superar as deficiências do Estado. Além disso, a colonização “singular” do Brasil ajuda a explicar aspectos da sua atual formação política e social. As peculiaridades desse “jeitinho”, da “criatividade”, do Brasil complexo e da diversidade social, étnica e cultural desse “país mestiço” são analisadas com grande rigor acadêmico em A nova história do Brasil.
Armelle Enders é autora também de A história do Rio de Janeiro publicada com sucesso pela mesma editora.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Mercosul (a tres) vs Paraguai: uma decisao arbitraria

O governo do Paraguai relembra que certas decisões necessitam de reuniões formais para serem tomadas; não podem ser adotadas por telefone, como feito ontem.
Será que o Paraguai precisa ensinar as regras do Mercosul e do direito internacional a seus colegas membros do bloco?
Abaixo o comunicado do novo governo paraguaio sobre esta situação completamente anômala, e fora dos padrões jurídicos que os países membros deveriam seguir.
Paulo Roberto de Almeida 


Nota do governo do Paraguai
Asunción, 24 de Junio de 2012



En referencia a la Declaración difundida en la fecha por el Ministerio de Relaciones Exteriores de la República Argentina, por la que se anuncia la decisión de “suspender al Paraguay, de forma inmediata y por este acto, del derecho a participar en la XLIII Reunión del Consejo del Mercado Común y Cumbre de Presidentes del MERCOSUR, así como de las reuniones preparatorias, que tendrán lugar en la ciudad de Mendoza, entre el 25 y 29 de junio de 2012″, el Ministerio de Relaciones Exteriores de la República del Paraguay cumple en manifestar:
1. Su rechazo a esa decisión, adoptada obviando los procedimientos regulares y sin que se haya dado oportunidad alguna al Estado afectado para pronunciarse sobre el particular, tal como lo determina expresamente el artículo 4 del Protocolo de Ushuaia sobre Compromiso Democrático en el Mercosur suscrito el 24 de julio de 1998.
2. Que la Declaración, curiosamente, adolece del mismo defecto que se atribuye al proceso interno paraguayo que le dio origen, y que se califica impropiamente como de ruptura del orden democrático, “por no haberse respetado el debido proceso”.
3. Sin embargo, puede señalarse que en el juicio político entablado en el seno del Congreso Nacional al entonces Presidente Fernando Lugo, de conformidad con las disposiciones constitucionales aplicables, se otorgó a éste la oportunidad de ejercer su defensa, como en efecto lo hizo. En cuanto al principio del debido proceso, por cuya supuesta inobservancia se considera que pudo haber una ruptura del orden democrático en el Paraguay, cabe aclarar que en el caso en cuestión el procedimiento se ajustó estrictamente a lo dispuesto en el artículo 225 de la Constitución Nacional de la República del Paraguay, garantizándose por consiguiente el debido proceso.
4. En cambio, la Declaración difundida por la Cancillería argentina no fue adoptada conforme a los procedimientos que se observan en el Mercosur, está suscrita por Estados Asociados que no ratificaron dicho Protocolo y, lo que es más grave, fue resuelta sin escuchar previamente al Gobierno de la República del Paraguay, violando de tal manera el debido proceso.
5. La Declaración de referencia demuestra que no resulta posible negar la constitucionalidad del juicio político, ni la abrumadora mayoría con que se tomó la decisión de condenar al ex Presidente Lugo, ni que el propio afectado se sometió al juicio político y acató públicamente la resolución adoptada.
6. La Declaración del Mercosur en nada contribuye a la paz y la tranquilidad pública del Paraguay, ni a la integración regional, y se extralimita al descalificar decisiones adoptadas, en uso de sus legítimas atribuciones, por el Poder Legislativo paraguayo, tan electo por el pueblo como el ex Presidente Fernando Lugo y el Presidente Federico Franco”.

Brics: reinventando a roda - Fundo inutil

Não entendo por que os Brics precisam criar um Fundo de reservas, quando esse Fundo já existe: ele se chama FMI. Ou os Brics consideram que seriam capazes de juntar mais dinheiro, e mais apoio de outros ,países a cinco, em lugar de contar com o FMI e o BIS, por exemplo? 
A China, por acaso, pretende financiar os outros quatro?
Insondáveis mistérios que percorrem a mente de certos ministros...
Paulo Roberto de Almeida 

G20: Mantega diz que Brics concordam em criar fundo de reservas internacionais

Jornal do Brasil, 18/06/2012

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta segunda-feira (18), em entrevista em Los Cabos, no México, que os Brics concordaram em iniciar um processo de criaçãode um fundo comum de reservas internacionais e acenaram com a possibilidade de assinatura de acordo de swap (troca de moedas) entre os países do grupo. Os líderes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul se reuniram nesta segunda-feira em Los Cabos antes da reunião do G20.

Segundo o ministro, a ideia é inspirada na iniciativa de Chiang Mai (acordo de cooperação financeira de países asiáticos) e nos acordos de swaps que o FED (Federal Reserve), Banco Central norte-americano, negociou durante a crise de 2008. As informações são do Blog do Planalto, o blog oficial da Presidência da República.

“Os Brics estão fortalecendo sua estrutura financeira. Esse fundo é algo importante para aconfiança. Nós vamos criar uma solidariedade financeira entre nós, portanto, seremos ainda mais seguros e mais fortes do que já somos”, disse o ministro.

China e a nova geoeconomia mundial - Moises Naim

Um artigo interessante, a dois títulos: o fato, historicamente relevante, de que os países em desenvolvimento, conjuntamente, tenham superado o peso econômico global dos países desenvolvidos, quando se inclui a China como país em desenvolvimento, claro; e a opinião, que reputo inteiramente válida, de que o futuro não verá nenhum país economicamente hegemônico e sim uma constelação de economias interdependentes e integradas no vasto mercado capitalista global.
A bem da verdade, considero essa separação de países avançados e em desenvolvimento totalmente irrelevante para o que conta, ou seja, para as relações econômicas internacionais; ela só faz sentido político, e ainda assim no sentido capenga, politicamente deformado, do mundo onusiano, onde a ficção política supera a realidade econômica.
Talvez o aspecto importante, aqui, seja o fato de que o universo político e econômico euro-atlântico, que dominou o mundo nos últimos cinco séculos, esteja sendo superado pelo universo da bacia do Pacífico. Não acredito na "decadência" do primeiro, por uma razão muito simples: impérios econômicos ou militares podem até decair e se tornar irrelevantes, mas não impérios da inteligência. Nesse sentido, a Europa ocidental e os EUA da costa leste vão continuar sendo potências dominantes pelo futuro previsível.
Que isto sirva de lição para os latino-americanos: existem aqueles que se abrem para esta nova realidade, como a Aliança do Pacífico (Chile, Peru, Colômbia e México), e existem aqueles reticentes, protecionistas, que pretendem se fechar sobre si mesmos, como Argentina e Brasil.
Paulo Roberto de Almeida 



EL OBSERVADOR GLOBAL

¿Qué pasó el 28 de marzo?

Cada vez parece más claro que ninguna nación va a ser la potencia dominante en el mundo que viene


Moises Naim
El País, 23 Junio 2012



Fue uno de esos días importantes que, sorprendentemente, pasó casi inadvertido en los medios de comunicación del mundo. Resulta que, según los cálculos del Departamento del Tesoro de Australia, el 28 de marzo pasado las economías de los países menos desarrollados en su conjunto superaron en tamaño a las de los países más ricos. “Ese día terminó una aberración que duró un siglo y medio”, escribió el columnista australiano Peter Hartcher, refiriéndose al hecho de que, hasta el año 1840, China había sido la mayor economía del mundo. “Los chinos ven esto y dicen: lo único que pasó es que tuvimos un par de siglos malos”, señala el experto en Asia Ken Courtiss, también citado por Hartcher. Courtiss añade: “Lo que está ocurriendo es que, en un abrir y cerrar de ojos, en tan solo una generación, el poder se ha mudado de Occidente a Oriente. Y con el tiempo veremos que no se trata solo de un movimiento del poder económico y financiero, sino que también migrará a Oriente el poder político, cultural e ideológico”.
¿Será así? Los comentarios de los lectores de la columna de Hartcher ofrecen una espontánea pero reveladora síntesis de un debate que también consume a gobernantes, políticos, militares y académicos en todas partes: ¿cuál será el país más poderoso en el mundo? Derek, por ejemplo, afirma desde Canberra: “No tenemos por qué preocuparnos. En el papel, China e India aparecen como potencias, pero en realidad la mayoría de sus ciudadanos no tienen acceso a servicios sanitarios o a electricidad”. Otro lector que se identifica como Barfiller añade: “No olvidemos estas realidades de los países emergentes: conflictos fronterizos y enfrentamientos por el control del agua y otros recursos; débil protección de patentes y propiedad intelectual; diferencias étnicas, religiosas e ideológicas; desavenencias históricas y culturales, etc., etc. Los países emergentes no lo tienen nada fácil”. A su vez, David insiste en la necesidad de tomar en cuenta “la mala distribución de la riqueza entre la población de estos países. La diferencia entre la riqueza del chino promedio y sus más privilegiados camaradas del partido es una brecha insalvable. Y esa misma brecha existe en la India. En China se debe a una profunda corrupción controlada desde arriba y en India es causada por indelebles divisiones de clase basadas en la religión y la cultura”.
Así, según estas opiniones, China e India son países demasiado debilitados por sus divisiones y otros problemas internos como para ser las potencias rectoras del mundo.
Pero los problemas de estos grandes países en ascenso ya no solo les incumben a ellos. Caledonia, una lectora que escribe desde Sidney, cree que los otros comentaristas no se dan cuenta del peligro que les acecha: “Si la economía de China sufre un crash, ustedes se van a encontrar en las filas de los desempleados y podrán darse por afortunados si consiguen un trabajo limpiando baños”.
Detrás de todas estas observaciones subyacen importantes suposiciones acerca de lo que hace que una nación llegue a ser tan poderosa como para imponerle su voluntad a otras. Esto antes era privilegio de los imperios. Después lo fue de las dos superpotencias: Estados Unidos y la Unión Soviética. Y tras el hundimiento de esta última, se puso de moda suponer que entrábamos en una era unipolar en la cual una sola superpotencia, Estados Unidos, dominaría el mundo.
Esta percepción duró poco. El ascenso de China y otros países, sumado a los problemas de EE UU, hicieron que la idea del mundo unipolar fuese perdiendo vigencia. Pero si no es el mundo bipolar de soviéticos y norteamericanos, ni el unipolar donde EE UU reina solo, ni el multipolar dominado por la influencia de América, Europa y un Asia en ascenso, ¿entonces qué tipo de mundo es el que está naciendo?
En los últimos años, las respuestas a esta pregunta han estado influidas por el despegue económico de los países emergentes y la crisis financiera en Europa y EE UU. Pero ahora, a medida que los emergentes entran en una más lenta y difícil situación económica que inevitablemente alimentará la turbulencia social y política, y Europa sigue sumida en la crisis, el debate va a cambiar de nuevo. Y cuanto más rebotan de un lado a otro las opiniones acerca de qué nación será la potencia dominante del mundo que se nos viene, más claramente comienza a perfilarse la respuesta: ninguna.
Sígame en Twitter @moisesnaim

O pequeno Uruguai e a grande China: tres notas curiosas

Permito-me fazer três observações preliminares sobre esta simples matéria de jornal, não especialmente sobre a jornada latino-americana do primeiro-ministro chinês, pós-conferência Rio+20, mas sobre o que está por trás da matéria.
A primeira está em que o pequeno Uruguai se sinta "obrigado" (metaforicamente dizendo) a pedir à China que construa um porto de mar em sua costa atlântica (já que o de Montevidéu fica no Rio de la Plata, bem para dentro do continente). Teoricamente, algo assim poderia ser solicitado o financiamento ao BID, ao Banco Mundial, ou então entrar na carteira de negócios da integração latino-americana -- ou seja, da Unasul, que teoricamente sucedeu e recuperou os projetos da IIRSA -- ou até da cooperação bilateral Brasil-Uruguai (e teríamos empresas brasileiras dispostas a fazer esse porto de águas profundas, com financiamento do BNDES, claro). Que o Uruguai peça à China é talvez um indicador de como andam as relações externas dos membros do Mercosul.
A segunda observação está justamente no próprio porto, e na possibilidade de se encontrar petróleo off shore naquela região. Um porto ali certamente vai concorrer com o de Rio Grande, para o escoamento de grãos e de outros produtos, não apenas do pequeno Uruguai, que não deve ter tão grande capacidade exportadora, mas do sul do Brasil (tão mal servido de portos), e do norte argentino (províncias de Entre Rios, Misiones, até do Chaco), se houver transporte adequado para o porto, claro. Não sei quão credível é esta hipótese, mas porque o Uruguai não pensou na Petrobras, por exemplo, para a exploração de seus recursos off shore?
A terceira observação é essa audiência audiovisual entre o primeiro-ministro chinês e os membros (com ou sem o Paraguai?) do Mercosul, por ocasião de sua próxima cúpula, na Argentina. Nunca antes na história do Mercosul, o presidente do Império (tão querido em nossa região) manteve tal tipo de interação com seus membros. Que essa modalidade seja agora inaugurada pelo dirigente chinês não representa apenas uma première, mas uma revelação do estado atual de "dependência estrutural" dos países latino-americanos do novo gigante econômico mundial.
Paulo Roberto de Almeida 

Uruguay-China

Uruguay invitó a China para participar en la mayor obra de su historia

Mujica china
Infolatam/Efe
Montevideo, 24 de junio de 2012
Las claves
  • El puerto es "clave en la estrategia del país" y "no solo tiene trascendencia geopolítica y geocomercial" sino que "va a significar un cambio muy importante en el diseño de desarrollo económico de Uruguay", dijo Cánepa.
  • "En dos o tres años sabremos si hay petróleo y/o gas en esa zona y el puerto proyectado deberá tener infraestructura como para su explotación", agregó.
El Gobierno uruguayo invitó a su similar de China para que participe en la “construcción y desarrollo” de un puerto de aguas profundas en el océano Atlántico, que será por su importancia y costo “la mayor obra de la historia del país”, destacaron fuentes oficiales.
El ofrecimiento fue realizado por el presidente uruguayo, José Mujica, al primer ministro chinoWen Jiabao durante una reunión de trabajo en la que participaron varios ministros de ambos países.
El mandatario dio detalles sobre la “elaboración y diseño” del puerto de aguas profundas y sobre la “potencialidad enorme” que su construcción supondrá para el país y la región, destacó el prosecretario de la Presidencia, Diego Cánepa.
La construcción de un puerto de aguas profundas en las costas del departamento de Rocha, limítrofe con Brasil, es un tema que desvela al presidente Mujica que está decidido a impulsarlo antes de que finalice su mandato, en 2014.
El puerto es “clave en la estrategia del país” y “no solo tiene trascendencia geopolítica y geocomercial” sino que “va a significar un cambio muy importante en el diseño de desarrollo económico de Uruguay”, agregó el funcionario.
Cánepa aseguró que varias empresas de distintos países “también están interesadas” en la obra y en un plazo, que estimó de cuatro meses, una misión oficial uruguaya viajará a Pekín para “informar ampliamente y con más detalles” a las autoridades chinas sobre el proyecto.
El puerto de aguas profundas en el Atlántico será “la mayor obra de la historia de Uruguay” y, además, demandará “la mas grande inversión hasta ahora en el país con varios miles de millones de dólares”, destacó.
El prosecretario recordó que en la misma zona del este uruguayo donde se proyecta la obra, hay “buenos indicios” sobre la posibilidad de encontrar petróleo y gas en la plataforma continental del país,
“En dos o tres años sabremos si hay petróleo y/o gas en esa zona y el puerto proyectado deberá tener infraestructura como para su explotación”, agregó.
Los estudios técnicos y de factibilidad del puerto están actualmente a la espera de ser aprobados por Mujica y luego seguirá la etapa “del diseño”, señaló Cánepa.
Además, destacó que durante el encuentro entre el presidente uruguayo y el primer ministro chino se conversó sobre la posibilidad de acordar un memorando de entendimiento entre los países del Mercosur (Argentina, Brasil, Paraguay y Uruguay) y China.
Ese tema será analizado la próxima semana en la “cumbre” del bloque regional que se celebrará en la ciudad argentina de Mendoza y durante la cual los presidentes tendrán una “vídeo conferencia” con Wen Jiabao, agregó.

Politica Externa da China: livro australiano

Recebido via e-mail, e divulgando, mesmo sem conhecer o conteúdo. Julgo que deve ser valioso, dada a cobertura ampla de praticamente toda a atividade diplomática da China.
Não é de graça, mas a introdução está disponível...
Paulo Roberto de Almeida 

Dear Colleagues,

I would like to let you know about the publication of the Ashgate Research Companion to Chinese Foreign Policy [http://www.ashgate.com/isbn/9781409422709]. The Ashgate Research Companion to Chinese Foreign Policy draws out the full range of topics and issues that characterise China's external affairs. The volume is intended to provide an overview of Chinese foreign policy that will be relevant both to experts in the field as well as those that are just starting to grapple with Beijing's international outlook. The investigation of Chinese foreign policy offered by the volume is divided into seven parts:
- Part I focuses on the historical evolution of Chinese foreign policy by detailing the specific traditions and the altering paradigms of Beijing's external outlook proffered for the explanation and understanding of Chinese foreign policy;
- Part II discusses the different analytical perspectives proffered for the explanation and understanding of Chinese foreign policy;
- Part III considers the domestic sources of Chinese foreign policy;
- Part IV analyses the international impact of Beijing's outreach;
- Part V explores China's relations with specific international actors;
- Part VI investigates the regional interactions of Chinese foreign policy;
- Part VII of the volume draws attention to several issues impacting both the practice and the understanding of Chinese foreign policy;
The Ashgate Research Companion to Chinese Foreign Policy draws a vivid picture of the full spectrum of topics, issues, and relationships that define China's international interactions. The collection therefore provides a relevant point of departure for anyone interested in learning about Beijing's external affairs. Owing to the wide range of themes and ideas, this volume is essential reading for students of Chinese foreign policy.

‘The world now finds itself at the cusp of momentous transformation effected most importantly by the accelerated rise of China. This timely book tracks China’s expanding global agenda, while noting the irony of
its increasing preoccupation at home. It offers an accessible and cogent synopsis of key issues, but also raises critical questions about China’s foreign policy.’
– Yong Deng, U.S. Naval Academy, USA
‘This wide-ranging collection of essays on Chinese foreign policy, written by the experts in the field from both inside and outside China, makes an important contribution to the current literature. This book deserves
a careful reading by all scholars and policy makers interested in Chinese foreign policy. It also offers an important, comprehensive, and essential reading for graduate and undergraduate courses in Chinese
foreign policy.’
– Sujian Guo, San Francisco State University Center for U.S.-China Policy Studies, USA
‘This is an ambitious study of China’s foreign relations that brings together a collection of talented scholars, many with a Chinese heritage, who offer refreshingly different but informed perspectives into critical and
sometimes original aspects of China’s external interactions. This book helps to address some important gaps in the understanding of how China views and interprets the world.’
– Tai Ming Cheung, University of California San Diego, USA

With very best wishes,
 emilian
Dr. Emilian Kavalski
Senior Lecturer in Politics and International Relations
Book Series Editor of 'Rethinking Asia and International Relations' [http://www.ashgate.com/RAIR]
School of Humanities and Communication Arts
University of Western Sydney
Locked Bag 1797
Penrith, NSW 2751
AUSTRALIA
T:+61-2-9772-6830
F:+61-2-9772-6373
E: e.kavalski@uws.edu.au



The Ashgate Research Companion to Chinese Foreign Policy


Edited by Emilian Kavalski, University of Western Sydney, Australia
Series : Rethinking Asia and International Relations

  • The Ashgate Research Companion to Chinese Foreign Policy draws out the full range of topics and issues that characterise China's external affairs. The volume is intended to provide an overview of Chinese foreign policy that will be relevant both to experts in the field as well as those that are just starting to grapple with Beijing's international outlook. The investigation of Chinese foreign policy offered by the volume is divided into seven parts:

    - Part I focuses on the historical evolution of Chinese foreign policy by detailing the specific traditions and the altering paradigms of Beijing's external outlook proffered for the explanation and understanding of Chinese foreign policy
    - Part II discusses the different analytical perspectives proffered for the explanation and understanding of Chinese foreign policy
    - Part III considers the domestic sources of Chinese foreign policy
    - Part IV analyses the international impact of Beijing's outreach
    - Part V of the volume begins the exploration of China's relations with specific international actors
    - Part VI investigates the regional interactions of Chinese foreign policy
    - Part VII of the volume draws attention to several issues impacting both the practice and the understanding of Chinese foreign policy

    This Companion draws a vivid picture of the full spectrum of topics, issues, and relationships that define China's international interactions. The collection therefore provides a relevant point of departure for anyone interested in learning about Beijing's external affairs. Owing to the wide range of themes and ideas, this volume is essential reading for students of Chinese foreign policy.
  • Contents: Introduction: engaging China's foreign policy, Emilian Kavalski; Part I Historical and Analytical Perspectives on China's Foreign Policy: In quest of independence: an unchanging paradigm of China's foreign policy, Lai-Ha Chan; International status: China's pursuit of comprehensive superpower status, Mingjiang Li; China's strategic culture and foreign policy, Huiyun Feng; China's rise and international relations theory, Dingding Chen. Part II The Domestic Sources of China's Foreign Policy: The rise of nationalism and China's foreign policy, Kingsley Edney and Baogang He; Communist ideology and Chinese foreign policy, Winberg Chai; The 'new security concept': the role of the military in China's foreign policy, Yee-Kuang Heng; Economic development and China's foreign policy, Hongyi Lai and Su-jeong Kang. Part III The International Impact of China's Foreign Policy: Soft power in Chinese foreign policy: concepts, policies, and effectiveness, James Reilly; Religion, culture and Confucius Institutes in China's foreign policy, Kim-Kwong Chan and Alan Hunter; Overseas Chinese and Chinese foreign policy, John Lee; China and the global surge for resources, Carrie Liu Currier. Part IV China's Bilateral Interactions: The relations between China and the USA, Jian Yang; China's bilateral interactions with Russia, Susan Turner Haynes; Perspectives on China's relations with the European Union, Reuben Wong; Sino-Indian relations: peaceful coexistence or pending rivalry, Jing-dong Yuan. Part V China's Regional Strategies: China's relations with the Middle East, Niv Horesh; China's relations with Central Asia (SCO), Russell Ong; China's relations with Southeast Asia (ASEAN), Ming-Te Hung and Mei-Hsien Lee; China's relations with Northeast Asia, Enyu Zhang; China's relations with Africa, May Tan-Mullins and Giles Mohan; China's relations with Latin America, Tung-Chieh Tsai and Tony Tai-Ting Liu; Anchoring China's oceanic relations: Australia and New Zealand, Nicholas Thomas. Part VI Outstanding Issues in China's Foreign Policy: The logic and strategies of Beijing's policy towards Taiwan, Zhiming Chen; China and peacekeeping operations, Chin-Hao Huang; Globalization and China, Lui Hebron; China's climate policy and foreign diplomacy, Bo Miao; Tibet, human rights and Chinese foreign policy, Yuchao Zhu; China and transnational social movements, Jie Chen; 'The great firewall of China': internet censorship and Chinese foreign policy, Sheng Ding; China and outer space, Rosita Dellios; Epilogue: whither China and its foreign policy? Future trends, developments, and the logic of relationships of China's international interactions, Emilian Kavalski; Bibliography; Index.
  • About the Editor: Emilian Kavalski is Senior Lecturer in Politics and International Relations at the University of Western Sydney (Australia). His research and publications explore the security governance of complexity and the interactions between China, India and the European Union in Central Asia.
  • Reviews: 'The world now finds itself at the cusp of momentous transformation effected most importantly by the accelerated rise of China. This timely book tracks China's expanding global agenda, while noting the irony of its increasing preoccupation at home. It offers an accessible and cogent synopsis of key issues, but also raises critical questions about China's foreign policy.'
    Yong Deng, U.S. Naval Academy, USA

    'This wide-ranging collection of essays on Chinese foreign policy, written by the experts in the field from both inside and outside China, makes an important contribution to the current literature. This book deserves a careful reading by all scholars and policy makers interested in Chinese foreign policy. It also offers an important, comprehensive, and essential reading for graduate and undergraduate courses in Chinese foreign policy.'
    Sujian Guo, San Francisco State University Center for U.S.-China Policy Studies, USA.



    'This is an ambitious study of China's foreign relations that brings together a collection of talented scholars, many with a Chinese heritage, who offer refreshingly different but informed perspectives into critical and sometimes original aspects of China's external interactions. This book helps to address some important gaps in the understanding of how China views and interprets the world.'
    Tai Ming Cheung, University of California San Diego, USA.



    This title is also available as an ebook, ISBN 978-1-4094-2271-6
    Dr Emilian Kavalski's profile page on the University of Western Sydney website.

Crescimento do credito: quanto seria sustentavel? - alerta do BIS


BIS alerta Brasil por descompasso entre crédito e PIB

Reuters, 24/6/2012 16:36,  de Londres
BIS
Instituição faz alerta de perigo ao Brasil por descompasso de crédito e crescimento da economia e cita dívida de famílias e empresas no mercado imobiliário
As condições monetárias globais mais flexíveis, com crescimento do crédito e do preço de ativos em algumas economias emergentes, podem levar a uma nova crise financeira, alertou neste domingo o Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês).
A instituição sustentou que o Brasil está na zona de perigo por considerar haver um descompasso entre o crescimento do crédito e da expansão da economia. Citou também preocupação com o nível de endividamento das famílias e das empresas brasileiras e com o forte crescimento dos preços do mercado imobiliário.
A instituição fez um apelo para que os bancos centrais prestem mais atenção às repercussões no mundo das suas políticas internas, em sintonia com as reclamações do Brasil e de outros de que um cenário monetário muito frouxo pode desestabilizar os fluxos de capitais para os mercados emergentes.
- Isso cria riscos de desequilíbrios financeiros similares aos vistos nas economias avançadas nos anos que precederam a crise – declarou o BIS.
O aumento do crédito muito acima do crescimento econômico é normalmente presságio de turbulência econômica. Esse é o caso quando tal descompasso supera os 6%, segundo o BIS.
Na Tailândia e na Turquia, esse descompasso é de pelo menos 15%. Brasil e Indonésia também estão na zona de perigo, com mais de 6%, de acordo com o BIS.
O aumento do crédito na Argentina e na China também ultrapassou o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), mas o descompasso deles está bem abaixo da marca de 6%.
O preço de ativos também é um problema em muitas economias emergentes, afirmou o BIS. Em alguns mercados locais brasileiros, os preços de imóveis praticamente dobraram. Em algumas cidades chinesas, os preços subiram ainda mais rápido.
Outra preocupação é endividamento. O montante que lares e empresas no Brasil, China, Índia e Turquia destinam a dívidas está no seu nível mais alto desde o fim dos anos 1990, apesar das baixas taxas de juros.
O BIS sustentou que uma saída é adotar medidas macroprudenciais como ação para reduzir o crescimento do crédito.
Matérias Relacionadas:
  1. Levantamento mostra que demanda empresarial por crédito cresceu 6,7%
  2. Procura por crédito aumento 14% em maio
  3. Expansão do crédito esbarra no endividamento da nova classe média
  4. Serasa: demanda das empresas por crédito registra alta de 6,7%
  5. Demanda das empresas por crédito registra alta de 6,7% em maio, mostra Serasa

Paraguai-Brasil: diplomacia compreensiva?

Não se trata de generosidade, mas de compreensão.
Agora que o governo Lugo se foi, seria o caso de saber se continuaremos a ser compreensivos...



Governo Dilma ignora perseguição a brasileiros no Paraguai
Por Carolina Freitas
revista Veja, fevereiro de 2012

A neta do agricultor gaúcho Milton Seipel, de 54 anos, 34 vividos no Paraguai, pediu chorando ao avô para mudar de escola. Os colegas se uniram para, em meio a empurrões, dizer à menina de 11 anos que ela saísse do colégio. O motivo: ela não fala o guarani, idioma nativo do país. “Ela nasceu no Paraguai, como quatro de meus filhos, meus onze netos e minha bisneta”, diz Seipel. “As crianças disseram que ali não era lugar para brasileiros.” A menina trocou não só de escola como de cidade. Para o avô restou a saudade. Da neta e de tempos mais tranquilos.
Os 150 000 brasileiros proprietários de fazendas no estado do Alto Paraná, leste do Paraguai, estão sob ameaça. Aproximadamente 8 000 carperos - os sem-terra paraguaios - cercam as suas propriedades. Armados de facões e porretes de madeira, eles destroem plantações, agridem e ameaçam os produtores rurais. Seu discurso tem um claro componente nacionalista e, mais que isso, de estigmatização dos brasileiros, como mostra o episódio com a neta de Seipel. Também há indícios preocupantes de que as autoridades paraguaias se alinham com os carperos.
No entanto, fiel à diplomacia da condescendência adotada desde o governo Lula em relação aos vizinhos, o Itamaraty responde de maneira tímida aos abusos. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, conversou apenas uma vez com o chanceler paraguaio, Jorge Lara Castro, sobre os conflitos. Foi coletar informações. A ordem de Patriota para que o embaixador do Brasil no Paraguai, Eduardo Santos, visitasse a região só aconteceu um mês depois da primeira incursão dos carperos pelas terras de brasileiros. Só agora o Itamaraty estuda reforçar a estrutura consular no local, informou o embaixador Eduardo Santos. A reportagem do site de VEJA esteve na região e mostra quem são os protagonistas desse embate e os reflexos diplomáticos dele.
A tensão cresceu nas últimas semanas, quando o Exército paraguaio, acompanhado de falanges de carperos, iniciou uma demarcação de terras no Alto Paraná que ninguém no governo de Fernando Lugo conseguiu explicar até agora. Foram fincados no chão doze marcos de concreto em sete cidades, formando um perímetro que coincide com a área de 162 mil hectares reivindicada pelos sem-terra como terra pública a ser destinada para reforma agrária. Eles acusam os brasileiros de ter se apropriado dos terrenos. “Os invasores são os brasileiros”, afirma Victoriano Lopez, comandante do movimento. A maioria absoluta dos brasileiros que vivem no Alto Paraná, contudo, comprou fazendas de forma legal e tem título da propriedade. E o fato foi comprovado por sucessivas medições judiciais feitas nos últimos anos.
Por onde passaram durante a demarcação, militares e carperos deixaram um rastro de medo. Durante os nove dias da operação, de 12 a 21 de janeiro, foram registrados nas delegacias da região quinze boletins de ocorrência por invasão de propriedade privada, coação, ameaça, agressão e tentativa de homicídio. Os excessos foram tantos que, em 23 de janeiro, o governo suspendeu a ação. Dias depois, o ministro da Defesa, Catalino Ortiz, foi chamado ao Senado para se explicar e admitiu irregularidades na ação.
Um dos marcos, de concreto e pintado de laranja fluorescente, foi colocado na propriedade de Milton Seipel. Às 13 horas de 14 de janeiro, um sábado, apontou na porteira um grupo de quarenta carperos armados com facões e de quatro militares. “Os campesinos chegaram, gritaram para minha mulher prender o cachorro, abriram a porteira e entraram”, conta o produtor. “Perguntei se eles tinham documento. Eles não mostraram nada e mandaram que eu me calasse.”
Uma semana depois eles apareceram nas cercanias da fazenda do brasileiro Alexi Paulo Grutka, de 47 anos, há 20 no Paraguai. Por lá também colocaram um marco. O filho dele, Diego, paraguaio de 23 anos, dirigia pela região quando foi interceptado por duas caminhonetes de sem-terra. Com uma espingarda, um revólver e facões em punho, os carperos mandaram Diego descer do veículo e o revistaram, sob ameaças. Dispararam um tiro de espingarda e fizeram o rapaz correr. Depois, quebraram os vidros do carro e roubaram a carteira e o celular que Diego tinha deixado no carro.
Os dois casos, como o de dezenas de produtores, foram relatados pelos produtores ao cônsul do Brasil em Ciudad Del Este, Flávio Bonzanini, em uma reunião ainda em janeiro. Pouco foi feito desde então além de acompanhar a situação, em obsequioso silêncio. Na terça-feira da semana passada, mais um encontro, dessa vez com a presença do embaixador do Brasil no Paraguai, Eduardo Santos. “Eles prometeram que agiriam dentro das possibilidades deles. Não quiseram se comprometer com prazos ou ações”, relata Milton Abich, gerente da Coordenadoria Agrícola do Paraguai e filho de brasileiros.   Em entrevista ao site de VEJA, o embaixador Eduardo Santos disse que tem mantido diálogo permanente com os integrantes do governo Lugo e que solicitou reforço policial na região do conflito. “A tensão da comunidade brasileira é real, prática e permanente”, disse Santos. Ainda assim, o tom usado com as autoridades paraguaias deve se manter. “Temos um diálogo leal e amistoso com o governo paraguaio. Nossas relações com o Paraguai são muito próximas.”
A única medida concreta apresentada pelo Itamaraty ainda está em estudo e não tem data para sair do papel. A diplomacia avalia a possibilidade de criar um gabinete de crise na região de Ñacunday, na forma de um consulado itinerante. No local, agentes consulares ficariam disponíveis para prestar assistência direta aos brasileiros.
A diplomacia poderia fazer muito mais pelos brasileiros, sem qualquer desrespeito à soberania paraguaia, com um simples - porém firme - discurso do ministro Antonio Patriota ou da presidente Dilma Rousseff a favor dos compatriotas que lá vivem. Caso contrário, corre-se o risco de repetir no Paraguai a postura frouxa adotada em 2006 em relação à Bolívia. Na época, Luiz Inácio Lula da Silva tratou com brandura o programa de nacionalização na área do gás do presidente Evo Morales, apesar dos prejuízos causados pela política à Petrobras. Agora, estão em jogo a vida e o sustento de milhares de brasileiros que vivem no Paraguai.

Krugman: da economia para a fantasia delirante - Guy Sorman

Desde quando Paul Krugman começou a escrever para o New York Times, ele começou a delirar.
Sei disso, pois havia lido e apreciado alguns livros dele nos anos 1990, sobre comércio internacional, e até escrevi a resenha de um deles, com muito prazer, aliás.
Estava nos EUA, em 1999 ou 2000, quando ele se tornou colunista do NYT, e era o início do governo W. Bush, um idiota consumado, que converteu os superávits fiscais deixados por Clinton em déficits enormes, em menos de 2 anos.
Mas Krugman não criticava isso, e sim o corte de impostos.
Desde então, considerei que ele deixou de ser economista para ser converter em político. Pior: em panfletário.
Teve um de seus livros anteriores traduzido no Brasil como "A Consciência de um Liberal", assim, literalmente, quando o sentido, nos EUA, é completamente diferente do sentido que se dá no Brasil. Neste caso, são os editores brasileiros, e o tradutor, que são idiotas.
Mas ele não merece que seja chamado de economista, pelo menos enquanto continuar a delirar como faz ultimamente.
Abaixo a crítica de Sorman a seu mais recente livro, um apanhado de ideias delirantes, como não poderia deixar de ser...
Bastaria uma pequena pergunta para derrubar todo o seu edifício: se é para os governos gastarem mais, de onde é que eles vão tirar o dinheiro para gastar?
Durma-se com uma estupidez dessas...
Paulo Roberto de Almeida 

Paul Krugman’s Follies
The Nobel-winning economist embraces fantasy.
The City Journal, 24 June 2012
End This Depression Now!, by Paul Krugman (Norton, 272 pp., $24.95)
Paul Krugman’s new book should come with a disclaimer: there is no relation whatsoever between the ideological assertions of the New York Timescolumnist and bestselling author and the other Paul Krugman, who received a well-deserved Nobel Prize in 2002 for his scholarly research on international trade. Winning a Nobel Prize in economics doesn’t grant legitimacy to everything an economist writes, and Krugman’s book, like most of his newspaper columns, shows little connection with his past academic work.
To be fair, Krugman acknowledges that he has become a “pundit,” an implicit admission that his book is informed by his liberal views as much as by his economic knowledge. End This Depression Now! is essentially a pamphlet pretending to offer scientific answers to the U.S. economic slump. Its argument is easy to summarize: we have the knowledge and tools to revive the economy and provide jobs to millions of unemployed Americans. Consequently, those in positions of power who refuse to put Krugman’s advice into practice, themselves motivated by ideology, are the enemies of the unemployed. They want Americans to suffer for their past sins of excessive borrowing and spending. As if to emphasize that he sees the economic debate as a morality play, Krugman dedicates his book to the unemployed.
“Ending the depression should be incredibly easy,” Krugman asserts. The government must simply spend more, because the American consumer is spending less. Borrowing from Keynes, Krugman argues that the crisis, having been provoked by a decline in private demand, can only be solved by an increase in public demand. This is “a moral imperative” (the book constantly zigzags between ethics and economics). Public spending would be not only efficient, Krugman contends, but ethical.
This inflationary solution, which Krugman calls “a feel-good experience,” has been tried before. It worked, he claims, during World War II, when arms-building programs lifted the U.S. economy out of the Great Depression. Half-jokingly, Krugman says that the threat of an alien invasion should suffice to motivate more government spending. But he knows well—or should—that President Obama has already tried to rekindle growth this way. He admits that the results were not impressive, but only because public spending didn’t go far enough and wasn’t sustained.
The argument is dubious. All economies are built on confidence. An increase of the public debt now, as Krugman urges, would create a crisis of confidence, not a quicker recovery. Robert Lucas, the originator of rational-expectation theory, has shown how and why consumers and entrepreneurs reject Keynesian policies: in essence, the marketplace is wiser than the government. Entrepreneurs and consumers alike understand that an increase in public demand is artificial and short-term. Consequently, public demand leads not to increased consumption or investments but to price hikes. This unintended consequence of Keynesian demand has been repeatedly demonstrated in theory and practice. Milton Friedman and the late Anna Schwartz, in their Monetary History of the United States, showed that excessive money printing, which Krugman strongly recommends, always leads to inflation, not growth.
Krugman does not even mention these fellow economists, Nobel Prize winners all. He acts as if they did not exist, hardly a scientific attitude. Nor is it scientific to ignore that the only time Keynesian theory was truly applied—after the recession caused by the 1974 “oil shock,” when petroleum-producing countries formed the OPEC cartel and sent fuel prices soaring—it produced “stagflation,” a mix of inflation and economic stagnation. Krugman ignores this feel-bad experience, as well as the supply-side policies, based on monetary stability, that sparked the 1980s recovery. He hardly mentions the success of so-called austerity policies (which basically means balancing public accounts) in nations like Germany, which has seen strong economic growth. Krugman’s pithy dismissal: “It will not last.” His attitude calls to mind a quip from Paul Samuelson, a Keynesian himself, who observed that doomsday prophets could predict five crises for every three that actually happen.
Krugman also ignores the political consequences of the inflation he supports. Inflation may not create growth, but it does redistribute incomes. In an inflationary situation, one’s wealth depends less on what one does than on where one stands. Those able to cope with price hikes—a shopkeeper charging more, a banker raising interest rates—may become inflation’s beneficiaries. But wage earners and pensioners usually fall behind when prices rise, becoming poorer by the day. All those who lent their money at a fixed rate, usually by buying treasury bonds, are bankrupted in an inflationary era. This well-known pattern destroys all faith in government and leads to political upheaval. Throughout the twentieth century, inflation has been the death of democracy.
A modest knowledge of economics and of recent history, then, reveals that Krugman’s “feel-good experience” would not reduce America’s long-term unemployment: it would only cause more damage. With any luck, the cynical ideologues he vilifies will ensure that his solutions are not adopted. Common sense, which the author dismisses, rejects so simplistic a solution. An honest review of American history offers ample proof that economic growth does not obey government’s decrees, because the engine of growth has always been innovation and entrepreneurship. Stimulating the economy through the financing of “shovel-ready” projects and the like might sound attractive, but it has no record of success in the American experience. Paul Krugman lives in an unreal world: his book could even qualify him for another Nobel Prize—in literature.