O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

sexta-feira, 9 de março de 2018

Lindgren-Alves: Direitos Humanos - palestra-debate e livro publicado

A Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG) e o Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI) têm o prazer de convidar para a palestra-debate do embaixador José Augusto Lindgren-Alves, “É preciso salvar os direitos humanos”, que é também o título de seu mais recente livro, lançado pela Editora Perspectiva. A palestra será feita no Auditório Paulo Nogueira Batista, no Anexo II do Itamaraty, no dia 14 de março, às 15h00. A partir das 19h00, o embaixador Lindgren-Alves autografará o seu livro no restaurante Carpe Diem (104 Sul). 

   José Augusto Lindgren-Alves é diplomata, aposentado em nível de embaixador. Tem mais de 30 anos dedicados aos direitos humanos, assunto em que começou a trabalhar quando era conselheiro da Missão do Brasil junto às Nações Unidas, em Nova York, em 1985. Desde então participou como delegado das reuniões da então Comissão dos Direitos Humanos, até 1996, em Genebra, e como membro, a título pessoal, da antiga Subcomissão sobre Prevenção da Discriminaçao e Proteção das Minorias, de 1994 a 1996. Eleito e reeleito quatro vezes pelos Estados-partes da respectiva convenção, foi membro (perito independente), de 2002 a 2017, do Comitê para a Eliminação das Discriminação Racial – Cerd, nas Nações Unidas, em Genebra. Ex chefe da Divisão das Nações Unidas do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, de 1999 a 2005, e primeiro diretor geral do Departamento de Direitos Humanos e Temas Sociais do mesmo ministerio (1995-1996), preparou e coordenou como delegado a participação do Brasil nas conferências mundiais da década de 1990: de Viena, sobre direitos humanos (1993), do Cairo, sobre população (1994), de Copenhague, sobre desenvolvimento social, de Pequim (Beijing, 1995), sobre a mulher, de Istambul (1996), sobre assentamentos humanos. Depois, como delegado, participou também da Conferência de Durban, de 2001, sobre a discriminaçao racial, e da Conferência de Revisão de Durban, em Genebra, de 2011. Foi Coordenador Nacional para a Aliança de Civilizações das Nações Unidas, de 2008 a 2010. Exerceu a função de Secretário Executivo do Instituto de Políticas Públicas de Direitos Humanos do Mercosul, em Buenos Aires, de janeiro de 2017 a fevereiro de 2018.

Sua tese no Curso de Altos Estudos do Instituto Rio-Branco discorreu sobre “As Nações Unidas e os Direitos Humanos”, defendida em 1989. Desde então nunca mais abandonou o tema, tendo escrito incessantemente artigos e livros e proferido conferências sobre o assunto, no Brasil e no exterior. Foi embaixador em Sófia (Bulgária, 2002-2006), Budapeste (Hungria, 2006-2008), Sarajevo (Bósnia e Herzegovina, 2011 a 2015), assim como cónsul-geral em S. Francisco (Estados Unidos, 2006-2002) e Barcelona (Espanha, 2015-2016).
Lindgren-Alves é autor dos livros Os Direitos Humanos como Tema Global (S, Paulo, Perspectiva, 1994, 2ª ed, 2ª reimpressão 2011), Os Direitos Humanos na Pós-modernidade (S. Paulo. Perspectiva, 2005), A Arquitetura Internacional dos Direitos Humanos (S. Paulo, FTD, 1997); Relações Internacionais e Temas Sociais: A Década das Conferências (Brasília, Funag, 2001), Viagens no Multiculturalismo: O Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial, das Nações Unidas, e seu Funcionamento (Brasília, Funag, 2010) e Os Novos Bálcãs (Brasília, Funag, 2013). 

quinta-feira, 8 de março de 2018

Book Review, Fabio Zanini: Euforia e Fracasso do Brasil Grande - Sean W Burges

Zanini, Fábio. Euforia e Fracasso do Brasil Grande: política externa e multinacionais brasileiras da Era Lula [Euphoria and Failure of Grand Brazil: Foreign Policies and Brazilian Multinationals] (São Paulo: Editora Contexto, 2017): pp. 224 ISBN 978-85-7244-988-5


At the heart of traditional Brazilian foreign policy thinking is the idea of ‘Brasil grandeza’ or a ‘great Brazil’. For decades this was seen as the country’s natural destiny, something that would arrive in the future. Lula’s Workers’ Party (PT) government brought a real sense that the future had arrived, that Brazil was now a major global player. To a significant extent this new status was underwritten by the outward expansion of Brazilian business into African and South American markets. While the subject of a growing scholarly and policy literature, there is little work that provides a more granular, contextualized account of the story. This is the task Zanini sets for himself.

Researched and written in a sabbatical period as Zanini moved from being foreign editor to national politics editor at the Folha de São Paulo newspaper, this book combines the easy style of travel writing with the perceptive eye of an investigative journalist. For example, the story of Brazil’s training of the Namibian navy and attempts by Petrobras to explore for oil are well known. How these companies integrated into the fabric of Namibian society, working through social networks at an elite level is less well understood. The account Zanini provides is one of clear strategic calculation by the Brazilian government and a sense of wildcat pioneer capitalism by Brazilian entrepreneurs. Zanini describes an influx of ‘mini Eikes’, taking the reader on a tour through their now abandoned offices in an attempt to search out what is going on in terms of Brazilian trade and investment in the country and other frontier markets.

Another theme Zanini takes up is that of the Brazilian corporate model, which major firms such as Odebrecht and Vale sell as being more inclusive and humane. Again, the author’s use of the travel diary style is particularly compelling in unpacking this rhetoric. In Angola, an economy dominated by Odebrecht, attention is turned to the centrality of Lula’s support and the importance of funding from Brazil’s National Bank for Economic and Social Development (BNDES). The difficulties Brazilian firms face operating in Africa are starkly highlighted, disentangling the public relations spin and pointing to an underlying business case that seeks to maximize the use of local labour to minimize project delivery cost while maintaining quality. Public good is being done because it makes financial sense. For Brazilian firms, as Zanini alludes, this sort of approach is not new and grows from the experience of many projects in the remoter parts of Brazil. It is also consistently hailed by Brazilian firms, corporate observers, and African government officials as a strength, but one that is not particularly well exploited by Brazil’s government.

The importance of the Brazilian experience for these firms remains as a subtle theme throughout the book with clearly referenced echoes of the Lava Jato corruption scandal that was taking place as Zanini researched and wrote the book. While the close relations between Odebrecht and the ruling Santos family in Angola are not deeply unpacked, neither are they minimized nor their implications discarded. Perhaps more interesting is the discussion of Vale’s coal project in the Tete province of Mozambique. The importance of government-to-government relations, particularly intermediated by Lula, in winning the concession are made clear. What is perhaps more telling is Zanini’s discussion of the mistakes Vale made when resettling people displaced by development of the mine as well as worries about land expropriations that residents in the Nacala corridor fear will take place due to the Japanese-Brazil ProSAVANA agricultural development assistance project. A history of highly integrated business-government-operations in Brazil as part of a sophisticated national industrialization and development strategy resulted in perhaps too much confidence being given by Vale to the Mozambican government to adequately address its side of the social commitments in these projects. The result was a mess, which Vale has addressed but that nevertheless threatens to damage the perception of Brazil in Mozambique and other countries. For Zanini this was a potentially costly lesson highlighting the extent to which Brazilian firms and diplomats are scrambling to learn how to play the outward engagement game.

This is perhaps the key problem Zanini highlights. Lula’s government aggressively helped major national firms expand, but failed to think through the attendant strategic risks and opportunities. Mozambique and Angola are held up as cases of risk. More ambivalent is the bi-oceanic highway through Peru. By Zanini’s assessment the highway is massively over-engineered for traffic levels that remain a distant mirage. The result for some is a boondoggle designed solely to enrich Brazilian construction companies on the back of Peruvian tax-payers. Yet, the drive Zanini takes the reader on along this road underlines the massive transformation it has had on the micro-level political economy of the region. The story is problematic and complicated, but also positive. The unanswered question is how Brasília is managing and leveraging the narrative.

To be clear, this is not a scholarly book and has no pretensions of being one. Rather, it is a sensitive journalistic record of what is taking place on the ground and a critique of the Lula administration’s lack of strategic planning as it raced to build and deepen links throughout Africa and South America. The question of corruption and the de facto privatization of Brazilian foreign policy to serve the needs of firms that now appear to have been the PT government’s paymaster is acknowledged, but as Zanini points out, much of this problematic story broke as the book was moving through the printing press. This book is thus an important contextual study for those examining Brazil’s South-South relations, the rise of Brazilian multinationals, and a good starting point for those turning to questions of corruption and presidential foreign policy strategy in the PT years.


Sean W Burges

The Australian National University

Dia internacional da mulher: nota da ADB

Mensagem da ADB/Sindical pelo
Dia Internacional das Mulheres


No Dia Internacional das Mulheres, a ADB/Sindical homenageia todas as mulheres, em especial as mulheres diplomatas, e recorda que há, ainda, um longo caminho a ser percorrido para superar a desigualdade entre homens e mulheres na carreira diplomática.

O dia 8 de março é uma data para celebrar a luta histórica das mulheres na conquista de direitos, no combate ao assédio e a quaisquer outras formas de discriminação e de violência. É também uma data para avaliar os desafios a serem superados e as metas que ainda devem ser alcançadas, como a maior representatividade feminina em cargos de comando, a superação de preconceitos e a passagem do discurso à prática quanto à implementação de medidas que promovam o empoderamento feminino e assegurem a punição adequada em casos de assédio, discriminação e outras formas de violência contra a mulher.

A ADB/Sindical recorda que coube à diplomacia brasileira, por meio de Bertha Lutz, atuar com protagonismo na inserção do princípio da igualdade de direitos entre homens e mulheres na Carta das Nações Unidas, na Conferência de São Francisco, em 1945. Esse pioneirismo deve ver-se refletido também no trabalho e no cotidiano do Ministério das Relações Exteriores, por meio de um engajamento efetivo com ações que promovam maior igualdade de gênero e que demonstrem um compromisso firme e constante de vigilância quanto a posturas de discriminação e de violência contra a mulher, dentro e fora do Ministério.

Em um ano em que se completam cem anos do ingresso da primeira mulher na carreira diplomática e em que a Organização das Nações Unidas anunciou ter alcançado paridade de gênero nos cargos de direção de seu Secretariado, a ADB/Sindical manifesta seu firme compromisso com a promoção, proteção e ampliação dos direitos das mulheres, ressaltando também avanços recentes no Ministério como a criação do Comitê Gestor de Gênero e Raça, o engajamento do Grupo de Mulheres Diplomatas e a aprovação recorde de mulheres na turma de 2017 do Instituto Rio Branco.

A ADB/Sindical defende que a maior diversidade nos quadros da carreira diplomática, em termos de gênero e raça, favorecerá uma maior e melhor representatividade dos anseios da sociedade brasileira na elaboração da política externa, bem como na condução dos trabalhos do Ministério das Relações Exteriores. A carreira diplomática deve ser uma expressão real dos valores defendidos pela política externa brasileira. Nesse contexto, a defesa da igualdade de gênero assim como o repúdio e o combate a quaisquer formas de assédio constituem uma agenda fundamental para os trabalhos da ADB/Sindical, que atua em defesa da diplomacia e dos(as) diplomatas brasileiros(as).

O populismo contra a democracia - Yascha Mounk

Dear reader,

we would like to draw your attention to a new publication by our partners from Harvard University Press.

 ​​​​​​​
The world is in turmoil. From India to Turkey and from Poland to the United States, authoritarian populists have seized power. As a result, Yascha Mounk shows, democracy itself may now be at risk.

Two core components of liberal democracy—individual rights and the popular will—are increasingly at war with each other. As the role of money in politics soared and important issues were taken out of public contestation, a system of “rights without democracy” took hold. Populists who rail against this say they want to return power to the people. But in practice they create something just as bad: a system of “democracy without rights.”

The consequence, Mounk shows in The People vs. Democracy, is that trust in politics is dwindling. Citizens are falling out of love with their political system. Democracy is wilting away. Drawing on vivid stories and original research, Mounk identifies three key drivers of voters’ discontent: stagnating living standards, fears of multiethnic democracy, and the rise of social media. To reverse the trend, politicians need to enact radical reforms that benefit the many, not the few.

​​​​​​​The People vs. Democracy is the first book to go beyond a mere description of the rise of populism. In plain language, it describes both how we got here and where we need to go. For those unwilling to give up on either individual rights or the popular will, Mounk shows, there is little time to waste: this may be our last chance to save democracy. 

Como os países ricos ficaram ricos - Erik Reinert (via Paulo Gala)

Como os países ricos ficaram ricos?

Não poderia ter saído em melhora hora a versão em português do livro mais importante de Erik Reinert (editora Contraponto). Trate-se de um dos melhores livros já escritos sobre a história e a teoria do desenvolvimento econômico. Em tempos de vitória de Trump e Brexit não custa repetir uma frase dita ad nauseam nos anos 90 e que parece mais atual do que nunca: é a economia estupido! O magistral livro de Reinert nos ajuda a entender como os países ricos ficaram ricos e porque os países pobres continuam pobres. Acrescentaria eu: como agora alguns países ricos empobrecem até. Além de sua tradicional competência em teoria, história e história do pensamento econômico, Reinert nos brinda ainda na versão em português com um breve resumo dos caminhos e descaminhos das ideias sobre desenvolvimento econômico na língua portuguesa desde o século XVII. Vale muito a leitura. Para os autores clássicos do desenvolvimento econômico as atividades produtivas são diferentes em termos de suas habilidades para gerar crescimento e desenvolvimento. Atividades com altos retornos crescentes de escala, alta incidência de inovações tecnológicas e altas sinergias decorrentes de divisão do trabalho dentro das empresas e entre empresas são fortemente indutoras de desenvolvimento econômico segundo a leitura de Reinert. São atividades onde em geral predominam competição imperfeita e todas as características desse tipo de estrutura de mercado (importantes curvas de aprendizagem, rápido progresso técnico, alto conteúdo de R&D, grandes possibilidades de economias de escala e escopo, alta concentração industrial, grandes barreiras à entrada, diferenciação por marcas, etc).

Zander Navarro: Globalizacao e Agricultura: palestra-debate no IPRI

Foi realizada, nesta quarta-feira 7 de março de 2018, a palestra-debate abaixo resumida:

Palestra-debate

"Globalização e agricultura: qual o lugar do Brasil?"

A Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG) e o seu Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI) têm o prazer de convidar para a palestra-debate Diálogos Internacionais: "Globalização e agricultura: qual o lugar do Brasil?", a ser proferida pelo pesquisador Zander Navarro, em 7 de março, às 15h, no auditório Paulo Nogueira Batista, anexo II do Itamaraty.
Zander Soares de Navarro é doutor em sociologia e ex-pesquisador da Embrapa. Realiza pesquisas nas áreas de: Sociologia dos processos sociais rurais; estudos sobre o desenvolvimento (agrário e rural); movimentos sociais e organizações rurais; processos de democratização em regiões rurais; teoria sociológica; história agrária do Brasil; teorias democráticas; participação social e processos de democratização. É um dos editores da obra “Globalization and Agriculture: Redefining Unequal Development”, da Lexington Books (2018). 

A apresentação feita pelo sociólogo Zander Navarro encontra-se disponível na plataforma Academia.edu, neste link:

http://www.academia.edu/36105482/Globaliza%C3%A7%C3%A3o_e_agricultura_qual_o_lugar_do_Brasil_Bras%C3%ADlia_IPRI_7_de_mar%C3%A7o_de_2018

Seu livro é este aqui:


quarta-feira, 7 de março de 2018

Nova Rota da Seda: quatro grandes projetos - Agueda Parra Perez (esglobal)

Cuatro grandes proyectos de la nueva Ruta de la Seda

Esglobal, 07 marzo 2018 
https://www.esglobal.org/cuatro-grandes-proyectos-la-nueva-ruta-la-seda/ 

Con la nueva Ruta de la Seda, China se ha convertido en menos de una década en el promotor de un nuevo modelo económico mundial. De recibir ayuda del Banco Mundial y del Banco Asiático de Desarrollo en los 80, ha pasado a ser el país que concede más préstamos que el Banco Mundial. Entre los beneficiarios están los proyectos de infraestructuras de la nueva Ruta de la Seda, a cuya iniciativa se incorpora la Ruta de la Seda Polar tras la publicación del libro blanco de la política de China sobre el Ártico. El objetivo no es sólo establecer nuevas vías comerciales y rutas de navegación evitando el canal de Suez, sino también promover la investigación científica y la protección del medio ambiente en el Ártico.
Como parte de la inversión prevista, estos son los proyectos más destacados de la mayor iniciativa mundial de desarrollo de infraestructuras que lidera China.
chinapakistan
Un trabajador chino delante de camiones que van a hacer el trayecto hasta Karachi cargados de mercancías provenientes de China en 2016, fecha en la que se inauguró el Corredor China- Pakistán. (Aamir Qureshi/AFP/Getty Images)
Puerto de Gwadar: buque insignia de la iniciativa
El Corredor Económico China-Pakistán es la mayor apuesta de la iniciativa OBOR (One Belt, One Road). Presentado por Xi Jinping en 2015, tiene previsto invertir 46.000 millones de dólares (cerca de 38.000 millones de euros) en proyectos que se extenderán hasta 2030. El puerto de Gwadar, Pakistán, es el gran referente en este corredor, y cuando esté operativo en tres o cuatro años, se convertirá en la principal ruta comercial de China con el resto del mundo. Planteado como la alternativa terrestre en Asia Central al estrecho de Malaca, durante siglos la ruta principal y vía por la que transita el 80% de todo el suministro de petróleo mundial, Gwadar se ha convertido en enclave estratégico de la nueva Ruta de la Seda.
Al ser un puerto de aguas profundas, Gwadar se convertirá en la segunda base naval fuera de China, después de Yibuti, en el Cuerno de África. De esta manera se refuerza así la estrategia china de desplegar nuevas posiciones navales fuera del área de Asia-Pacífico. Como punto costero cercano al Golfo Pérsico, la ciudad de Gwadar ha pasado de ser un pueblo de pescadores en el Mar de Arabia, a convertirse en el nuevo Dubai que albergará a 2 millones de personas. Todo el proyecto cuenta con la inversión de las empresas estatales chinas a través de préstamos que Islamabad debe devolver a Pekín, lo que supone que el gigante asiático tiene el derecho de operación del puerto de Gwadar durante los próximos 40 años mientras estén en vigor. Hacia el interior, el corredor contempla la construcción de una autopista que conectará a través de 1.152 kilómetros Peshawar con Karachi, en Pakistán. Por este camino transitarán los productos chinos y la seguridad del corredor se quedará a cargo de 15.000 guardias de seguridad contratados por Pakistán para proteger a los más de 7.000 chinos que trabajan en la zona. La situación hostil que ha despertado el proyecto entre los nacionalistas baluchi y las facciones talibanes de la zona ha requerido que haya dos guardias de seguridad pakistaníes por cada trabajador chino.
El comercio se beneficiará del estímulo de los bancos pakistaníes que pueden operar directamente en yuanes, favoreciendo que se dispare el nivel de exportaciones de Pakistán hacia China, actualmente el tercer mercado por detrás de Estados Unidos y Reino Unido. En el plano político, sin embargo, la mayor presencia de China en Asia Central y su implicación en el desarrollo de la región, está provocando la reacción de las grandes potencias que ven amenazada su supremacía en la zona. La primera medida la tomaba Estados Unidos, que sorprendía el 1 de enero de 2018 con el anuncio de la supresión de la ayuda en asistencia de seguridad por importe de 1.000 millones de dólares que Pakistán ha estado recibiendo durante los últimos 15 años. Aunque posteriormente, se indicara que solo se congelaban los fondos, no que se cancelaban.
rutasedainfo
Ampliar imagen
El puerto de El Pireo: enclave estratégico en el Mediterráneo
El puerto de El Pireo, Grecia, es otro de los grandes hitos de OBOR, conectando la ruta marítima con el interior de Europa por vía férrea. La ventaja más significativa es poder evitar el trayecto por Gibraltar hasta llegar a los puertos de Rotterdam y Ámsterdam, en los Países Bajos, y de Duisburgo y Hamburgo, en Alemania, reduciendo los tiempos de entrega y los costes. Hacia el interior, el puerto conectará con el enclave rumano de Constanza, en el Mar Negro, hasta alcanzar Viena, atravesando Bucarest y Budapest.
La compra en 2016 de la participación mayoritaria del 67% del puerto de El Pireo por parte de la empresa estatal China Ocean Shipping Company (COSCO), ha sido el gran exponente del proyecto, convirtiendo a Grecia en el punto estratégico de OBOR en el Mediterráneo. De forma similar al puerto de Gwadar, el griego significa para Pekín un enclave de gran interés geopolítico, ya que con ello consigue aumentar la influencia en Europa. Con OBOR, el gigante asiático persigue el apoyo de aquellos que se benefician con el desarrollo de las infraestructuras para que presionen a su favor. Este papel ya lo ha desempeñado Atenas cuando el pasado mes de junio conseguía impedir que la Unión Europea condenara la situación de los derechos humanos en el país. Además de mostrarse en contra de una evaluación más en profundidad de las inversiones chinas en Europa.
El desarrollo del puerto sigue el mismo patrón que en Pakistán: utiliza mano de obra traída, principalmente, desde China y cuenta con medios técnicos fabricados en origen. Aunque no está contemplado un despliegue militar en la zona, sí se incluye actualizar las instalaciones de un antiguo aeropuerto que pueda albergar la llegada de los 1,5 millones de turistas chinos que está previsto lleguen a Grecia en los próximos 5 años.
chinamadrid
El tren procedente de Yiwu (China) a su llegada a Madrid. (Pierre-Philippe Marcou/AFP/Getty Images)
Yiwu (China) – Madrid: la línea férrea más larga del mundo hasta el corazón de Europa:
Es el inicio de la línea férrea más larga del mundo. Conecta con el corazón de Europa rutas que duran menos de tres semanas, la mitad que el trayecto marítimo. En los próximos años, el tren de mercancías de Yiwu va a revolucionar el modelo comercial entre China y Europa.
Desde que se inaugurara en 2011, por el Nuevo Puente Terrestre Euroasiático se han realizado un total de 6.235 viajes, que atraviesan 12 países, conectando 35 ciudades chinas y 34 europeas. En cuestión de comercio, ha supuesto que durante los primeros diez meses de 2017 se registrara un incremento del 16,2% interanual, según datos oficiales, con previsiones que apuntan a un crecimiento del número de viajesen 2018, hasta alcanzar los 4.000, respecto a los 3.270 registrados en 2017.
Para hacer operativo el tren de mercancías ha sido necesaria la construcción en Khorgos, Kazajistán, del mayor puerto seco del mundo, que conecta con la ciudad china de Khorgas, de nombre muy similar, pero al otro lado de la frontera. La diferencia en el ancho de vía en China, que utiliza el estándar de Europa Occidental, con la disponible en Asia Central, con modelo ruso, requiere la transferencia de los vagones entre trenes, repitiéndose el proceso de nuevo entre Bielorrusia y Polonia.
Pero el gran reto a superar será mejorar los ratios de eficiencia y beneficio, ya que en muchos casos los trenes regresan casi vacíos, mientras China envía vagones repletos de dispositivos electrónicos, textiles y juguetes, fundamentalmente. Las temperaturas extremas del trayecto suponen un gran desafío para los principales productos en la cesta de exportaciones de muchos países europeos.
En la conexión con Europa, destaca la ruta Yiwu-Madrid, la conexión férrea más larga del mundo, 13.503 kilómetros (mayor que la ruta de pasajeros transiberiana Moscú-Vladivostok), que atraviesa 8 países en 21 días y está operativa desde 2014. En el camino, los puertos alemanes de Leipzig, Duisburgo, Hamburgo y Nuremberg figuran entre los principales socios comerciales. Pero el tren también atraviesa desde 2017 el Canal de la Mancha hasta llegar a Londres, recorriendo 12.000 kilómetros en 18 días, respecto a los 40 días del trayecto marítimo. Por eso, en el proceso del Brexit, Reino Unido seguirá apostando por reforzar las conexiones comerciales a través del tren de mercancías.
chinaSA
Un tren de alta velocidad chino. (STR/AFP/Getty Images)
Desde China a Indonesia: alta velocidad por el Sureste Asiático 
China es consciente de que las compras en enclaves estratégicos son la piedra angular para convertir a OBOR en la iniciativa del siglo, de ahí que Tailandia, India, Indonesia y Malasia sean los socios estratégicos para la conectividad en alta velocidad en el Corredor China-Península de Indochina. Con ello, se creará una nueva y moderna red de vías férreas que conecten Kunming, en la región occidental de China, con los principales núcleos de población del Sureste Asiático, donde residen más de 600 millones de habitantes.
En cuestión de defensa de la seguridad en Asia Pacífico, el estrecho de Malaca y el Mar del Sur de China son enclaves de un gran valor económico, ya que por esa ruta transita el 20% del comercio mundial de mercancías, valorado en 5.000 millones de dólares anuales. Pero el verdadero valor estratégico es la riqueza de los recursos naturales del subsuelo, motivo por el que algunos países mantienen abiertas reivindicaciones territoriales. De modo que al evitar la conflictividad de la ruta marítima, China no sólo tiene la ventaja de alcanzar los mercados del Sureste Asiático en condiciones más seguras, sino que utilizará las vías de alta velocidad para el transporte de mercancías y para promover la emisión del turismo chino hacia los países vecinos.
Entre los proyectos más emblemáticos figura la conexión de China, Laos y la zona norte de Tailandia en alta velocidad a través de 873 kilómetros. Tras dos años de reuniones, la primera fase de 250 kilómetros entre Bangkok y Nakhon Ratchasima estará lista para 2021, fecha que coincide con la celebración del centenario del Partido Comunista Chino, momento en el que Xi presentará al país, y al mundo entero, los grandes avances de OBOR como parte de su legado.

Simposio sobre Segurança Regional Europa-America do Sul, 4/04


Temos a honra de convidar para o 4ª Simpósio sobre Segurança Regional Europa-América do Sul, a realizar-se no dia 4 de abril de 2018, a partir das 8h30, no Auditório do Comando Militar do Planalto (Av. do Exército, Setor Militar Urbano, Brasília). O Simpósio será conduzido nos idiomas Português, Espanhol, Francês e Inglês, e haverá tradução simulânea nestas línguas.

R.S.V.P. | Inscrições devem ser efetuadas pelo email ou telefone:
brasilia@diplobel.fed.be Tel: +55 61 3443-1133

relatório do 3º Simpósio em 2017 está disponível aqui.
http://www.pandia.defesa.gov.br/pt/acervo-digital/11-entorno-estrategico/838-relatório-do-3º-simpósio-sobre-segurança-regional-europa-américa-do-sul



We have the honour to invite you to the 4th edition of the European-South American Regional Security Symposium that will be held on April 4th, 2018 at the Comando Militar do Planalto (Av. do Exército, Setor Militar Urbano, Brasília). Simultaneous interpretation will be available into Portuguese, Spanish, French and English.

R.S.V.P. | To register, please send an e-mail to brasilia@diplobel.fed.be or call +55 61 3443-1133.

The report of the 3rd Symposium in 2017 is available here.
http://www.pandia.defesa.gov.br/pt/acervo-digital/11-entorno-estrategico/838-relatório-do-3º-simpósio-sobre-segurança-regional-europa-américa-do-sul