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domingo, 24 de março de 2019

As rupturas da nova Diplomacia - jornal O Povo (CE)

As rupturas da nova Diplomacia 

|Sem Rumo| Prestes a completar três meses na presidência, Jair Bolsonaro ainda não conseguiu afinar a política externa, que se distancia do pragmatismo característico e se aproxima de decisões ideológicas

O Povo (CE), domingo, 24 de março de 2019

A dúvida continua sendo o principal sentimento de quem tenta responder para qual direção o governo de Jair Bolsonaro deve conduzir a política externa brasileira. Há uma única certeza entre pesquisadores da área e diplomatas de carreira: o rumo será o oposto do que vinha sendo traçado, pelo menos, durante os últimos 40 anos.

"Pela primeira vez na história, temos um chanceler (Ernesto Araújo) que propõe uma ruptura completa com o que eram os princípios diplomáticos anteriores. Ele vem chamando isso de dar alma à política externa. Isso é retórica, mas tem implicações importantes", aponta Guilherme Casarões, professor da FGV São Paulo.
Mudança quanto ao posicionamento sobre a questão palestina, possibilidade de se envolver em intervenção militar na Venezuela, rusgas no tratamento com a China, principal parceiro comercial brasileiro, e, principalmente, alinhamento com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dão sinais de como o Brasil deve se portar nos próximos anos, o que não é visto de modo otimista. "Não estamos falando de um ruptura em relação ao governo Lula, não é uma ruptura meramente esquerda e direita. É uma ruptura que tem a ver com a tradição diplomática do Brasil", argumenta Casarões.
Professora da Universidade Estadual do Ceará e coordenadora do Observatório de Nacionalidade, Mônica Martins elenca que existem graves consequências dessa ruptura provocada pela nova gestão do Itamaraty. "São eles a perda do papel de liderança regional e o de ser um ator soberano junto à comunidade internacional, que a gente vinha mantendo a duras penas. O presidente jogou na lata do lixo essas duas importantes conquistas da diplomacia brasileira", critica.
O discurso repetido sobre a diplomacia promete a retirada de ideologia da política externa brasileira. "Ele é o presidente que nós já convivemos desde a redemocratização que demonstra uma ideologia mais explícita", rebate Mônica Martins. O diplomata de carreira Paulo Roberto de Almeida concorda que são as questões ideológicas que vêm guiando as
decisões na área.
Esse tipo de tratamento não seria novidade na atuação de governos na área internacional, segundo ele. "(Agora) Você está vendo uma diplomacia não mais partidária como a dos presidentes petistas, mas
familiar", completa.
"Os filhos do presidente já mostraram do que são capazes. Eles possuem força e influência no Planalto e no próprio governo", afirma o presidente do instituto Brasil África, Bosco Monte. "(Se ventila) que o senhor Eduardo Bolsonaro seria uma espécie de chanceler paralelo. Eu até diria que ele é o chanceler de fato e tem afirmado coisas sobre política internacional que causam apreensão quanto à sua capacidade de compreender o que seja a realidade internacional", concorda Paulo Roberto.
Os diversos grupos querendo controlar os rumos das relações internacionais brasileiras e uma indefinição por parte do governo de qual deve ser a direção escolhida pode gerar receio nos governantes mundiais, inclusive quanto às relações econômicas e a possibilidade de investimentos de outros países no Brasil.
"Historicamente, o Brasil foi previsível. Hoje é difícil identificar qual o interlocutor e qual posição que o Brasil vai tomar. Você tem o filho do presidente e o próprio ministro que tentam dialogar mais com a base de eleitores e ignora os impactos que declarações e medidas anunciadas e recuos podem ter nas nossas relações", critica a pesquisadora em relações internacionais Maiara Folly.
A projeção do futuro próximo da diplomacia brasileira não é mais fácil de ser feita do que a análise do presente Quando indagado, Bosco Monte vislumbra poucas alterações nesse roteiro de indefinição, com "expectativa de que não teremos outra narrativa do que estou falando agora nos próximos anos".
"Isso é ruim, tanto para o governo, para os diversos ministérios, mas também para uma conversa com os de fora, os governos que esperam ainda uma sinalização de Brasília gostariam de ter uma definição de como o Brasil vai conversar com esses países. É necessário que haja uma definição", finaliza Monte.

Leia mais nas páginas 12 a 15

[PRA: Vou solicitar a matéria completa ao jornal O Povo]

“Quem procura osso é cachorro” - Bolsonaro, sobre os desaparecidos da ditadura militar

Famílias ainda estão buscando familiares desaparecidos, em última instância seus restos enterrados de forma clandestina pelos esbirros da ditadura militar. Comparar essa macabra, mas necessária missão, a cachorros procurando desenterrar ossos é uma suprema injúria contra essas famílias.
Até o presidente chileno, um homem da direita, mas digno, lamentou a declaração do presidente brasileiro.
Paulo Roberto de Almeida

Piñera: frases de Bolsonaro sobre a ditadura são tremendamente infelizes


Presidente Chileno lembrou cartaz de Bolsonaro
Declaração foi feita após visita do brasileiro
Sebastian Piñera, presidente do Chile, critica frases de Bolsonaro após visita do brasileiro ao país Marcos Corrêa/PR
24.mar.2019 (domingo) - 18h33

O presidente do Chile, Sebastián Piñera, afirmou, neste domingo (24.mar.2019), que as frases do presidente Jair Bolsonaro sobre as ditaduras latino-americanas são infelizes. “São tremendamente infelizes. Não compartilho muito do que Bolsonaro diz sobre o tema”, disse Piñera.
Uma das frases definida por Piñera como infeliz é: Quem procura osso é cachorro. A expressão se refere à busca por desaparecidos na época da ditadura e estampava um cartaz pendurado na porta do gabinete de Bolsonaro quando ele era deputado. Lembrando do episódio, grupos de direitos humanos pediam que Bolsonaro deixasse o Chile.

Apesar de ter dito que não concorda com algumas frases de Bolsonaro, o presidente do Chile também o elogiou durante a visita do brasileiro ao país. Ele disse que há coincidências no modo dos dois líderes pensarem em “temas de modernização da economia e de recuperação de equilíbrios fiscais”.
Em sua estada no Chile, o presidente brasileiro enfrentou protestos de estudantes, organizações de direitos humanos e feministas. Ao chegar no Chile, Bolsonaro respondeu que manifestações assim existem onde quer que ele vá. “O importante é que, no meu país, fui eleito por milhares de brasileiros”, afirmou.

PROSUL

Segundo Piñera, o bloco Prosul criado na última 6ª feira (22.mar) como contraponto à Unasul, não agrupa países de direita. “Não estamos agrupando a direita, e sim os países democráticos”, afirmou.
O Uruguai e a Bolívia optaram por não assinar a declaração conjunta. O presidente do Chile reforçou, na fala deste domingo, que ambos os países seguem convidados a entrar para o bloco mais adiante.
A Venezuela ainda não está convidada, “por não cumprir com o requisito de ser um país democrático e com respeito aos direitos humanos”, disse.

A política externa brasileira em debate: Ricupero, FHC e Araujo - sempre disponível

Academia.edu me avisa que a famosa postagem que acabou redundando em minha exoneração como diretor do IPRI (Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, vinculado ao Itamaraty) por capricho do imperador – ops, atual chanceler – acabou em sua fase de "convite a debate", mas permanece disponível para os interessados, como aqui referido:

       A política externa brasileira em debate: Ricupero, FHC e Araújo”, Brasília, 4 março 2019, 18 p. Disponibilizado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/s/70710c9869/a-politica-externa-brasileira-em-debate-ricupero-fhc-e-araujo) e através do blog Diplomatizzando (10/03/2019; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2019/03/ricupero-fhc-e-ernesto-araujo-em-debate.html).

Na verdade, eu não fui exonerado por isso, mas por ter "ofendido" o patrono do chanceler, aquele patético "sofista da Virgínia", que eu também chamo de "Rasputin de Subúrbio", e por ter me referido a "fundamentalistas trumpistas", que ele tomou como uma acusação contra ele mesmo ("vestiu a carapuça", como apontei em outra postagem), quando eu me referia a um dos Bolsokids e a um medíocre assessor presidencial, mais conhecido como Robespirralho.
Não me arrependo de nada, pois o atual chanceler estava preparando minha demissão. Eu apenas antecipei o gesto inevitável, apenas lamento que ele tenha atrapalhado o Carnaval de muita gente (sobretudo jornalistas) e provocado a suspensão da vinda do sogro do atual chanceler, que tinha aceitado meu convite para falar na série "Percursos Diplomáticos" (IRBr-IPRI), marcada para o dia 8 de março. Fica para uma outra vez, se por acaso continuar, pois estão desmantelando tudo o que existia no IPRI e na Funag (o que vou demonstrar em próxima postagem).
Por enquanto fiquem com os dados relativos a esse texto acima referido.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 24 de março de 2019 (dia de bacalhau familiar).


A politica externa brasileira em debate: Ricupero, FHC e Araujo


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