O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

sábado, 21 de março de 2020

A "diplomacia" olavo-bolsonarista e a embaixada da China - Hussein Kalout e Grupo Band de Comunicações

Confirmado que a diplomacia daquela parte do governo brasileiro sob influência do olavo-bolsonarismo é capaz de criar suas próprias crises, tivemos, na semana que se encerrou, um raro incidente nos anais de nossas relações exteriores, consubstanciado nas declarações em Twitter de um deputado que aspirava ser o embaixador do Brasil nos Estados Unidos – por uma suposta "amizade com a família Trump"–, ou talvez até o chanceler brasileiro, sobre a responsabilidade da China pela pandemia do Coronavirus, e uma inédita reação do embaixador da China, em linguagem pouco protocolar, reagindo às acusações.
Abaixo o artigo de Hussein Kalout sobre o incidente e, mais abaixo, um "editorial" falado no Jornal da Band, em termos incisivos contra o atual chanceler, que o Grupo Bandeirantes simplesmente designa de IDIOTA.
Paulo Roberto de Almeida


O 'DELFIM DA POLÍTICA EXTERNA' E A FÁBULA CHINESA

Diante de uma grave crise global e nacional de saúde pública, Eduardo Bolsonaro emplacou uma olímpica crise diplomática com a poderosa China
https://epoca.globo.com/colunistas/coluna-o-delfim-da-politica-externa-a-fabula-chinesa-24318831


O Padre José de Anchieta historiou sobre a dimensão da estupidez e da irracionalidade do comportamento do homem perante o óbvio. Convencido de que pau torto não se desentorta, concluiu: “As cores da vida são as que pintamos”.
Diante de uma grave crise global e nacional de saúde pública, Eduardo Bolsonaro, “o delfim da política externa”, emplacou uma olímpica (e desnecessária) crise diplomática com a poderosa China. Usando sua conta no Twitter, atacou a China, responsabilizando Pequim pela crise global do coronavírus, ao agir de maneira análoga ao regime soviético por ocasião do desastre de Chernobyl.
Jogou para a plateia de milicianos digitais, em nome do suposto “debate democrático”, quando o que estava por trás era algo muito diferente: o emprego de teorias conspiratórias para desviar a atenção de sua própria incompetência.
O grande problema é que escolheu o alvo errado. Agora, setores do governo e do empresariado correm atrás do prejuízo, desesperadamente, no desiderato de apagar o incêndio e fazer contenção de danos com esse país que é, simplesmente, o maior parceiro econômico e comercial do Brasil.
Em estado de perplexidade, diplomatas, políticos e empresários questionam a necessidade de deflagrar um entrechoque diplomático direto com um país cujos recursos de poder são infinitamente maiores do que os do Brasil – e tudo isso em meio a uma luta para salvar a vida de brasileiros e resguardar a combalida economia do país.
Diante da saraivada de críticas institucionais e debaixo de um panelaço nacional, a estratégia pode ter buscado desviar o foco da crise para um inimigo externo. Encontrar bodes expiatórios – sobretudo se for estrangeiro e ainda melhor se for vermelho e comunista – encaixa bem na narrativa fabricada da nossa extrema-direita, ajudando a desviar a atenção dos problemas reais e de suas soluções urgentes.
A insistência em dizer que se trata de um vírus chinês, copiando Trump, mal consegue esconder uma visão xenófoba que se associa à tese, corrente entre grupos bolsonaristas, segundo a qual a doença seria uma invenção chinesa para dominar o mundo.
A ignorância da política internacional, a cegueira imposta por sua ideologia lunática e a ausência do menor traço de bom senso e compostura levaram Eduardo Bolsonaro – secundado por seu ajudante de ordens que responde formalmente pelo Itamaraty – a cometer dois erros pueris: 1) não entendeu que o “timing” para engrossar com a China é inadequado; e 2) não percebeu que o que funciona como estratégia nos EUA não necessariamente funciona no Brasil. O tiro saiu pela culatra!
A reação do Embaixador da China, Yang Wanming, ocorreu dez horas após os tuites do Deputado Eduardo Bolsonaro. É inimaginável pensar que essa reação ocorreu sem consultas com Pequim e sem o respaldo de Xi Jinping.
O grau de descontentamento chinês não poderia ser maior, como demonstra a opção de deixar de lado a sua tradicional liturgia diplomática, mandando recados incisivos, frontais e sem camuflagem na linguagem diplomática ao núcleo duro do bolsonarismo. A China sente que o vento já sopra em outra direção.
Não é preciso lembrar de que a China é o principal investidor estrangeiro em infraestrutura e importador majoritário de ampla gama de nossos produtos agrícolas. Cabe lembrar, ainda, que foi a China quem, recentemente, salvou o governo Bolsonaro do maior fiasco no setor energético – o megaleilão do Pré-Sal promovido pela Petrobras no fim do ano passado. E a China é quem está socorrendo a Itália e também fornecendo insumos de saúde para o Brasil, tendo merecido inclusive agradecimento do ministro da Saúde!
O setor empresarial brasileiro e o agronegócio estão em alerta e atônitos com a irresponsabilidade da conduta do deputado. A nossa área de saúde, preocupada em mobilizar a cooperação internacional, em particular da China, está estupefata.
Sem investimento e sem o escoamento da produção para a China a situação econômica do povo brasileiro seria impactada em matéria de ingresso de capitais, empregos e renda, e, tudo isso, em uma hora que precisamos de toda a ajuda possível para combater uma pandemia viral e impedir o declínio total da economia brasileira.
Independentemente dos acontecimentos, a incompetência do comandante-em-chefe da nação já foi precificada. Eximir o governo e a si mesmo pelos resultados dessa tragédia, na tentativa de estancar o derretimento de massa de votos que o levou ao poder, já não é mais uma opção viável. A estratégia de culpar os outros – esquerda, isentões, chineses – não vai colar, como já não colou no teflon das panelas que soaram em protesto.
Em momento de aguda crise e estado de calamidade pública, o que se espera dos políticos e membros de Poderes é que estejam à altura do desafio de liderar o país, o que requer abnegação e espírito público. O momento é crítico, vidas humanas estão em jogo, o bem-estar dos mais vulneráveis está em perigo.
É hora de mostrar maturidade, colocando de lado objetivos pessoais e político-partidários em nome do bem comum. Os indignos da tarefa, insensatos de sempre e notórios ineptos fariam bem em ao menos não atrapalhar. Por enquanto, infelizmente, vão confirmando a tese de Anchieta.
HUSSEIN KALOUT é cientista político, professor de Relações Internacionais e pesquisador da Universidade Harvard. Foi Secretário Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (2017-2018).
===============


Postura do Grupo Bandeirantes de Comunicação sobre a nota do chanceler a propósito do incidente entre um deputado e a embaixada da China (20/03/2020)

“A provocação desnecessária de um deputado irresponsável, seguida por um chanceler idiotizado, uma espécie de avesso do Barão do Rio Branco, colocou o Brasil em conflito com o seu maior parceiro comercial.
Pura inépcia. O chefe da diplomacia, que teria como missão zelar pelos interesses do país, torna-se assim um obstáculo, talvez o maior, no caminho de nossas relações com a China.
O lamentável chanceler realiza essa proeza de inverter seu papel, numa demonstração clara de que é incapaz de responder pelo cargo que lhe deram. Exigir, como ele exigiu, que o embaixador chinês se retratasse, depois de reagir ao destempero do deputado, é uma atitude descabida, que prova a inconsciência de um diplomata despreparado.
Uma atitude de desprezo pela amizade e respeito por um povo que, neste momento, mostra a sua tenacidade numa luta eficiente contra o Coronavirus, exatamente o contrário do que conseguem enxergar o deputado imaturo e o chanceler inepto.
Por quanto tempo ainda veremos um IDIOTA ocupar a cadeira de Rio Branco, Afonso Arinos e San Tiago Dantas.
Essa é a opinião do Grupo Bandeirantes de Comunicação.” (1:26)

https://m.youtube.com/watch?feature=youtu.be&v=VeNCehaybRE

Em tempos de quarentena, a melhor atividade é a leitura - The New York Times Book Review

More Books Coverage
March 20, 2020
Sam Weber
Dear Reader,
For years, I’ve been getting eager emails from readers that ask the same question: When is the final installment of Hilary Mantel’s “Wolf Hall” trilogy coming? Any word? Now there are many words (757 pages’ worth), with “The Mirror and the Light” finally here. The novelist and critic Thomas Mallon reviews it on our cover. And with coronavirus keeping many of us reading folk inside, there’s no better time to catch up on the full series. Here’s our review of the first book, 2009’s “Wolf Hall,” and the second, “Bring Up the Bodies.”
Now’s also a good time for some escape reading. For those who prefer to read on the dark side, you’ll be happy to know that Marilyn Stasio has some great recommendations in Crime. And for the many readers who have been writing and asking about our cherished crime columnist, you will be glad to know that the hardened New York City taxi that tried to mow her down found its match in Marilyn. She has fully recovered from the accident and is back to her biweekly habit of reviewing. We also have some global noir for you in this week’s Shortlist.
Lastly, if you want to read about another era under duress, you could do far worse than “The Splendid and the Vile,” Erik Larson’s latest best-selling work of narrative nonfiction, which looks at Winston Churchill’s leadership of Britain under the Blitz. Candice Millard, another writer of excellent narrative nonfiction (start with the gripping “Destiny of the Republic”), reviews.
Please stay safe, stay healthy, stay reading. It’s one of the few pleasures we can hold onto under these trying conditions. Sending well wishes to all our readers.
And, as usual, feel free to let us know what you think — whether it’s about this newsletter, our reviews, our podcast, our literary calendar, our Instagram or what you’re reading. We read and ponder all of it. I even write back, albeit belatedly. You can email me at books@nytimes.com.
Pamela Paul
Editor of The New York Times Book Review

A Europa e os movimentos migratórios pós-Segunda Guerra - Peter Gatrell book; review by Harun Buljina

H-Diplo Review Essay 205 on Gatrell. The Unsettling of Europe: How Migration Reshaped a Continent

by George Fujii


H-Diplo Review Essay 205
20 March 2020

Peter Gatrell:  
The Unsettling of Europe: How Migration Reshaped a Continent

New York:  Basic Books, 2019.  ISBN:  9780465093632 (hardcover, $19.99).
https://hdiplo.org/to/E205
Review Editor: Diane Labrosse | Production Editor: George Fujii
Review by Harun Buljina, Independent Scholar


Migration has formed an omnipresent feature of European politics and public discourse over the past several years, with commentators frequently referencing an unprecedented ‘migrant crisis’ and the challenge it poses to continental institutions. Peter Gatrell’s timely new book, The Unsettling of Europe, explicitly confronts these debates, opening with the all-too familiar image of desperate masses crowding into boats and trying to reach the safety of foreign shores. The episode Gatrell describes, however, belongs not to the contemporary Mediterranean, but to a similarly perilous crossing of the Baltic Sea in 1944. The author argues that far from being an apocalyptic novelty, migration forms a defining feature of the past 70-odd years of European history, with his book reinterpreting this period by centering it on the experience of “people on the move” (3).
In doing so, Gatrell draws on several discernible strands of the scholarly literature. The Unsettling of Europe fits neatly within an ongoing concern with ‘mobility,’ both within and without European historiography, with the author notably opting for the term ‘migration’ over such narrower counterparts as ‘immigration’ so as to emphasize the multiple dimensions and open-ended nature of the phenomenon.[1] It also builds on an ongoing scholarly interest in the totality of the “postwar” years—epitomized by Tony Judt’s eponymous study—which has grappled with the consequences of Europe’s Cold War division and reunification by considering the two sides of the iron curtain in conjunction.[2] Above all, however, Gatrell’s book testifies to a renewed methodological emphasis on personal narratives and experiences in public history and similarly-minded academic works.[3] The result is a rich panoramic account of how migration shaped contemporary Europe, humanizing and bringing nuance to public debate while leaving open a number of further questions.
The Unsettling of Europe is divided into five chronological sections, each of which further consists of four-to-five individual chapters focusing on particular national contexts or, occasionally, themes. Part 1 covers the period 1945-1956, with Gatrell arguing that accounts centered on recovery and reconstruction underplay the tremendous displacement that these processes entailed. Emerging Cold War rivalries thus combined with regional retaliations to further redraw Central and Eastern Europe along ethno-national lines, perhaps most notably in the case of the region’s large German minorities. At the same time, both the eastern and western blocs relied on migrants, whether internal or international, to facilitate their economic development. Part 2 consequently turns to the ‘golden age’ of this development between 1956 and 1973. Coinciding as it did with accelerating decolonization, this period saw growing numbers of collaborators, laborers, and repatriates arriving in metropoles from their former colonies. Gatrell particularly examines the questions that new migrants posed for governments and societies in Britain, France, and Germany, but also in the Communist East, whose economic modernization entailed both tremendous internal migration and growing contacts with migrants and visitors from the broader second and third worlds.
Economic concerns continue to structure the book in part 3, which spans from the 1973 Organization of Arab Petroleum Exporting Countries (OPEC) oil embargo to the fall of the Berlin Wall in 1989. Gatrell documents how the former crisis accelerated rightwing backlash against migrants throughout Northwestern Europe, illustrating what political scientist James Hollifield described as the “liberal paradox”: as businesses demanded the free movement of labor, voters balked at sharing welfare benefits.[4] Alongside these domestic divisions, however, migration from southern European countries such as Greece, Italy, and Portugal also contributed to the continent’s ongoing economic integration. Gatrell is further attuned to the intertwined intellectual development of the concept of multiculturalism and competing demands for assimilation during this same era, but is careful not to let these abstract debates monopolize the discussion, devoting greater attention to the experience of migrants themselves. For many, the reality of likely permanent settlement ran counter to their own initial expectations, opening up gender and generational cleavages that compounded the ‘disintegration’ of pre-migratory social ties. As in the preceding decades then, migration in late Cold War Europe represented a complex and multi-faceted phenomenon, simultaneously tying the continent together and provoking anxieties over civilizational decline, “unsettling” both migrant communities and the larger societies around them.
Part 4 considers the period 1989-2008, during which the collapse of Communism appeared to herald a new Europe of obsolete borders and unprecedented mobility. Gatrell offers a critical reappraisal of these years in light of more recent developments, highlighting growing contradictions within the project of European integration. The break-up of Yugoslavia, for instance, demonstrated once again the link between national self-determination and mass displacement, while the rise of exceptionally mobile ‘Eurostar’ professionals and Western expatriates belied the parallel expansion of human trafficking and brutal exploitation of poorer migrants. Describing the archipelago of camps and detention centers that emerged in the early years of the new century to keep extra-European migrants out, Gatrell sets the stage for the book’s final part 5, which, analogously to part 3, pivots on the economic crisis of the 2008 financial crash. In contrast to the oil embargo of the early 70s, however, here the resulting downturn accompanied enormous political upheavals, most notably the Arab Spring, which sharply increased the numbers of those seeking refuge and stability within the European Union. After offering a pair of more conceptual chapters that consider contestations over migrants’ bodies and efforts at memorialization, Gatrell closes the section with a reflection on the “war on refugees” in Europe today, concluding that the continent seems to have come full circle to the displacement of 1945.
In the conclusion, Gatrell distills the preceding narrative into a handful of overarching points. He reiterates that the history of migration in modern Europe is multi-layered and open-ended, a catalyst for both interstate cooperation and disagreement, the cause as well as consequence of European integration. Situating the current “migrant crisis” within the longer convoluted history that his book described, he takes aim at both popular historical amnesia and such academic formulations as Ivan Krastev’s reference to a newly “barricaded continent.”[5] While Gatrell is a harsh critic of ‘fortress Europe,’ he warns that notions of an unprecedented hostility to migrants obscure how mobility has always worked in tandem with incarceration, as well as the selective embrace of wealthier migrants in the EU today—a filter rather than a fortress. Conceding that questions of identity are never far from the surface, he proposes re-conceptualizing Europe’s history of migration not through the symbol of an arriving boat, but with that of a bridge: the continent may have been less unsettled without it, but it would have also emerged greatly diminished and impoverished.
Besides historicizing the public debate over migration in Europe today, another central intervention of The Unsettling of Europe is to restore historical agency to migrants themselves. Gatrell thus sees dehumanizing descriptions of migrants as an amorphous mass or of waves of migration as comparable to natural phenomena as reflecting not only contemporary anxieties, but also a consistent failure on the part of commentators and policy makers to take into account their diverse perspectives over the preceding decades. Chapters throughout the book therefore repeatedly highlight how socio-political polemics ignored migrants’ varied backgrounds, motivations, and responses to life in new lands, with debates over “assimilation,” for example, showing little concern for how migrants understood the concept themselves. In an effort to rectify this, Gatrell incorporates a broad range of primary sources, from individual memoirs to a wealth of anthropological studies and works of film and literature. The Unsettling of Europe consequently teems with personal stories of migrants from virtually every locale and period under discussion, perhaps taking its cue from similar trends in European museums, which themselves form a major subject of a chapter toward the end of the book.
Taken on its own terms then, The Unsettling of Europe largely succeeds, providing a cohesive and intimate reinterpretation of European history since the close of the Second World War with migration—and migrant voices—at its center. Certain drawbacks emerge, however, precisely at the boundaries of this spatial and temporal scope. Much of the post-1945 displacement Gatrell describes in Eastern Europe, for instance, has its roots in the longer-term demise of pluralistic dynastic empires and the proliferation of nation-states in their wake. Several chapters thus refer to Bulgarian state pressures on the country’s Turkish minority, but while these unfolded within the geopolitical circumstances of the Cold War, they were also rooted in much older local dynamics surrounding the break-up of the Ottoman Empire, which in turn cast their shadow on the present-day ‘Balkan route.’ Taking 1945 as the starting point also conceals other longer-term structural trends, such as the fact that Europe entered the twentieth century as a net exporter of peoples but closed it with the significant in-migration that Gatrell describes; where the interwar overpopulation of the Balkans made them a formative site for theories of economic development that economists later applied to Africa and Asia, today they register some of the steepest rates of population decline in the world. In effect, while focusing on the post-1945 period highlights the relationship between migration, political economy, and state-building, it also risks obscuring the longer-term changes and continuities that shape regional responses to migration today.
In spatial terms too, the European political framing occasionally sidelines certain global and trans-continental developments that are crucial for making sense of migration in Europe itself. As mentioned, the global economic shocks such as 1973 and 2008 structure the book’s narrative, but the focus is on how they affected the European nation-states that drew in migrants rather than on how their global ramifications spurred migration in the first place. In other words, while The Unsettling of Europe more explicitly situates the ‘pull’ factors behind migration within the historical development of the modern European political economy, the corresponding ‘push’ factors emerge largely from the composite of individual experiences. In fairness, however, Gatrell is clearly attuned to the global factors behind migration into Europe, notably criticizing the parochialism of European debates in which commentators ignore the fact that the bulk of those fleeing Syria have ended up in Lebanon, Turkey, and elsewhere. Moreover, with 24 chapters, 70-odd years, and a geographic range stretching from Portugal to the Urals, one can hardly fault The Unsettling of Europe for a lack of breadth. To the contrary, while the above issues of scope testify to the challenges and trade-offs of fitting global phenomena into a European frame, Gatrell’s study makes an important historical contribution to one of the most far-reaching debates shaping Europe today.

Harun Buljina received his Ph.D. in History from Columbia University in 2019. Currently based in Cambridge, MA, his research focuses on Muslim intellectual and socio-political networks in the late-Ottoman and modern Balkans.

Notes
[1] Jan Lucassen and Leo Lucassen, “The Mobility Transition Revisited, 1500–1900: What the Case of Europe Can Offer to Global History,” Journal of Global History 4:3 (November 2009): 347-377; Engseng Ho, “Inter-Asian Concepts for Mobile Societies,” The Journal of Asian Studies 76:4 (November 2017): 907-928.
[2] Tony Judt, Postwar: A History of Europe since 1945 (New York: Penguin Press, 2005).
[3] Orhan Pamuk, The Innocence of Objects (New York: Harry N. Abrams, 2012), 54-57.
[4] James F. Hollifield, “The Emerging Migration State,” International Migration Review 38:3 (2004): 885-912.
[5] Ivan Krastev, After Europe (Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 2017), 108.

sexta-feira, 20 de março de 2020

Um contrarianista na academia: mais recente livro de Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro, disponível em formato Kindle: 

3592. Um contrarianista na academia: ensaios céticos em torno da cultura universitária
      Brasília, 10-14 março 2020, 363 p. Livro preparado para edição própria. 

      Apresentação sumária no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/03/meu-proximo-livro-um-contrarianista-na.html); Academia.edu (link: https://www.academia.edu/42265476/Um_contrarianista_na_academia_ensaios_c%C3%A9ticos_em_torno_da_cultura_universit%C3%A1ria); publicado em Edição Kindle (ASIN: ASIN: B08668WQGL; disponível no site da Amazon, Kindle Books; US$ 2,95, ou R$ 15,00; 

Ao lado da carreira diplomática, cujo exercício profissional se estende desde 1977, com passagens por grandes postos da diplomacia brasileira – Genebra, Paris, Montevidéu, Washington, entre outros postos –, o autor sempre se dedicou à carreira acadêmica, como professor universitário no Instituto Rio Branco, do Ministério das Relações Exteriores, na Universidade de Brasília e, mais recentemente, no Centro Universitário de Brasília (Uniceub), ademais de convites recebidos de universidades estrangeiras para curtos estágios de pesquisa ou de docência (Illinois, Sorbonne).

Esta obra reflete, portanto, a experiência adquirida no trabalho diplomático e o conhecimento advindo do estudo e pesquisa nas lides acadêmicas. Ela comporta quase três dezenas de ensaios e artigos escritos ao longo de uma década e publicados numa revista da área, a Espaço Acadêmico (textos revistos amplamente para a presente seleção dentre aqueles considerados mais “permanentes”). Entre 2001 e 2011, ao longo de 120 meses, publiquei um artigo por mês, ademais de resenhas ou notas diversas, tratando dos temas que estão indicados nas cinco partes em que dividi o livro: Brasil (história, economia, política e diplomacia), economia brasileira e internacional, globalização, questões estratégicas e ideias e cultura no âmbito acadêmico, justamente.

São textos que julguei dotados de validade analítica ou ainda de atualidade para um debate bem informado sobre cada uma dessas áreas de interesse intelectual. Alguns deles refletem esse ambiente de acirrado debate, entre representantes típicos do “progressismo universitário” e este escriba, que superou o marxismo juvenil em troca de um ecletismo intelectual fortemente embasado nas leituras de história e economia.

Um contrarianista na academia
ensaios céticos em torno da cultura universitária

Paulo Roberto de Almeida

Índice

Prefácio

Primeira Parte
Brasil: história, economia, política e diplomacia
1. O que Portugal nos legou? Um balanço de duzentos anos
2. Prometeu acorrentado: o Brasil amarrado por sua própria vontade
3. Pequeno manual prático da decadência
4. A grave crise da governança no Brasil
5. Os doze trabalhos da boa governança
6. Dez regras modernas de diplomacia

Segunda Parte
Economia brasileira e internacional: sucessos e fracassos
7. Dois casos de sucesso econômico: o anão irlandês e o dragão chinês
8. Colapso! Prevendo a decadência econômica brasileira
9. Uma verdade inconveniente: o medíocre crescimento do Brasil
10. O mito do colonialismo como causador de subdesenvolvimento
11. O mito do complô dos países ricos contra o desenvolvimento dos países pobres

Terceira Parte
Globalização: verso e reverso
12. A globalização e seus benefícios: um contraponto ao pessimismo
13. A globalização e seus descontentes: um roteiro sintético dos equívocos
14. A globalização “perversa” e as políticas econômicas nacionais

Quarta Parte
Questões estratégicas no cenário global
15. A OTAN e o fim da Guerra Fria: o novo cenário estratégico
16. O poder e a glória: assimetrias de poder no sistema internacional
17. As roupas novas do Império: 21 teses sobre o mundo americano
18. Um outro mundo possível: a Alemanha, antes e depois do muro de Berlim

Quinta Parte
Ideias, cultura, academia
19. Rumo a um novo Apartheid? Sobre a ideologia afrobrasileira
20. A cultura da esquerda: sete pecados dialéticos
21. Sobre a intolerância de fundo religioso
22. A economia política do intelectual
23. Estaria a imbecilidade humana aumentando?
24. A resistível decadência do marxismo teórico e do socialismo prático
25. Elogio da burguesia (com uma deixa para a aristocracia também)
26. A ignorância letrada: ensaio sobre a mediocridade acadêmica
27. Formação de uma estratégia diplomática: relendo Sun Tzu
28. Miséria da academia: uma crítica à academia da miséria


Apêndices
Lista de artigos publicados na Espaço Acadêmico
Livros publicados pelo autor 
Nota sobre o autor




O estado da desgovernança no Brasil - CNI (que teve seu chefe infectado) divulga matérias

Parece que a CNI está brava com o presidente. Em seu boletim mais recente recebi estas notas, o que talvez se explique pelo fato de seu presidente ter sido contaminado na viagem do presidente para prestar submissão ao chefe americano.


IstoÉ afirma que o presidente exibe um comportamento alheio à realidade com relação ao coronavírus. Segundo a revista, Bolsonaro “pode estar sofrendo de incapacidade e perturbações psicológicas”.   

IstoÉ Dinheiro mostra as iniciativas da indústria farmacêutica e de instituições de pesquisa médica mundiais e brasileiras para chegar à vacina capaz de proteger a população contra o coronavírus. 

 CNI na mídia
EUA
Brasil Confidencial, na IstoÉ, avalia que a viagem do presidente Bolsonaro e sua comitiva aos EUA desrespeitou as normas que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta vinha recomendando, de evitar viagens a locais com focos da doença.

De acordo com o texto, a viagem poderia ter sido cancelada, evitando a contaminação das pessoas de sua equipe.

Entre os infectados, expõe a abordagem, está o presidente da CNI, Robson Andrade, que estava na comitiva.

Livros de Paulo Roberto de Almeida: preços abusivos nos sebos virtuais ou na Amazon

Tenho muitos livros, em editoras diferentes, ao longo das últimas três décadas, quando comecei a fazer, depois de dezenas de artigos em revistas e ensaios em publicações especializadas, meus próprios livros, que aparentemente teriam aceitação entre o público universitário, vinculado aos meus temas de pesquisa, estudo e reflexões.
Alguns livros meus estão esgotados, eu sei. Eu já coloquei alguns deles livremente disponíveis ao público interessado, como é o caso destes aqui, que foi o meu primeiro livro: 



O Mercosul no Contexto Regional e Internacional (1993)
https://www.academia.edu/42007009/O_Mercosul_no_Contexto_Regional_e_Internacional_1993_


Um ou outro já não têm sequer editoras funcionando. Ou quando elas ainda existem, o livro já está fora do catálogo e a editora não pretende mais publicar, o que é inteiramente compreensível, uma vez que o seu tempo já passou. Algumas pequenas editoras foram compradas, incorporadas por outras, maiores, ou simplesmente desapareceram. 


De toda forma, não recebi nunca direitos autorais, o que não me preocupou muito (ainda que alguns magros direitos, depositados sem meu conhecimento, motivaram multas da RF, por eu não ter declarado, o que desconhecia). 
Um outro livro já disponibilizado foi este aqui: 

Velhos e novos manifestos: o socialismo na era da globalização 
(São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 1999).
https://www.academia.edu/41037349/Velhos_e_Novos_Manifestos_o_socialismo_na_era_da_globalizacao_1999_

De vez em quando descubro que ainda continuam sendo oferecidos nos sebos virtuais, ou na própria Amazon, a preços abusivos.

Talvez eles até já estejam inteiramente disponíveis em formato pdf na internet, pirateados em algum momento pelo pessoal especializado nesse tipo de atividade.
Não sou absolutamente fanático por direitos autorais, uma vez que não dependo das poucas vendas desses livros para viver. 
Mas reconheço que as editoras comerciais que fizeram investimentos na "fabricação" do livro precisam recuperar o todo ou pelo menos uma parte dos gastos feitos.
Em alguns casos, as editoras deixaram de existir, e o livro nunca mais será editado na sua forma original. 
É o caso, por exemplo, deste aqui, que está sendo vendido por um preço abusivo, provavelmente por algum sebo brasileiro, ao qual a Amazon recorrerá para vender.

Apenas 1 em estoque. Aproveite e compre agora.
Mais opções de compra
Pretendo colocá-lo à disposição dos interessados, junto com diversos outros livros esgotados e não mais disponíveis.

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 20 de março de 2020