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quarta-feira, 17 de junho de 2020

Diplomatas dissidentes, uma tradição na Política Externa dos EUA - Seth Jacobs

 Gosto do tema e gosto da abordagem; só não gosto do título, pois não acho que sejam diplomas "vilões", ou seja, contraventores da ordem estabelecida. Eles apenas eram dissidentes de instruções mal redigidas, não adequadas ao objeto e possuíam um julgamento próprio sobre o tema em questão, uma vez que estavam em contato direto com personagens e problemas concretos, ao passo que aqueles que expediam ordens, ou instruções, estavam na capital, sem um conhecimento direto do assunto em pauta.

Rogue Diplomats: The Proud Tradition of Disobedience in American Foreign Policy 

(Cambridge Studies in US Foreign Relations, 2020)


Many of America's most significant political, economic, territorial, and geostrategic accomplishments from 1776 to the present day came about because a U.S. diplomat disobeyed orders. The magnificent terms granted to the infant republic by Britain at the close of the American Revolution, the bloodless acquisition of France's massive Louisiana territory in 1803, the procurement of an even vaster expanse of land from Mexico forty years later, the preservation of the Anglo-American 'special relationship' during World War I-these and other milestones in the history of U.S. geopolitics derived in large part from the refusal of ambassadors, ministers, and envoys to heed the instructions given to them by their superiors back home. Historians have neglected this pattern of insubordination-until now. Rogue Diplomats makes a seminal contribution to scholarship on U.S. geopolitics and provides a provocative response to the question that has vexed so many diplomatic historians: is there a distinctively "American" foreign policy?

Detalhes do produto
·       Series: Cambridge Studies in US Foreign Relations
·       Hardcover: 406 páginas
·       Editora: Cambridge University Press (25 de junho de 2020)
·       Idioma: English
·       ISBN-10: 1107079470


Um colega me recomenda isto, o que considero um bom projeto...
"Examinar o dissenso na diplomacia brasileira. Oliveira Lima, Souza Dantas, Paulo Nogueira Batista, Samuel Pinheiro Guimarães e PRA."

Interesse Nacional e Interferência Externa - Rubens Barbosa (OESP)

INTERESSE NACIONAL  E INTERFERÊNCIA EXTERNA 
Rubens Barbosa
O Estado de S. Paulo, 17/006/2020

          O governo brasileiro deverá em breve anunciar uma das decisões estratégicas mais importantes do atual mandato. Estava prevista para ocorrer em 2020 a licitação do uso da tecnologia de quinta geração para telefonia móvel que terá forte impacto sobre as pessoas e sobre as empresas. Não é uma decisão fácil. Qual o problema ? Aceitar ou não a utilização da tecnologia chines, mais avançada, mais barata, mas vetada pelos EUA no contexto da disputa com a China. Segundo se informa, o governo, seguindo informe politico do Itamaraty, teria  cedido a pressão do governo Trump e decidido impedir, por razões geopolíticas, a participação de empresa chinesa da licitação para a instalação dessa tecnologia no Brasil
Caso se confirme, essa decisão se choca com interesses nacionais concretos. Em primeiro lugar, vai obrigar as empresas de telecomunicações a trocar os equipamentos da empresa chinesa que a muitos anos são utilizados no serviço 3G e 4G pelo de outros fornecedores com um custo adicional e um atraso na entrada em funcionamento da nova tecnologia. Em segundo lugar, vai prejudicar a modernização da indústria nacional na saída da pandemia A modernização da industria poderia ser acelerada com a utilização da 5G pela velocidade do uso de dados, da internet das coisas e da robotização. O interesse das empresas é o de iniciar o mais rapidamente possível a utilização do 5G. Em terceiro lugar, o Brasil vai tomar partido em uma disputa entre os EUA e a China, que apenas se inicia e que deverá se estender por décadas pela hegemonia global no século XXI. Haverá certamente muitas outras disputas em que países, como o Brasil, deverão decidir sobre de que lado vão ficar. Não atende ao interesse nacional o Brasil tomar partido agora de um lado ou de outro. Em quarto lugar, vai acrescentar mais um elemento negativo no relacionamento com a China, o que poderá acarretar consequências no campo comercial, com eventual reflexo nas exportações do setor agrícola.
          Nesse, como em todos os outros casos, a decisão deveria ser tomada segundo nossos próprios interesses e conveniências, acima de considerações ideológicas ou geopolíticas. Alguns países europeus (Alemanha, França, Itália) e a India decidiram não excluir nenhuma empresa e buscar as melhores condições de mercado. Setores sensíveis de governo, em especial de defesa, podem ser segregados, se for o caso. No Brasil, o presidente Bolsonaro, o VP Mourão e o Ministro da Ciência e Tecnologia, Marcio Pontes, tinham se manifestado a favor da livre concorrência, sem exclusão de nenhuma empresa na licitação que a Anatel deverá realizar. O novo ministro das Comunicações deverá seguir a posição do Itamaraty.
       Com essa decisão, o Brasil estará perdendo tempo precioso. A licitação deverá ser adiada para 2021 com prejuízo para a indústria que só vai poder utilizar essa tecnológica em 2022 ou 2023.

terça-feira, 16 de junho de 2020

Nota da ADB contra a nomeação de pessoal alheio ao Serviço Exterior

NOTA PÚBLICA: 
Preocupação da ADB com decreto que abriria a possibilidade de nomeação de pessoal alheio ao Serviço Exterior Brasileiro
16/06/2020

A Associação e Sindicato dos Diplomatas Brasileiros -ADB/Sindical, que representa 1.600 diplomatas, recebeu, com enorme preocupação, notícia de que estaria por ser editado decreto que abriria a possibilidade de nomeação de pessoal alheio ao Serviço Exterior Brasileiro para postos de assessoramento e/ou direção na estrutura do Ministério das Relações Exteriores.

À preocupação se alia um elemento de surpresa, uma vez que, em 2 de janeiro de 2019, o Ministro Ernesto Araújo afirmou em um tweet que a MP 870/2019 “não altera, nem flexibiliza a nomeação para cargos no MRE, de servidores que não integrem as carreiras do Serviço Exterior”. A mesma declaração integrou o seu discurso de posse, quando disse que “não precisamos e não vamos abrir os quadros do Itamaraty para pessoas de fora da carreira”. A alteração implementada à época, segundo explicou, tinha mero alcance interno. Visava “flexibilizar a ocupação de cargos no Itamaraty por funcionários de carreira em determinados níveis hierárquicos justamente para arejar o fluxo de carreira e inclusive estimular nossos colegas a ocuparem esses cargos”.

Por integrar seus quadros há quase 30 anos, a ADB/Sindical acredita que o Ministro conhece as altas qualificações dos diplomatas – seus colegas – que compõem o Serviço Exterior Brasileiro, todos selecionados por rigoroso concurso de admissão, formados no prestigiado Instituto Rio Branco e que se têm dedicado, ao longo dos mais diversos governos, a promover os interesses do Brasil e dos brasileiros no exterior. Valem-se, para tanto, das ferramentas disponíveis, tanto no âmbito bilateral quanto no multilateral, para alcançar essa finalidade, do mesmo modo que o Ministro Araújo fez ao longo de sua carreira. Por sua dedicação e excelência, os diplomatas brasileiros gozam de particular reconhecimento e respeito no Brasil e no mundo.
A hora não é para abrir para pessoas estranhas à Casa. Qualquer expertise nas áreas meio não disponível dentro do Itamaraty pode perfeitamente ser suprida por consultores contratados para tarefas pontuais, como já ocorreu no passado. Nas atividades fins, existe assessoria de excelência entre os diplomatas. A hora não é de desmotivar os diplomatas, mas sim de promover a carreira que, ao longo dos últimos anos, perdeu não apenas verbas, mas espaços de atuação e prestígio. É o momento de investir em formação, criar estímulos e reconhecer talentos internos. Lembrando o discurso de posse do Ministro, é o momento de “cuidar da nossa administração, do fluxo de carreira…”. A responsabilidade da administração do Itamaraty é grande, e maior é a esperança de que saberá defender e aprimorar o legado do Barão do Rio Branco.

A ADB/Sindical reitera o seu enfático rechaço a um eventual decreto dessa natureza para, segundo aventado, contratar assessoria externa. Expertise alguma de pessoa alheia à Casa poderá substituir a formação e a experiência de anos de dedicação dos diplomatas à promoção dos interesses do Brasil.

ADB/Sindical

Itamaraty estende tapete vermelho para monarquistas e olavistas - Jamil Chade (UOL)


COLUNA

JAMIL CHADE

Itamaraty estende tapete vermelho para monarquistas e olavistas
Uol Notícias, 16/06/2020

Nesta terça-feira, o Itamaraty promove uma palestra de Bertrand de Orleans e Bragança. No material de promoção do evento, porém, o convidado é apresentado como "S. A. I. R.". Ou seja, "Sua Alteza Imperial Real", um título que desapareceu no país com a chegada da República, há mais de cem anos.
A palestra com o descendente da família real é mais um encontro numa série promovida pela Fundação Alexandre de Gusmão (Funag) - órgão ligado à chancelaria - para avaliar o mundo "pós-pandemia".
Quem acompanhou os debates nas últimas semanas se deparou com revelações importantes. Elas incluem a suposta relação da pauta de meio ambiente e o comunismo, além dos inúmeros outros riscos do marxismo. Também são apresentadas com exaustão as virtudes da aproximação do Brasil com os EUA, assim como a eficiência da cloroquina. A China também faz parte do debate, tanto no que se refere aos seus planos de colonização, assim como a suposta derrocada de sua economia. Os convidados ainda alertam sobre os riscos para a democracia que representam os atuais protestos nas ruas e como, com Deus e soberania, o Ocidente deve ser protegido.
Tampouco faltam convidados que, por videoconferência, se apresentam ao lado de bandeiras da monarquia e símbolos religiosos.
Para prever o futuro, estão sendo convidados personalidades que questionam o papel da ciência na definição de políticas e promovem ataques recorrentes ao sistema internacional. Cada intervenção é concluída por rasgados elogios por parte do mediador do debate, um diplomata próximo ao chanceler Ernesto Araújo.
Há ainda um ponto constante em muitos dos discursos e intervenções: as repetidas referências ao guru do governo, Olavo de Carvalho.
Antes do seminário desta semana com a "alteza imperial", a Funag promoveu há poucos dias um evento com Rafael Nogueira, presidente da Fundação Biblioteca Nacional. Assim como vários outros, ele não fugiu do padrão e usou seu discurso para citar Olavo de Carvalho. Em mais de duas horas e meia, ele questionou inclusive o papel que se atribui ao nacionalismo como um dos motivos da Segunda Guerra Mundial.
O convidado ainda criticou a OMS em sua resposta pela pandemia e alertou que seria "muito perigoso" dar mais poderes para a agência internacional. "A OMS não conseguiu enxergar com antecipação o que estava ocorrendo", disse, sugerindo que a agência tem "financiadores" e "interesses ideológicos".
Ele, apesar do longo discurso, não citou o fato de a OMS ter declarado a emergência global no dia 30 de janeiro e que, por semanas, o presidente Jair Bolsonaro ter insistido em minimizar a crise.

Vírus do comunismo
Nogueira, porém, teve tempo para falar sobre a obra Vírus, do marxista Slavoj Zizek. Coincidência ou não, o livro foi o mesmo usado por Ernesto Araújo, o chanceler, para alertar sobre o risco de um plano comunista que se utilizaria da pandemia para ganhar força.
O moderador do debate, o diplomata Roberto Goidanich, lamentou que a "grande imprensa" não conceda mais espaço para nomes como Nogueira.
A lista de convidados da casa de Rio Branco também incluiu Bernardo Kuster, que se dedicou a criticar a China. No mês passado, ele foi alvo de mandados de busca e apreensão em operação da Polícia Federal no inquérito sobre "fake news". Allan dos Santos, blogueiro também alvo da PF, foi outro nome convidado pelo Itamaraty.
Num outro debate, Leandro Ruschel, do site Conexão Política, alertou que existe uma "instrumentalização da pandemia para inserir toda a agenda de esquerda". "As pessoas estão em cárcere privado", disse. Ele, assim como os demais, atacou a OMS e o multilateralismo. "Governo global é um totalitarismo da pseudo-ciência", afirmou.
Num dos trechos do seminário, Silvio Grimaldo, editor do Brasil Sem Medo, contou como, numa conversa com Olavo de Carvalho, chegou a falar em uma brincadeira no que seria uma "Internacional Nacionalista", com governos como os do Brasil, Japão, Índia e outros pressionando por uma agenda na qual a soberania seria revalorizada.
José Carlos Sepúlveda, do canal Terça Livre, também tomou a palavra para alertar que existe uma ação progressista mundial sendo infiltrada no país. "Estamos assistindo um assalto ao direito à propriedade", disse, alertando para a arbitrariedade das decisões de distanciamento social.

Procurado pela coluna, o diplomata Paulo Roberto de Almeida, ex-diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (Ipri), apontou que, desde o início do governo Bolsonaro, "a Funag só faz o que o gabinete (de Ernesto Araújo) e Filipe Martins querem, e só convidam olavistas". Em 2019, o embaixador Paulo Roberto de Almeida foi demitido pelo chanceler e, neste mês, publica o livro O Itamaraty num labirinto de sombras.

Outro convidado da Funag em 2020 foi Arthur Weintraub, assessor especial da Presidência da República. Ele é irmão do Ministro da Educação, Abraham Weintraub. Durante o evento, ele sugeriu um novo "tribunal de Nuremberg" para julgar aqueles que se recusaram a dar cloroquina aos pacientes da covid-19, apontando que vidas poderiam ter sido salvas. O tribunal foi criado na Alemanha para julgar os crimes dos nazistas. Na OMS, não existe ainda recomendação para o uso do remédio, enquanto estudos alertam para a falta de evidências de que o produto tenha sua eficácia comprovada.
O debate de mais de duas horas e meia era, oficialmente, sobre a "conjuntura internacional no pós-coronavírus", com Hélio Angotti Neto, diretor do Departamento de Gestão da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, e Marcelo Hermes Lima, diretor-presidente da Associação Docentes pela Liberdade.
Mas no centro da fala de Weintraub estava a ameaça que o Brasil e outros países atravessam diante dos protestos e do que ele acredita ser um fortalecimento dos movimentos "globalistas" diante da pandemia.
"Passando o momento da covid, você vê nitidamente que a mídia e a esquerda já estão fugindo do assunto. Agora estão engrenando no próximo discurso, o próximo discurso é a favor da democracia. É sempre pela coisa mais pura e incontestável. Quem pode ser a favor do racismo? Quem pode ser a favor do câncer? Quem pode ser contra a democracia. Então eles são os donos da verdade", disse.
"E eles pegam toda essa miríada de discursos e se apoderam deles. O racismo é deles. Se você disser: sou contra cotas, vão te dizer que você é racista", disse.
"E agora mudou a chave. A chave antes era covid. Eles adquiriram muito poder. Desestabilizaram as economias. Monopolizaram o discurso", destacou.
"Agora, o mundo ocidental, tirando honrosas exceções - a Suécia, por exemplo - caiu de joelhos. Vamos ficar todos em casa. O impacto disso nas futuras gerações, endividamento, quebra de empresa, que se dane", afirmou Weintraub. Na própria Suécia, porém, questionamentos ganham força sobre a estratégia que o país usou.

Risco de vertente ditatorial
Ao final, ao ser questionado sobre onde achava que o Brasil estaria em cinco anos, o assessor de Bolsonaro se disse otimista. "Houve uma mudança forte no Brasil, no sentido conservador", afirmou. Mas alertou que "vão tentar segurar isso", sem explicar quem. "Eu imagino que pode se inclinar para uma vertente mais autocrática ditatorial de esquerda. Eu não gostaria de ter que sair do Brasil", afirmou.
Mas indicou que "se (o Brasil) virar uma grande Venezuela, não da para ficar". "Seremos mortos", disse.
Hélio Angotti Neto, diretor do Departamento de Gestão da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, completou a lógica de Weintraub. "Se for por guinada ditatorial, ai é fugir ou morrer", completou.


O inimigo público n. 1 do governo Trump: John Bolton

Trump Administration Asks Judge to Stop Publication of Bolton’s Book

The request comes a week before the highly anticipated memoir was set to be published.
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John Bolton is planning to publish a memoir of his time as President Trump’s national security adviser.
Credit...Logan Cyrus/Agence France-Presse — Getty Images
The Trump administration sued the former national security adviser John R. Bolton on Tuesday to stop the publication of his highly anticipated memoir about his time in the White House, saying it contained classified information that would compromise national security if it became public.
The book, “The Room Where It Happened,” is set for release on June 23. Administration officials have repeatedly warned Mr. Bolton against publishing the book.
Mr. Bolton “had negotiated a book deal allegedly worth about $2 million and had drafted a 500-plus-page manuscript rife with classified information, which he proposed to release to the world,” the Justice Department said in a lawsuit against Mr. Bolton filed in federal court in Washington.
Mr. Bolton’s lawyer, Charles Cooper, has said that his client acted in good faith and that the Trump administration is abusing a standard review process to prevent Mr. Bolton from revealing information that is merely embarrassing to President Trump, but not a threat to national security.
On Monday, Mr. Trump accused Mr. Bolton of violating policies related to classified information by moving ahead with the book.
But the book has already been printed and bound and has shipped to warehouses, which could make it more difficult for the administration to stop Mr. Bolton’s account from becoming public.
Mr. Bolton submitted the manuscript to the administration for review in January. At the time, the impeachment inquiry was underway into whether Mr. Trump’s dealings with Ukraine constituted an abuse of power.
Democrats asked Mr. Bolton to testify voluntarily in the House impeachment inquiry, but he declined, and they never sought a subpoena, fearing a protracted court fight. Mr. Bolton offered to testify in the impeachment trial in the Senate, where Republicans control the majority. They declined to call him.
One critical account from the book emerged during the trial, when The New York Times reported that Mr. Bolton, in his manuscript, said that Mr. Trump directly tied military aid to Ukraine to his desire for investigations he sought to undermine a political rival, former Vice President Joseph R. Biden Jr. Mr. Bolton made clear, in a statement released this week, that the book contained other explosive details.
The government’s system for reviewing books and other material by former officials was created to ensure that classified and other sensitive information remained secret. Officials must agree to submit any works to the review process in order to obtain a security clearance.
A group of former national security officials said last year in a lawsuit that the pre-publication review process for books and articles unjustifiably restricted their rights to free speech and due process.
They claimed that the review system, which is governed by several ambiguous policies, gives reviewing officials too much discretionary power over what is published and allows them to quickly clear reviews for former officials who write positively about the government.
Maggie Haberman is a White House correspondent. She joined The Times in 2015 as a campaign correspondent and was part of a team that won a Pulitzer Prize in 2018 for reporting on President Trump’s advisers and their connections to Russia. @maggieNYT
Katie Benner covers the Justice Department. She was part of a team that won a Pulitzer Prize in 2018 for public service for reporting on workplace sexual harassment issues. 

Linhas do Tempo: políticas sociais pós 1985 até 2018 - Fundação FHC

Caso não esteja visualizando corretamente esta mensagem, acesse este link
 

 
 
Nós, da Fundação FHC, convidamos você a conhecer nosso novo projeto: as Linhas do Tempo sobre diferentes direitos construídos na história recente. Elas cobrem o período de 1985 a 2018, apresentando os principais eventos, leis e mobilizações que ocorreram em torno da questão racial, dos direitos indígenas e das mulheres, da reforma agrária e da política ambiental.
 
 
Nossa intenção é mostrar a interação política entre governo e sociedade, com seus diferentes atores e interesses, que estão por trás de mudanças na legislação e nas mentalidades em relação a esses temas. Entender o processo de construção da cidadania nos ajuda a defender conquistas importantes no presente e ampliá-las no futuro.
 
 
As Linhas do Tempo podem ser acessadas gratuitamente neste link. Esperamos que possam ser úteis como fonte de pesquisa dentro e fora da sala de aula. O projeto está em constante transformação. Novos temas serão apresentados em breve. Estamos abertos a receber críticas e sugestões, corrigir eventuais erros e suprir lacunas. Não hesite em escrever para o e-mail linhasdotempo@fundacaofhc.org.br.
 
 
Se você gostou das Linhas do Tempo, por favor divulgue-as. O conhecimento histórico e o debate qualificado de ideias são fundamentais para a democracia.
 

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Tradicionalismo: a extrema direita no poder - Venício A. de Lima (Carta Maior)

Tradicionalismo: a extrema direita no poder

Por Venício A. de Lima 

Carta Maior, 15/06/2020 
 
Valor Econômico noticiou no início de junho que Gerald Brant, executivo do mercado financeiro e diretor de uma empresa de investimentos nos Estados Unidos, deverá ser nomeado para assessor especial no Ministério das Relações Exteriores, uma espécie de conselheiro, ligado diretamente ao gabinete do chanceler Ernesto Araújo. (Cf. Daniel Rittner, “Amigo de Bannon, Gerald Brant pode quebrar tabu e ter cargo no Itamaraty”, 5/6/2020). A notícia causou estranheza, dentre outras razões, porque o indicado não é da carreira diplomática. Uma das reações indignadas veio do ex-ministro Celso Amorim. Se confirmada esta nomeação, afirmou, representaria “um estupro” na diplomacia brasileira; “uma coisa inexplicável, uma violência sem tamanho. Um tiro final no Itamaraty” (Cf. “Amorim: nomear aliado de Bannon no Itamaraty é um estupro” in https://www.brasil247.com/mundo/amorim-nomear-aliado-de-bannon-no-itamaraty-e-um-estupro ).

Quais são as credenciais de Gerald Brant e o que ele representa? Para simplificar a resposta, recorro a um episódio relatado pelo professor da University of Colorado Boulder, Benjamin Teitelbaum em seu recente War for Eternity – Inside Bannon’s Far-Right Circle of Global Power Brokers (Guerra pela Eternidade – Dentro do círculo de extrema direita dos poderosos globais de Bannon, Dey St./HarperCollins, 2020). 

Em janeiro de 2019, Teitelbaum foi convidado para um jantar na casa de Steve Bannon – ex-CEO do portal de extrema direita Breitbart News, ex vice-presidente da Cambridge Analytica, ex-coordenador da campanha de Donald Trump e ex-estrategista chefe na Casa Branca. O evento celebrava o encontro do anfitrião com Olavo de Carvalho, referência doutrinária do recém-eleito governo de Jair Bolsonaro no Brasil. Entre os seletos convidados americanos e brasileiros estava Gerald Brant. Depois do “Pai Nosso” de agradecimento pela refeição, o investidor propôs um brinde e saudou: “Isto é um sonho se realizando. Trump na Casa Branca, Bolsonaro em Brasília. E aqui em Washington, Bannon e Olavo de Carvalho, face-a-face. Este é um novo mundo, amigos” (pp. 164-165). Ao longo do jantar os presentes descreveram as perspectivas do governo Bolsonaro e, em resposta a uma pergunta de Bannon sobre qual a posição de seus partidários, declararam unânimes: “alinhamento com o Ocidente Judeu-Cristão”. (pp. 167).

Para os que já conhecem as relações entre a família Bolsonaro, Olavo de Carvalho, Ernesto Araújo e Steve Bannon, a eventual nomeação de Gerald Brant certamente não causaria qualquer estranheza. O que os une é a adesão a uma doutrina chamada Tradicionalismo.

O Tradicionalismo
War for Eternity é, de certa forma, uma introdução ao Tradicionalismo, com “T” maiúsculo para se diferenciar do simples tradicionalismo (conservadorismo), crítico do novo por acreditar que a vida era melhor no passado. Pesquisado e escrito, nas palavras do próprio autor, no espaço cinzento entre a etnografia e o jornalismo investigativo, o livro resulta de mais de 20 horas de entrevistas gravadas com Steve Bannon e muitas horas com outros adeptos do Tradicionalismo, direta ou indiretamente, a ele relacionados: extremistas radicais da AltRight, nacionalistas brancos (White Nationalists), membros da Ku Klux Klan e neonazistas. Gente como Daniel Friberg (Suécia) e Richard Spencer (EUA); Michael Bagley, Jason Reza Jorjani e John B. Morgan (EUA); Tibor Baranyi e Gabor Vona (Hungria). Somos também introduzidos a figuras como o místico armênio George Gurdjieff (1866-1949), o filósofo esotérico sufista suíço Frithjof Schouon (1907-1998) e a francesa defensora do nazismo Savitri Devi (1905-1982). Entre os mais proeminentes entrevistados, o russo Aleksandr Dugin e o brasileiro Olavo de Carvalho. O conjunto doutrinário que resulta e articula toda essa gente é, para dizer o mínimo, assustador. 

Não há no livro uma resposta organizada para a pergunta “o que é o Tradicionalismo? ”. Escrito primariamente para o público leitor estadunidense, War for Eternity está centrado em Steve Bannon, não só pelas posições que já ocupou no governo Trump, mas, sobretudo, pelo papel de articulador dos Tradicionalistas que busca exercer em nível mundial. O leitor (a) terá que garimpar os elementos que vão surgindo na narrativa para construir uma visão de conjunto desta bizarra forma de pensar. O que se segue é uma breve tentativa de síntese, parcial e seletiva, privilegiando o que se relaciona ao Brasil de Bolsonaro.

Embora haja importantes diferenças entre eles, os pais fundadores do Tradicionalismo são dois pensadores da primeira metade do século XX: o francês René Guénon (1886-1951) e o italiano Julius Evola (1898-1974). O primeiro, ex-católico, ex-maçom, convertido ao islamismo sufista. O segundo, racista, misógino e ligado ao fascismo de Mussolini. Teitelbaum registra: “René Guénon morreu paranoico e envolvido em conflitos com seus ex-seguidores em 1951, e Julius Evola passou seus últimos anos encafurnado no seu apartamento em Roma com um pequeno grupo de seguidores excepcionalmente radicais e perigosos – alguns deles, simples terroristas – e desprezado por muitos Tradicionalistas” (p. 133).

O Tradicionalismo é um “esoterismo religioso” que se “opõe à modernidade Ocidental e à ciência” (p.137). Uma de suas características básicas é a crença – que tem sua origem no Hinduísmo – de que o tempo histórico se desenvolve em ciclos: as idades de ouro, de prata, de bronze e das trevas. Cada um desses ciclos é representado por diferentes tipos de castas, ordenadas por uma hierarquia descendente: os padres, os guerreiros, os mercadores e os escravos. É uma visão fatalista e pessimista, de vez que esses ciclos se repetirão independentemente da agência humana. Apesar disso, Tradicionalistas militam para acelerar a passagem de um ciclo para outro. Eles acreditam que estamos vivendo uma era das trevas que deve ser implodida para que se retorne ao ciclo inicial, à idade de ouro. Nela viveremos numa sociedade não massificada, não homogeneizada materialmente, onde não existem valores universais – como democracia, comunismo e direitos humanos – mas sim diferentes espiritualidades sob a tutela de uma teocracia hierárquica. 

A modernidade é o oposto do Tradicionalismo. É ela que caracteriza a era das trevas. Ela promove o enfraquecimento da religião em favor da razão (Iluminismo), o declínio do que não pode ser quantificado matematicamente – espírito, emoções, o supranatural – em favor do que é material. A modernidade também envolve a organização de grandes massas de pessoas com fins políticos ou de consumo. Disso resulta a padronização e a homogeneização da vida social. A modernidade acredita no progresso, na criatividade humana que pode nos conduzir a um mundo melhor do que esse no qual vivemos. Tradicionalistas aspiram a tudo que a modernidade não é. Eles acreditam em verdades eternas, transcendentes e estilos de vida, não na busca do progresso.

A hierarquia é um dos sinais da sociedade sadia. Os inimigos da diferença são os universalismos, valores ou sistemas considerados verdadeiros para toda a humanidade e não para grupos específicos. Na modernidade, a democracia é frequentemente compreendida nestes termos, tratada até mesmo em documentos fundadores de estados-nações liberais como parte de um conjunto auto evidente de direitos emanados de Deus, simultâneos ao conceito de uma igualdade universal. 

Os Tradicionalistas adotam o que René Guénon chamou de “teoria da inversão” que é uma das características da era das trevas. “Tudo que você pensa que é bom, é ruim. Toda mudança que você considera progresso, na verdade, é regressão. Toda instância aparente de justiça, na verdade, é opressão” (p. 78). O sistema de valores do mundo moderno é, portanto, o oposto da verdade.

A este amplo quadro de crenças, se acrescentam, de acordo com diferentes matizes do Tradicionalismo, o racismo – a superioridade ariana – e a misogenia – os homens arianos constituem  a casta dominante da idade de ouro.

Os Tradicionalistas atuam através do que chamam de metapolitica, vale dizer, privilegiam o ativismo através da cultura – artes, entretenimento, espaços intelectuais, religião, educação – e não necessariamente através de instituições políticas tradicionais. “Se você consegue alterar a cultura de uma sociedade, você terá criado uma oportunidade política para você mesmo. Fracasse em conseguir isto e você não terá qualquer chance” (p. 61). 

Uma das manifestações concretas do Tradicionalismo – embora, por óbvio, ele não constitua sua única causa explicativa – é a ascenção ao poder de grupos políticos de extrema direita em diferentes partes do mundo, sobretudo a partir da eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, em 2016.

O leitor (a) deve estar se perguntando: de onde sai o dinheiro? quem financia os Tradicionalistas? Teitelbaum não está exatamente preocupado em esclarecer esta questão. Todavia, pelo menos no caso de Steve Bannon, a fonte é publica e conhecida. Nos meses em que o livro estava sendo escrito ele recebia 1 milhão de dólares/ano do bilionário dissidente e exilado chinês, Guo Wengui (p. 94).

O guru Tradicionalista brasileiro
Em pelo menos quatro dos 22 capítulos do War for Eternity (10, 13,14 e 20), Olavo de Carvalho é o personagem principal ou merece destaque. Estudioso da extrema direita, Teitelbaum se interessou por ele quando, na primeira manifestação pública do presidente eleito Jair Bolsonaro, através de uma “live” caseira, viu que haviam quatro livros estrategicamente colocados na mesa à sua frente: a Bíblia, a Constituição Brasileira de 1988, Memórias da Segunda Guerra Mundial de Winston Churchill e O Mínimo que você precisa saber para não ser um idiota de Olavo de Carvalho. O vínculo com Olavo de Carvalho foi confirmado publicamente quando, em 1º de maio de 2019, o governo Bolsonaro concedeu-lhe o mais alto grau da Ordem de Rio Branco, criada para "distinguir serviços meritórios e virtudes cívicas, estimular a prática de ações e feitos dignos de honrosa menção” (Cf. https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/05/bolsonaro-concede-a-olavo-de-carvalho-condecoracao-igual-a-de-mourao-e-moro.shtml ).

Comunista nos tempos de estudante, passou a se interessar por alquimia e astrologia, frequentando círculos ocultistas em São Paulo. Para a revista Planeta, “entrevistou extraterrestres e pessoas mortas” (p.129). Nesta época deu aulas de astrologia em livrarias e na PUC-SP. “Esoterismo era sua grande paixão” (p. 129). Desde a década de 70 ele tem contato com a obra de René Guénon, a quem considera “crazy”, mas julga que “escreveu muita coisa verdadeira” (p.169). Nos anos 80 esteve envolvido numa estranhíssima celebração Maryamiyya tariqa (uma ordem sufista), liderada por Frithjof Schuon que se considerava o herdeiro de René Guenon (pp. 129-136), em Bloomington, Indiana. Nesta época havia se convertido ao sufismo e se tornou muqaddam (facilitador) de uma tariqa em São Paulo. 

Olavo de Carvalho é um Tradicionalista “excêntrico” (p.128) à sua própria maneira, embora compartilhe pontos fundamentais com os pilares da doutrina. “Despreza a mídia e as universidades” (p.128). Acredita que “esquerdistas se infiltraram no sistema educacional brasileiro em preparação para uma revolução comunista” (p.168). Afirma literalmente: “se eu fosse mostrar a você fotografias das universidades brasileiras, você veria somente pessoas nus fazendo sexo. Eles vão para a universidade para fazer sexo e se você tenta pará-los eles se revoltam, começam a chorar, te veem como um opressor” (pp. 254-255). 

Ele se alinha totalmente com Steve Bannon “na condenação da China e na urgência de resistir à sua influência global” (p.166). Perguntado se temia a China ou o Islã, respondeu: “Eu acredito que a China é mais perigosa. Eles não têm um senso real de humanidade. Eles pensam que pessoas são coisas (...). Eles pensam que você pode substituir uma pessoa por outra. Eles não são boas pessoas” (p. 257).

Ao concluir sua análise sobre o debate público que Olavo de Carvalho travou com o Tradicionalista russo Aleksandr Dugin em 2011, Teitelbaum afirma: “O que, afinal, Olavo apoia? Primeiro e acima de tudo, cristãos de todos os países, Israel e nacionalistas conservadores americanos. Os hábitos sociais rurais dos americanos, em particular, parecem capturar alguma coisa sacrossanta para ele. Ele viu coesão crescente, caridade e voluntarismo quando o Estado se retirou da sociedade americana” (p. 182).

Desde 2005 morando numa zona rural do estado de Virgínia, nos Estados Unidos, agora católico – uma forma de intensificar sua oposição ao comunismo (p. 176) – Olavo de Carvalho passou a oferecer cursos pela internet (Youtube, Facebook) e pelo rádio. Obteve sucesso e “formou” vários quadros que hoje ocupam posições fundamentais no governo de Jair Bolsonaro: Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Abraham Weintraub (Educação) são apenas os mais conhecidos.

Tradicionalismo no Brasil
No capítulo final de War for Eternity, Teitelbaum observa: “Tradicionalismo em sua forma original não estimula preocupações com desigualdades e injustiças. Quando seu comando de arregimentar populações em torno de uma essência espiritual arcaica é combinado com uma ideologia que preserva sua própria versão apocalíptica – como o messianismo de cristãos evangélicos com a crença adicional de que a destruição terrena é necessária para uma utopia terrena, e não celestial – pode existir razão para alarme. Na verdade, para vários dos Tradicionalistas, esta filosofia oferece o pretexto não para a apatia (...) mas para seu exato oposto: a ação transformadora temerária na crença de que o mundo está prestes a mudar e, portanto, medidas audaciosas são justificadas. Tradicionalismo não vê razão para se subordinar à política” (pp. 280-281).
É neste contexto que se deve buscar a compreensão do que ocorre no Brasil de Bolsonaro. No caso específico da nomeação de Gerald Brant – empresário americano de extrema direita ligado a Steve Bannon – para conselheiro da política externa brasileira, há de se lembrar que o chanceler Ernesto Araujo discute Guénon e Evola fluentemente e que “mais do que o próprio Olavo, é um Tradicionalista” (p.165). No seu blog “Metapolítica 17 – Contra o Globalismo” (Cf. https://www.metapoliticabrasil.com/blog/ ) ele se apresenta: “Sou Ernesto Araújo. Tenho 28 anos de serviço público e sou também escritor. Quero ajudar o Brasil e o mundo a se libertarem da ideologia globalista. Globalismo é a globalização econômica que passou a ser pilotada pelo marxismo cultural. Essencialmente é um sistema anti-humano e anti-cristão. A fé em Cristo significa, hoje, lutar contra o globalismo, cujo objetivo último é romper a conexão entre Deus e o homem, tornado o homem escravo e Deus irrelevante. O projeto metapolítico significa, essencialmente, abrir-se para a presença de Deus na política e na história”

O Tradicionalismo, vale dizer, a extrema direita, assumiu o poder no Brasil.

[Brasília, 15 de junho de 2020]
Venício A. de Lima é Professor Emérito da UnB e Pesquisador Sênior do CEBRAP-UFMG

segunda-feira, 15 de junho de 2020

SindItamaraty em defesa do Itamaraty (pois é, onde está a ADB?) - Nota contra ingresso fora do quadro

SindItamaraty emite nota contra a admissão de quadros externos ao MRE:
Notícias
Nota Oficial
15 Junho 2020
O Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (Sinditamaraty) vem a público manifestar profunda preocupação com a eventual contratação de assessor fora dos quadros do MRE, conforme veiculado pela imprensa.
A admissão no Ministério das Relações Exteriores (MRE) de pessoas alheias às carreiras do Serviço Exterior Brasileiro (SEB) representaria atentado à própria política externa nacional, tradicionalmente formulada por quadros formados, treinados e qualificados nas melhores práticas de defesa dos interesses nacionais, em consonância com o papel do Brasil na comunidade internacional.
A preocupação com a eventual nomeação é agravada pelo risco de ver integrar em nosso foro elemento de dupla nacionalidade, notoriamente próximo ao governo estrangeiro, e, naturalmente, comprometido com interesses desvinculados dos nossos. A intenção de trazer alguém estranho aos quadros do MRE trai o propósito de contemplar interesses alheios aos objetivos do País.
É falaciosa a alegação de que tal nomeação poderia ser útil ao ministério ao trazer pessoas de perfil técnico: nossos quadros têm amplo conhecimento técnico nas mais diversas áreas e, além disso, contam sempre, nas negociações de escopo internacional, com profissionais igualmente experientes de outras instâncias do serviço público.
A medida tornaria vulnerável toda a política exterior do Brasil, ameaçando, pois, a independência e, ipso facto, a soberania nacional. A própria ideia desprestigia o Serviço Exterior Brasileiro e envergonha a tradição diplomática nacional. O intento conspurcaria a direção da política externa brasileira, com vício de desvio de finalidade.
Tendo em vista a instabilidade e a apreensão que uma notícia dessa natureza carrega para o ambiente profissional, o Sinditamaraty convida o ministro Ernesto Araújo a reiterar publicamente que se mantêm idênticos os parâmetros de nomeação para cargos em comissão e funções de chefia no MRE, assim como o fez em janeiro de 2019.
O Sindicato segue mobilizado em sua defesa da profissionalização dos quadros do Itamaraty, com a necessária especialização e modernização nas melhores práticas profissionais.
A entidade permanece alerta na prevenção de medidas que possam ameaçar as conquistas obtidas e pugna pela prevalência dos interesses do Brasil.

A imagem censurada que envergonha o poder - Aroeira

Lembro-me de caricaturas horríveis de personagens políticos do mais alto nível: por exemplo, Temer como vampiro, Rodrigo Maia com focinho de porco, uma deputada retratada como Pepa Pig, e coisas assim. Quem é político trm de se acostumar com essas coisas. Algum motivo deve existir para o presidente ser retratado assim: ele recomendou que seus asseclas invadissem hospitais e UTIs. Merece...
PS: A IMAGEM NÃO APARECE no Facebook, provavelmente por algum tipo de censura demandada pelo Ministro da Justiça contra essa ferramenta.