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sábado, 8 de julho de 2006

574) Shadow cabinet: ministro extraordinario (ou paralelo?) para assuntos aleatorios externos?

Recebido de um amigo (que por sua vez recebeu de alguém que leu no site informativo Vide Versus, de Porto Alegre), que é responsável pelo comentário abaixo:

REPASSANDO NOTÍCIA RECEBIDA QUE, PARA GENTE QUE ACOMPANHA O NOTICIÁRIO E RACIOCINA, DISPENSA COMENTÁRIOS.

QUE BRASIL É ESTE?
Folha descobre que José Dirceu foi negociar com a Bolívia em nome do governo Lula

A edição dessa quinta-feira (6 de julho de 2006) do jornal Folha de São Paulo tem matéria revelando que o ex-ministro chefe da Casa Civil da Presidência da República, deputado federal cassado José Dirceu, fora do governo desde 16 de junho do ano passado, manteve encontros políticos na Bolívia em abril passado, agindo na condição de emissário do governo Lula e tratando do tema da nacionalização do gás e do petróleo bolivianos. José Dirceu esteve em La Paz nos dias 23 e 24 de abril, quando a Bolívia vivia a expectativa do anúncio da nacionalização dos hidrocarbonetos.

O decreto foi assinado no dia 1º de maio, pelo presidente Evo Morales, e afetou as operações da Petrobras na Bolívia, que foi expropriada de seu patrimônio. A Folha apurou que José Dirceu manteve ao menos dois compromissos no dia 23, um domingo: com Evo Morales, no Palácio de Governo (a agenda presidencial registra o encontro às 15h30 e tem a anotação "alto dirigente do PT), e uma reunião com seis parlamentares do "Podemos" (Poder Democrático e Social), o principal partido de oposição.
Nessa reunião, José Dirceu disse que havia chegado à Bolívia em um vôo particular. A Folha apurou que a viagem entre São Paulo e La Paz foi feita em um jatinho pertencente à empresa MMX, do empresário Eike Batista, o qual é proprietário da EBX, siderúrgica instalada parcialmente em Puerto Quijarro, a 15 quilômetros de Corumbá (MS), e que terminou proibida de operar no país pelo governo Morales, sob acusação de ter começado a ser construída sem licença ambiental. Eike Batista anunciou a saída da EBX da Bolívia dois dias depois da visita de José Dirceu, em 25 de abril.
No dia 23 de abril, conforme registro do Aeroporto Internacional de El Alto, o único vôo privado originário do Brasil chegou a La Paz às 12h38 locais, proveniente do aeroporto de Guarulhos. O avião, um jato Cessna Citation 7, prefixo PTOVU, levantou vôo no dia seguinte, às 21h47, e voltou a Guarulhos, tendo feito uma escala em Santa Cruz de la Sierra.
"Ele não veio tratar de negócios, não veio fazer turismo, não veio por motivos particulares. Ele veio tratar de temas bilaterais entre os governos do Brasil e da Bolívia", afirmou um dos parlamentares do "Podemos" presentes ao encontro, sob a condição do anonimato: "Não sei se usou estas palavras, mas veio definitivamente em nome do governo do Brasil".
Conforme o relato desse parlamentar da oposição, José Dirceu contou que foi recebido no aeroporto por representantes do governo. Dali, foi levado à comunidade de Achocalla, na mesma região do aeroporto, onde participou de cerimônia de boas-vindas da etnia aimará, à qual pertence Evo Morales.
Para os parlamentares oposicionistas do "Podemos", José Dirceu não mencionou o encontro com o presidente Evo Morales, mas disse que jantaria com membros da cúpula do governo e que um dos temas principais era o projeto de nacionalização. Segundo o parlamentar, Dirceu não mencionou a EBX durante a conversa. O encontro de José Dirceu com a oposição durou duas horas e começou por volta das 17 horas.
O local foi a casa do suplente de senador Andrés Fermín Heredia Guzmán, do departamento fronteiriço de Pando. José Dirceu falou sobre a relação entre Lula e Morales, as eleições no Brasil e ouviu relatos de preocupação sobre a ingerência do presidente venezuelano, Hugo Chávez, na Bolívia.
Disse o mesmo parlamentar: "Foi uma conversa muito cortada, ele tinha dois celulares que não paravam de tocar". Mas, o assunto principal de José Dirceu foi a expectativa em torno da nacionalização dos hidrocarbonetos. Ele avaliou (de maneira completamente errada, como hoje se sabe) que não haveria ações duras contra o Brasil por causa das boas relações entre Lula e Morales: "O José Dirceu disse acreditar que, sob nenhuma hipótese, haveria medidas contra os interesses do Brasil. Mas, disse também que, se Evo se porta mal, nós vamos embora. Assim mesmo, em português".

http://www.videversus.com.br/index.asp?SECAO=76&SUBSECAO=0&EDITORIA=1452

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Da coluna diária do Cesar Maia, em 7 de julho de 2006:

O QUE FOI FAZER?
Folha de SP

Dirceu não revela o que foi fazer na Bolívia Em nota, ex-ministro nega ter encontrado Evo Morales e diz que "atividades profissionais" o levaram ao país vizinho em abril Empresa de Eike Batista confirma ser dona de jato que levou petista a La Paz, mas não afirma se ele estava representando o empresário Em nota divulgada ontem, o x-ministro da Casa Civil José Dirceu disse ter desempenhado "atividades profissionais" na viagem que fez entre 23 e 24 de abril último a La Paz, na Bolívia, mas não explicou para quem trabalhava e qual o objetivo da viagem. Dirceu revelou ter feito outras viagens "de caráter profissional" para os Estados Unidos e o México -também sem revelar os clientes.
A Folha revelou ontem que, em La Paz, Dirceu manteve encontros com o presidente Evo Morales e com parlamentares da oposição para discutir a crise dos combustíveis - dias depois, em 1º de maio, Morales decretaria a nacionalização do gás e do petróleo bolivianos.