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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Politica Nuclear do Iran (10): Russia coloca os pontos nos "iis"

Bem, é direito da Rússia defender sua política externa, mesmo mandando um assessor menor -- um sub do sub, diria alguém -- corrigir e dar lição ao presidente de um país supostamente aliado e cliente.
Mas eu só quero destacar uma frase do sub em questão, quando ele se refere à "grande Rússia", o que nos remete ao Império czarista do século 19, expansionista não apenas em direção à Sibéria e ao Pacífico, mas também em direção dos mares quentes do Sul, o que passava pela Pérsia, pelo Afeganistão, pela Turquia...

Rússia recomenda ao Irã que pare com "demagogia política"
Reuters, 26.05.2010

MOSCOU (Reuters) - O assessor chefe de política externa do Kremlin disse na quarta-feira ao presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que deve abster-se de fazer "demagogia política", depois de Teerã ter criticado a Rússia por apoiar novas sanções contra o Irã.

O desentendimento público se deu depois de Ahmadinejad ter repreendido a Rússia por ceder à pressão dos EUA pela adoção de novas sanções contra Teerã e ter aconselhado o chefe do Kremlin, Dmitri Medvedev, a ser mais cauteloso.

Mas o assessor chefe de política externa de Medvedev, Sergei Prikhodko, fez pouco caso da crítica, dizendo que a Rússia não é nem pró-EUA nem pró-Irã e que a política de Moscou é regida pelos interesses nacionais russos.

"Nunca ninguém conseguiu preservar sua autoridade recorrendo a demagogia política", disse Prikhodko em comunicado. "Estou convencido disso. A própria história de mil anos do Irã é prova disso."

"A Federação Russa é regida por seus próprios interesses de Estado de longo prazo. Nossa posição é russa: ela reflete os interesses de todos os povos da grande Rússia e não pode ser nem pró-americana nem pró-iraniana."

Em uma repreensão clara à República Islâmica por não ter acalmado os receios suscitados por seu programa nuclear, Prikhodko disse que a Rússia não pode aceitar incoerência e falta de transparência na resolução de questões mundiais de grande importância.

"Qualquer imprevisibilidade, qualquer extremismo político, ausência de transparência ou incoerência na tomada de decisões que afetam e dizem respeito a toda a comunidade mundial é inaceitável por nós", disse ele.

"Seria bom que aqueles que hoje falam em nome do sábio povo do Irã... tomassem nota disso", afirmou Prikhodko.

(Reportagem de Denis Dyomkin)

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