Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Acabou o pais de todos? (perguntar ofende, ao que parece...)
BRASIL, um país de todos
Agora parece que virou:
País Rico é País sem Pobreza
Parece que perderam a imaginação também.
Eu realmente gostaria de encontrar o gênio do marketing que encontrou, bolou, tropeçou nesse slogan tão imaginativo, tão criativo, tão diferente, tão longe do banal e do esperado, tão tautológico, tão idiota...
2 comentários:
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PRA, eu discordo de você. Acho que o slogan novo leva implícita a idéia de que esse país não é rico ainda, o que é uma observação bastante conveniente em um momento em que se vive uma euforia consumista. Ele coloca o combate à pobreza como prioridade, como meta a ser alcançada por todos, sem recorrer a ufanismos e megalomanias. É bem mais realista que o anterior sem, contudo, ser despretensioso. Um abs pra vc, parabéns pelo site.
ResponderExcluir" O MEDO DE PARECER IDIOTA
ResponderExcluir(Ontem, alíás, anteontem, escrevi:-"O povo desconfia do que entende" etc. etc. Pois bem:- e saiu assim:-"O povo desconfia do que NÃO entende". Novamente fui dominado por uma dessas fúrias sagradas e inúteis. A minha vontade foi sair de porta em porta, de errata em punho, aos berros:-"Eu disse 'desconfia do que entende!'". Mas logo desisti de qualquer protesto ou correção. Por trás da frase alterada estava meu velho e imortal conhecido:-o erro de revisão. Sim, o erro de revisão é um poder mais alto do que o próprio dono do jornal.)
Desdobro o paraêntese:-disse "erro de revisão" e já não sei se foi mesmo erro de revisão. Talvez tenha sido um estilista. O "copydesk" emprega, de vez em quando, um Flaubert. Estou imaginando a cena. O Flaubert do "copydesk" apanha o meu original e começa a ler. E, quando digo eu que o povo "desconfia do que entende", o estilista põe fogo pelas ventas. Apanha o lápis vermelho (porque o vermelho é a cor mais enfática) e troca o sentido de tudo. O povo passa a desconfiar do que NÃO entende. E o simples e fulminante NÃO, posto na frase, transfigura o "copydesk". Ele arqueja como quem acaba de escrever "Salambô".
(...)Primeiro, gostaria de dizer duas palavras sobre o intelectual subdesenvolvido. O que o caracteriza, acima de tudo, é o pânico de parecer imbecil. O europeu, não. E já cito um nome que está acima de qualquer dúvida ou sofisma:-Jean-Paul Sartre.
Há quem o considere "a maior cabeça do mundo"(realmente, Sartre tem inspirado algumas das mais abjetas admirações do nosso tempo). Eis o que eu queria dizer:-como todo grande espirito, ele não tem medo nenhum de ser imbecil.SABE QUE O IDIOTA É TAMBEM UMA DIMENSÃO DO GÊNIO.
Ainda recentemente foi à África. Ao voltar, um repórter perguntou-lhe:-"Que me diz o senhor da literatura africana?".
Sartre responde na hora:-"Muito mais importante do que toda a literatura africana é a fome de uma criancinha". Disse isso e ainda lhe pingou um ponto de exclamação. Resposta exemplarmente idiota. E eu, lendo a entrevista do mestre, quebrava a cabeça. Quem, além de Sartre, podia falar assim? Eis o que me perguntava:-quem? E, súbito, ocorreu-me o nome certo:-Luvizaro.
Luvizaro, na Rocinha, cavando votos, diria a mesmíssima coisa, sem lhe retirar uma vírgula. E como se explica que um gênio assim se comporte? Por isso mesmo, porque é gênio, e repito:-O GÊNIO TEM POR VEZES A NOSTALGIA DO IMBECIL. Mas essa imbecilidade não seria possível no intelectual brasileiro. AQUI, A INTELIGÊNCIA NÂO ACEITA NENHUM RISCO, JAMAIS.(...)"
*Nelson Rorigues
"País Rico é País sem Pobreza"(!)
..é o "óbvio ululante"...Oops!...perdão a Sra."Presidenta"...!
Vale!