Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
sexta-feira, 25 de março de 2011
Quero ser um asinino, um bovino, um ovino, um muar, peloamodeDeus...
É que simplesmente descobri que medicamentos e drogas para animais, enfim, animais amigos dos homens, com interesse comercial, pagam menos impostos do que remédios para seres humanos.
Como são bonzinhos com os animais essas autoridades tributárias: cobram só 13% de impostos nos medicamentos para nossos amigos os animais.
De nós sabem quanto eles cobram?: 33,9% !!!
Ou seja, mais de um terço do preço que pagamos por remédios, feitos supostamente para salvar nossas vidas, vai para o governo, sócio voluntário (eu até diria criminoso) de nossas doenças, pois ele poderia pelo menos nos deixar comprar mais remédios se o preço fosse mais abordável.
E sabem quanto são os impostos sobre medicamentos no resto do mundo?: 6,3% na média.
Mas tem países em que se paga 0%, como no Canadá, ou aqui na vizinha Colômbia.
Faz sentido: se é para ajudar-nos em horas difíceis, não faz sentido cobrar impostos sobre produtos tão importantes.
A menos que o governo, para nos ajudar, não quer que fiquemos doentes, pois se ficarmos será pior para nós, claro (sobretudo tendo de pagar esses preços extorsivos dos remédios no Brasil).
Aliás, em várias matérias que eu leio, ouço ou vejo na imprensa e nos meios de comunicação, sobre fraudes fiscais no Brasil -- e elas são numerosas, como vocês sabem -- eu sempre ouço ou leio uma frase típica, quando a Polícia Federal consegue botar a mão (as algemas também, se supõe) sobre os meliantes, trapaceiros, fraudadores fiscais:
" -- Esta evasão fiscal provocou uma perda de R$ xxxx.xxxx (milhões) para a Receita Federal..."
Nunca, jamais ouvi alguém dizer uma frase deste tipo:
"A Receita Federal (ou o Estado) provocou uma extorsão de milhões de reais para o bolso dos consumidores brasileiros..."
Pois esta é a realidade: por que existe tanto contrabando, tanta fraude, tanta evasão fiscal no Brasil? Por que tantos "roubam" a Receita?
Porque simplesmente o governo pratica a mais insidiosa extração fiscal de que se tem notícia em países do porte do nosso...
Pois bem, voltando ao que nos interessa antes que a vaca tussa (desculpem a piadinha, mas ela me parece bem apropriada ao nosso assunto), eu quero ser um boi, um burro, um carneiro, enfim, qualquer um desses animais que só "pagam" 13% de impostos, não os 33,9% que a Receita me extrai cada vez que vou à farmácia.
Enfim, com todos esses impostos -- que aliás são cobrados insidiosamente, com a tal de "substituição tributária", que significa que o industrial já recolheu o imposto para o Estado na saída da fábrica, antes mesmo de receber o pagamento pelo remédio "vendido" aos distribuidores; e se não vender? -- representam uma arrecadação para o governo de R$ 9 bilhões, sobre os R$ 30 bilhões anuais que representa o mercado de remédios no Brasil.
Querem saber quanto o governo gasta com remédios que ele compra todo ano para abastecer o Sistema Único de Saúde?
R$ 5 bilhões!!
Ou seja, o governo (que não cobra imposto dele mesmo) ainda embolsa R$ 4 bilhões às nossas custas, ou às custas de nossas doenças...
Eta governicho explorador da miséria alheia...
Eu desejo que ele morra de tuberculose...
Paulo Roberto de Almeida
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