O século XX foi o século das ideologias -- nacionalismo, fascismo, comunismo -- e dos horrores provocados por elas: várias guerras, muitos gulags, dezenas, talvez centenas de milhões de mortos, apenas um função das ideologias.
Milovan Djilas foi um homem que reconheceu desde cedo, e logo sofreu, o poder devastador de certas ideologias.
Minha homenagem a ele, mediante a simples transcrição do que a Wikipédia traz sobre ele.
Mas o verbete em inglês é muito mais completo do que a versão abreviada abaixo, em Português. Veja a versão em inglês neste link.
Paulo Roberto de Almeida
Milovan Djilas
Até 1953, foi vice-presidente da Iugoslávia e presidente da Assembléia Nacional. Foi amplamente considerado como eventual sucessor natural de Tito e estava prestes a se tornar presidente da Iugoslávia em 1954. No entanto, desde outubro de 1953 até janeiro de 1954, escreveu dezenove artigos para o jornal Borba ("A Luta"), no qual exigia mais democracia no partido e no país.
Tito e os outros líderes comunistas viram seus argumentos como uma ameaça para a estabilidade da nação, e, em janeiro de 1954, Đilas foi expulso do governo e despojado de todas as posições do partido por suas críticas. Desligou-se do do Partido Comunista logo depois. Em dezembro de 1954, deu uma entrevista ao New York Times na qual disse que a Iugoslávia era governada por "reacionários". Por isto, foi levado a julgamento e condenado.
Em 1956, Đilas foi preso por seus escritos e pelo seu apoio à Revolução Húngara, acabando condenado a nove anos de prisão. Embora preso, Đilas traduziu a obra de John Milton:Paraíso Perdido para o Servo-croata. Em 1957 Đilas publicou a sua obra mais famosa: A Nova Classe, uma análise profunda do sistema comunista, em que afirmava que o comunismo naEuropa do Leste não era igualitário e que estabelecera uma "nova classe" privilegiada do partido da burocracia, que gozava de benefícios materiais a partir de suas posições. Após a publicação desta obra no Ocidente, sua sentença foi aumentada.
Em Terra sem justiça (1959), expôs as condições em que vivia Montenegro antes da revolução, a obra provocou o movimento comunista, e foi Đilas preso novamente. Suas Conversações com Stálin (1962) lhe custaram outros quatro anos de cárcere. Foi anistiado em 1966, continuou escrevendo e publicando. Entre seus livros, destacam-se suas Memórias (1958-1973); A Sociedade Imperfeita (1969); biografia de Tito (1980) e O discípulo e o herege (1989).
Milovan Đilas foi considerado o inspirador de Mikhail Voslenski, que editou em 1970 uma obra sobre a Nomenklatura: "A nomenklatura, os privilegiados na União Soviética".
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
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