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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Ministro extraordinario para assuntos ordinarios: ganhando uma aposta contra mim mesmo...

No dia 22 de maio último eu postava o que vai abaixo, e dava dois meses para um desenlace fatal.
Ou seja, em 22 de julho de 2011, o ministro em questão já deveria ter pulado fora do governo, ou ter sido defenestrado, à escolha de quem decide.
Acho que ganhei, não é mesmo?
Mas nem sempre pelas boas formas: eu me surpreendi (e continuo achando altamente ofensivo para a dignidade de qualquer sociedade normal) que um funcionário envolvido em atos questionáveis seja "despedido" com "honras de chefe de Estado", o que só se vê em democracias ordinárias...
O mais curioso é que o governo não aprende: continua defendendo o segredo nos assuntos públicos, o que não é apenas inconstitucional, como altamente imoral.
O governo também continua defendendo o segredo eternos em papéis do Estado, o que também é inconstitucional, ilegal e altamente imoral.
Qual o governo decente que seria capaz de exibir tais posições impunemente?
Obviamente um que dispõe de um congresso servil e totalmente dependente dos favores do governo.
Paulo Roberto de Almeida

DOMINGO, 22 DE MAIO DE 2011
Dois meses para o ministro cair, estaria bem assim?

Acho dois meses, muito tempo, pois em qualquer democracia respeitável, digna desse nome, o próprio envolvido em falcatruas, fraudes, mentiras, roubos e atos venais, já teria apresentado sua renúncia de imediato, ou sido despedido também de imediato pelo chefe de Estado (que não o fez) ou pelo chefe de governo (que parece que é ele mesmo).
Em qualquer regime parlamentar normal, ele já teria sido convocado (não convidado, convocado), para se explicar no banco dos acusados, e teria sido submetido a uma inquirição em regra.
Em qualquer regime político normal, o parlamento já teria agido para obter esclarecimentos.
Em qualquer país normal, as autoridades financeiras, de corregedoria, policiais e até associações classistas (no caso, a OAB), já teriam pedido um inquérito policial.
No Brasil, obviamente, nada disso acontece, pois venais existem em todas as partes.
Esse é o Brasil...
Só para concluir: o título deste post, ao que parece, não tem nada a ver com a realidade. Só uma aposta pessoal, ou seja, contra mim mesmo. Sendo assim, em 22 de julho de 2011, o ministro em questão estará fora do governo. Vou marcar na minha agenda, e voltarei ao contato naquela data.
Paulo Roberto de Almeida

CASO FRANCENILDO
Palocci levou dossiê pessoalmente, diz ex-diretor da Globo
Opinião e Notícia, 22/05/2011

Em 2009, Palocci foi inocentado de ter quebrado sigilo bancário, e a culpa recaiu sobre seu assessor de imprensa e o presidente da Caixa
O atual ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, levou pessoalmente o dossiê do caso Francenildo à família Marinho, informou o ex-diretor editorial da Globo, Paulo Nogueira.

“Foi o Palocci quem passou para nós o dossiê calunioso. Palocci foi quem fez chegar a nós, na redação da Época, informações que supostamente desqualificariam um caseiro de Brasília que dissera que ele frequentava uma mansão pouco recomendável quando ele era ministro da Fazenda”, explica Nogueira.

Em 2009, Palocci foi inocentado de ter quebrado o sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. Na ocasião, os dados da conta do caseiro foram publicados na revista Época, e revelavam até que ele recebia depósitos no valor de R$ 24 mil de seu pai biológico, que tentava encerrar uma ação de reconhecimento de paternidade.

Com a absolvição de Palocci, a culpa recaiu sobre dois outros réus: seu assessor de imprensa, Marcelo Netto, e o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso.

Paulo Nogueira, no entanto, afirma que Época não se envolveu nessa operação totalmente ciente da fraude. “Imaginávamos, ao publicar a história, que de fato tinham sido feitos depósitos na conta do caseiro. Logo ficou claro que não. Também ficou clara em pouco tempo a desfaçatez de Palocci ao dizer que não fizera o que fez”.

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