Como o Ricardo Piccoli se engana de interlocutor, não me cabe responder em nome de outrem.
Sugiro apenas que ele:
1) Compre um óculos de grau, pois deve ter algum problema de miopia;
2) Leia com atenção o que pretende criticar, o que ele não parece ter feito, sequer no título e no autor em destacado, que transcrevo aqui para seu esclarecimento e iluminação:
O Mito do Protecionismo Esclarecido
Rodrigo Constantino
3) Tente formular ideias com um pouco mais de clareza, coerência e ordem no pensamento, pois não consigo entender qual é o seu ponto, exatamente, ao defender Ha-Joon Chang (que poucos acadêmicos ingleses ou americanos levam a sério), sem articular corretamente seus muitos conceitos e teorias.
4) Cresça mais um pouco, para ser menos afoito em distribuir lições confusas de história econômica; manifestamente ele não conhece a história do desenvolvimento alemão ou americano, ou da própria Coreia, mas pretende criticar Adam Smith.
5) Não misture alhos com bugalhos...
Paulo Roberto de Almeida
On Dec 28, 2012, at 08:59 PM, Ricardo Piccoli <piccoli@xxxxxxx.xxx> wrote:
Li no blog do seguinte endereço: http://praresenhas.blogspot.com.br/2009/02/218-desconstruindo-ha-joon-chang-um.html, de 28 Fevereiro de 2009, sua crítica titulada “Desconstruindo Ha-Joon Chang, um samaritano simplesmente equivocado”, escrito por sua pessoa. Já faz quase 4 anos que foi escrito. Não sei se mudaste de ideia, mas, como ainda está lá, criticá-lo-ei.A despeito do teu extenso currículo, o qual demonstra que és uma pessoa inteligente, tua análise do Chang é pobre e eivada de maus juízos de valores. Desculpe-me, serei direto e franco, sem misericórdia. Nesse quesito, farei uso de uma lógica quase Calvinista e Malthusiana. Por outro lado, já seguindo uma lógica dialética, considero que até uma pessoa inteligente pode se deixar cegar por ideologias defendidas com arraigada paixão. Parece ser esse o teu caso.No início, utilizas uma pobreza de juízo de valores ao “acusar” (e antes que reclames que é “fato”m a tua colocação tem “cheiro” de acusação) Bresser Pereira de ser o ministro do congelamento da era Sarney. Ora, Senhor Paulo Roberto, tu mesmo sabes que o Bresser Pereira é muito mais do que isso. Seja inteligente na tua crítica. Não diminua o argumento contrário, para engrandecer o teu. E, sempre, lembre-se do seguinte ditado, dito por Vitor Hugo: “palavras amargas indicam causa fraca”. Essa é minha contribuição inicial à tua análise. Aproveite as próximas.PrimeiroVou começar por List (Friedrich List) e não por Chang. Tu enxergas List apenas como mercantilista e reduz a importância dele a esse fato (bastante discutível, por sinal). Em poucas palavras, List nunca foi um teórico da economia como Smith, Marthus, Ricardo, Marx, Mill e outros tantos. Talvez esteja mais próximo de Schumpeter no estilo “mais focado”. List nunca quis fazer teoria econômica. O que ele estudava era o seguinte: POR QUE ALGUMAS NAÇÕES SE DESENVOLVEM E OUTRAS NÃO? Respondido isso (ou encontrada uma ideia sobre isso), dedicou-se à próxima questão: O QUE A ALEMANHA TEM QUE FAZER PARA RECUPERAR SEU ATRASO?Ou seja, List nunca quis fazer nenhuma teoria e buscar algumas verdades universais (de maneiras a contribuir com a ciência) sobre a Economia. Ele buscou a realidade da Alemanha e a ela se dedicou. Assim, defendeu o protecionismo (que os Ingleses fizeram muito, que a Europa faz muito e que os EUA, disfarçadamente, também faz); defendeu o mercantilismo ou a exploração das colônias ou outros países menos avançados (ou seja, tudo que os países centrais fazem) e uma política voltada ao crescimento da indústria em detrimento dos atrasos de um país agrário e sem classe média (os milicos alemães criaram uma classe média “a porrete” e induziram a Aelmanha à modernidade)E, adivinha o que aconteceu: A ALEMANHA SE TORNOU A POTÊNCIA EUROPÉIA QUE FOI DESTRUÍDA DUAS VEZES E CONTINUA NADANDO DE BRAÇADA NA ECONOMIA MUNDIAL.Entende, agora, porque o Chang “segue” o List? Com esse entendimento, tens ideia, ainda, de continuar fazendo essa crítica mesquinha e infantil ao List e ao Chang? Entenda um pouco mais de história econômica e do pensamento econômico e extrairás melhores resultados das tuas leituras. Essa é a segunda contribuição. Enjoy it.SegundoChang (ou List) nunca diz que “a privatização, a redução da burocracia, um Banco Central menos politizado, a meta de inflação, a abertura comercial e o equilíbrio orçamentário do governo seriam medidas prejudiciais aos países pobres”.Primeiramente, há que se avaliar cada um desses itens. Avalie cada variável individualmente, à moda Ricardiana (ou cartesiana, de Renè Descartes). Vá ao individual e, depois, volte ao todo (à moda Marxista).Privatizações podem ser interessantes, desde que se tenha um horizonte bem claro da economia, tanto ao nível de maturidade de investimento como em prioridade e foco desenvolvimento. Possível isso em países com pouca cultura e em baixo estágio de desenvolvimento (econômico, cultural, social, intitucional)?Redução da burocracia, Banco Central menos politizado e uma certa dose de controle na meta de inflação é de interesse de todos. Mas, dialeticamente falando, depende do contexto de cada economia. Como sair-se com uma receita (de bolo?) preparada para cada sociedade, independente do seu estágio de desenvolvimento? Oooops... não vais dizer que o que é bom pros EUA é bom pro Brasil, não é?Abertura comercial deve vir na esteira de uma análise da maturidade da economia doméstica. Equilíbrio orçamentário tem que ser precedido por uma avaliação das condições de investimento e da demanda, à moda Keynesiana, da economia doméstica.Por favor, leia mais sobre isso. E, principalmente, não empobreça tua análise ao jogar variáveis e dados sem se dar ao trabalho de avaliar.TerceiroVeja essa passagem de tua análise, corroborando minha pecha de que tua análise é pobre e infantil:O desenvolvimentismo de Chang é muito similar ao nacionalismo de List,economista que representava o oposto daquilo que Adam Smith defendia. Contra a “mão invisível” do mercado, seria necessária a “mão benevolente” do governo. O protecionismo de Chang é o mercantilismo com um véu novo. Retirando o eufemismo, resta o velho dirigismo estatal, a crença de que o Estado deve assumir a locomotiva do desenvolvimento econômico.Friedrich List já dizia que somente onde o interesse dos indivíduos estivesse subordinado ao da nação, haveria desenvolvimento decente. A nação era vista como um ente concreto, com desejos e interesses, que justificavam inclusive o sacrifício dos indivíduos. Quem saberia dizer quais os verdadeiros interesses da nação? Com certeza, os “sábios”, entre eles List. A glória futura da nação valeria mais que tudo. Nesse aspecto ao menos, Hitler não foi
muito criativo.Em primeiro lugar, acrescentar Hitler à tua análise (mesmo que queiras aproveitar o mote dos “interesses da nação”) é infantil e tendencioso. Muito pobre para uma pessoa inteligente (que é diplomata, por sinal) como tu. Certo?Na continuação, a defesa neoliberal e a mão-invisível do Adam Smith só existem nos contos da carochinha (ou no Instituto Von Mises) e na tua cabeça. Acorde, pois tua dose de Rohypnol foi forte. Observe que os interesses da nação sempre foram fortes nos países mais liberais (que tu mesmo conheces), como EUA e UK. Onde está o mérito de tua análise?Bom, o resto da tua análise está pior ainda, com passagens acusativas ao marxismo e outros pontos de vista pobres. Porém, não farei a crítica hoje. Se responderes a esse e-mail, voltarei a ensinar a esse “Doutor em Ciências Sociais” e “Mestre em Planejamento Econômico” a fazer uma melhor análise da História Econômica e uma melhor avaliação do Pensamento Econômico. Assim, clareando um pouco mais sua ideologia neoliberal, distorcida e tendenciosa. Não creio.....HastaRicardo Piccoli
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