OK, o título do post não é o do editorial do Estadão, esse jornalão reacionário do PIG, como gostam de dizer os petralhas estupradores. Ele é meu, mas é o que se pode deduzir da trajetória desse partido neobolchevique que pretende se eternizar no poder não pelos meios legítimos do voto livre, mas pela manipulação das consciências, pela compra das vontades, pela prostituição das instituições, por toda sorte de falcatruas e trapaças nas quais eles são expertos confirmados.
O Estadão escreve que o governo do PT "
Despolitizou o Parlamento". Não é bem verdade. O Parlamento continua a fazer política, ainda que seja a política da chantagem recíproca. O executivo compra nacos inteiros do parlamento, bancadas completas, e os parlamentares chantageiam o governo, só votando depois de novos pagamentos. Quanto mais venal for o político, melhor para a dominação dos neobolcheviques, como demonstram as presidências respectivas da representação (des)proporcional e dos entes federados.
Tudo isso em face de uma oposição amorfa, anêmica, desorientada, passiva, medíocre, incompetente e, provavelmente também, de rabo preso em práticas similares, quando não semelhantes de venalidade política.
O que falta, na verdade, às oposições e também à maior parte dos partidos da base governista é a organização bolchevique do PT, o sentido de disciplina cega, os métodos stalinistas, o uso deliberado da fraude, da mentira e de manipulações escusas para comprar apoios, silenciar aliados e impor sua vontade sobre a nação.
Só que eles não conseguiram entregar o que mentirosamente prometiam.
Eles, na verdade, são totalmente incompetentes para dirigir um governo, quanto mais uma nação; só conseguem dirigir o PT pelo uso dos métodos stalinistas acima descritos.
Começaram mentindo sobre o neoliberalismo e a "herança maldita" e roubando o software do governo anterior, já que não tinham nada, absolutamente nada, para governar economicamente o Brasil. O que tentaram fazer, no plano econômico ou administrativo, foi um fracasso completo. Só tiveram sucesso na ampliação do assistencialismo porque simplesmente unificaram e ampliaram, à desmesura, programas existentes, criados pelo governo anterior. Claro, aparelharam todo o Estado, cada uma das agências públicas (e criaram dezenas de novas), com milhares de seus militantes de base -- não os universitários gramscianos, pois estes ainda possuem alguns neurônios e poderiam não se revelar confiáveis -- e com mercenários a soldo (alguns dos quais aqui comparecem para me ofender anonimamente, pensando que me intimidam).
Continuaram, justamente, pela compra do parlamento, dos partidos, dos movimentos (ditos) populares, das ONGs (todos eles, na verdade, aparelhados e comprados com o dinheiro público). Extorquiram empresas, seduzidas com projetos, e autorizadas a superfaturar. No meio de tudo isso, claro que existem os que fazem negócios para si próprios, mas o partido neobolchevique prefere que se mantenham limites, sob risco de derrapagem (como o demonstram os casos de Campinas e Santo André).
Ou seja, fizeram de tudo para consolidar o seu poder. Só não tinham competência para governar.
Chega um momento em que a população se cansa de pagar e não receber. Mas mesmo no meio das manifestações de descontentamento, o partido dos neobolcheviques tenta desviar tudo isso a seu favor, e aproveitam para propor, como único polo organizado da política brasileira, a sua própria agenda de "reformas", como forma de fazer no meio da confusão aquilo que não conseguiram fazer no processo político normal (já deformado por suas práticas).
É isso que eu chamo de estupro político do Brasil.
Como vêem, eu sou muito mais direto do que o Estadão, que talvez não se permita usar palavras mais fortes.
Como eu nunca escondo o que penso, à diferença de certas pessoas que esperam não ser hostilizadas, eu digo aquilo que vejo, apenas isto.
Segue também um artigo de Merval Pereira, sobre o golpe que o PT pretende aplicar no país, contra o país...
Paulo Roberto de Almeida
A política nas ruas
Editorial O Estado de S.Paulo, 30/06/2013
As manifestações populares que tomaram as ruas nas últimas semanas, entre os resultados concretos que já produziram - como a redução das tarifas dos transportes - e outros que certamente ainda provocarão, colocam a nu a monumental realização de Lula e do PT em pouco mais de dez anos no poder: a debilitação, quase a anulação, do debate político em seu maior foro institucional, o Parlamento.
Na falta de quem exprimisse seus anseios e necessidades mais prementes - captá-los e processá-los é função dos políticos, numa democracia representativa -, o cidadão saiu às ruas para dizer ele próprio o que pensa e o que quer do governo. É simples assim. Menos mal, é claro, que vivemos num país em que o cidadão tem a liberdade de sair às ruas para se manifestar. Mas é muito ruim que seja forçado a esse exercício democrático porque se cansou de ver obstruídos os canais institucionais que, por definição, existem para representá-lo.
Esse gravíssimo sintoma do mau funcionamento do sistema democrático só pode ser debitado na conta de quem tem a responsabilidade de manejá-lo: o governo.
E o simples fato de o governo ter sido constrangido a vir a público para admitir que o coro das ruas tem razão e para anunciar providências emergenciais para atendê-lo leva à inescapável conclusão: se o governo tivesse tido a competência de fazer antes, no tempo certo, o que está tentando fazer agora, sob a pressão do clamor popular, os brasileiros estariam hoje celebrando em paz o país de sonho que o PT prometeu e não entregou.
O fato é que o lulopetismo, do alto de sua soberba, messiânico e populista, a partir de 2003 tomou enorme gosto pelo poder e passou a cultivar a obsessão de nele se perpetuar. Uma ambição até legítima, se sustentada de forma genuinamente democrática.
Mas está longe de ser democrático quem sustenta seu poder - para ficarmos apenas no caso do Congresso Nacional - por meio da subjugação das instituições, exatamente aquelas que têm a missão constitucional de representar os cidadãos (a Câmara dos Deputados) e as unidades federadas (o Senado Federal), além de fiscalizar os atos do Executivo. Pois foi exatamente essa a tarefa a que, inicialmente sob o desastrado comando do mensaleiro José Dirceu, o PT se dedicou com afinco: transformar o Congresso Nacional num mero balcão de negócios, silenciando a discussão das grandes questões políticas do País com a generosa distribuição de toda sorte de vantagens pessoais, inclusive de nacos de poder. Afinal, para que debate, se os iluminados donos do poder sempre souberam perfeita e exatamente o que o povo quer?
É claro que, a partir do instante em que senadores e deputados se mostram incapazes e desinteressados de atuar em sintonia com o sentimento popular, se abre espaço para o clamor das ruas. Trata-se de reação saudável do ponto de vista da democracia, mas obviamente excepcional. A necessária participação popular nos sistemas democráticos tem à sua disposição mecanismos e foros adequados, de organizações não governamentais e entidades associativas aos partidos políticos. Mas é nos Parlamentos que devem desaguar as aspirações populares.
Por essa razão é que, por meio da cooptação puramente fisiológica dos partidos no Congresso Nacional, o lulopetismo vinha tentando impor-se absoluto e incontrastável na missão de definir os rumos do País. Vinha - até que as ruas se tingiram de verde-amarelo e chamaram para si a definição da agenda política prioritária e aos atônitos governantes não restou senão correr atrás do prejuízo.
A teoria da separação e autonomia dos Poderes constitui o núcleo duro do sistema democrático de governo. Sua prática, entretanto, depende da competência com que os atores da cena política logram equilibrar o jogo de interesses conflitantes inevitável em qualquer tipo de convivência humana. Aqui, lamentavelmente, o lulopetismo alterou em seu benefício o equilíbrio entre os Poderes da República ao impor o fisiologismo como moeda corrente da vida pública nacional. Despolitizou o Parlamento. O resultado está nas ruas.
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Merval Pereira
O Globo, 29/06/2013
Quando os manifestantes nas ruas dizem que não se sentem representados pelos partidos políticos, e criticam a defasagem entre representante e representado, estão falando principalmente da reforma política
Mas há apenas uma razão para que o tema tenha se tornado o centro dos debates: uma manobra diversionista do governo para tentar assumir o comando da situação, transferindo para o Congresso a maior parte da culpa pela situação que as manifestações criticam.
O governo prefere apresentar o plebiscito sobre a reforma política como a solução para todos os males do país e insistir em que as eventuais novas regras passem já a valer na eleição de 2014, mesmo sabendo que dificilmente haverá condições de ser realizado a tempo, se não pela dificuldade de se chegar a um consenso sobre sua montagem, no mínimo por questões de logística.
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, convocou para terça-feira uma reunião com todos os presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) para começar a organizar a logística para um possível plebiscito.
Ao mesmo tempo, a diretoria de Tecnologia do TSE já começou a estudar qual a maneira mais rápida de montar uma consulta popular nas urnas eletrônicas.
Só depois dessas reuniões, o TSE terá condições de estimar o tempo previsto para implementar o plebiscito, e até mesmo sua viabilidade, já que o sistema binário (de sim ou não) pode não ser suficiente para a definição de temas tão complexos quanto o sistema eleitoral e partidário.
Mas já há movimentos dentro do governo no sentido de que o prazo mínimo de um ano para mudanças nas regras eleitorais, definido pela Constituição, seja reduzido se assim o povo decidir no plebiscito.
Ora, isso é uma tentativa de golpe antidemocrático que pode abrir caminho para outras decisões através de consultas populares, transformando-nos em um arremedo de república bolivariana. A questão certamente acabará no Supremo, por inconstitucional. A insistência na pressa tem boas razões.
O sonho de consumo do PT seria mudar as regras do jogo com a aprovação das candidaturas em listas fechadas, em que o eleitor vota apenas na legenda, enquanto a direção partidária indica os candidatos eleitos.Como o partido com maior apelo de legenda, o PT teoricamente seria o de maior votação.
Mas, se as mudanças não acontecerem dentro do cronograma estabelecido pelo Palácio do Planalto, será fácil culpar o Congresso pela inviabilização da reforma política, ou o TSE.
Já no 3º Congresso do PT, em 2007, o documento final — que Reinaldo Azevedo, da “Veja”, desencavou — defende exatamente os pontos anunciados pela presidente Dilma em seu discurso diante dos governadores e prefeitos. Ela própria admitiu que gostaria que do plebiscito saíssem o voto em lista e o financiamento público de campanha. Até mesmo a Constituinte exclusiva, que acabou sendo abortada, está entre as reivindicações do PT desde 2007.
“Para que isso seja possível, a reforma política deve assumir um estatuto de movimento e luta social, ganhando as ruas com um sentido de conquista e ampliação de direitos políticos e democráticos”, diz o documento do PT.Para os petistas, “a reforma política não pode ser um debate restrito ao Congresso Nacional, que já demonstrou ser incapaz de aprovar medidas que prejudiquem os interesses estabelecidos dos seus integrantes”.
A ideia de levar a reforma para uma Constituinte exclusiva tem como objetivo impedir que “setores conservadores” do Congresso introduzam medidas como o voto distrital e o voto facultativo, “de sentido claramente conservador”, segundo o PT.
De acordo com o mesmo documento, “a implantação, no Brasil, do financiamento público exclusivo de campanhas, combinado com o voto em listas preordenadas, permitirá contemplar a representação de gênero, raça e etnia”.
Portanto, a presidente Dilma está fazendo nada menos que o jogo do seu partido político, com o agravante de ser candidata à Presidência da República na eleição cujas regras pretende alterar.
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