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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Les dernieres nouvelles des manifs: notre correspondant a Brasilia...

O reporter itinerante deste blog, que está sempre andando entre França, Europa e Bahia (esta expressão é dos velhos tempos, se vocês já perceberam, quando também se dizia legal, broto, prafrentex...), nos manda seu despacho da capital federal, aquela que tem mais ladrão nos contratos governamentais do que vândalos nas manifestações, justamente, segundo o sábio das frases retumbantes, Elio Gaspari.
Não, não é ele o meu correspondente, e sim alguém muito melhor, que certamente concordaria comigo que seria bom, seria ótimo, se os vândalos conseguissem destruir aquele ovo horroroso do Niemeyer que se chama Museu Nacional. Mais passons, vejamos o que nos relata o nosso repórter voluntário...
Paulo Roberto de Almeida

Primeiro, as coisas boas da manifestação de hoje. Mesmo no horário do jogo já se contavam 5.000 pessoas, e esse número só cresceu à noitinha. A imensa maioria pacífica e civilizada, como de costume.

Não se confirmou a previsão alarmista de alguns que o evento seria tomado por pautas genéricas ou "de direita". Muitas bandeiras de arco-íris, e a Anel (rival da UNE) comparecendo em peso. Ninguém desfraldou suas bandeiras do Brasil, ao contrário do que vi em São Paulo. Na única vez em que se cantou o hino nacional, ele foi puxado por um maracatu afro. Alguns cartazes "contra a corrupção", mas uma maioria avassaladora pedindo a reforma política -- em geral e também com demandas pontuais e claras, como o fim do voto secreto no Congresso ou a redução no número de parlamentares. Muitos "fora Feliciano" e "contra PEC33". 

Alguns agitadores começaram a provocar a polícia de maneira estranhamente sincronizada, por volta das 21h, logo depois de os helicópteros da imprensa e da polícia terem parado de sobrevoar a área. Jogaram latas, garrafas cheias d'água e sinalizadores na tropa de choque. Pessoal coordenado e disciplinado, uniformizado com toucas e lenços cobrindo o rosto, agindo em pares, movimentando-se muito e misturando-se rapidamente à multidão. Pelo porte físico de pivetes, certamente não eram policiais, mas certamente também não agiram espontânea ou isoladamente. Será que vai haver interesse da imprensa ou do governo em expor quem os plantou ali?

O revide da polícia foi curiosamente organizado não de modo a dispersar imediatamente os manifestantes, mas como algo que parecia saído de um manual de terrorismo. Primeiro, algumas bombas de efeito moral lançadas no meio da multidão para desorientar. Em seguida, a primeira salva de gás lacrimogêneo caiu não na linha de frente nem no meio da massa, mas no fundo, cortando a rota de fuga. Depois disso é que fumigaram a vanguarda, de modo que a multidão fugindo de uma nuvem de gás era obrigada a atravessar outra. Viaturas policiais ainda bloquearam o caminho do grupo maior de manifestantes, que se retirava pelo mesmo caminho por onde chegou. A essa altura os pivetes já tinham sumido. 


Por tudo isso, conclamo os desanimados que achavam que o movimento virou "coxinha" ou guinou à direita, que voltem a comparecer às manifestações. Precisamos de números e de reflexão sobre as pautas para não deixar a apatia e os infiltrados tomarem conta do movimento.

Um comentário:

Anônimo disse...

http://zerohora.clicrbs.com.br/pdf/15208452.pdf

Vale!