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quarta-feira, 28 de maio de 2014

Crimes economicos, e humanitarios, do lulo-petismo: imigracao ilegal de haitianos para o Brasil

Lembro-me perfeitamente do processo decisório que levou o Brasil ao Haiti. Em 2004 eu trabalhava no Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, quando algum idiota no Planalto, ou até em outro Palácio, inventou que o Brasil deveria ir ao Haiti. Seria o nosso bilhete de ingresso no Conselho de Segurança.
Argumentei fortemente contra, pensando numa miríade de consequências futuras, muitas das quais imprevisíveis naquele momento.
Lembro-me de ter dito claramente a um dos membros da Troika que assessorava o megalomaníaco -- não era o megalonanico, esclareça-se -- que o Haiti permaneceria na assistência pública internacional por uns 50 anos, mais ou menos, e que o Brasil precisava pensar muito bem se desejava envolver-se no imbroglio, que poderia sair muito caro e custar vidas humanas.
Eu estava pensando nas vidas dos soldados brasileiros, e não imaginei o cenário atual de imigração em massa ilegal. Mas argumentei contra, enfaticamente. Fui voto vencido no pequeno círculo, e lá foram todos aqueles deslumbrados, com seleção de futebol e tudo.
Sempre achei isso ridículo, perigoso e muito acima das possibilidades do país.
Pois é: agora temos esse cenário.
Já custou, está custando, e ainda vai custar muito caro ao Brasil, inclusive moralmente, e não apenas financeiramente. Não foi por falra de aviso de minha parte.
Paulo Roberto de Almeida 
É do balacobaco! Quando o governo do Acre começou a mandar para São Paulo os haitianos que chegavam àquele estado, acusei, obviamente, a irresponsabilidade do governador Tião Viana (PT) e tentei ouvir, no programa “Os Pingos nos Is”, da Jovem Pan, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Ele preferiu não falar ao vivo e enviou uma nota em que afirmou, entre outras coisas, o seguinte:
“Durante os últimos três anos, o Ministério da Justiça, por meio da Resolução Normativa, editada pelo Conselho Nacional da Imigração, concede vistos de permanência em caráter humanitário e promove ações de apoio aos haitianos que chegam ao país (…) O Brasil não tem tradição de deportação em massa. Para a recepção dos imigrantes em situação de vulnerabilidade, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à fome está ampliando em mais de 5 mil vagas a capacidade dos serviços de acolhimento em diversos estados e municípios em todo o país”.

Muito bem! Ponderei, então (o áudio está aqui, a partir de 28min15s), que o visto dito “humanitário”, como estava sendo fornecido pelo Brasil, era uma desumanidade que estava estimulando a indústria da imigração. Respondi ainda que não se estava cobrando deportação em massa coisa nenhuma! O que se pedia era que o governo brasileiro parasse de estimular a imigração ilegal. Mas quê… Os petistas até se orgulhavam, não é? O assunto virou tema de redação do Enem de 2012. Os estudantes eram convidados a exaltar as glórias de um país, o Brasil, que estaria atraindo imigrantes em razão de sua pujança econômica…
Muito bem! Reportagem de Lucas Ferraz e Avener Prado, na Folha desta terça, prova por A mais B que “coiotes” estão promovendo o tráfico de haitianos do Peru para o Brasil. “Coiotes”, como sabem, são pessoas que se especializam em organizar a imigração ilegal.
O tráfico já começa no Haiti ou na República Dominicana. Dali os imigrantes voam para Quito, no Equador. Tem início, então, a jornada terrestre até o Acre. Para tanto, é preciso atravessar o Peru, e é praticamente impossível fazê-lo sem se submeter aos coiotes. Na cidade peruana de Puerto Maldonado, haitianos e africanos são mantidos em albergues pelos coiotes, em regime de cárcere privado — com a porta dos quartos trancadas por fora. A polícia do país é conivente e recebe parte do dinheiro.
Eis no que resultou a dita ação “humanitária” do governo brasileiro. Na prática, a irresponsabilidade gerou no Haiti, na República Dominicana, no Equador, no Peru e, em parte, na Bolívia, o mercado de tráfico de gente. A Polícia Federal brasileira nada pode fazer porque, obviamente, não pode atuar em solo peruano. Quando a gente tenta saber por que o governo mantém a política de estímulo à imigração ilegal, é obrigado a ouvir que o governo é contra “deportações em massa”, como se alguém estivesse cobrando tal prática do Ministério da Justiça.
Mais uma contribuição de José Eduardo Cardozo, o Garboso, à civilização.

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