Recebi a capa de meu próximo livro, que reproduzo abaixo.
Agora tenho de corrigir as provas, enviar eventuais correções e observações de volta, e aguardar impressão e lançamento.
No momento, o que posso fazer é reproduzir novamente o sumário do livro e o texto que a Editora preparou para sua apresentação.
Em post subsequente, transcreverei o prefácio generosamente preparado pelo Embaixador Rubens Antonio Barbosa, com quem trabalhei em algumas etapas de minha carreira (Brasília, desde o início, e novamente na volta do meu primeiro posto no exterior, em Montevidéu, Brasília, e Washington, finalmente, onde ele se aposentou, e de onde eu voltei a Brasília.
A minha própria apresentação a esse livro, que postarei mais adiante, se coloca numa postura contrária a, provavelmente, 90% dos acadêmicos que se dedicam a escrever, analisar, especular sobre a política externa companheira.
Vamos aguardar as reações.
Paulo Roberto de Almeida
Nunca
Antes na Diplomacia...
ensaios sobre tempos não convencionais na política
externa
Paulo Roberto de Almeida
Em publicação pela Editora Appris, Curitiba, 2014
Sumário:
Prefácio, Embaixador
Rubens Antônio Barbosa
Apresentação
2. As relações
internacionais do Brasil em perspectiva histórica
3. Processos decisórios na
história da política externa brasileira
4. A política da política
externa: as várias diplomacias presidenciais
5. Duas diplomacias em
perspectiva: a profissional e a engajada
6. As novas roupas da diplomacia
regional do Brasil
7. Uma nova arquitetura
diplomática?: mudanças na política externa
8. Pensamento e ação da
diplomacia engajada: uma visão crítica
9. Nunca antes na diplomacia:
balanço e avaliação
10. Uma política externa
exótica: seus efeitos institucionais
11. A opção preferencial
pelo Sul: um novo determinismo geográfico?
12. Uma grande estratégia
para o Brasil?
13. O
Barão do Rio Branco: o que ele fez, então?; o que faria, agora?
Bibliografia geral
Livros de Paulo Roberto de
Almeida
Nunca antes na diplomacia?
Provavelmente...
Tudo o que
sempre lhe intrigou na política externa da era do “nunca antes”, e não tinha a
quem perguntar?
Agora já
tem, ou, pelo menos, onde ler a respeito. Um diplomata experiente explica o que
representaram esses tempos não convencionais na diplomacia brasileira.
Conceitos,
fundamentos, ideias (as boas e as más), mas sobretudo os resultados práticos,
examinados com isenção, em torno de uma diplomacia que rompeu o consenso
nacional de que ela sempre desfrutou tradicionalmente. De fato, nunca antes...
Paulo
Roberto de Almeida assina aqui uma de suas obras mais lúcidas, apresentando uma
visão contrarianista ao “pensamento único” sobre a política externa dos últimos
anos.
Este livro apresenta uma avaliação
do que representaram, para o Itamaraty, os anos de diplomacia partidária, um
período de desvios nas melhores tradições da Casa de Rio Branco.
Nunca
antes na história do País, e de sua diplomacia, preconceitos ideológicos e
plataforma partidária influíram tanto nas questões de competência do Itamaraty.
Eu louvo a sua coragem, no sentido
de romper a cortina de silêncio em torno das más escolhas feitas na última
década, expondo abertamente a sua contrariedade com as posições adotadas em
nome do Brasil.
Do
Prefácio do Embaixador Rubens Antônio Barbosa,
presidente
do Conselho de Comércio Exterior da FIESP.
As ideias e as práticas da diplomacia brasileira nos últimos 20 anos
Ideias, mesmo velhas e totalmente desajustadas, estão sempre por trás de certas práticas. A história, ao contrário do que se pensa, nunca se repete, mas ideias antigas têm esse péssimo costume de permanecer mais tempo do que seria desejável, ou recomendável, sobretudo quando se trata de orientar políticas públicas. Desde o início do novo milênio, o Brasil tem vivido com algumas dessas ideias que parecem ter vindo de uma outra época, e elas têm influenciado diversas políticas, inclusive a externa.
Este livro apresenta as ideias que estiveram por trás da diplomacia brasileira nas últimas duas décadas, as boas e as más, e discorre sobre como elas foram aplicadas às mais importantes questões da política externa brasileira no período. A obra se debruça, em primeiro lugar, sobre a formulação e a execução da diplomacia brasileira, tanto em perspectiva histórica, desde sua emergência no século XIX, como no contexto de sua implementação, nos anos do “nunca antes” . Mas ela também faz, em segundo e mais importante lugar, uma defesa da diplomacia profissional, encarnada no e pelo Itamaraty, ao mesmo tempo em que apresenta uma visão crítica e um questionamento quanto aos resultados efetivos da diplomacia não profissional, implementada nesses tempos não convencionais, no ambiente regional e no âmbito internacional.
O autor examina as iniciativas diplomáticas implementadas desde os últimos anos do século precedente e segue as principais mudanças introduzidas desde o início do atual, registrando as continuidades e enfatizando as rupturas. Ocorreram mudanças significativas, sobretudo nos processos decisórios e nas preferências políticas, mas também nas orientações econômicas. O Mercosul, por exemplo, deixou de ser um espaço integrado de abertura econômica e de liberalização comercial para converter-se num empreendimento político, guiado mais por preconceitos ideológicos do que por considerações de natureza econômica, como era sua vocação original. A chamada diplomacia Sul-Sul tentou mudar as “relações de força no mundo” e inaugurar uma “nova geografia do comércio internacional”. A busca obsessiva por uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU esteve atrás de algumas iniciativas ambiciosas nestes anos, e algumas menos recomendáveis, como a aproximação com alguns regimes pouco frequentáveis, na região e alhures.
Ao tratar de todas essas questões, o autor sabe que nada contra a corrente, na academia ou no ambiente governamental, mas não hesita em defender posições do Itamaraty, quando constata certas práticas não convencionais que puseram em questão o respeito e a credibilidade de que ele sempre desfrutou na região e no mundo.
Mini CV do Autor
Paulo
Roberto de Almeida é
Doutor em Ciências Sociais, Mestre em Planejamento Econômico e diplomata de
carreira desde 1977. Foi professor no Instituto Rio Branco e na Universidade de
Brasília, diretor do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais (IBRI) e,
desde 2004, é professor de Economia Política no Programa de Pós-Graduação
(Mestrado e Doutorado) em Direito do Centro Universitário de Brasília
(Uniceub). Como diplomata, serviu em diversos postos no exterior. É editor
adjunto da Revista Brasileira de Política
Internacional. Publicou muitos livros de relações internacionais e de
diplomacia brasileira (www.pralmeida.org).
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