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quarta-feira, 28 de maio de 2014

Al Capone, para prefeito de Chicago, ou governador do Illinois. Faz sentido?

Para o partido dos companheiros totalitários e mafiosos faz todo o sentido.
Até mesmo é condição para conseguir recursos.
O candidato ao governo tem o apoio de um bandido.
O prefeito também, aliás, de vários.
O candidato a governador apoiou o doleiro-traficante que tinha no deputado corrupto o seu maior amigo e financiador.
Tudo em troca do roubo de recursos publicos, pclaro.
Nunca antes no Brasil, os mafiosos foram tão explícitos, evidentes e abundantes.
Paulo Roberto de Almeida 
Luiz Moura
Luiz Moura, do PT, deputado estadual em São Paulo (cima), deve discursar hoje na Assembleia Legislativa. Ele vai tentar explicar o que fazia numa reunião com membros do PCC, o partido do crime.
Refresco a memória de vocês. Em março, no auge dos incêndios a ônibus na capital, a Polícia Civil estourou uma reunião que acontecia na sede da Transcooper, uma cooperativa de vans e micro-ônibus, em que se planejavam justamente os ataques. Lá estavam, acreditem!, 13 membros do PCC. E quem mais participava do encontro? Ninguém menos do que  Luiz Moura, que é presidente de honra da Transcooper. Atenção, queridos leitores! Em três anos, essa cooperativa faturou, em contratos com a Prefeitura, R$ 1,8 bilhão. Sim, vocês leram direito: um bilhão e oitocentos milhões de reais! Há muito tempo a polícia investiga a infiltração do PCC no sistema de transportes da cidade. Só para registro: as dezenas de ônibus incendiados pertenciam, invariavelmente, às empresas privadas; nunca às cooperativas.
Luiz Moura é irmão do vereador Senival Moura, também do PT e igualmente ligado a associação de perueiros. Ambos são considerados subordinados políticos do secretário dos Transportes da cidade, o deputado federal petista licenciado Jilmar Tatto — aquele senhor que, durante greve recente de motoristas de ônibus, preferiu criticar a Polícia Militar. Tatto, ora vejam!, no papel ao menos, doou, sozinho, R$ 201 mil para a campanha de Moura, o homem que estava na reunião com o PCC. Entendo. Tatto prefere atacar outra sigla: a PM!
Jilmar Tatto, secretário de Fernando Haddad e chefe político de Moura
Jilmar Tatto, secretário de Fernando Haddad e chefe político de Moura
E o que vai dizer o deputado? Petista não é exatamente criativo em situações assim: vai jurar de pés juntos que não sabia que aqueles com quem se reunia eram membros da facção criminosa. Eles nunca sabem de nada. Os termos do discurso foram combinados numa reunião com a bancada petista nesta terça. O partido criou uma comissão interna para analisar o seu caso. Depois que a reunião veio a público, Tatto, o chefe político de Moura, preferiu silenciar.
Moura tem um biografia controversa. Foi condenado a 12 anos de cadeia por vários assaltos a mão armada. Não cumpriu pena porque fugiu e foragido permaneceu por mais de dez anos. Ao sair dessa forma particular de clandestinidade, solicitou e obteve o perdão judicial. Em 2005, assinou, imaginem, uma declaração de pobreza.
atestado de pobreza moura
Cinco anos depois, na disputa eleitoral de 2010, já declarava bens superiores a R$ 5 milhões. Em 2012, disputou a Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos. Nesse caso, seus bens eram de pouco mais de R$ 1 milhão. Qual vale? Não sei.
Bens Luiz Moura
As duas declarações de bens: a de 2010, acima, e a de 2012, no alto
As duas declarações de bens: a de 2010, acima, e a de 2012, no alto
Bens Luiz Moura
As  declarações de bens de Moura: acima, a de 2010; no alto, a de 2012
As declarações de bens de Moura: acima, a de 2010; no alto, a de 2012
Na Assembleia, Moura é dado a praticas heterodoxas. Apresentou, por exemplo, o recibo de compra de combustível a que tem direito. O fornecedor, ora vejam!, é um posto de gasolina de que ele próprio é sócio.
Prestação de contas na Assembléia: enche o tanque no seu próprio posto de gasolina
Prestação de contas na Assembléia: enche o tanque no seu próprio posto de gasolina
Não é uma figura pequena no partido, não! Tanto é assim que, na festança de seu aniversário, a etrela foi ninguém menos do que Alexandre Padilha, pré-candidato do PT ao governo de São Paulo. O vereador Jair Tatto, irmão do Jilmar, também estava lá. Compreensível! Não é todo diz que se tem a chance de prestigiar o presidente de honra de uma cooperativa que fatura R$ 1,8 bilhão em três anos em contratos com a Prefeitura. Padilha deve ser saber o que faz e por quê.
Padilha discursa animadaço na festa de  aniversário do deputado que participou de reunião com membros do PCC
Padilha discursa animadaço na festa de aniversário do deputado que participou de reunião com membros do PCC
O PT, como sempre, está dando a maior força a um de seus pilares morais. Quem pode negar que isso faz sentido?
Texto publicado originalmente às 3h55

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