Eleições 2014
Aécio: 'Governo Dilma retoma agenda derrotada da inflação'
No 'Jornal Nacional', tucano promete enxugar ministérios, diz que país não precisa de plano econômico mirabolante e que o Brasil vive crise de confiança
Aécio Neves (PSDB), candidato à Presidência da República, durante entrevista (Reprodução/TV Globo/VEJA)
O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, afirmou nesta segunda-feira em entrevista aoJornal Nacional, da Rede Globo, que o governo Dilma trouxe de volta a inflação para a vida dos brasileiros. Aécio também abordou a questão dos baixos investimentos externos no país e afirmou que não é preciso nenhum plano mirabolante para salvar a economia brasileira. “Não é compreensível que um país com as potencialidades do Brasil seja a lanterna do crescimento na América do Sul e estejamos de novo com uma agenda que achávamos já derrotada há tempos atrás, como a da inflação que, de novo, atormenta a vida do cidadão e da cidadã brasileira”, disse o tucano, que ainda declarou que pretende enxugar o número de ministérios – atualmente são 39.
Questionado sobre as medidas que pretende adotar para diminuir a inflação e ajustar os preços represados, como as tarifas de energia e o valor dos combustíveis, o presidenciável descartou lançar novos pacotes econômicos como, segundo ele, tem feito o atual governo da presidente-candidata Dilma Rousseff. “Ninguém espere no governo Aécio Neves um pacote A, um PAC disso, um PAC daquilo ou plano mirabolante. Nós vamos tomar as medidas necessárias. Óbvio que vamos ter um processo de realinhamento dos preços. Como e quando, obviamente, será quando tivermos os dados sobre a realidade do governo. Eu vou tomar as medidas que sejam necessárias para controlar a inflação, retomar o crescimento e, principalmente, a confiança perdida no Brasil”, afirmou.
Um dos temas da entrevista, que durou quinze minutos, foi a diferença ética entre o PT e o PSDB no que se refere à corrupção. Aécio foi questionado sobre o caso do valerioduto mineiro, no qual é investigado o deputado e ex-governador Eduardo Azeredo. Acusado de se beneficiar de recursos desviados em um esquema comandado por Marcos Valério, publicitário que também participou do escândalo do mensalão, Azeredo é investigado pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. "A diferença é enorme. No caso do PT houve uma condenação pela mais alta Corte brasileira. Estão presos líderes do partido, tesoureiros, pessoas que tinham postos de destaque na administração federal, por denúncias de corrupção”, disse, referindo-se a José Genoino, ex-presidente do partido, e José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil. “No caso do PSDB, se eventualmente alguém for condenado não será, como foi no PT, tratado como herói nacional porque isso deseduca.”
Abordado sobre a construção do aeroporto na cidade mineira de Cláudio, que o tucano admitiu ter usado "algumas vezes", e que não foi homologado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Aécio afirmou que “não há nenhum constrangimento ético”. O aeroporto foi construído em um terreno que já pertenceu ao tio-avô do presidenciável. “A ANAC, muito aparelhada, nós sabemos a origem das indicações, durante três anos não conseguiu fazer o processo avançar e homologar o aeroporto”, defendeu-se. “A fazenda está na minha família há 150 anos. Tem catorze cabeças de gado. É um sítio onde minha família vai eventualmente nas férias. Ali ninguém está fazendo negócio”, afirmou o candidato.
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