segunda-feira, 18 de abril de 2016

Impeachment: minha avaliacao geral da fase atual - Paulo Roberto de Almeida


Minha última avaliação do processo político atual, antes de meu "recolhimento" para o trabalho, e vencida a etapa decisiva da atual novela do impeachment:

Muita gente, não só entre governistas, mas entre acadêmicos igualmente, partilha de certa visão conspiratória do processo de impeachment, esquecendo, ou negligenciando, que tanto Temer quanto a "oposição" (medíocre) foram basicamente passivos durante todo o período.
Quem realmente impulsionou o processo foram as ruas, a cidadania consciente, representada pelos movimentos MBL e VPR, e indiretamente a Operação Lava Jato, que levantou a indignação geral e praticamente obrigou os principais atores a atuar. As fase variaram em função da dinâmica do processo, por vezes nas ruas, outras vezes em Curitiba, e por episódios no STF, no Congresso, e no próprio Planalto, que ajudou na sua própria contestação.
Todos eles contribuiram, voluntariamente ou não, para o desenrolar do processo, e alguns atores foram mais decisivos do que outros, mas NUNCA houve uma direção central do processo, o que a visão conspiratória supõe.
Ou seja, ocorreu uma dinâmica impessoal, imprevisível, incontrolável por qualquer uma das forças e atores individualmente, e que foram se juntando no caudal que se manifestou no plenário da CD em 17/04/2016.
O que vem pela frente, será mais "controlável" por atores determinados, mas pressões diretas e indiretas continuarão a vir das ruas e de Curitiba, com a cooperação involuntária da inépcia dos protagonistas do Planalto.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 18 de abril de 2016

Addendum: uma nota econômica adicional: 

Cidadão consciente: NÃO PENSE que o buraco a ser enfrentado pelo próximo governo vai se reduzir aos 130 ou 150 bilhões de reais de déficit orçamentário, a serem cobertos nos próximos 2 a 3 anos (o que é apenas o lado fiscal das perdas, sem contar, portanto, o chamado custo-oportunidade, ou seja, tudo o que já perdemos e que ainda vamos perder com a Grande Destruição lulopetista). Pense não só na Petrobras, mas em todas as outras agências públicas e fundos de pensão que foram DILAPIDADOS pelas ratazanas vorazes do partido totalitário. A CONTA É IMENSA, e ela inevitavelmente vai ser paga por todos nós, sob a forma de MAIS INFLAÇÃO, mais JUROS da dívida pública, mais DÍVIDA PÚBLICA, os três juntos e por longos anos, décadas à frente. O Brasil vai enfrentar esses problemas por DÉCADAS, e essa é a herança dos mafiosos que assaltaram o Brasil em 2003.

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