O que vai na cabeça
dos gramscianos de academia?
Paulo Roberto de Almeida
Gramscianos de academia é, obviamente, um título genérico,
uma marca de fantasia, que dou aos acadêmicos que se alinham com as posições do
partido neobolchevique que nos (des)governa, quaisquer que sejam essas
políticas e tomadas de posição. Eles apoiam, evidentemente, o partido e o seu
chefe, e o título de gramscianos é até um elogio pois a maioria deles, a quase
totalidade jamais leu Gramsci, ou Marx, seriamente. Eles apenas refletem uma certa
ideologia, um certo consenso mental, em vigor na academia, de que é preciso
estar do lado dos "progressistas", os dispensadores de justiça
social, dos líderes das causas redistributivas, aqueles que prometem acabar com
a exploração imperialista e a super-exploração dos capitalistas nacionais,
enfim, todas essas coisas malvadas que estão invariavelmente ligadas aos
mercados e ao neoliberalismo.
Eles têm noções muito rudimentares de como funciona o mundo,
não têm quase nenhuma formação econômica, e menos ainda como se organiza uma
empresa que pretende ser competitiva nos mercados. Eles são apenas professores,
ou seja, vivem entre eles, e seus aluninhos passivos e ainda pouco lidos, vivem
de livros que são escolhidos entre a literatura convergente nessas teses que
foram acima evidenciadas e acham que estão ajudando os pobres e remediados a
tentar expropriar os ricos para distribuir aos pobres.
Por que eles continuam apoiando o partido neobolchevique, a
despeito de todas as denúncias de crimes e malversações cometidas contra o
Estado e a sociedade, de toda a corrupção envolvida nos negócios públicos e
privados nos últimos 13 anos (e mesmo antes), apesar da imensa crise econômica
e política em que o Brasil se encontra imerso e submergido? Por que?
Eu não sei dizer com exatidão, mas deve ter raízes nessas
crenças de caráter religioso ou ideológico, que não podem ser contraditadas
mesmo com todas as evidêncas em contrário. Os acadêmicos gramscianis são os
true believers da política moderna, os últimos crentes no poder inato do grande
líder em trazer justiça social, bem estar e felicidade ao povo de Deus, contra
as perversidades dos mercados, dos capitalistas, das elites.
Creio que escapa ao domínio da racionalidade, e não há
maneira de desconverter um true believer. Se tornou impossível convencer um
true believer que tudo o que ele acreditou até aqui é totalmente equivocado e
fadado ao fracasso. Eles continuam a acreditar.
O que vamos fazer?
Com os acadêmicos gramscianos nada, eles são incorrigíveis.
Só nos resta educar os mais jovens, e nisso cabe uma grande
responsabilidade àqueles que possuem uma visão um pouco mais sofisticada do
mundo, no sentido de também escreverem, publicarem, esclarecerem os mais jovens
(e alguns velhos também).
Acho que é isso que deve ser feito, é isso que estou
fazendo.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 22 de abril de 2016
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