Nosso comércio internacional (saldo da conta de transações correntes) sempre foi deficitário, conforme abaixo colocado, consequentemente sempre estamos vivendo no “fio da navalha” de crises cambiais, dependendo do humor do mercado externo.
Saldo de Transações Correntes
Série história do saldo das transações correntes com base na média/ano foi como segue: Governo FHC (1995/2002) – deficit de US$ 23,4 bilhões = -3,31% do PIB; Governo Lula (2003/2010) – deficit de US$ 6,6 bilhões = -0,52% do PIB; Governo Dilma/Temer (2011/2017) – deficit de US$ 53,0 bilhões = -2,37% do PIB.
Saldo da Conta de Capital e Financeira
Série história do saldo da conta de capital e financeira com base na média/ano foi como segue: Governo FHC (1995/2002) – superavit de US$ 23,8 bilhões = 3,37% do PIB; Governo Lula (2003/2010) – superavit de US$ 36,8 bilhões = 2,89% do PIB; Governo Dilma/Temer (2011/2017) – superavit de US$ 62,3 bilhões = 2,79% do PIB.
A crise atual não é apenas pelo deficit no saldo de transações correntes, inclusive muito abaixo do que no período do governo FHC. Os motivos são diversos, tais como:
- Insegurança politica e jurídica.
- Baixo nível de aprovação do governo (hoje Datafolha de 3%).
- Sem reservas em moeda estrangeira.
- Rebaixamento do Brasil de “Grau de Investimento”, conquistado no governo Lula, para “Grau de Especulação” conquistada no governo Temer, tendo em vista seu crime de responsabilidade fiscal que inviabilizou o ajuste fiscal no curto prazo, em função do parágrafo abaixo:
A tragédia econômica promovida pelo governo Temer (réu confesso, aguardando as algemas) foi responsável pelo rebaixamento das notas do Brasil no mercado financeiro internacional. Tendo sido o aumento de gastos concedidos aos servidores públicos até o ano de 2019 que inviabilizou o ajuste fiscal necessário para a recuperação da economia. Cabe lembrar ter sido o descontrole dos gastos com pessoal a fonte primária que provocou a maior crise fiscal da história econômica do Brasil.
- Com o objetivo de fazer média para concorrer ao “Oscar de Efeitos Especiais” reduziu, de forma artificial, o ganho real dos investidores da média de 5,59% ao ano no período de 2011/2017, com o país operando em “Grau de Investimento”, para ganho real de 3,64% ao ano em maio de 2018, com o Brasil operando em “Grau de Especulação”, com queda de 34,88%, conforme explicado no parágrafo abaixo:
Cabe lembrar que de 2011 até 2017 a média do ganho real dos investidores foi de 5,59% ao ano, e o ganho real apurado em maio de 2018 foi de 3,64% ao ano, ou seja: 34,88% menor. Se a inflação continuar em ascendência e o estoque de dívida continuar aumentando de forma desordenada somente restarão ao Banco Central retornar o caminho de volta, aumentado à taxa de juros SELIC. Não creio que para um país que opera em “grau de especulação” seja a atual, uma taxa de retorno atrativa. Já estamos observando uma fuga de capitais desvalorizando o real em relação ao dólar. Cabe lembrar que o IPP (Índice de Preços ao Produtor) que nada mais é do que o IPCA futuro teve aumento de 8,03% em doze meses até abril de 2018.
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