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sábado, 29 de setembro de 2018

E se os companheiros voltassem ao poder? - Paulo Roberto de Almeida

Mini-reflexão sobre um eventual retorno ao poder

Paulo Roberto de Almeida
 [Objetivo: especulação; finalidade: levantar dúvidas]

A pergunta deveria ser: o que esperar de um retorno do PT ao poder?
Respondo especulativamente sobre o caso. Certamente não ocorrerá novamente a quase completa destruição da Petrobras, como aconteceu da primeira vez, quando os companheiros extorquiram a vaca petrolífera até a última gota de petróleo, ou melhor, até a última conta em banco, em todas as vertentes onde eles colocaram as mãos sujas. Acionistas e dirigentes já ficaram alertas para a quadrilha que assaltou o Brasil e os brasileiros nos seus três governos e meio.
Provavelmente, tampouco ocorrerá uma roubalheira tão desenfreada quanto a que pontuou a primeira experiência das ratazanas no poder, inclusive porque juízes, procuradores, instituições em geral, já estão alertas e atentas para a cobiça desmedida dos ladravazes, e não mais permitirão o festival de bandalheiras e falcatruas que horrorizaram o país naqueles anos.
Queremos também acreditar que não mais se assistirá à sucessão de tremendos equívocos econômicos e de incomensurável inépcia administrativa, que, juntos a um gigantesco espetáculo de corrupção inédita nos anais do país (e do continente, do hemisfério, do planeta, da galáxia), levaram à Grande Destruição, à maior recessão da história econômica do Brasil, causando milhões e milhões de desempregados e um déficit fiscal monstruoso.
Na política externa, certo pudor – se ele existe – talvez evite a repetição indecorosa do apoio indecente – desculpem a redundância – a ditaduras execráveis, da região e alhures, ou novas modalidades daquele estúpido determinismo geográfico da diplomacia Sul-Sul, essa miopia sem sentido. Deve também diminuir o protagonismo histriônico que se caracterizava mais pela transpiração do que pela inspiração.
Em síntese: mesmo que retornem ao poder, os companheiros, especialmente os mafiosos, serão estreitamente e estritamente vigiados, por outros companheiros, os paladinos da justiça. Mas, será que os instintos vão superar os comportamentos, ou que a contenção se manifestará ante as intenções?

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 28 de setembro de 2018

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