Um convite que se destina a todos os interessados nesse campo relevante dos temas das relações exteriores e política internacional dos países da América Latina:
Caro Paulo:
Espero que se encontre muito bem.
Eu sou Diego Crescentino, professor da Universidade Autônoma de Madrid, e pesquisador do LABMUNDO, do IESP-UERJ. Eu tive a sorte de entrevistar você no Itamaraty há já dois anos. É um verdadeiro prazer para mim, escrever para convidar-lhe para publicar na chamada nº 28 (1) da LOCUS: Revista de História (2594-8296).
O objetivo principal desta edição é contribuir para a discussão sobre a história recente da política externa da América Latina, publicando pesquisas que busquem aprofundar na reflexão sobre os processos de democratização e elitização da política externa. Portanto, serão priorizados textos que abordam a história da política externa da América Latina, a partir de leituras histórico teórico críticas para uma discussão com foco regional ou transnacional, e que analisam, discutem e aprofundam sobre as narrativas em torno da política externa da América Latina; a instrumentalização do discurso da política externa em favor das elites; os fenômenos, interesses e consequências da diplomacia pública; os diferentes aportes teóricos na compreensão da política externa como como política pública; o papel da sociedade civil e as forças transnacionais na política externa; a relação entre política externa e modelos de desenvolvimento; as redes de crime organizado e política externa; e a influencia de outros atores e espaços alternativos na articulação da política externa. Para mais informações sobre a chamada de contribuições, você pode acessar o seguinte link: https://periodicos.ufjf.br/index.php/locus/announcement/view/456
O prazo para submissão de artigos é a data 31 de outubro de 2021, o que vai permitir que os artigos passem pelo processo editorial de revisão pares e edição. Por outro lado, o número será publicado ao longo do mês de maio de 2022.
Teremos o maior prazer em receber uma contribuição sua. Agradeceríamos, também, se pudesse divulgar esta chamada a todos aqueles que, na sua opinião, possam ter interesse nela.
Gostaria de desejar-lhe o melhor nestes tempos de persistentes desafios e espero que o convite seja do seu interesse.
Cordialmente,
--
Diego S. Crescentino
Docente - Investigador
Editor-in-Chief de Relaciones Internacionales (1699-3950)
Departamento de Historia Contemporánea
Facultad de Filosofía y Letras
Universidad Autónoma de Madrid
Ciudad Universitaria de Cantoblanco · 28049 Madrid
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Dossiê: História recente da política externa da América Latina: uma questão de elites? Vol 28, n. 1 (2022)
O estudo da história recente das relações internacionais latino-americanas é essencial para explicar uma etapa histórica em que a integração regional e global se acelera - apesar dos sintomas atuais de um colapso da tendência regionalista em alguns estados da região. A importância desses estudos reside, portanto, na análise da multiplicidade de consequências que esses processos acarretam, tanto para os fenômenos nacionais internos quanto para as mudanças que ocorrem no cenário regional e global.
Nesse contexto, é imperativo olhar para os processos e dinâmicas históricas que, nas últimas décadas, cimentaram o cenário que moldou as principais características das relações externas latino-americanas. A sua característica principal corresponde a um sistema de gestão de poder político-econômico controlado e dirigido pelas elites nacionais, com sigilo significativo e uso do sistema para fins próprios. Essa situação resultou em uma patrimonialização - por essas elites - de espaços de decisão longe das realidades nacionais. Diante dessa situação, o papel da sociedade civil foi marginalizado, invisibilizado ou esquecido, tanto pelo controle efetivo do fenômeno por essas elites quanto por uma narrativa excessivamente propensa a conceber e representar a construção da política externa e da integração regional como um processo hierárquico, ou seja, de cima para baixo.
O debate ontológico em torno da política externa levou a várias leituras do conceito. Essas interpretações variaram desde um entendimento de que a política estatal está separada da política doméstica e que resulta de pouco interesse para os cidadãos, até a sua plena incorporação ao debate epistemológico em torno às políticas públicas, entendidas como resultado da negociação entre múltiplos atores e do enfrentamento de diversos interesses que intervêm na sua definição.
As possibilidades de abertura de espaços de participação para diferentes atores da sociedade civil levaram a um novo panorama. Os processos de transição democrática em vários países, os esforços contínuos para modernizar as instituições responsáveis pelo planejamento e execução da política externa, bem como o aumento da presença de discursos sobre a necessidade de prestação de contas e a incorporação de setores sociais marginalizados nas organizações e instituições políticas despertam um interesse renovado no que significa a política externa.
O objetivo principal desta edição da Revista LOCUS é contribuir para a discussão sobre a história recente da política externa da América Latina, publicando pesquisas que busquem aprofundar na reflexão sobre os processos de democratização e elitização da política externa. Portanto, serão priorizados textos que abordam a história da política externa da América Latina, a partir de leituras histórico-teórico críticas para uma discussão com foco regional ou transnacional -que excede a estrutura nacional-, e que analisam, discutem e aprofundam as seguintes dimensões, categorias e conceitos:
- Processos de democratização e elitização da política externa
- Narrativas em torno da política externa da América Latina
- Instrumentalização do discurso da política externa em favor das elites
- Influências extra regionais na política externa
- Fenômenos, interesses e consequências da diplomacia pública
- Multilateralismo e regionalismo na articulação da política externa
- Teorias da política externa: política externa como política pública
- Política externa comparada na América Latina
- Influências ideológicas na definição de política externa
- Sociedade civil e forças transnacionais na política externa
- A relação entre política externa e modelos de desenvolvimento
- Redes de crime organizado e política externa
- Outros atores e espaços alternativos de articulação da política externa
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