A “nova Guerra Fria” começou a ficar quente
A nova Guerra Fria econômica e tecnológica começou quando os EUA cometeram o terrível erro estratégico de considerar a China um adversário no campo da hegemonia global, em lugar de um parceiro na construção de um mundo multipolar deficiente. Sim, deficiente, mas pelo menos não dominado pela ideia de uma competição pela liderança global.
De 1972, quando Nixon vai ao encontro de Mao, até o início dos anos 2000, quando os EUA reinavam absolutos, mas quando a China começava a flexionar os seus músculos econômicos ao ingressar na OMC, EUA e China eram aliados tácitos, senão táticos, no confronto com a URSS, a inimiga de ambos, mas em forte declínio nos anos 1980, até desaparecer como entidade estatal, mas sobreviver como desafiante nuclear, na velha Rússia que nunca se desfez de seus sonhos imperiais.
Os dez anos que abalaram o mundo, entre Gorbachev e Ieltsin, também representaram o começo do grande erro estratégico dos EUA, ao humilharem a Rússia e ao tentarem diminuir, conter, confrontar a irresistível ascensão econômica da China. Esse erro estratégico está bem representado pelo livro de Graham Allison sobre a falsa e equivocada “armadilha de Tucídides”, ou seja, o embate entre a Atenas americana e a Esparta chinesa. Escreverei mais longamente sobre porque eu considero esse livro de Graham Allison como o “mais perigoso do mundo”, depois do Mein Kampf de Adolf Hitler.
No momento, só tenho a lamentar que as posições opostas dos EUA e da China caminhem para uma nova confrontação similar em tensão a uma Ucrânia-Berlim ou a uma Taiwan-Cuba, dos tempos “clássicos” da velha Guerra Fria geopolítica da era bipolar. A nova Guerra Fria econômica e tecnológica não precisaria ter essa nova bipolaridade que se desenha entre EUA-UE vs China-Rússia. Não precisaria, mas está tendo esse efeito. Talvez estejamos entrando numa nova fase dos velhos confrontos interimperiais que se estenderá pelos próximos 20 ou 30 anos, mas sem conflagração direta entre potências rivais: “apenas” uma nova e inútil corrida armamentista e um novo atraso de mais meio século no não desenvolvimento dos países pobres e regiões miseráveis.
O mundo perde, mas quem perde mais serão os países pobres; quanto ao Brasil e América Latina, permanecerão marginais e irrelevantes como sempre foram, meros fornecedores de commodities para o Ocidente e a nova e dinâmica região da Ásia-Pacifico. E não há nenhum “Não-Alinhamento Ativo” que resolva essa marginalidade estrutural da América Latina.
Paulo Roberto de Almeida
'Conflict and confrontation' |
CNN Meanwhile in America, March 7, 2023 We’ve written before about how volatile domestic politics in both Washington and Beijing threatens to tip the rivalry between the two super powers into open confrontation.
The fallout from the flight of a suspected Chinese spy balloon’s flight over the US last month sent the US capital into a frenzy -- and disagreements over Ukraine and Taiwan are making things worse.
Now, we’re getting a view of how hostility towards the US is becoming the default position for senior Chinese leaders, and one that is a political imperative in President Xi Jinping's new leadership team.
In one of his first appearances as China’s new foreign minister, Qin Gang warned Tuesday that “conflict and confrontation” with the United States is inevitable if Washington does not change course, delivering a stern and wide-ranging rebuke of US policies for his first news conference in the new role.
Qin had a reputation in Washington, where he was until recently the Chinese ambassador, as temperate and diplomatic -- while being an uncompromising messenger for Xi’s hawkish nationalism. But back in Beijing, he struck a different note, accusing the US of aiming to contain China and overreacting to incidents like the spy balloon.
“If the United States does not hit the brakes, but continues to speed down the wrong path, no amount of guardrails can prevent derailing, and there will surely be conflict and confrontation,” Qin said on the sidelines of the National People’s Congress in Beijing. His remarks on Taiwan got the most attention in DC, following Washington’s warnings that China shouldn’t send arms to Russia. “Why does the US talk up respecting sovereignty and territorial integrity on the Ukraine issue, but does not respect China’s sovereignty and territorial integrity on the issue of Taiwan?” Qin said.
“Why does the US ask China not to provide weapons to Russia while it keeps selling arms to Taiwan?” |
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