Uma lembrança e um agradecimento
Paulo Roberto de Almeida
O brevíssimo ex-chanceler acidental deve estar agora se felicitando deveras por ter sido oportunamente demitido pelo inominável e inelegível (agora indiciado) covarde chefão dos golpistas, em março de 2021, do contrário poderia estar sendo indiciado pela maldosa PF na companhia do seu amigo e mentor diplomático (na verdade, verdadeiro chefe do chanceler acidental e da diplomacia, junto com o Bananinha 03, que mandavam e desmandavam no patético personagem), Filipe Martins, vulgo Robespirralho ou Sorocabannon, que foi quem entregou ao covarde desertor do dia 30/12/2022 a minuta do Estado de Sítio preparada por outro patético personagem, o ex-ministro da “justissa” Anderson Torres, ambos na companhia de muitos milicos da força bruta e quase todos os outros militantes da causa, em especial os integrantes do Gabinete do Ódio.
O chanceler acidental, que tinha ficado muito contente com a vitória nas eleições presidenciais americanas do “salvador do Ocidente”, deve estar agora querendo apenas ser esquecido de todos, sobretudo do Xandão, que ainda deve aumentar a lista de três dúzias de golpistas, onde o escondido “dipromata” também poderia estar, se tivesse continuado a ser o chanceler de araque que quase destruiu a diplomacia profissional com seu antiglobalismo esquizofrênico e seu olavismo doentio. Que ele se lembre de agradecer ao ex-chefe a sua demissão.
Eu talvez também tivesse, em todo caso, de agradecer ao funesto chanceler acidental a oportunidade e a inspiração que ele me deu para escrever pelo menos cinco livros sobre sua terrível obra destruidora, começando por “Miséria da Diplomacia: a destruição da inteligência no Itamaraty”, logo em meados de 2019, e terminando por “Apogeu e Demolição da Política Externa”, em meados de 2021, pouco depois que ele foi defenestrado pelo ingrato e estúpido chefe desmiolado. No meio teve três outros livros: “O Itamaraty num Labirinto de Sombras” (2019), “Uma Certa Ideia do Itamaraty” (2020) e “O Itamaraty Sequestrado” (2020). Todos eles disponíveis na Amazon.com.br, vários em Kindle.
Eu acho que os anos 2019-2021 deveriam ficar num parênteses na história do Itamaraty, como exemplo do que de errado a ideologia pode fazer contra nossos valores e princípios (até constitucionais), contra nossos padrões de trabalho, quando a corporação resolve ser submissa aos ditames de amadores em política externa e militantes de certas causas bizarras. Isso vale para a esquerda e para a direita, ambas aliadas de ditadores de suas respectivas causas, sempre autocráticas, num sentido ou noutro.
Paulo Roberto de Almeida
Brasilia, 22/11/2024
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