POR QUE ESCONDEM AS NEGOCIATAS DO BTG
PACTUAL COM A PETROBRÁS?
JORGE
OLIVEIRA
4/04/2015
Amsterdam,
Holanda - A pergunta que mais se ouve por aqui é se o Brasil terá condição de
sair da crise econômica e se os responsáveis pelo roubo da Petrobrás serão
presos. As opiniões estão divididas entre os europeus com os quais tenho
conversado. Os mais otimistas dizem que todos serão penalizados, a exemplo do
que ocorreu com o mensalão. Outros, mais céticos, desconfiam que o STF não vai
andar com os processos e que tudo terminará em pizza. Estes, suspeitam que os
ministros, nomeados no governo petista, vão empurrar os processos com a barriga
até o esquecimento. E que dificilmente aparecerá um “Joaquim Barbosa” para
peitar os poderosos envolvidos no escândalo da Petrobrás.
Antes de
deixar Portugal, fui envolvido numa discussão com jornalistas brasileiros e
locais ávidos em saber como o PT conseguiu derreter os ativos da Petrobrás ao
acobertar uma quadrilha que agiu durante muito tempo nas licitações
fraudulentas e no recebimento de propinas das empresas que prestavam serviços à
estatal, tudo isso para alimentar os petistas no poder. Nessa conversa fiquei
surpreso com a informação que eles têm da negociata que envolveu a Petrobrás e
o Banco BTG Pactual, do banqueiro André Esteves, amigo do peito de Lula.
Confesso que
fiquei horrorizado com o que ouvi dos jornalistas europeus. Na verdade, a
palavra certa é envergonhado com a informação que eles dispõem de que a
Petrobrás privatizou em 2013 a sua participação nos campos de petróleo de sete
países africanos.
À frente do negócio, o banqueiro André Esteves, que, por um
momento, deixou de atuar no mercado de capitais para se apoderar de poços de
petróleo na gestão da Graça Foster. Dois desses campos, na Nigéria,
produziam até 55 mil barris/dia, 60% de todo petróleo que o Brasil importa, ou
25% do que refina. O curioso de tudo isso é que pouca gente no Brasil atentou
para essa privatização da Petrobrás no exterior, enquanto Lula e a Dilma se
esgoelavam para acusar a oposição na campanha da “venda” da Petrobrás.
Agora, veja
que coisa fantástica, aliás, que negócio da China entre a Petrobrás e o
banqueiro André Esteves. Especialistas da área petrolífera analisaram que esses
ativos da Petrobrás estavam avaliados em US$ 7 bilhões. Mas esses valores
misteriosamente caíram para US$ 4,5 bilhões, US$ 3,16 bilhões até chegar aos
US$ 1,5 bilhão oferecidos pelo BTG Pactual. Tudo ocorreu na surdina, sem que os
acionistas soubessem que os ativos da empresa estavam sendo leiloados a preço
de banana.
O que se sabe
aqui na Europa é que houve um silêncio conveniente entre os políticos
brasileiros, normalmente financiados por banqueiros, e os ministros do Tribunal
de Contas da União. Vamos aos fatos: em 2014, o deputado tucano Antonio
Imbassahy , líder do PSDB na Câmara, revestiu-se da mais alta envergadura
cívica para apurar a negociata. Pediu informações ao Ministério das Minas e
Energia, mas não as recebeu. Nem por isso desistiu. Entrou com um pedido de
investigação no Tribunal de Contas da União que abriu processo para analisar a
operação. Se você disser que nada aconteceu até hoje, garanto-lhe: acertou na
mosca.
Os
jornalistas europeus, que até então publicavam informações distorcidas de que
as manifestações de rua contra a Dilma e o PT são coisa da direita, agora
começam a entender que os brasileiros estão indo para as passeatas para, no
mínimo, tentar salvar o que resta do seu patrimônio vandalizado pela quadrilha
petista que se instalou no país.
Depois de
quase um ano dessa nebulosa operação, espera-se que o deputado Antonio
Imbassahy responda aos brasileiros e, principalmente aos seus eleitores
baianos, porque parou de pressionar o Ministério das Minas e Energia por uma
resposta convincente sobre as vendas do ativos da Petrobrás na África. E por
que o Tribunal de Contas da União esqueceu na gaveta as investigações que iriam
desvendar esse misterioso negócio do banqueiro?
Com a palavra Lula, Dilma, Graça
Foster, Imbassahy, o PSDB e o TCU.