Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53
Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks
terça-feira, 15 de julho de 2014
70 anos depois de Bretton Woods, Brics querem dar passo atras na multilateralizacao dos pagamentos
segunda-feira, 14 de julho de 2014
Brics no Brasil: os democratas e os autoritarios - El Pais
Paulo Roberto de Almeida
Unidos pela economia, separados pela democracia
Quando os cinco presidentes do clube dos BRICS se reunirem na manhã de terça-feira em Fortaleza, voltarão a comprovar que como gigantes emergentes estão unidos muito mais por seus interesses econômicos do que por seus posicionamentos políticos e sociais. Por trás da sexta cúpula entre Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul –que respondem por 20% do PIB mundial e 40% da população global– será vislumbrado um choque de filosofias que mostrará se a democracia é necessária para conseguir um sólido crescimento econômico e reduzir a pobreza.
Depois da queda do Muro de Berlim em 1989, o modelo ocidental democrático-capitalista parecia se impor a longo prazo como a melhor receita de sucesso, mas a crise econômica internacional de 2008 e a gradual perda de influência do Ocidente diante do surgimento de novos atores mudaram este paradigma. “Enquanto os poderes ocidentais lutavam por superar a paralisação política, o ‘establishment’ político chinês continuava gerando altos níveis de crescimento e tirando milhões de pessoas da pobreza”, destaca um relatório dos BRICS, apresentado recentemente em Washington e elaborado pelo centro de estudos britânico Legatum, com a colaboração de think-tanks brasileiros, indianos e sul-africanos.
Com certeza, um dos exemplos mais reveladores é a dificuldade do Governo dos Estados Unidos –dada a paralisia que amarra o Capitólio– de conseguir a aprovação para a construção de uma infraestrutura, em contraste com a eficácia e a rapidez da China.
O documento compara os modelos de governos democráticos do Brasil, da Índia e da África do Sul frente aos autoritários da China e da Rússia. E sua conclusão é muito nítida: “A democracia não é um obstáculo ao crescimento. Não é necessário, como alguns argumentam, renunciar às liberdades individuais, ao Estado de Direito, instituições independentes, liberdade de imprensa e eleições regulares. Ao contrário, os direitos e liberdades democráticas podem ajudar a promover um desenvolvimento sustentado, um maior crescimento e reduções efetivas da pobreza”.
Os autores sustentam que o desenvolvimento econômico e social do Brasil, da Índia e da África do Sul nos últimos 25 anos não pode ser entendido sem sua evolução democrática. Por isso, argumentam, representam um modelo de “democracia alternativa do Sul”, afastado do padrão ocidental dos Estados Unidos e da Europa, e que pode servir de referência para outros países emergentes – como Malásia, Turquia e Cingapura-, tentados a não avançarem em relação a liberdades e contrapoderes plenos.
Nas últimas duas décadas, China e Rússia –ainda que em menor medida– registraram uma queda drástica da taxa de pobreza e uma ampliação da classe média. O mesmo foi conseguido pelo Brasil, Índia e África do Sul. Portanto a pergunta surge rapidamente: O que a democracia acrescenta nesses casos? E a resposta, segundo o relatório, é: muitíssimo. Em uma ampla análise comparativa e partindo do pressuposto de que o conceito de democracia vai além da realização das eleições, o documento destaca que esse modelo permite uma maior liberalização econômica, dá poder e protege indivíduos que não pertencem a classes privilegiadas, gera instituições alheias às interferências políticas –um assunto-chave para reduzir a corrupção–, e permite aos indivíduos denunciar abusos de poder sem serem reprimidos. Fatores imprescindíveis em nações emergentes com amplas disparidades raciais, étnicas, regionais e de classe.
Além disso, ao contrário das sociedades autoritárias, as democráticas “podem corrigir a si mesmas”, geram um “contrato social” ao forjar uma identidade nacional em torno de valores democráticos que permitem uma solução pacífica de tensões, e que “fomentam e blindam a inovação social e econômica.” Por exemplo, os autores duvidam que o Bolsa Família, o bem-sucedido programa brasileiro de subsídios para reduzir a pobreza, teria conseguido impulso em países despóticos.
O panorama, no entanto, está longe de ser idílico. Brasil, Índia e África do Sul mantêm numerosos problemas e desafios –além dos econômicos, a corrupção e a desigualdade continuam elevadas–, o que os coloca em uma encruzilhada. “Existem circunstâncias perigosas nos três. É preciso mais democracia”, afirmou na apresentação do relatório Ann Bernstein, diretora-executiva do Centro para o Desenvolvimento e Empreendimento, um laboratório de ideias sul-africano.
O documento considera que as reformas estruturais empreendidas nos três países na década de noventa ficaram obsoletas e defende uma segunda onda para fazer frente às crescentes exigências de melhorias por parte da classe média urbana, ao risco de perder competitividade mundial e à dificuldade de manter o elevado gasto público em políticas sociais. Em concreto, propõe melhorar a transparência e a responsabilidade nas instituições, liberalizar mais a economia, ganhar eficiência na gestão de serviços públicos e promover a autossuficiência nas políticas contra a pobreza. O objetivo: conseguir um crescimento econômico sólido e inclusivo sem perder a estabilidade política.
O contexto não é por acaso: 2014 é um ano eleitoral para os três grandes emergentes democráticos. Índia e África do Sul foram às urnas em abril e maio, com a mudança de governo no gigante asiático. E será a vez do Brasil em outubro, com a presidenta Dilma Rousseff liderando as pesquisas. O que parece muito improvável, concordam os analistas, é que as divergências democráticas no seio dos BRICS sejam tratadas na cúpula de Fortaleza. O clube dos emergentes, enfatizam, nasceu como um conceito econômico e de contraposição aos organismos ocidentais.
quinta-feira, 26 de junho de 2014
Brics meetings and summits: much ado about almost nothing? - Oliver Stuenkel, Alan Beattie
=========
quinta-feira, 12 de junho de 2014
BRICS: 6a reuniao de cupula em Fortaleza: declaracoes dos encontros
Um dos links traz as declarações das cúpulas anteriores:
http://brics6.itamaraty.gov.br/declarations-action-plans-and-communiques/listadecplan
Leaders' Declarations and Action Plans
Meetings of the Ministers of Foreign Affairs
BRICS Joint Statistical Publications
sábado, 31 de maio de 2014
BRICS: vc acredita nesse grupo? Entao escreva algo a respeito... - Moscou, 30/10/2014
sexta-feira, 30 de maio de 2014
Agora o Brics vai, ou racha? Argentina convidada...
Paulo Roberto de Almeida
|
Argentina BRICS
|
El Gobierno argentino afirmó que la invitación de Rusia a Argentina para que participe en la próxima Cumbre de los BRICS, el próximo julio, abre la puerta a una "alianza potencial muy significativa" con este bloque de países.
|
terça-feira, 6 de maio de 2014
Brics: crescendo, mas ainda muito distantes dos niveis de renda e de consumo dos desenvolvidos
Brics aumentam participação em PIB global, mas estão longe dos desenvolvidos, diz OCDE
quinta-feira, 10 de abril de 2014
BRIC, BROC, BRUC? A degringolada da America Latina sera' a do Brics tambem?
Banco Mundial vê 'nuvens negras' no horizonte econômico da América Latina
Segundo estudo, a desaceleração do motor chinês e a mudança na política monetária dos EUA trouxeram volatilidade e incerteza aos mercados em desenvolvimento, entre eles o Brasil
O que significa o rebaixamento da nota do Brasil pela S&P
Para OCDE, economias emergentes continuarão desacelerando
sexta-feira, 21 de março de 2014
Brics: se nao uma clausula democratica, que tal uma clausula de naoinvasao?
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014
Potência dos Brics, Brasil agora é visto como um dos "cinco frágeis" - Valor Economico
domingo, 2 de fevereiro de 2014
Imprensa continua a se impressionar com palavras: Brics (mas nada alem de letras...)
segunda-feira, 13 de janeiro de 2014
A nobre arte de se dobrar aos poderosos do momento: o tempora, o mores...
Parece que nos tempos do nunca antes, dominado pelos companheiros, temos duas submissões no registro: aos cubanos e aos chineses...
Os cães ladram, e a caravana continua a mesma...
Paulo Roberto de Almeida
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
O Brics nao existe, mas ainda assim o Brasil consegue ter o dobro da carga tributaria do bloco
Da mesma forma, essa matéria abaixo apenas confirma uma deformação integralmente brasileira, completamente nacional, e que vale na comparação do Brasil com qualquer outro país, inclusive naqueles que possuem cargas tributárias iguais ou mais elevadas (basta comparar serviços prestados pelos respectivos Estados).
Ou seja, fiquemos nos países de forma independente, ou por acaso eles pretendem unificar políticas fiscais?
Bobagens monumentais são difíceis de desmantelar...
Paulo Roberto de Almeida