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segunda-feira, 14 de julho de 2014

Brics no Brasil: os democratas e os autoritarios - El Pais

Na verdade, é um pouco mais complexo do que isso: a democracia no Brasil, na Índia e na África do Sul é de muito baixa qualidade, com muita corrupção, muito curral eleitoral, muito dinheiro sendo gasto inutilmente com quem está no poder.
Paulo Roberto de Almeida

Unidos pela economia, separados pela democracia

Quando os cinco presidentes do clube dos BRICS se reunirem na manhã de terça-feira em Fortaleza, voltarão a comprovar que como gigantes emergentes estão unidos muito mais por seus interesses econômicos do que por seus posicionamentos políticos e sociais. Por trás da sexta cúpula entre Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul –que respondem por 20% do PIB mundial e 40% da população global– será vislumbrado um choque de filosofias que mostrará se a democracia é necessária para conseguir um sólido crescimento econômico e reduzir a pobreza.

Depois da queda do Muro de Berlim em 1989, o modelo ocidental democrático-capitalista parecia se impor a longo prazo como a melhor receita de sucesso, mas a crise econômica internacional de 2008 e a gradual perda de influência do Ocidente diante do surgimento de novos atores mudaram este paradigma. “Enquanto os poderes ocidentais lutavam por superar a paralisação política, o ‘establishment’ político chinês continuava gerando altos níveis de crescimento e tirando milhões de pessoas da pobreza”, destaca um relatório dos BRICS, apresentado recentemente em Washington e elaborado pelo centro de estudos britânico Legatum, com a colaboração de think-tanks brasileiros, indianos e sul-africanos.

Com certeza, um dos exemplos mais reveladores é a dificuldade do Governo dos Estados Unidos –dada a paralisia que amarra o Capitólio– de conseguir a aprovação para a construção de uma infraestrutura, em contraste com a eficácia e a rapidez da China.

O documento compara os modelos de governos democráticos do Brasil, da Índia e da África do Sul frente aos autoritários da China e da Rússia. E sua conclusão é muito nítida: “A democracia não é um obstáculo ao crescimento. Não é necessário, como alguns argumentam, renunciar às liberdades individuais, ao Estado de Direito, instituições independentes, liberdade de imprensa e eleições regulares. Ao contrário, os direitos e liberdades democráticas podem ajudar a promover um desenvolvimento sustentado, um maior crescimento e reduções efetivas da pobreza”.

Os autores sustentam que o desenvolvimento econômico e social do Brasil, da Índia e da África do Sul nos últimos 25 anos não pode ser entendido sem sua evolução democrática. Por isso, argumentam, representam um modelo de “democracia alternativa do Sul”, afastado do padrão ocidental dos Estados Unidos e da Europa, e que pode servir de referência para outros países emergentes – como Malásia, Turquia e Cingapura-, tentados a não avançarem em relação a liberdades e contrapoderes plenos.

Nas últimas duas décadas, China e Rússia –ainda que em menor medida– registraram uma queda drástica da taxa de pobreza e uma ampliação da classe média. O mesmo foi conseguido pelo Brasil, Índia e África do Sul. Portanto a pergunta surge rapidamente: O que a democracia acrescenta nesses casos? E a resposta, segundo o relatório, é: muitíssimo. Em uma ampla análise comparativa e partindo do pressuposto de que o conceito de democracia vai além da realização das eleições, o documento destaca que esse modelo permite uma maior liberalização econômica, dá poder e protege indivíduos que não pertencem a classes privilegiadas, gera instituições alheias às interferências políticas –um assunto-chave para reduzir a corrupção–, e permite aos indivíduos denunciar abusos de poder sem serem reprimidos. Fatores imprescindíveis em nações emergentes com amplas disparidades raciais, étnicas, regionais e de classe.

Além disso, ao contrário das sociedades autoritárias, as democráticas “podem corrigir a si mesmas”, geram um “contrato social” ao forjar uma identidade nacional em torno de valores democráticos que permitem uma solução pacífica de tensões, e que “fomentam e blindam a inovação social e econômica.” Por exemplo, os autores duvidam que o Bolsa Família, o bem-sucedido programa brasileiro de subsídios para reduzir a pobreza, teria conseguido impulso em países despóticos.

O panorama, no entanto, está longe de ser idílico. Brasil, Índia e África do Sul mantêm numerosos problemas e desafios –além dos econômicos, a corrupção e a desigualdade continuam elevadas–, o que os coloca em uma encruzilhada. “Existem circunstâncias perigosas nos três. É preciso mais democracia”, afirmou na apresentação do relatório Ann Bernstein, diretora-executiva do Centro para o Desenvolvimento e Empreendimento, um laboratório de ideias sul-africano.

O documento considera que as reformas estruturais empreendidas nos três países na década de noventa ficaram obsoletas e defende uma segunda onda para fazer frente às crescentes exigências de melhorias por parte da classe média urbana, ao risco de perder competitividade mundial e à dificuldade de manter o elevado gasto público em políticas sociais. Em concreto, propõe melhorar a transparência e a responsabilidade nas instituições, liberalizar mais a economia, ganhar eficiência na gestão de serviços públicos e promover a autossuficiência nas políticas contra a pobreza. O objetivo: conseguir um crescimento econômico sólido e inclusivo sem perder a estabilidade política.

O contexto não é por acaso: 2014 é um ano eleitoral para os três grandes emergentes democráticos. Índia e África do Sul foram às urnas em abril e maio, com a mudança de governo no gigante asiático. E será a vez do Brasil em outubro, com a presidenta Dilma Rousseff liderando as pesquisas. O que parece muito improvável, concordam os analistas, é que as divergências democráticas no seio dos BRICS sejam tratadas na cúpula de Fortaleza. O clube dos emergentes, enfatizam, nasceu como um conceito econômico e de contraposição aos organismos ocidentais.

sábado, 8 de junho de 2013

Cupula do Mercosul: as datas sao flexiveis, as posicoes menos, os desacertos infinitos...

El Mercosur posterga su cumbre en medio de pujas

Martín Dinatale


Con la excusa formal de incluir al presidente electo de Paraguay, Horacio Cartes, en la mesa de negociaciones, pero bajo un clima de fuerte tensión entre varios socios del bloque regional, el Mercosur decidió postergar para fines de agosto la cumbre de presidentes que estaba prevista para el 28 de este mes en Montevideo.

No hay fecha firme del nuevo encuentro, pero la decisión fue ratificada ayer por Uruguay, que está a cargo de la cumbre. Más allá de la intención de no dejar afuera al nuevo presidente paraguayo, que asumirá el 15 de agosto, la postergación de la cumbre refleja el clima de diferencias internas que hay hoy en el Mercosur.

En rigor, si la cumbre se hacía el 28 de este mes, Cartes no iba a concurrir porque aún no asumió. Tampoco iba a ir a Montevideo el actual presidente paraguayo, Federico Franco, que fue suspendido del Mercosur por la destitución de Fernando Lugo. Hasta las recientes elecciones que dieron por ganador a Cartes, Paraguay estaba suspendido del Mercosur. En medio de ello, el bloque aceptó la incorporación de Venezuela, que no tiene hasta ahora la aceptación del Parlamento de Asunción. El Congreso paraguayo debe tratar el 1° de julio la inclusión de Venezuela en el bloque regional, que ya aprobaron Uruguay, Brasil y la Argentina. Éste sería otro de los motivos de la postergación de la cumbre.

Pero más allá de esta situación de Paraguay, fuentes calificadas de la Cancillería y de los gobiernos de Uruguay, Paraguay y Brasil admitieron a LA NACION que la postergación de la cumbre servirá para "ganar tiempo, limar asperezas y unificar posiciones" entre varios países en conflicto.

Sin mencionarlo de manera directa o, por el contrario, aludiendo en forma precisa al tema, los diplomáticos consultados dejaron entrever que sobresale la fuerte puja entre Brasil y la Argentina. Ésta es una de las mayores trabas para avanzar en un acuerdo completo del Mercosur.

"Sin dudas postergar la cumbre del Mercosur y ganar tiempo nos servirá para apaciguar los ánimos con Brasil", admitió ayer a LA NACION un destacado diplomático de la Cancillería. Aunque ésta no fue una postura uniforme en el Palacio San Martín. Los cortocircuitos entre Buenos Aires y Brasilia se potenciaron en los últimos días tras la estatización del ramal ferroviario de carga que estaba en manos de la empresa brasileña ALL. Este nuevo cortocircuito con inversores de Brasil se suma a la salida de la minera Vale y de Petrobras.

A su vez, varios diplomáticos de Itamaraty y de Montevideo coincidieron en que la postergación de la cumbre del Mercosur fue pedida por Brasil. Al parecer, Dilma Rousseff se comprometió a darle una solución a la decisión de Paraguay de frenar el ingreso de Venezuela en el Mercosur. "Brasil tiene el compromiso asumido de destrabar el problema entre Paraguay y Venezuela", dijo un funcionario cercano al presidente uruguayo José Mujica.

Brasil quiere establecer una buena relación con Paraguay y Venezuela porque, más allá de la búsqueda de un liderazgo en la región, debe resolver con ambos países problemas limítrofes muy complejos que contemplan la lucha conjunta contra el narcotráfico y el terrorismo.


Ayer, la decisión del Mercosur de postergar la cumbre de presidentes fue eje de análisis en la despedida a la embajadora de Suecia en Buenos Aires, Charlotte Wrangberg. Allí hubo señales de preocupación de varios diplomáticos de la Unión Europea, que ven cada vez más lejana la posibilidad de cerrar un acuerdo de libre comercio con el Mercosur.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Triste fim das cupulas das Americas (diminuidas)...

Uma comédia de erros, como diria Shakespeare, essa última (ou a mais recente, mas creio que será a última, mesmo, e ainda bem) cúpula das Américas, com todos os direitos a ridicularias, superfluidades e inutilidades.
Nem sei como assessores presidencias permitem que seus chefes de Estado se desloquem para coisas tão sem sentido, pura perda de tempo.
Abaixo a excelente síntese feita pelo ex-prefeito Cesar Maia: 



CÚPULA DAS AMÉRICAS! OU UM CORSO, COMO DISSE MUJICA!
    
1. Não houve documento final.
    
2. Presidentes do Equador e Nicarágua não foram porque Cuba não participou. Chávez alegou doença.
    
3. Não se tratou da flexibilização das drogas, nem da participação de Cuba. Morales discursou sobre Cuba e não sobre problemas da Bolívia.
     
4. Brasil tratou de protecionismo e Argentina foi quem colocou a carapuça.
     
5. Ninguém quis tratar das Malvinas e Cristina Kirchner rodou a polaina, abandonou a reunião e voltou para Buenos Aires.
      
6. Presidente dos EUA disse que a época da guerra fria e de xingar os yankees já passou há muitos anos.
       
7. No meio do "baile" o presidente do Uruguai, José Mujica, declarou: "Isso não é uma Cúpula: é um Corso. Que papelão vieram fazer".

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Comentário (longo) recebido de um leitor anônimo (mas que deve entender do assunto):

sobre a Cupula das Americas e o exercício das cúpulas.
Elas eram relativamente raras no contexto latino-americano, diferentemente das reuniões diplomáticas de nível ministerial. Destas tivemos várias, do sistema interamericano, algumas famosas, como a do Rio de Janeiro, de janeiro de 1942, que hipotecou solidariedade aos EUA, depois dos ataques de Pearl Harbor.
Depois houve a de 1947, em Petropolis, quando se firmou o TIAR, com direito a discurso do presidente Dutra. Eisenhower visitou o Brasil, mas foi bilateral, como tinha sido Roosevelt, durante a guerra.
A outra grande conferência de chefes de Estado do hemisfério foi em 1967, em Punta del Este, quando Lyndon Johnson perguntou a um assessor, já dentro do avião presidencial, "para onde mesmo estamos indo?" (bem isso pode ser apenas um joke...).

A mania de cúpulas começou mesmo com os espanhóis, que queriam a todo custo celebrar condignamente os 500 anos da viagem inaugural de Colombo.
As celebrações de Sevilha em 1992 deram a partida para as reuniões ibero-americanas, que o Embaixador Seixas Correa, ex-SG do MRE, ex-embaixador em Buenos Aires, Mexico e Madrid, já definiu como um envelope em busca de um conteúdo. Não apenas na ocasião tivemos várias iniciativas anti-colonizadoras, mas as ibero-americanas sempre foram marcadas por reclamações indiretas de parte e outra, e o Brasil nunca gostou muito do que considera, talvez, uma hispanidad excessiva.
Diferente foi a Cúpula das Américas, inaugurada por Clinton em dezembro de 1994 em Miami, e que visava dar uma roupagem mais densa à Iniciativa para as Américas que tinha sido proposta por Bush pai, em 1990. Os propósitos eram grandiosos, e além da Alca-FTAA, vários outros temas foram sempre mobilizados pelos diplomatas e estrategistas americanos, inclusive alguns que não foram muito bem acolhidos pelos latino-americanos (como integração financeira, serviços e propriedade intelectual). As negociações da Alca corriam paralelamente, com suas reuniões ministeriais e de negociadores diplomáticos, mas as cúpulas de chefes de Estado tinham certa importância cerimonial, embora pouca relevância prática. Os chefes de Estado deveriam, a rigor, pressionar seus ministros e negociadores a avançarem na agenda de cooperação e de liberalização comercial, na linha do que pretendiam os EUA, mas vários países se opunham a essa agenda, entre eles o Brasil (desde sempre, seguido mais tarde pela Venezuela chavista e pela Argentina a partir de 2003). Foram estes tres que sabotaram, conscientemente, a Alca na V Cúpula das Américas, quando Kirchner quis contentar seu amigo e unico financiador Hugo Chavez, permitindo a realização de uma contra-cúpula das Americas, num momento em que cubanos e venezuelanos já se decidiam pela Alca.
Tanto o Brasil se sentia desconfortável com as iniciativas americanas que ele propos, na virada de conceitos de América Latina para América do Sul, a partir de 1993, sobretudo com Celso Amorim na chancelaria, uma Alcsa, que nunca foi muito bem aceita pelos demais países.
As ibero-americanas foram se fazendo de modo muito burocratico e as cúpulas das Américas também não conseguiram realizar o que os EUA pretendiam, daí a adoção de uma estratégia minilateralista pelos EUA, desde a chegada de Bush filho, abordando os países individualmente, e não mais em grupo. As próprias ofertas dos EUA na Alca foram diferenciadas entre países, sendo Mercosul ficava claramente desfavorecido.
Em 2000, para concretizar a ideia da sul-americanidade, que tinha ficado praticamente sem elaboração desde o início da década, FHC reúne seus contrapartes da América do Sul, mas já na conferência a Argentina sabotou nossas propostas, continuando a falar de América Latina, o tempo todo, e recusando-se a aceitar a convocação de uma segunda reunião de chefes de Estado um ano depois, que só foi ser feita no Equador dois anos depois. 
Não é preciso dizer que a tropa dos companheiros, Lula, JD e MAG, e mais Samuel e Amorim, nunca gostaram da Cúpula das Americas, da Alca, das ibero-americanas e mesmo do Grupo do Rio, excessivamente ligado aos problemas centro-americanos e caribenhos. Sabotaram umas e desenvolveram outras, começando pela ideia da Comunidade de Nações Sul-Americanos, também sabotados pelos vizinhos, por uma questão de arrogância diplomática brasileira sob os companheiros.
Toda a politica externa de Lula, de Chavez, de Kirchner, e dos bolivarianos menores, foi no sentido de sabotar e enterrar todas as iniciativas e organizações de que participasse o "império", criando outras, exclusivamente sul-americanas ou pretensamente latino-americanas, como a Alba de Chávez, uma esquizofrenia completa (basta ler o tratado constitutivo para constatar). 
Como a proposta brasileira não foi aceita pelos demais, acabamos descambando na Unasul, que tem um tratado tão vago que permite qualquer coisa, mas não realiza nada de concreto.
Quanto às cúpulas das Américas, era inevitável que fossem sabotados pelos bolivarianos. Mas é ridículo que outros paises também aderissem a essa campanha em favor de Cuba, que não tem interesse nenhum de participar desse tipo de exercício, assim como tampouco teve interesse em reingressar na OEA, depois da patetica reunião ministerial de 2009 que suspendeu a "suspensão" de 1962, adotada em Punta del Este, sob patrocínio dos EUA e da Venezuela.
Não creio que esses gestos pro-cubanos -- alias ratificados até pelo Tom Shannon, quando ficou na ministerial da OEA em substituição a Hillary Clinton -- tenham qualquer importância real; pura política, da mais baixa qualidade.
Enfim, não há muito a fazer nessas cúpulas, senão endossar declarações insípidas, e sem qualquer significado prático. Nem mesmo os valores democráticos são respeitados, e seria melhor, para todos, dar o exercício por encerrado.
Os latino-americanos já tem cúpulas suficientes, varias delas de iniciativa do Brasil, entre as quais a CALC, convertida em Celac em dezembro passado.
Tudo isso constitui um balé diplomático sem qualquer importância real, pois já se caiu na enfermidade do cupulismo, reuniões para se reunir, não para decidir algo realmente importante.
Nunca foram tão grandes as diferenças reais entre os países, e nunca os chefes de Estado se reuniram tantas vezes, com discursos absolutamente hipócritas.
Mas a própria OEA é um exercício político altamente hipócrita, e caro para o contribuinte americano.
Talvez esteja na hora de repensar todos esses exercícios. 
Mas como as burocracias diplomáticas são todas conservadoras, lentas e desprovidas de imaginação, e como os chefes de Estado adoram se reunir, esses jamborees inúteis vai continuar a ser realizados.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Adiando uma cupula (mas vai ser preciso trocar de cupula tambem...)

O anúncio é banal, corriqueiro, até esperado, necessário, indispensável: havendo problemas de agenda, é preciso remarcar os compromissos.
Primeiro o anúncio, que foi veiculado também pelo boletim da liderança de certo partido governamental no Congresso:

Cúpula América do Sul-Países Árabes tem nova data

A Embaixada do Peru no Brasil confirmou ontem ao Ministério das Relações Exteriores que a 3ª Cúpula América do Sul-Países Árabes (Aspa), em Lima, prevista para começar no dia 12 deste mês, foi remarcada para 20 de abril. Assessores brasileiros foram informados sobre o adiamento das reuniões em decorrência da crise que atinge parte do mundo muçulmano. É uma medida de precaução, a pedido dos líderes políticos dos países árabes.

A presidenta Dilma Rousseff estrearia na cúpula nos dias 15 e 16 de fevereiro. Em um primeiro momento, caberia a ela discursar em duas situações – para os empresários e depois para os líderes políticos sul-americanos e árabes. Porém, o adiamento da cúpula pode mudar parte do cronograma.

O adiamento da cúpula, na avaliação do deputado Dr. Rosinha (PT-PR), é estratégico, já que havia um grande risco de vários líderes de países árabes não comparecerem ao evento em função do agravamento da crise política. “Não havia outra alternativa senão o adiamento da cúpula. A ausência destes governantes no evento poderia levar a cúpula ao fracasso. Precisamos de uma cúpula consistente, prestigiada, para não perdermos credibilidade”, defendeu.

Cúpula - No total, representantes de 33 países integram a Aspa. Dos 22 países árabes que fazem parte da cúpula, seis passam por um momento delicado na política interna, como o Egito, a Jordânia, o Líbano, a Palestina, a Síria e o Iêmen. Em decorrência dessa turbulência, os líderes políticos da região pediram à organização da cúpula da Aspa para adiar sua realização.

Até o adiamento da cúpula, os negociadores planejavam divulgar, depois das reuniões, uma nota conjunta em defesa do ambiente democrático e do bem da população. O caso da criação do Estado palestino também teria destaque em apoio à autonomia e defesa da região. A medida seria uma resposta à crise política no Egito e nos demais países.

Desde o final do ano passado, há uma série de discussões pautadas para a Aspa, que se estendem à questão política na região árabe. Na lista de prioridades estão a preocupação com os efeitos da alta do preço dos alimentos, a falta de água nos países árabes e os problemas gerados por causa da desertificação.

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Medida de precaução é eufemismo.
Só que além da data, vai ser preciso trocar de cúpula também, pois os da cúpula anterior correm o risco de terem certas dificuldades para chegar, alguns até estando em lugares incertos e não sabidos, outros certamente não foram sabidos ao ponto de reformar seus regimes a tempo e agora amargam um doce exílio (tão doce quanto o permitido pelas reservas pessoais acumuladas em tantos anos de liderança sábia e esclarecida), e outros estão sendo sabidos a ponto de adiarem uma cúpula qeu corre o risco de ser adiada mais uma vez e até de não se realizar.
Que tristeza, não é mesmo? Tanta coisa para ser dita e esses manifestantes atrapalhando o calendário governamental.
Aproveitando a espera, quem sabe não se reforma a agenda, também, colocando, por exemplo, temas como direitos humanos, democracia, boa governança na ordem do dia?
Enfim, é só uma sugestão...

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Mercosul para "desaprendizes": editorial de "O Globo"

Existe, claro, a figura dos "aprendizes", aqueles jovens que são incorporados como estagiários ou recém incorporados ao mercado de trabalho e que aprendem com os mais velhos como fazer as coisas, os macetes da profissão, as dicas para um bom desempenho e até alguns "segredos" do ofício, que mistura um pouco de experiência e um pouco de "maladragem", no bom sentido da palavra, que os mais velhos e mais calejados na profissão passam a esses jovens entusiastas e entusiasmados com sua nova ocupação.
Não é, certamente, o caso do Mercosul, tanto porque ele já caminha para a maioridade, já passou a sua fase de aprendizado, mas, curiosamente, ainda se comporta como um "aborrecente", ou menino "impossível".
Ninguém ali pode ser chamado de aprendiz, nem são eles "aprendíveis", pois a malandragem praticada no bloco é aquela da inadimplência em relação às obrigações contratuais, a incapacidade de conduzir as reformas internas para cumprir os requisitos do bloco -- ou seja, normas que os próprios chefes de Estado aprovaram e que se recusam a implementar internamente -- e até a falta de vontade para enfrentar as questões reais, preferindo alguns a velha política do "beggar-thy-neighbor", ou seja, empurre a crise para o seu vizinho. É mais ou menos o que pratica a Argentina em relação ao Brasil -- impondo salvaguardas e outras barreiras não apenas abusivamente, mas também de forma ilegal, do ponto de vista não só das regras do Mercosul, mas também com respeito ao quadro legal do GATT -- aliás, diga-se de passagem, com a complacência, a conivência e até a colaboração das autoridades da vítima, o que pode parecer inacreditável.
Esta é, no entanto, a realidade do Mercosul, em seus 20 anos de existência. Não creio que venha a melhorar muito nos próximos anos...
Paulo Roberto de Almeida

Editorial - Mercosul e seu futuro incerto
O Globo - 16/12/2010

É provável que, na reunião de hoje de presidentes de países do Mercosul, Lula faça um dos seus pronunciamentos emocionados. Pois, mais do que passar o posto de presidente do bloco para o Paraguai, Lula se despede do fórum. Depois de hoje, só em 2015 ou 2019, caso se candidate e se eleja novamente presidente. 

Outra curiosidade da cúpula, no mínimo polêmica, é a proposta, levada pelo próprio Brasil, de criação de um cargo de alto representante do Mercosul. Para quê? 

Ficou inevitável ironizar que gerar emprego sustentado pelo contribuinte é mesmo uma das habilidades de Lula. Não esquecer que a máquina pública brasileira e respectiva folha de salários incharam como poucas vezes nos oitos anos do presidente petista. Como não se enxerga qual a função objetiva deste executivo - mais do que isso: como não se sabe a forma pela qual o alto funcionário possa ajudar a desobstruir os gargalos existentes no bloco - também foi inevitável especular se o Brasil, em fase de troca de governo, mesmo que seja dentro do mesmo grupo político, não estaria tentando criar um emprego bem remunerado para algum companheiro fora dos planos de Dilma Rousseff para depois do dia 1º. 

Não se pode imaginar que o ex-presidente Lula se veja no cargo. As especulações, é inexorável, terminam apontando para o ministro Celso Amorim. 

Mas tudo isso é pouco para uma reunião de presidentes de um bloco comercial que enfrenta dificuldades há tempos. Do ponto de vista das estatísticas, o Mercosul passa por um bom momento: segundo a Cepal, as economias latino-americanas e caribenhas terão crescido este ano 6%, acima da média mundial. Devem desacelerar em 2011, para 4,2%, mas, diante da conjuntura europeia e norte-americana, não é um número ruim. Em grande parte, a região tem sido puxada pelo Mercosul, com um crescimento estimado de 6,6%. Só o Brasil, o carro-chefe, deverá passar dos 7,5%. A Argentina, por sua vez, se beneficia do empuxo brasileiro e também dos altos preços das commodities no mundo. 

Mas, como a conjuntura mundial é incerta, pode pesar no futuro o fato de o Mercosul, por influência brasileira e argentina, ter poucos acordos bilaterais de comércio. Hoje, em Foz do Iguaçu, serão formalizados acordos com 11 países em desenvolvimento, para o corte de 20% em tarifas que incidem em boa parte das trocas comerciais entre eles e também com o Mercosul. Na lista aparecem Índia, Indonésia, Malásia, Coreia do Sul, Egito e Marrocos. Não compensará o que se deixou de ganhar com o fracasso da Rodada de Doha, mas é melhor do que nada. O Brasil e, por tabela, o Mercosul perderam muito tempo à espera de um desfecho positivo da negociação no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), chamada de Doha. 

Outro ponto de interrogação é sobre a extrema dificuldade de o Mercosul ser mesmo um mercado comum. E está longe de ser, principalmente pela dificuldade de a Argentina expor sua economia à competição do Brasil. Além disso, existem a instabilidade institucional argentina e o espectro da Venezuela de Hugo Chávez, o qual os dois principais países do bloco insistem em abrigar no Mercosul, mesmo sendo ele um parceiro capaz de desestabilizar qualquer plano sério de novas alianças comerciais. Ainda é obscuro o futuro do Mercosul, u
m projeto que precisa ser fortalecido.


segunda-feira, 19 de abril de 2010

2041) Brics: o que ficou, afinal, depois da cupula?

A pergunta tem sentido, pois todo exercício dessa dimensão diplomática chama, naturalmente, análises ex post de avaliação e balanço. Ainda não li nenhuma que me trouxesse luzes sobre a contribuição dos quatro para o avanço da agenda internacional em qualquer capítulo que se pense: comecial, financeiro, humanitário, ambiental, segurança etc. etc. etc.
Em todo caso, esperando que venha alguma análise esclarecedora, reproduzo um editorial ex ante, do sempre cáustico Estadão, sobre a reunião, antes que ela produzisse algum resultado tangível, se produziu, além dos comunicados e declarações tradicionais, que são mais bullshit diplomático do que realizações concretas.

Quatro atores sem enredo
Editorial O Estado de S.Paulo
15 de abril de 2010

Falta um bom enredo para os quatro atores que se apresentarão amanhã em Brasília, na reunião de cúpula Bric - Brasil, Rússia, Índia e China. Só o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, parece acreditar numa importante convergência de interesses dos quatro grandes emergentes, a ponto de poderem atuar em conjunto na cena internacional. Mas essa crença não foi confirmada até agora. Na área comercial o fato mais notável, nos últimos tempos, foi a aproximação da China com os países latino-americanos, onde os produtos chineses têm tomado o lugar não só dos norte-americanos, mas também dos manufaturados brasileiros.
A conferência de amanhã será o segundo encontro de chefes de governo dos quatro países. O primeiro ocorreu em junho do ano passado, na Rússia, e nada produziu de notável. "Com a Índia temos pelo menos alguma cooperação na esfera técnico-militar, mas é difícil imaginar o que podemos querer do Brasil", escreveu na ocasião o analista político Mikhail Vinogradov.
Passado um ano, o Bric continua longe de formar um bloco ou uma frente diplomática, apesar da intensificação dos contatos entre representantes governamentais. Em 2009, os ministros de Finanças dos quatro países combinaram contribuir para o reforço financeiro do Fundo Monetário Internacional, juntando-se ao movimento iniciado pelos governos do mundo rico. O ministro brasileiro Guido Mantega funcionou como porta-voz do grupo, trombeteando condições para o empréstimo. Nenhum outro ministro apareceu em público para repetir as bravatas do colega brasileiro.
A pauta definida para Brasília inclui os itens mais previsíveis: o quadro econômico mundial, a regulação do sistema financeiro, a reforma do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial e, provavelmente, a polêmica sobre o programa nuclear do Irã.
China, Rússia e Índia têm muito mais peso que o Brasil nas questões de segurança global. As duas primeiras têm arsenais nucleares e são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. A terceira também tem armas atômicas e um papel importante no jogo estratégico regional. O Brasil não tem nenhum desses atributos, mas seu governo é o mais barulhento no debate sobre o programa nuclear do Irã. Se Brasília tem interesse estratégico nesse caso, certamente não coincide com os objetivos dos outros três.
Rússia, Índia e China têm ambições bem definidas de ocupar espaços crescentes na economia e na política internacionais. Essas ambições são projetos nacionais e não se subordinam a nenhuma fantasia terceiro-mundista. Nenhum de seus governantes atribui prioridade a relações comerciais do tipo Sul-Sul nem se dispõe a participar de movimentos para reformar a ordem global. Podem até usar essa linguagem, de acordo com a ocasião, mas cada qual age de fato em vista de objetivos nacionais. Nenhum deles tomou a iniciativa de converter em bloco a sigla Bric, inventada em 2001 por um economista do banco de investimentos Goldman Sachs.
O projeto chinês inclui a conquista de mercados na África e na América Latina. Inclui também a realização de acordos e de investimentos para garantir o suprimento de matérias-primas e bens intermediários produzidos nessas áreas. Isso não tem a mínima correspondência com qualquer aliança estratégica imaginada e alardeada pelo governo brasileiro. Segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), até 2014 a China tomará da União Europeia o posto de segundo mercado de destino das exportações latino-americanas, ficando pouco abaixo dos Estados Unidos. Mas será também a segunda maior fonte de produtos importados pela região. Nos dois casos, tomará espaço dos Estados Unidos, mas também deslocará o Brasil.
Esse deslocamento já ocorre até no interior do Mercosul onde produtores chineses tomaram espaço de brasileiros, competindo, em muitos casos, de forma bem pouco transparente. O governo brasileiro teria, se quisesse, motivos excelentes para rediscutir a relação com a China. E por que não com a Rússia, onde as carnes brasileiras têm sido discriminadas em favor das europeias e americanas? Mas para isso não seria preciso fantasiar sobre o Bric nem promover tertúlias de cúpula quase sem agenda.

sábado, 10 de abril de 2010

2062) Brics: delirios monetarios e cambiais?

A leitura da matéria abaixo incita várias dúvidas. Uma delas é saber se os jornalistas são, como parecem, singularmente despreparados -- ou até absolutamente ignorantes -- para tratar de questões monetárias e financeiras. A outra seria indagar se, ao contrário, são as autoridades diplomáticas e econômicas é que são especialmente mal preparadas para tratar dos mesmos problemas.
A questão se coloca em relação a essa inacreditável pretensão dos quatro Brics -- se isso é verdade, o que eu simplesmente não acredito -- de caminharem para "a adoção de uma moeda única para o comércio exterior em substituição ao dólar".
Como é que é? Os Brics vão abandonar o dólar e adotar qual moeda para seu comércio recíproco?: o euro, o SDR do FMI, a libra, o iene japonês?
Moeda única seria por acaso a de um deles?: o yuan, o real,o rublo ou a rúpia?
Ou vão fazer uma salada das quatro?: o yureruru? E vão criar como?
Essas moedas são conversíveis? Participam atualmente do comércio exterior dos países em questão? São adotadas para fins de transações financeiras? São moedas de reserva internacional?
Por vezes eu me pergunto se as pessoas são apenas ignorantes, ingênuas, ou se elas apenas querem agradar certos superiores que vivem dizendo bobagens econômicas...
Quanto a essa coisa de que "a gente não morre no final", só pode ser outra bobagem, ou brincadeira, que o jornalista não soube apreciar em toda a sua inutilidade...
Paulo Roberto de Almeida
(Shanghai, 10.04.2010)


Um por todos, todos por um
Adriana Nicacio
IstoÉ, Sábado, 10 de abril de 2010

Quando os presidentes do Brasil, da Rússia, China e Índia desembarcarem em Washington, no dia 22, para a Cúpula do G-20, os demais países, entre eles os EUA e os europeus, terão de ouvir atentamente o que o grupo conhecido por BRICs tem a dizer. E não haverá lugar para improvisos. Ao contrário, tudo estará devidamente elaborado. Na sexta-feira 16, o russo Dmitri Medvedev, o indiano Pratibha Devisingh e o chinês Hu Jintao encontram-se com Lula em Brasília para afinar o discurso que levarão ao G-20 e à reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional. Eles vão pedir grandes mudanças na atual ordem econômica, com um peso maior para os emergentes e reformas no FMI e Banco Mundial. No Itamaraty, o que se diz é que “pode até parecer que já vimos esse filme antes e a gente morre no final, mas, dessa vez, o filme pode ser repetido, mas a gente não morre.”

Donos de 15,5% de tudo que se produz mundo afora, os presidentes dos BRICs sabem que têm poder suficiente para fazer valer seus interesses estratégicos enquanto estiverem unidos. Isso explica por que, apesar de a China estar debaixo de intenso bombardeio internacional, principalmente dos EUA, para valorizar sua moeda, o yuan, esse tema não será discutido na reunião em Brasília. Os BRICs estão mais interessados em se fortalecer e pediram estudos aos técnicos de seus bancos centrais sobre a adoção de uma moeda única para o comércio exterior em substituição ao dólar. Nos Estados Unidos, essa decisão começa a incomodar. Tanto é assim que americanos desistiram de brigar com os chineses e abandonaram a ideia de fazer uma representação na OMC.

A exemplo da China, o Brasil também tem tirado proveito da relação com os novos parceiros comerciais. De 2003 a 2009, o fluxo de comércio da China com o Brasil cresceu mais de 600%. Em Brasília, nesta sexta-feira, os presidentes Lula e Jintao vão assinar um documento de 35 páginas e 16 anexos com ações bilaterais de 2010 a 2014. O Brasil receberá o maior investimento chinês em país estrangeiro na siderurgia. A LLX assinará contrato de mais de US$ 4 bilhões com a estatal chinesa Wisco para a construção da siderúrgica no Porto de Açu. A Petrobras ampliará sua presença em solo chinês. E o China Construction Bank (CCB), o segundo banco daquele país em empréstimos, promete se instalar no Brasil nos próximos dois anos. Haverá ainda acordos nas áreas de finanças e aviação. “A China está pronta para intensificar sua cooperação e coordenação com o Brasil”, diz o vice-ministro de Relações Exteriores da China, Li Jinzahang.

Para facilitar o comércio entre as potências emergentes, o governo Lula pressionou os bancos privados brasileiros a fechar um acordo para facilitar o comércio entre o BRICs. “Quando a gente vai vender ou comprar de um país emergente, o nosso banco não aceita a carta de crédito do banco de lá. Um banco europeu sempre tem que intermediar. Isso torna o comércio mais caro”, explica o embaixador Roberto Jaguaribe, responsável pela organização da cúpula. O BNDES, em parceria com seu similar na China, firmará acordos para auxiliar a Índia no fortalecimento de seu banco de desenvolvimento. E o governo brasileiro insistirá em parcerias com a Índia que incluem a venda de aviões e a produção de um radar para monitoramento do território indiano. Unidos e fortes, Lula, Medvedev, Devisingh e Jintao chegarão a Washington pedindo mais poder de voz e veto nos organismos multilaterais e a substituição definitiva do G-8 pelo G-20.

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Acrescento uma nota final:
Se os Brics (que não sei se tem mandato do G20 para isso), pretendem que o G8 seja enterrado definitivamente e substituido pelo G20, eles certamente já tem todas as propostas que devem concretizar essa medida. Ou seja, o G20 precisa fazer tudo aquilo que o G8 faz, na verdade G7, pois a Russia nao conta em matéria financeira.
Isso se traduz, antes de mais nada, em ser emprestador de última instância, em alguns casos até de primeira.
Salvar a Grécia seria uma tarefa do G20, por exemplo?
Resolver o problema do Haiti, ou dos piratas da Somália, seria um encargo do G20?
Se eles conseguirem responder positivamente a tudo isso, creio que se justifica a medida...
Paulo Roberto de Almeida