Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Do "ouro" de Moscou ao trafico de cocaina: o financiamento das guerrilhas na AL - Cesar Maia
Foi o que restou. E tem gente que ainda os apoia, aqui mesmo no Brasil, não se sabe em nome do que. Um desses, por exemplo, tentou ser porta-voz, ou intermediário, das FARC. Em qalquer país decente, já teria sido chamado por uma comissão parlamentar. Menos neste país em que a ilegalidade se esconde (ou se exerce) nos lugares mais inesperados...
DE ONDE VINHA, E DE ONDE VEM AGORA O DINHEIRO DAS GUERRILHAS NA AMÉRICA LATINA!
Cesar Maia
Folha de S.Paulo, 31/07/2010
1. A questão central das guerrilhas sempre foi a de financiamento e logística. Afinal, armas e munição não caem do céu. A apropriação em combate no máximo conta-se em unidades. Por ideologia, a atração de recursos humanos e a motivação dos guerrilheiros podem ser resolvidas. Medicamentos, comida e uniformes, até se conseguem em ação. Nos anos 80 as guerrilhas de esquerda latino-americanas atingiam seu auge, inspiradas em Cuba, no Vietnã e na tomada de poder pelos sandinistas na Nicarágua em 1979.
2. Tive uma longa conversa, em Manágua, em 2006, com Éden Pastora -o mítico Comandante Zero-, que tomou o Palácio Nacional em 1978. Todo o encanto ideológico se desfez para ele no momento da ocupação do poder, quando as lideranças deram lugar aos parentes e amigos de Ortega, que governou até 1990 e voltou ao poder agora, num escabroso acordo.
3. O processo de paz com as guerrilhas de Guatemala, El Salvador e Honduras se deu na primeira metade dos anos 90, com celebração pela ONU. A entrega de armas e a paz seriam inevitáveis depois da queda do Muro de Berlim em 1989, da implosão do Pacto de Varsóvia e da desintegração da União Soviética em 1991. Com o término do subsídio soviético ao açúcar cubano e sem as fontes de financiamento da Europa Oriental, as guerrilhas centro-americanas foram perdendo fôlego. O processo de paz, liderado pela ONU, foi nesse sentido quase humanitário. A democratização veio com a superação das ditaduras de direita. As guerrilhas transformadas em partidos políticos.
4. Mas há exceções, ambas na América do Sul. As Farc e o ERP na Colômbia e o Sendero Luminoso no Peru. Nos três casos as fontes público-ideológicas de financiamento das guerrilhas foram substituídas por fontes "privadas". Primeiro as extorsões mediante sequestro, que passaram a somar milhares por ano, alcançando centenas de milhões de dólares. E em seguida o tráfico de cocaína. Inicialmente com as guerrilhas cobrando pedágio para a passagem da cocaína. E em seguida com elas mesmas dando proteção à produção de coca e cobertura aos traficantes.
5. A liquidação dos grandes cartéis de cocaína deu curso a sua pulverização, facilitando o "trabalho" das guerrilhas. Substituídas as fontes de financiamento públicas por "privadas", o "ouro de Moscou" pela cocaína, as guerrilhas se consolidaram nos anos 90, especialmente as da Colômbia. Que ainda estão aí oxigenadas pela cocaína.
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En Colombie, le nouveau président Santos défié par une attaque des FARC
Marie Delcas - Bogota, correspondante
Le Monde, 02.08.2010
Cinq policiers et un soldat colombien ont été tués vendredi dans le sud du pays, au cours d'une embuscade attribuée par les autorités aux Forces armées révolutionnaires de Colombie (FARC). Quelques heures plus tôt, dans une vidéo diffusée sur Internet, le chef de cette guérilla, Alfonso Cano, proposait d'engager des négociations de paix avec le futur gouvernement.
Cette attaque intervient alors que le président Juan Manuel Santos, élu le 20 juin, doit prendre ses fonctions le 7 août. "Les portes du dialogue ne sont pas fermées", a déclaré le futur vice-président Angelino Garzon. Il a toutefois posé comme condition à l'ouverture d'éventuels pourparlers avec la guérilla la libération de tous les otages et la cessation des violences.
"Alfonso Cano est un tueur qui joue les idéologues dans les médias", a déclaré dimanche le président sur le départ. Partisan de la manière forte, Alvaro Uribe continue de fustiger les guérilleros qu'il s'était juré d'anéantir. Mardi 27 juillet, il appelait ses concitoyens à déjouer "le piège de la paix, tendu par terroristes".
DES TENSIONS AVEC LE VENEZUELA
La proposition des FARC intervient en pleine crise diplomatique avec Caracas. En réponse aux accusations de Bogota concernant la présence de chefs et de camps guérilleros en territoire vénézuélien, le président Hugo Chavez a rompu les relations diplomatiques le 22 juillet.
M. Chavez qui affirme avoir militarisé la frontière accuse M. Uribe – "laquais des Américains" – de vouloir préparer une guerre contre le Venezuela. "Mon objectif suprême est de l'éviter", a martelé Hugo Chavez, dimanche 1er août. La Colombie dément toute intention offensive.
Réunie jeudi 29 juillet à Quito en session extraordinaire, l'Union des nations sud-américaines (Unasur) a échoué a régler le différend. Hugo Chavez a affirmé détenir un "plan de paix pour la Colombie", sans en révéler le contenu. Dimanche 25 juillet, il avait publiquement appelé les FARC – qui sont dans le maquis depuis plus de quarante ans – à déposer les armes.
Datée de "juillet 2010", la vidéo des FARC montre un Alfonso Cano vieilli mais tranquille. "Nous avons toujours été attachés à la recherche de solutions politiques", affirme Alfonso Cano qui, depuis 2008, dirige l'organisation. Selon lui, les précédentes tentatives de dialogue ont échoué faute de "volonté pour trouver des solutions". Et de rappeler que "les innombrables gouvernements qui ont promis d'en finir avec le conflit armé par la voie militaire ont également échoué".
L'ESSOUFFLEMENT DE LA GUÉRILLA
L'organisation armée veut discuter réforme agraire, réforme politique et modèle économique. "Rien de très nouveau si ce n'est que, cette fois, les FARC ne mettent pas de conditions à l'ouverture du dialogue, remarque l'analyste Leon Valencia. La guérilla a perdu l'illusion de prendre le pouvoir par les armes."
Huit ans d'une lutte sans merci menée par Alvaro Uribe ont affaibli les FARC, sans en venir à bout. De source officielle, les guérilleros sont aujourd'hui moins de 8 000 hommes en armes contre 20 000 en 2002. Dans le sud-ouest du pays, l'armée talonne Alfonso Cano depuis des semaines. Plusieurs campements de l'"anneau de sécurité" du grand chef des FARC ont été démantelés.
Sur ce dossier comme sur d'autres, M. Uribe a du mal à cacher son agacement face à "l'indépendance" – c'est le terme des médias – de son ex-ministre de la défense, héritier désigné et successeur. Juan Manuel Santos avait fait campagne en promettant de continuer l'œuvre de son mentor. "Si les FARC veulent la paix, ils doivent être capable de dire ‘c'en est fini de cette violence qui n'a plus de sens', déclare son vice-président Garzón. S'ils le font, soyez sûrs que le gouvernement de Juan Manuel Santos fera preuve d'une immense générosité pour construire la paix, le pardon et la réconciliation, tout en respectant les droits des victimes."
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Ruido de sabres e fuzis na America do Sul: o papel da Unasul
‘Tempo é de paz’, diz Lula sobre conflito entre Colômbia e Venezuela
Ana Carolina Rosso
O Estado de S.Paulo, 28/07/2010
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, 28, que o tempo “é de paz, não de guerra”, ao comentar as tensões na América do Sul entre Colômbia e Venezuela. “Pretendo conversar muito com o Chávez, muito com o Santos (Juan Manuel Santos, presidente eleito da Colômbia), porque eu acho que o tempo é de paz, e não de guerra”, disse Lula, após receber o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, no Palácio do Itamaraty.
“Ainda não vi conflito. Eu vi conflito verbal, que é o que nós ouvimos mais aqui nessa América Latina”, afirmou Lula.
Lula disse que no dia 6 de agosto participa de reunião bilateral com Hugo Chávez e que depois segue para a Colômbia, onde pretende acompanhar a posse de Santos e conversar tanto com ele quanto com o atual presidente colombiano, Álvaro Uribe.
“Temos de restabelecer a normalidade nas relações entre Venezuela e Colômbia, porque são dois países importantes para nós da América do Sul, são duas grandes economias, são dois países que têm grandes fronteiras”.
Tensão
O chanceler venezuelano Nicolás Maduro discutiu na segunda com o Brasil um plano de paz para a resolução da crise instalada entre Venezuela e Colômbia. Maduro encontrou-se em Brasília com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o secretário-geral do Itamaraty, Antônio Patriota, dando início a um rápido giro pelos países vizinhos, com o intuito de discutir um plano de paz que deve ser apresentado nesta quinta-feira na reunião da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), em Quito.
“Como todos sabem, o nosso governo é de paz, com vocação sul-americanista, latino-americanista”, disse Maduro, após sair da reunião no Centro Cultural Banco do Brasil, sede provisória do governo. “O presidente Chávez é um combatente pela união e integração (sul-americana).”
Chávez rompeu as relações diplomáticas da Venezuela com a Colômbia depois que o embaixador colombiano na Organização de Estados Americanos (OEA) apresentou denúncia sobre a presença de guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do Exército de Libertação Nacional (ELN) em território venezuelano.
A tensão entre vizinhos aumenta às vésperas da posse de Juan Manuel Santos, que assumirá o governo da Colômbia no próximo dia 7, sucedendo ao atual presidente, Álvaro Uribe.
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Uribe critica comentários de Lula sobre crise com Venezuela
O Estado de São Paulo, 29/07/2010
O gabinete do presidente colombiano, Alvaro Uribe, emitiu nota criticando os comentários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a crise com a Venezuela.
” Deploramos que Lula, com quem temos as melhores relações, tenha se referido à crise como um caso pessoal e ignore a ameaça que representa a presença de guerrilheiros das Farc na Venezuela”, diz a nota.
“Ainda não vi conflito. Eu vi conflito verbal, que é o que nós ouvimos mais aqui nessa América Latina”, afirmou Lula ontem após se reunir com o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega.
Lula se encontrou no começo da semana com o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro, com quem discutiu a crise. Ontem, o presidente indicou que pretende negociar uma distensão entre Colômbia e Venezuela com o presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, que toma posse no próximo dia 7, e Chávez.
A Colômbia acusa a Venezuela de abrigar, com a anuência do governo do presidente Hugo Chávez, guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), incluindo vários líderes do grupo. Caracas nega que dê proteção à guerrilha.
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Addendum em 31.07.2010:
Após tensão, Lula conversa com presidente eleito da Colômbia
Reuters, sexta-feira, 30 de julho de 2010
Lula telefonou a Juan Manuel Santos, nesta sexta-feira, respondendo ligação do presidente eleito da Colômbia realizada na quinta-feira. 29/07/2010
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone com o presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, nesta sexta-feira, para procurar reduzir as tensões nas relações entre os dois países.
Lula afirmou a Santos que pretende preservar as relações com a Colômbia e intensificá-las com o novo governo, segundo a Presidência. Reiterou também que jamais pretendeu interferir na política interna colombiana e convidou Santos para vir ao Brasil.
Na quinta-feira, o governo colombiano rebateu as declarações de Lula de que a crise diplomática entre Bogotá e Caracas seria um mero "conflito verbal". Em comunicado, a Presidência colombiana disse que Lula ignorou a ameaça que representa a presença de guerrilheiros na Venezuela.
"O presidente Lula considera que foi uma conversa bastante positiva e que ajudou nessa preparação para uma distensão... do cenário", disse a jornalistas o porta-voz Marcelo Baumbach.
"O presidente ficou satisfeito, acha que foi bastante positiva, uma conversa que ajudou bastante... no desanuviamento das tensões."
Lula telefonou a Santos nesta sexta-feira, respondendo ligação do presidente eleito realizada na quinta-feira.
O comunicado divulgado na quinta pela Presidência da Colômbia lamentou o fato de Lula tratar a situação entre Bogotá e Caracas como "um caso de assuntos pessoais", acrescentando que assim o Brasil está "ignorando a ameaça que para a Colômbia e o continente representa a presença dos terroristas das Farc nesse país (Venezuela)".
Na conversa desta sexta, Lula disse a Santos que o bom relacionamento entre Colômbia e Venezuela é importante para a paz na região.
O governo do presidente Álvaro Uribe denunciou há uma semana à Organização dos Estados Americanos (OEA) que cerca de 1.500 guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do Exército de Libertação Nacional (ELN) estariam se refugiando em território venezuelano, e pediu uma comissão especial para investigar a situação.
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, negou as acusações e rompeu relações diplomáticas com o vizinho, além de colocar em alerta suas Forças Armadas, na pior crise entre os países em mais de duas décadas.
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(Reportagem de Fernando Exman e Carmen Munari)
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Colombia: a politica externa do presidente Santos
Cómo será la política exterior de Santos
SEMANA
Martes 27 Julio 2010
El Presidente electo Juan Manuel Santos es más sensible a la opinión pública internacional, lo cual supone un cambio en el norte de las relaciones con otros países.
RELACIONES INTERNACIONALES
Mayor diversificación, atención a la opinión internacional, más diplomacia, son algunos de los rasgos que podrían caracterizar las relaciones internacionales en el nuevo gobierno. ¿Por qué?
Institucionalización, diversificación, cooperación, diplomacia, integración, han sido algunas de las palabras más utilizadas por el presidente electo, Juan Manuel Santos, al referirse a cómo será la política exterior en su período de Gobierno.
Desde su llegada al poder varios medios de comunicación y analistas de la política internacional han señalado que uno de los principales rasgos distintivos de Santos será una relación más abierta y cordial con los demás países. Han advertido que el mandatario electo tiene interés en darle un rumbo a las relaciones con los vecinos distinto al que le dio el presidente saliente, Álvaro Uribe Vélez.
Para la especialista en Relaciones Internacionales Socorro Ramírez, “el comienzo de un nuevo Gobierno es una oportunidad para comenzar a construir una política exterior de Estado, de largo aliento, que vincule a los estamentos institucionales”.
En su criterio, no es suficiente con los gestos y anuncios de cambio, se requiere con urgencia una política exterior integral, que tenga una mirada de conjunto y que ponga al país en un lugar de liderazgo.
En medio de la ruptura diplomática de Venezuela con Colombia se abre la pregunta sobre cuáles serán los rasgos que caracterizarán la política exterior del mandatario electo. Nadie puede predecir sus efectos, pero sí se pueden advertir, desde ya, algunos de sus lineamientos.
Por ejemplo, en medio de la crisis con Venezuela, Santos ha preferido guardar silencio, lo que ha sido calificado por los especialistas como una actitud prudente. El presidente venezolano, Hugo Chávez, por su parte, ha dicho que espera que el nuevo mandatario de los colombianos se posesione para comenzar a dialogar. De esta manera ha quedado abierta la puerta a la normalización de las relaciones con los vecinos.
Falta mucho para saber si Santos mantendrá su tono conciliador, pero, por lo pronto, analistas, investigadores y hasta los funcionarios del servicio exterior confían en que habrá un cambio de rumbo en la manera en que Colombia se relacionará con otros países.
Diversificación
“Para avanzar hacia la prosperidad democrática, será necesaria una mayor diversificación de las relaciones internacionales de Colombia, tanto en el ámbito multilateral como también en la búsqueda de nuevos socios y alianzas estratégicas en el ámbito internacional”. Con estas palabras, el presidente electo Juan Manuel Santos, definió la prioridad de la política exterior en los próximos cuatro años.
Sus declaraciones fueron hechas en medio del debate electoral, en la presentación de los programas de los candidatos hecha por Semana.com y la Universidad del Rosario.
La gira de Santos por Europa (que incluyó Inglaterra, Alemania, Francia y España) y la actual por América Latina puede considerarse como la primera piedra de esa política de diversificación en las relaciones exteriores.
“Esa fue una señal de que la política exterior va a tener muchos cambios”, señala la internacionalista Laura Gil. “América Latina no estaba en el radar de la política exterior, salvo para buscar algún acercamiento con Venezuela”, explica.
La diversificación implica no un distanciamiento con Estados Unidos, pero sí cambios en la forma de relacionarse con ese país.
En una reciente columna de Michael Shifter, publicada por el diario El Colombiano y titulada Santos y Washington: ¿Una época diferente?, el presidente del Diálogo Interamericano adujo que, aunque no se sabrá cómo será a ciencia cierta esa relación, “lo más probable es que Santos no siga contando con el apoyo de Washington para la aprobación del Tratado de Libre Comercio (firmado hace cuatro años) y asistencia extendida en materia de seguridad y desarrollo. Probablemente (Santos) buscará alianzas económicas y políticas más sólidas con Perú, Chile, México, Brasil, y por supuesto Asia, en particular China”.
Varios analistas han advertido que Santos será amigo del país norteamericano, pero sin la subordinación que demostró Uribe a los intereses de Washington. Algunos coinciden en que ese es un requisito sine qua non, para lograr lo que el mandatario electo ha predicado: la integración con la región.
La internacionalista Ramírez aduce: “el país tiene que cambiar su forma de relacionarse, construir una política exterior más diversificada, que entienda que sus intereses no pueden ser iguales a los de Washington, que mire a la región con respeto”.
En su criterio, tanto Estados Unidos como el continente, y la propia Colombia, han cambiado en los últimos años, y la política exterior debe estar a la altura de esos cambios. Ramírez, aunque sostiene que lidiar con Venezuela “no es fácil”, insiste en que las relaciones internacionales deben ser construidas sobre los intereses del Estado, no sobre los intereses de un Gobierno.
Para Gil, “Santos va a aprovechar la condición de privilegio que tienen las relaciones con Estados Unidos, pero eso no quiere decir que no vaya a diversificar las relaciones”, dice.
Más diplomacia
“La diplomacia y el respeto serán la base de nuestras relaciones”, dijo el presidente electo en el discurso triunfal de las elecciones. “Aspiro a trabajar de la mano con los países vecinos para desarrollar una agenda conjunta de cooperación e integración en todos los frentes”, agregó.
En esas palabras quedó consignada la voluntad de Santos de dialogar por la vía institucional, antes que usar el micrófono para zanjar las diferencias.
Una de las críticas más recurrentes de los analistas a la manera como se han manejado las relaciones internacionales por el Gobierno saliente son las reacciones en caliente, muchas improvisadas, en lugar de acudir a las vías institucionales. Aunque la mayoría de analistas piensa que tratar con Chávez no es fácil, también es cierto que la actividad diplomática hubiera evitado que las relaciones llegaran al punto de quiebre.
En ese sentido, el nombramiento que hizo Santos de María Ángela Holguín en la cartera de Relaciones Exteriores fue interpretado por los diferentes sectores políticos como una muestra de su interés en “institucionalizar y profesionalizar” el servicio diplomático.
“Como Ministra, probablemente, no va a poder hacer todo lo que se proponga. Pero sabemos que reconoce la importancia de la carrera diplomática. Esperamos que influya para que los nombramientos en el ministerio sean por meritos y con menos criterio político”, dice Samira Algecira Díaz-Granados, presidenta del sindicato del Ministerio de Relaciones Exteriores.
Una de las debilidades señaladas por los expertos de la política exterior es que hasta ahora los nombramientos en esa cartera se han manejado como forma de pago de los compromisos políticos. Muestra de ello es que en las embajadas el personal de carrera es tan solo del 12 por ciento, aproximadamente. En la parte administrativa del servicio exterior, la cifra aumenta al 45 por ciento.
Sin embargo, la participación de personal cualificado sigue siendo baja en esa cartera. “La carrera tiene unos niveles de exigencia bastante altos. Lo que se requiere no es “profesionalizar” el servicio diplomático, como ha prometido el Gobierno, sino que utilicen el personal profesional que ya hay”, explica Gil.
La falta de expertos en el manejo de la diplomacia dificulta las relaciones con los connacionales, y es muestra de lo que muchos interpretan como desprecio de Colombia por las relaciones con los demás países.
¿La seguridad como prioridad?
“En las relaciones conflictivas siempre hay dos alternativas: mirar con amargura hacia el pasado o abrir caminos de cooperación hacia el futuro. ¡Los invito a abrir caminos, por el bien de nuestros pueblos!”, dijo Santos en el mismo discurso ya mencionado.
Para el ex vice ministro de relaciones Diego Cardona, las relaciones con Venezuela son una prioridad debido al modelo de desarrollo económico que el mandatario electo tiene en la cabeza. “Su modelo de desarrollo se parece más al de los tigres asiáticos. Pero para poder hacerlo realidad necesita un mercado como el de Venezuela, que es un mercado natural”, explica.
En criterio de Gil, la diversificación en las relaciones internacionales de Colombia no sólo requiere abrir las puertas a las relaciones con otros países, sino también cambiar los temas prioritarios en esas relaciones. La internacionalista aduce que es muy probable que la seguridad ya no esté en el centro de los intereses de Colombia. De hecho, Santos durante la campaña señaló que había que avanzar hacia la “prosperidad democrática”, con lo que trazó un nuevo camino.
A esto se debe la búsqueda de acercamientos con Chávez. No es que Santos sea blando, sino que en el fondo tiene un interés pragmático. “Él dice: ‘no se consiguió nada con el tono confrontacional, pues ahora hay que explorar otras vías’”, argumenta Gil, quien considera que Santos sabe desde hace rato, por ejemplo, que en Venezuela hay presencia guerrillera.
Al final, aunque se recuperen sólo las relaciones comerciales, es ganancia.
Derechos Humanos
Otro de los temas sensibles en la política internacional son las violaciones a los derechos humanos. Las denuncias en Colombia de asesinatos a sindicalistas, entre otras, han servido de argumento al Partido Demócrata de Estados Unidos para impedir la ratificación del TLC con Colombia.
El Presidente electo sabe que ese es uno de los temas que más afectan la imagen de Colombia en el exterior.
Por esta razón suscribió en el trabajo hecho por la Universidad del Rosario y publicado por Semana.com: “otra de las prioridades dentro de la política exterior colombiana será la lucha por los derechos humanos. En un mundo donde la idea de responsabilidad estatal es cada vez más importante, los derechos humanos constituyen uno de los pilares sobre el cual se construye la política exterior. El discurso colombiano frente a la defensa de los derechos humanos se basará en el compromiso del Estado colombiano para desarrollar el Estado Social de Derecho y los compromisos internacionales”, suscribió Santos al exponer su programa de Gobierno.
Santos sabe que enfrentará los coletazos de las ejecuciones extrajudiciales de civiles presentados por el Ejército como combatientes. En criterio de Shifter, “el alegará que trató de corregir los abusos en el escándalo”.
Y ante el episodio de las interceptaciones ilegales hechas por el DAS a integrantes de la oposición, magistrados y periodistas argumentará “que no tuvo responsabilidad”.
En criterio del analista. “Santos es más sensible a la opinión pública internacional que Uribe y se espera que tenga mayor habilidad para manejar las preocupaciones en Washington, una ciudad que conoce muy bien”.
As FARC e o governo do Brasil: efeitos do conflito Colombia-Venezuela?
Crisis Colombia – Venezuela: um desafio a UNASUR
Marcelo Rech
27/07/2010
El presidente colombiano Álvaro Uribe deja el poder el 7 de agosto luego de ocho años de gobierno.
Si no ha transformado social y económicamente al país, Uribe seguramente ha trabado una lucha sin treguas contra las guerrillas, especialmente las Farc, reduciendo su letalidad a niveles históricos.
Durante eso período, muchos han los altibajos con el vecino Hugo Chávez, lo que puso la región bajo tensión.
Los dos divergen en casi todo.
Uno es aliado de los Estados Unidos que en los últimos diez años, ha destinado US$ 8 mil millones para la lucha contra el narcoterrorismo en Colombia.
El otro llego al poder al final de los 90 luego de un intento fracasado de golpe de Estado y nadie tiene idea de hasta cuando quedará.
En la última década, no faltaron denuncias y elementos para uno creer que las guerrillas colombianas actuaban extraterritorialmente.
En Brasil, las Farc mantienen al menos cinco de sus miembros entre Brasília, la región Sudeste y las áreas fronterizas.
Durante las tres ediciones del Foro Social Mundial, realizadas en Porto Alegre (RS), bajo la financiación del Partido de los Trabajadores (PT), han ocupado espacios, realizados debates y firmado alianzas.
Los gobiernos – estadual y municipal – de Olívio Dutra y Tarso Genro recibieron los voceros de las Farc con el status diplomático en la capital gaucha.
En Manaos (AM), la guerrilla es vieja conocida. Hasta apartamentos ocupan en la ciudad.
Campamientos de la guerrilla en Brasil, no se tiene noticia, pero su presencia es explícita.
Olivério Medina, antiguo cura católico y uno de los más importantes enlaces de la guerrilla en América del Sur, recibió de actual gobierno, status de refugiado lo que le da el derecho a tener un salario mensual bajo los auspicios del contribuyente brasileño.
Colombia ha luchado para obtener su extradición, pero varios partidos políticos de izquierda pagaron abogados y ejercieron influencia en la decisión del Comité Nacional para los Refugiados (Conare), subordinado al ministerio de Justicia a la época comandado por Tarso Genro.
Medina ha casado con una brasileña integrante del PT que del estado de Paraná ha sido llamada a trabajar en Brasília en la Secretaría Nacional de Pesca, órgano comandado por el partido.
El mismo gobierno que ha sido incapaz de impedir el ingreso de la guerrilla en Brasil y así dar el ejemplo contundente contra el narcoterrorismo, habla en mediar la crisis que tiene las Farc como centro, involucrando Colombia y Venezuela.
En muchos aspectos, la política exterior del actual gobierno emite señales contradictorios.
Usa la Constitución para reafirmar el respecto a la autodeterminación de los pueblos y de la no injerencia, para en seguida, escoger cirurgicamente dónde y cómo meterse.
De todas formas, importante mismo es el papel que desarrollará la Unión de Naciones Sudamericanas (UNASUR).
Una reunión extraordinaria de cancilleres está marcada para el jueves, 29, en Quito.
Brasil no acepta que la crisis sea solucionada con la participación de actores externos lo que le exigirá llamar la responsabilidad por ver Colombia y Venezuela normalizaren sus relaciones.
Venezuela sabe que las pruebas presentadas ante la Organización de Estados Americanos (OEA), son fuertes. Hay poca margen de maniobra.
Chávez tendrá de aceptar los hechos y mostrar habilidad para convencer la región que los 80 campamientos y 1.500 guerrilleros en su país, no cuentan con su apoyo ni financiación.
La tendencia es que tanto Colombia como Venezuela disminuyan el tono hasta que Uribe entregue el poder al ex ministro de Defensa, Juan Manuel Santos, que tendrá la difícil tarea de restablecer las relaciones con Chávez.
El hecho concreto es que las Farc representan un problema regional que como tal debe de ser atacado.
Ponerlo en la mesa en un mecanismo regional que todavía no ha mostrado la razón de ser, es fundamental para su propia supervivencia y para la credibilidad de América del Sur.
Marcelo Rech es periodista, editor de InfoRel y especialista en Relaciones Internacionales, Estrategias y Políticas de Defensa y Terrorismo y contrainsurgencia. Correo electrónico: inforel@inforel.org
sábado, 17 de julho de 2010
As FARC na Venezuela: se nao é cumplicidade, deve ser amizade...
El Espectador (Colombia) 15.07.2010
El Espectador reveló en mayo las pruebas que tiene el Gobierno sobre la presencia de 'Iván Márquez', 'Timochenko', 'Grannobles', Rodrigo Granda en Venezuela.
El Espectador conoció un informe secreto de los organismos de inteligencia del Estado y el DAS en el que se evidenciaría cómo se mueven las Farc en Venezuela y Cuba, con información precisa de campamentos guerrilleros y supuestas alianzas para exportar el proyecto bolivariano a Colombia.
Coordenadas de centros de entrenamiento de las Farc en la frontera con Arauca, ubicados en los estados de Apure y Zulia, son descritas en el documento, y se especifica que en dicha área se encuentran unos 1.500 hombres de las Farc en 28 campamentos usados "como alivio para los combatientes que vienen de Colombia y para brindarles primeros auxilios". Además, en esas áreas se autorizan despegues de aeronaves para el narcotráfico.
Se reporta que alias Iván Márquez, transita libremente entre las regiones de Nula y Machiques, donde tiene un campamento de entrenamiento militar y político en el sitio Acunflar. El documento dice que Rodrigo Londoño, alias Timochenko, y Bertulfo Álvarez desarrollan operaciones en la Serranía del Perijá, y aporta pistas sobre el paradero de los jefes máximos del Eln Antonio García y Nicolás Rodríguez Bautista, alias Gabino, de quienes se dice que "deambulan libremente entre La Victoria y Guasdualito".
En particular, se afirma que Germán Briceño Suárez, mandamás de las Farc en la fronteriza región de Arauca, se mueve como Pedro por su casa por Elorza, Achaguas y Mantecal en el vecino país, que un ganadero y comerciante venezolano lo protege en su casa y que además se beneficia con contratos oficiales y obras públicas a través de terceros. Las revelaciones del informe dan cuenta de la infiltración del grupo ilegal en el vecino país.
En el documento se relacionan nombres, cargos y perfiles de supuestos venezolanos que tendrían relaciones con la guerrilla en Guasdualito, Valencia, la Sierra del Perijá, Elorza o Machiques, e incluso se reseñan identidades de presuntos militares y civiles que coordinarían entregas de armas o explosivos. El Espectador no publica sus nombres, pero se lee en el informe que oficiales venezolanos tendrían vínculos con instructores de las Farc, agentes cubanos y el Frente Bolivariano de Liberación (FBL).
Se resalta que en los municipios Rómulo Gallegos, Pedro Camejo y Muñoz, las Farc se abastecen de equipos de comunicación y armas. En marzo de 2010, un testigo protegido del DAS relató que conoció de un enlace que se encarga de conducir a centros de entrenamientos de las Farc a civiles. En esos centros, ubicados en Apure, Maturín, Monagas, Aragua, Santa Cruz de Aragua y en la periferia de Maracay, estarían integrantes del grupo terrorista vasco Eta y también "algunos grupos de iraníes" con miembros del frente 59 de las Farc.
Otras informaciones indican que se pretende reclutar a 3.000 campesinos "para entrenarlos en técnicas de combate" y escoger a 200 "para diligencias de inteligencia y contrainteligencia dirigidas a ciudadanos colombianos en ciudades como Arauca, Puerto Inírida y Mitú". Detrás de estas operaciones estarían milicianos infiltrados, "bajo la asesoría de expertos cubanos". Además se destaca otra perla: supuestamente desde Caracas se invirtieron dineros del Banco Banorte para construir una urbanización en los Valles del Tuy para "integrantes del FBL y las Farc".
Entre el 6 y el 12 de marzo de 2010, el DAS conoció de dos reuniones en las que habría participado Iván Márquez y un general en Barinas, y en diciembre del año pasado en la Sierra del Perijá trascendió un encuentro al que también asistió. Del jefe guerrillero Rodrigo Granda, de la comisión internacional de las Farc, se dice que hace presencia en el barrio 23 de enero de Caracas. Según el informe, ofrece conferencias sobre estrategias de inteligencia a simpatizantes de la guerrilla en horas de la noche.
El director del DAS, Felipe Muñoz, corroboró el informe y añadió que existen centros de entrenamiento y acopio de narcóticos de las Farc en Venezuela, y que "hay preocupación de los organismos del Estado por la penetración de cuadros bolivarianos y grupos clandestinos que quieren expandir el modelo chavista en Barranquilla, Cali, La Guajira y Bogotá". El documento describe financiación de estas células en Risaralda a través de Movimiento Socialista Bolivariano, que desde abril de 2009 desarrolla actividades en Colombia.
El caso cubano
En relación con la presencia de la guerrilla en La Habana, el informe identifica el marco geopolítico y geoeconómico de las actividades del grupo ilegal. Se sabe, por ejemplo, que entre el 3 y el 17 de agosto del año pasado se realizaron en La Habana brigadas de solidaridad con el pueblo cubano, jornadas en las que participaron representantes de izquierda de Latinoamérica y los delegados de las Farc Liliana López Palacio, alias Olga Lucía Marín y Orlay Jurado Palomino, alias Hermes Aguilera.
En el encuentro, advierte el documento, se comprometieron a colaborar con aportes mensuales procedentes de Venezuela y Colombia "para que integrantes de las brigadas viajen a Miami o Nueva York a organizar marchas de apoyo al desbloqueo comercial a la isla y a la liberación de cinco cubanos detenidos en Estados Unidos". Se refiere que Olga Marín "cuenta con un aporte mensual de 5.000 dólares, consignados en cuentas cubanas" procedentes, al parecer, de una empresa estatal de Venezuela.
El objetivo de la guerrilla es insistir en reconocimiento internacional como grupo beligerante y por eso su línea de acción busca aumentar su presencia en Estados Unidos y Honduras. Se habla del traslado de 500 terroristas al país centroamericano para desestabilizar al gobierno y "mantener conversaciones con un norteamericano que apoya las bases de izquierda en Cuba con el fin de presionar a los gobiernos de E.U. y Colombia respecto a las bases militares". Queda en evidencia que en La Habana funciona un centro alterno de las Farc.
Tras la muerte de Raúl Reyes, las actividades de la comisión internacional en Cuba cobraron fuerza y, seis meses después, se reunieron Ovidio Salinas, Rodrigo Granda y José Valerio Méndez en la sede de la Organización de Solidaridad con los Países de Asia, África y América Latina "para acordar la creación de una coordinadora de organizaciones pro Colombia en el exterior". Relata el informe que fuerzas ilegales alinderadas con las Farc utilizan a Cuba como plataforma para fortalecer el Movimiento Continental Bolivariano.
El informe secreto de 16 páginas abunda en detalles sobre las repercusiones estratégicas de las Farc en Cuba y Venezuela para mantener oxígeno político, y hace consideraciones respecto del plan del Estado colombiano para focalizar, a través de la diplomacia y la inteligencia, los efectos negativos de la guerrilla en la región. Según el análisis del DAS, los emisarios internacionales de las Farc se siguen moviendo y lo hacen con nexos financieros que hoy indaga la justicia.
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Colombia-FARC: guerra sem treguas
Nunca se sabe: toda guerra leva à perda de vidas humanas, e algumas são mais preciosas do que outras. Tem gente que se especializa em mediação. Pode ser que dê certo, desta vez... (PRA)
Colombia: abatidos en bombardeo 12 guerrilleros de las FARC
Uribe precisó que la operación se registró "en los Montes de María".
Infolatam
Bogotá, 6 de julio de 2010
Un total de doce guerrilleros de las FARC fueron abatidos en un bombardeo en el norte de Colombia y otros seis fueron detenidos en una acción conjunta de la Fuerza Aérea y la Armada, informó el presidente colombiano, Álvaro Uribe. Además, la Policía antinarcóticos de Colombia ha hallado un laboratorio de las FARC y se incautó de 723 kilos de cocaína
"A las cuatro de la mañana de hoy (09.00 GMT), después de una gran labor de inteligencia de la Armada y una acción de la Fuerza Aérea Colombiana, fueron abatidos 12 bandidos y capturados seis", señaló Uribe en un acto público en Bogotá. Añadió que "entre los abatidos está 'Canaguaro' y está 'Ciro', que venían como delegados de esa alhajita, de ese embajador del terror, que es 'Iván Márquez'" (alias de Luciano Marín Arango, uno de los jefes máximos de las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia- FARC).
Uribe precisó que la operación se registró "en los Montes de María" y destacó que esa zona "es una de las que mejor recuperación muestra en Colombia" y que pretendía ser retomada por los enviados de "ese diplomático del terror" (Iván Márquez).
"Canaguaro" y "Ciro", dijo el presidente, "organizaron lo que podríamos llamar el intento del terrorismo de las FARC de la retoma de los Montes de María", tras la muerte en otro bombardeo en octubre de 2007, de Gustavo Rueda Díaz, alias "Martín Caballero", jefe del llamado "Bloque Caribe" de la principal guerrilla colombiana.
Uribe aludió a Jaime Manuel Lara Hernández o "Canaguaro", actual jefe del frente 35 de las FARC desde la muerte de "Martín Caballero", quien recientemente apareció en el documental "La Insurgencia del siglo XXI". Ese documental, de 112 minutos de duración y que despertó una polémica, señala que los miembros de las FARC son campesinos que cultivan la tierra y también muestra cómo decenas, cientos de jóvenes guerrilleros estudian en bibliotecas y forman grupos de lectura en plena selva. "Sabemos dónde está ese bandido de 'Iván Márquez'", puntualizó Uribe.
Además, la Policía antinarcóticos de Colombia halló un laboratorio de refinado de drogas de las FARC en una zona selvática y montañosa del departamento del Cauca (suroeste) y se incautó de 723 kilos de cocaína, informaron fuentes oficiales. Según las fuentes, el laboratorio pertenecía al frente 30 de las FARC.
En un comunicado, la Policía detalló que al llegar al lugar las unidades de antinarcóticos fueron recibidas por disparos de los guerrilleros al mando de alias "Mincho". Sin embargo, los comandos Jungla coparon el lugar y las unidades de investigación iniciaron el trabajo de recolección de material probatorio mediante el cual hallaron los 723 kilos de cocaína y 5,6 toneladas de sustancias químicas.
domingo, 20 de junho de 2010
Colombia, un milagro - Moises Naim
MOISÉS NAÍM
El País, 20/06/2010
No es solo la economía. El país también ha tenido milagrosos cambios en cuanto a la seguridad
Hoy, mientras los colombianos eligen democráticamente a su próximo presidente, millones de sus vecinos los estarán envidiando. Y con razón.
Envidiarán, por ejemplo, a un país donde un presidente con enorme apoyo popular y obvias ganas de seguir gobernando acepta abandonar el poder e irse a su casa al final del periodo porque así lo decidió un tribunal. Esto es inimaginable en varios países de América Latina, donde los jueces son propiedad del presidente. También envidiarán una contienda electoral en la cual todos los candidatos tienen credenciales serias, larga experiencia, propuestas válidas y la voluntad de no imitar el populismo tan de moda en la región.
Colombia no solo suscita envidia por su democracia. Los milagros también dan envidia. Y en estos últimos años Colombia ha vivido varios milagros.
Quizás el menos reconocido internacionalmente es su progreso económico. En 2002, cuando Álvaro Uribe comenzó su presidencia, Colombia solo exportaba 5.330 millones de euros en productos que no son tradicionales como el petróleo o el café. El año pasado, las exportaciones de estos otros productos alcanzaron 12.100 millones de euros, a pesar de la recesión mundial y del bloqueo comercial que le impuso Venezuela. Durante la presidencia de Uribe, la economía colombiana se expandió todos los años, creando así casi tres millones de nuevos puestos de trabajo. La inversión privada, tanto nacional como extranjera, aumentó sustancialmente y la inflación cayó del 7% en 2002 a un insignificante 2% en 2009.
Para poner estas cifras en contexto, la comparación con lo que le sucedió a Venezuela en ese mismo lapso es tan odiosa como reveladora: el desabastecimiento y la carestía son habituales, la destrucción de empleos en el sector privado ha sido masiva, su inflación es la más alta del mundo, la economía se contrajo en un 3,3% en 2009 y un 5,8% en lo que va de año, y es la de peor desempeño de toda América. Todo esto a pesar de que, durante la década en que ha gobernado Hugo Chávez, Venezuela ha disfrutado de los mayores ingresos petroleros de su historia; ingresos que además se vieron acrecentados con préstamos internacionales que ahora le imponen al país una deuda externa cuatro veces más grande de lo que era en 1999.
Aunque fuese solo por esto, la envidia de los venezolanos por Colombia estaría más que justificada. Pero no es solo la economía. Colombia también ha experimentado milagrosas transformaciones en cuanto a la seguridad de sus ciudadanos. Bogotá, Medellín o Cali solían ser sinónimo de asesinatos, secuestros y crimen generalizado. Hoy día ese trágico reconocimiento le toca a Caracas y a algunas ciudades de México y Centroamérica.
Y luego están las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia (FARC), esos sanguinarios mercenarios que, disfrazados de luchadores sociales, han sobrevivido gracias al narcotráfico y el secuestro. Esta cruel guerrilla ha aterrorizado durante décadas a los colombianos, sobre todo a los más pobres y vulnerables. Durante mucho tiempo, profesores, políticos y periodistas nos explicaron que el dinero de la droga, la inhóspita selva colombiana, la debilidad del Ejército y de la policía, la venalidad de los políticos y la pobreza del país hacían de las FARC una maldición con la cual los colombianos tendrían que vivir para siempre. Se equivocaron.
En la prensa internacional hoy leemos titulares como este: "La guerrilla ya no es el gran problema de Colombia". Más aún, los medios informan de que las FARC están disminuidas, desmoralizadas, aisladas y sin la influencia que solían tener. Las FARC ya no aterrorizan a los colombianos, y si esto no es un milagro, se le parece mucho.
Obviamente, Colombia no es un paraíso. Casi la mitad de los colombianos siguen siendo inmensamente pobres, y la desigualdad económica, las injusticias sociales, la violencia, la corrupción y el narcotráfico siguen siendo realidades cotidianas. Pero menos que antes. Este no es un dato menor en un continente donde el progreso es tan infrecuente que, cuando ocurre, parece un milagro.
Los avances experimentados por Colombia durante la presidencia de Álvaro Uribe son innegables. Y sus éxitos no solo provocan envidia, sino que también sirven de ejemplo y de esperanza para otros países que siguen empantanados en el autoritarismo y el mal gobierno. Los colombianos le han demostrado al mundo que los pueblos pueden revertir tendencias y evitar destinos inaceptables. Por eso, un día como hoy se pueden sentir orgullosos y admirados. Y envidiados.
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Mini-tratado das assimetrias sul-americanas: acordo militar da Colombia com EUA
Ecuador/EE.UU: Clinton dice a Correa que informará a Unasur sobre el acuerdo militar con Colombia
El presidente de Ecuador, Rafael Correa, recibió a la secretaria de Estado de Estados Unidos, Hillary Clinton, en el palacio de Carondelet, sede del Ejecutivo, situado en el centro histórico de Quito. En la reunión, el Gobierno de Estados Unidos se comprometió ofrecerá la información necesaria a la Unión de Naciones Suramericanas (Unasur) sobre el acuerdo militar que mantiene con Colombia, el cual permite la presencia de soldados estadounidenses en siete bases militares colombianas.
Seria interessante, agora, que se pedisse também a um outro governo, que concluiu acordos militares secretos com parceiro externo à região, também revelasse o seu teor, e que se garantisse a transparência sobre as aquisições militares que a assembléia da OEA supostamente aprovou em sua recente reunião no Peru.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
What if? Que pasa si...?: uma historia virtual colombo-venezuelana
Da pior forma possível...
Pesadilla
Andrés F. Arias
Analítica, Domingo, 16 de mayo de 2010
Una flotilla de 15 aviones SU-30MK-2 cruza la frontera entre Venezuela y Colombia. Hacen parte de los 24 aviones de combate rusos Sukhoi-30 que el Presidente Chávez adquirió durante los últimos años. Aquellos que superan en velocidad y capacidad de fuego a los aviones norteamericanos Lockheed F-16 y a los aviones franceses Dassault Mirage 2000-5.
Los 15 aviones se dividen en 3 escuadrones de a 5. En 10 minutos el primer escuadrón está sobrevolando Barranquilla y destruyendo la base aérea en Malambo. En 12 minutos el segundo escuadrón está sobrevolando Barranca y destruyendo la refinería. 2 minutos más tarde ese mismo escuadrón está bombardeando la base de Palanquero y en camino a Tolemaida. En 15 minutos el tercer escuadrón ya ha comenzado a descargar su artillería sobre Apiay para dirigirse a la base de Larandia en el Caquetá.
Anulada gran parte de la aviación colombiana, los 3 escuadrones venezolanos se enfilan hacia otros 3 objetivos: Bogotá, Medellín y Cali. Fin de la pesadilla. Pero sólo por ahora. Porque la tensión con Chávez va a continuar y es muy probable, por tres razones, que se materialice en un choque abierto y violento con Colombia.
Primero, Chávez requiere un distractor ante el desastre económico y social atribuible al comunismo del siglo XXI. En efecto, el irrespeto a la propiedad privada, la permanente estatización y las expropiaciones discrecionales del mandatario destruyeron el aparato productivo venezolano. Aniquilaron el estímulo a la inversión, la iniciativa privada, la creatividad y cualquier incentivo a trabajar y prosperar. ¿El resultado? Hambre, desempleo, racionamientos y altas inflaciones que atentan contra el bolsillo de los menos favorecidos. ¿Cuál es el distractor ideal ante semejante desastre económico y social? El choque con Colombia.
Segundo, Chávez enfrenta un retroceso político, especialmente en la frontera. En las pasadas elecciones los departamentos de frontera con Colombia vieron el triunfo de gobernadores y alcaldes de oposición a Chávez. La única forma de recuperar el control político y presupuestal de los departamentos de frontera es imponiendo gobernadores militares afines al régimen. Y, por supuesto, la única forma de justificar la imposición de dichos mandatarios militares es propiciando altos niveles de tensión y escaramuzas en la frontera o, incluso, precipitando una agresión abierta en contra nuestra.
Tercero, Venezuela se ha convertido en el principal corredor aéreo de tráfico de drogas desde Colombia. Los mapas de rutas de narcotráfico que hoy tiene la inteligencia colombiana se asemejan a un florero de trazas aéreas que emanan desde nuestro país y que se expanden por toda Venezuela. Para nadie es un secreto que las mayores ganancias del negocio del narcotráfico se obtienen en el eslabón de las rutas para traficar el alcaloide desde los centros de producción hasta los centros de consumo. Quien controla las rutas controla el negocio. Y es por esto que, cierto sector mafioso-chavista, continuará alentando la crisis y el choque abierto con Colombia.
Por estas tres razones la agresión de Chávez continuará. Él siempre da un paso atrás y dos pasos adelante en su propósito de expandir el comunismo del siglo XXI. En los últimos días lo vimos. Un paso atrás con su discurso conciliador en la cumbre de Mercosur. Dos pasos adelante con la intimidación abierta que ha lanzado sobre el pueblo colombiano si la seguridad democrática es reelegida.
No nos equivoquemos. Sólo alguien con firmeza, temple, determinación y convicción en la seguridad democrática podrá defender al pueblo colombiano de una agresión chavista. Lo que hoy parece una pesadilla puede volverse realidad. Por una Colombia grande, respetada y libre y por la seguridad de nuestros hijos reelijamos la seguridad democrática.
quarta-feira, 14 de abril de 2010
2103) Ironias da cooperacao militar na America do Sul: Venezuela vai romper relacoes com o Brasil, depois do acordo com os EUA?
O Brasil se limitou a "informar", ao que parece, seus sócios da Unasul e do Conselho, sem provavelmente transmitir o teor do acordo, que só foi assinado recentemente, e não envolve, como se sabe, bases militares americanas no Brasil, mas apenas cooperação logística, treinamento e formação e, mais importante, trocas comerciais e comércio de material bélico.
Uma diplomacia soberana poderia reagir assim a pergunta desse jornalista abusado: "exige resposta de quem, cara pálida?; Brasil é um país soberano, pode fazer acordos de qualquer natureza com qualquer país do mundo, e não tem de prestar contas, nem antes, nem durante, nem depois, a quem quer que seja. Estamos conversados. Ponto."
Seria simples assim.
O problema foi que a diplomacia soberana criou essa coisa chamada Conselho Sul-Americano de Defesa, que teoricamente recomendaria consultas, informação, troca de notas, reuniões de seu órgão pleno, ou seja lá mais o que for, para ser totalmente transparente, cooperativo, politicamente correto.
Foi assim pelo menos que o Brasil agiu quando dos acordos militares da Colombia com os EUA, praticamente exigindo que a Colombia revelasse todo o seu teor e "desse garantias" de que as bases e o acordo não seriam usados contra nenhum país da região.
Foi a partir desse acordo que Chávez rompeu relações com a Colombia e assinou acordos militares com a Rússia, não apenas os de compra de equipamentos, até hoje não revelados ao Conselho.
Curioso que a diplomacia brasileira jamais se pronunciou a esse respeito, embora os casos sejam relativamente similares, ainda que não envolvam, no caso dos acordos militares da Venezuela com a Russia, instalação de bases ou permanência de tropas russas na Venezuela. Mas se trata de compras maciças que, em teoria, desequilibram a relação de forças na região e em relação aos quais as FFAA brasileiras devem estar legitimamente preocupadas.
Talvez elas tenham recebido informações suficientes e completas, seja bilateralmente (e secretamente), seja via seus adidos militares em Caracas.
Mas que se trata de DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS, disso não cabe nenhuma dúvida.
Paulo Roberto de Almeida (14.04.2010)
Acuerdo militar Brasil – EUA: La región exige respuestas
Marcelo Rech
Inforel, 14/04/2010 - 14h45
El año pasado, Brasil ha liderado un grupo de países de la región para exigir garantías de Colombia y Estados Unidos acerca del acuerdo militar que firmaban en Bogotá.
Un acuerdo que permite el uso de siete bases militares colombianas por los 1.800 soldados norteamericanos que actúan en el país.
Hugo Chávez hizo del tema su principal argumento para comprar US$ 5 billones en armamentos de Rusia.
Pese el cuidado del ministerio de Defensa al informar el mes de marzo todos los países miembros de la Unión de Naciones Sudamericanas (Unasur), respecto las negociaciones, el asunto ha generado un tremendo malestar.
Colombia, por ejemplo, quiere saber sí Venezuela pretende congelar las relaciones con Brasil.
Es una ironía inteligente.
Ha sido una tradición que la Venezuela de Chávez rompa relaciones con los países que se animan fortalecer sus relaciones con los Estados Unidos.
¿Porque sería diferente con Brasil?
Hace poco, los departamentos de Defensa y de Estado, de los Estados Unidos han reclamado la falta de transparencia en las negociaciones entre Venezuela y Rusia.
El acuerdo Brasil – Estados Unidos se ha tornado público el momento que las negociaciones ya se habían concluido.
La semana pasada, el principal responsable de la política externa norteamericana para el Hemisferio Occidental, Arturo Valenzuela, realizó una gira por la región.
Desde Ecuador, afirmó que el acuerdo con Brasil era parte de la política ordinaria norteamericana y que el presidente Barack Obama, diferentemente de su antecesor, trabaja por el multilateralismo.
En la práctica, tenemos dos pesos y dos medidas.
El acuerdo que acaba de firmar con los Estados Unidos saca de Brasil cualquier posibilidad de exigir transparencia de sus vecinos.
Fue gestado bajo intereses comerciales.
Puede influir en la compra y venta de equipos militares sin que sepamos los niveles de entendimiento.
También atiende una antigua demanda de los militares brasileños que por buen tiempo quedaron alijados de las escuelas norteamericanas gracias las discordancias ideológicas de los gobiernos.
Cabe apuntar: ¿será que el Senado, tan duro con las políticas de Brasil hacia Irán y Cuba, cobrará explicaciones del señor ministro?
Marcelo Rech es periodista, editor de InfoRel y especialista en Relaciones Internacionales, Estrategias y Políticas de Defensa y Terrorismo y contrainsurgencia.
Correo electrónico: inforel@inforel.org
sexta-feira, 26 de março de 2010
1904) Rififi no FMI (2): existe rompimento de relacoes financeiras?
Incidente nada diplomático
Eliane Oliveira e Regina Alvarez
O GLOBO, sexta-feira, 26 de março de 2010
Demissão de funcionária do FMI leva governo colombiano a cobrar explicações de Brasília
BRASÍLIA - O governo brasileiro optou pelo silêncio em relação ao episódio envolvendo a demissão, pelo diretor-executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI), Paulo Nogueira Batista Junior, da representante da Colômbia, María Inés Agudelo, do cargo de diretora substituta. Irritado com a exoneração, o presidente colombiano, Álvaro Uribe, tentou, sem sucesso, conversar com seu colega Luiz Inácio Lula da Silva para fazer uma queixa formal. Mas Lula preferiu deixar o caso para o Ministério da Fazenda, pois quer evitar que esse incidente seja amplificado, prejudicando a posição do Brasil em outras demandas junto aos demais países emergentes.
A ideia é não deixar que a decisão polêmica tenha repercussões capazes de ofuscar as ambições do Brasil junto aos organismos multilaterais de crédito.
Por exemplo, ser um dos protagonistas das reuniões do Banco Mundial e do G-20 financeiro (grupo das 20 maiores economias do mundo), que acontecerão simultaneamente em Washington, de 21 a 26 de abril.
Sem Colômbia, grupo do Brasil perde peso
Fontes próximas ao Palácio do Planalto disseram que houve algumas tentativas de contato entre as assessorias (dos presidentes). Ao mesmo tempo, revelaram, o governo brasileiro recebeu e aceitou as justificativas de Paulo Nogueira sobre a demissão.
Segundo as explicações de Paulo Nogueira repassadas ao governo brasileiro, a decisão de afastar a representante colombiana, anunciada há pouco mais de um mês, foi tomada devido à incompatibilidade de María Inés com o trabalho que desenvolve no FMI e os projetos futuros para o organismo.
Paulo Nogueira teria, ainda, enviado vários comunicados ao governo colombiano relatando os problemas com a funcionária e pedindo a sua substituição, sem resposta.
Mas o governo colombiano ficou muito incomodado com a atitude de Paulo Nogueira e ameaça abandonar o grupo de nove países liderado pelo Brasil no Fundo. Isso reduziria, na prática, a influência e o poder de voto desse grupo junto ao organismo. O governo de Uribe protestou contra a decisão de Paulo Nogueira, enviando cartas para todos os diretores do FMI.
Para eleger um diretor no FMI, cada país precisa reunir, no mínimo, 2% dos votos do organismo. Sozinho, o Brasil tem 1,42% de representação e, por isso, precisa de aliados para ver aprovado qualquer nome que indique. Com a reforma do Fundo, o Brasil terá 1,7% dos votos, mas a mudança ainda está em tramitação no organismo.
A decisão de demitir María Inés desagradou não apenas à Colômbia como a outros representantes de governos no FMI. Primeiro, pelo ineditismo, já que decisões desse tipo sempre são precedidas de entendimentos políticos. Em segundo lugar, pela forma como aconteceu. Paulo Nogueira deu prazo de dois dias para a diretora substituta desocupar a sala e retirar seus pertences, o que foi visto como uma atitude drástica e antipática.
Uma fonte com acesso ao FMI disse que Nogueira é visto com certa reserva por alguns diretores do Fundo. E uma das razões seriam os artigos publicados pelo economista brasileiro, que relatariam discussões no âmbito do Fundo e sua postura independente.
Outro analista considera que o episódio com a representante colombiana é resultado da falta de experiência como gestor do representante do Brasil, que até então concentrava na vida acadêmica boa parte de sua biografia.
Para um analista, também com acesso ao FMI, Paulo Nogueira cometeu um erro estratégico ao demitir a representante colombiana, a partir de uma avaliação também errada sobre qual seria a reação de Bogotá.
Diretora demitida é muito ligada a Uribe
Quando chegou ao Fundo, Paulo Nogueira dispensou o representante da República Dominicana, sem que houvesse repercussão negativa. Mas esse representante fora indicado por um governo que não estava mais no poder.
Assim, o novo governo apenas providenciou a troca, sem protestar. O caso da Colômbia é diferente, já que a diretora demitida é bastante ligada ao presidente Álvaro Uribe e já foi vice ministra das Finanças daquele país.
Paulo Nogueira foi procurado pelo GLOBO mas não respondeu ao pedido para esclarecer o episódio. O Ministério da Fazenda afirmou que não vai se pronunciar sobre o tema.
A determinação do presidente Lula, porém, é de sua equipe reforçar a posição já adotada pelas nações emergentes de brigar por uma participação maior nas decisões tomadas pelos organismos multilaterais de crédito.
Os países em desenvolvimento querem que o Banco Mundial (Bird) anuncie a conclusão das reformas ainda no encontro de Washington. Também esperam a revisão do sistema de cotas do FMI em janeiro de 2011.
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Repercussões na imprensa colombiana:
La demissión de Agudelo es descripta como “sin precedentes” y como una “injerencia no prevista por parte el representante de Brasil en el Fondo”, algo decidido “sin aviso previo y además de forma grosera”, situación “que ha tomado por sorpresa las autoridades colombianas”. Nogueira Batista Jr. es presentado como uno “controvertido economista”.
sábado, 30 de janeiro de 2010
1889) Brasil em Davos: criticas no plano democrático
Esse tipo de discurso mistificador pode até passar aqui, pois a imprensa raramente contesta, em matérias analíticas ou de opinião, o festival de bobagens que ela mesmo serve, em suas páginas, como matérias informativas, ou descritivas, a partir das declarações desses personagens que nunca antes neste país abusaram tanto da capacidade de enganar os incautos.
Mas essas coisas colam menos em ambientes mais bem informados e menos sujeitos à propaganda governamental, como revela este despacho de Davos...
Brasil falha na defesa da democracia, diz economista
Rolf Kuntz
O Estado de S. Paulo, 30/01/2010
Maior economia da América Latina, o Brasil tem falhado em usar seu peso para defender a democracia na região, segundo o economista Ricardo Hausmann, professor de Harvard, ex-economista-chefe do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e ex-ministro do Planejamento da Venezuela (99-93). Moderador dos debates num almoço organizado para discussão das perspectivas brasileiras, Hausmann proporcionou com sua cobrança a grande surpresa do encontro. O Brasil está na moda e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o primeiro premiado pelo Fórum Econômico Mundial com o título de Estadista Global.
O almoço, marcado para depois da premiação, poderia ter sido um perfeito evento promocional, se o mestre de cerimônias se limitasse a levantar a bola para as autoridades brasileiras chutarem. Ele cumpriu esse papel no começo da reunião. Deu as deixas para o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, falarem sobre o desempenho brasileiro durante a crise internacional e sobre as mudanças ocorridas no País nos últimos sete anos. Nem tudo saiu barato: pressionado por uma pergunta de Hausmann, o ministro da Fazenda elogiou o trabalho do governo anterior no controle da inflação e na elaboração da Lei de Responsabilidade Fiscal.
"O Brasil", disse Mantega, "teve um bom presidente antes de Lula." Mas acrescentou, como era previsível, uma lista de realizações a partir de 2003, como a elevação do superávit primário, a expansão econômica mais veloz e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Não faltou o confronto: a economia cresceu em média 2,5% no período de Fernando Henrique Cardoso e 4,2% na era Lula.
O almoço poderia ter continuado nesse ritmo se Hausmann não resolvesse enveredar pela política. Quando a Venezuela fechou a fronteira com a Colômbia, disse Hausmann, o Brasil mandou uma missão empresarial para ocupar o mercado antes suprido pelos colombianos. Quando a Colômbia anunciou um acordo militar com os EUA, Lula convocou uma reunião da Unasul.
É uma questão de pragmatismo, respondeu o empresário Luiz Furlan, ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do governo Lula. Elogiou o presidente por seu apoio à exportação - "agiu como um homem de negócios" - e acabou chegando ao ponto mais delicado: "A Venezuela compra do Brasil US$ 5 bilhões por ano. Que fazer?"
"O Brasil é signatário de uma Carta que o obriga a defender a democracia", observou Hausmann. O Brasil, disse ele depois ao Estado, poderia ter feito um trabalho mais importante em defesa da democracia, na região, se a sua ação internacional fosse baseada em princípios e não no pragmatismo descrito pelo ex-ministro Furlan. O governo Lula, segundo o economista, deu à Colômbia um motivo para considerar o Brasil não confiável e uma razão a mais para se aproximar dos EUA.