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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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domingo, 15 de junho de 2014

A frase da semana: o inferno para a neutralidade em tempos de crise moral

Confesso que não li, pois não sou afeto à leitura de best-sellers que tripudiam sobre a história, misturando superstições e religião (e sei que isso encanta milhões ao redor do mundo), mas o mais recente livro de Dan Brown, Inferno (assim mesmo, na edição original em inglês), supostamente (ou enganosamente), envolvendo o referencial dantesco em torno das condenações, feito o genial escritor e forjador da língua italiana, com Petrarca, em sua Divina Comédia, traz esta epígrafe, que encontro particularmente apropriada ao Brasil, nos tempos que correm:

The darkest places in hell are reserved for those who maintain their neutrality in times of moral crisis.

Permito-me acrescentar um comentário à frase selecionada, o que raramente faço, pois cada uma delas deveria bastar-se a si mesma, em toda a sua plenitude, se ainda me permitem esta redundância.
Creio que todos nós temos perfeita consciência de que o Brasil vive uma profunda crise moral, que é mais profunda, devastadora e extensa do que a simples crise política, econômica, ou cultural. Ela é o resultado de doze anos de abusos contínuos do poder companheiro, em termos de mentiras, fraudes, enganação, desvio de dinheiro público, populismo, demagogia, fisiologismo, patrimonialismo, prebendalismo e vários outros ismos negativos que encontramos no dicionário da política e da sociologia.
Por isso mesmo, não temos o direito moral de permanecer neutros neste ano eleitoral.
Não se trata de escolher uma candidatura alternativa. Não indico nenhuma.
Se trata apenas de afastar a máfia criminosa que se apossou do Estado no Brasil.
Este é um dever moral de todos os brasileiros conscientes. Simples assim.
Paulo Roberto de Almeida
Washington, 15/05/2014