Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
sexta-feira, 8 de julho de 2016
O Estado Perdulario do Brasil - Ricardo Bergamini e Percival Puggina
Prezados Senhores
Enquanto o governo Temer(ário), com a sua habitual cara de paisagem, pratica a farsa da sua política econômica, promovendo um aumento da dívida pública da ordem de R$ 1,2 trilhão até dezembro de 2017. O Brasil convive com as imoralidades abaixo:
- O Congresso Nacional é constituído por 513 deputados federais e 81 senadores e para atenderem a esses 594 senhores, segundo o ministério do planejamento, em dezembro de 2015 existiam 24.896 servidores ativos que custaram R$ 5,4 bilhões. Considerando também os 10.360 servidores inativos que custaram R$ 3,5 bilhões o custo total com essa imoral e criminosa usina de gastos públicos foi de R$ 8,9 bilhões.
- Pasmem! O Brasil tem que aumentar o seu estoque da dívida pública para cobrir déficits fiscais dos dinossauros das estatais (fonte primária de todos os problemas do Brasil), conforme comentários abaixo do pensador Percival Puggina:
ESTATAIS, UM FALSO TESOURO
Percival Puggina
Em recente trabalho, o minucioso e competente economista prof. Ricardo Bergamini, buscando dados num documento oficial do Ministério do Planejamento, constatou existirem 135 empresas estatais federais. São 18 do setor financeiro e 117 do setor produtivo.
Fica cada vez mais difícil justificar a existência de tantas estatais num país teoricamente não socialista. Se fôssemos constitucionalmente socialistas, então se justificariam nossas urgências e carências. Seria uma opção nacional e estaríamos sujeitos a arcar com as consequências disso. No entanto, o Brasil optou constitucionalmente pela economia de mercado. É o governo, ou melhor, são os governos que nos têm proporcionado socialismo através de suas políticas. Vem daí o oneroso catálogo das estatais que, em grande parte, mantêm um quadro funcional superior às suas necessidades.
Uma curiosidade destacada por Bergamini no mencionado "Perfil das Empresas Estatais Federais" traçado pelo próprio Ministério do Planejamento, é a existência de um grupo sob o título de "Empresas dependentes do Tesouro Nacional". Desde quando algo assim existe e se chama "empresa"? O grupo pode ser estudado nas páginas 35 a 39 deste documento. E mais, quando se observa a evolução do quadro de pessoal desse grupo, percebe-se que no ano de 2014 (ano eleitoral) o conjunto dessas organizações receberam um acréscimo de 11.100 servidores, passando de 47.433 para 58.533 o que representa um aumento de quase 40% sobre o ocorrido em todo o quadriênio anterior. Isso deve ser declarado como "despesa nacional com a campanha da candidata oficial"? E o que terá acontecido no quadro pessoal do vasto conjunto das estatais?
Há quem creia que tudo possa mudar sob nova direção e que as empresas estatais sejam um tesouro produzido graças ao esforço nacional. No entanto, numa empresa estatal, a gestão é a parte menor do problema. A parte maior é sua condição estatal.
Que Deus tenha piedade da abissal ignorância e escuridão reinante no Brasil (Ricardo Bergamini)