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domingo, 11 de agosto de 2013

A frase do fim de semana: o peso dos economistas mortos - Hans-Hermann Hoppe

"Não sou fã de John Maynard Keynes. Mas creio que ele estava certo quando disse que
"as ideias dos economistas e filósofos políticos, estejam elas certas ou erradas, são mais poderosas do que comumente se percebe. Com efeito, elas governam o mundo quase sozinhas. Homens práticos, que se acreditam isentos de qualquer influência intelectual, costumam ser escravos de algum economista defunto". 
Ironicamente, ele mesmo, Keynes, é o economista defunto por excelência — emitindo, por sinal, ideias falsas —; aquele por quem os homens práticos de hoje são escravizados intelectualmente."

Hans-Hermann Hoppe
entrevista completa neste link: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1646

sábado, 3 de agosto de 2013

Cultura e liberdade - uma entrevista com Hans-Hermann Hoppe (Dicta&Contradicta)

Cultura e liberdade - uma entrevista com Hans-Hermann Hoppe
Instituto Mises Brasil, terça-feira, 16 de julho de 2013

 

hoppe2.jpgEntrevista concedida a Joel Pinheiro da Fonseca para a revista Dicta&Contradicta

Um bom termo para descrever o pensamento de Hans-Hermann Hoppe é radical. Um pensamento que afirma, sem medo, todas as consequências a que uma ideia originária leva, e que, para resolver qualquer problema social ou filosófico que se impõe, retorna àraiz das questões discutidas para dela extrair — dedutivamente se possível — uma solução universal.
Passando da forma ao conteúdo, Hoppe se insere, via seu mentor Murray Rothbard, em uma linhagem muito particular da chamada escola austríaca de economia. Essa "escola" (no sentido de uma tradição de pesquisa com certos pressupostos básicos comuns) de pensamento econômico ficou, a partir de meados do século 20, fortemente associada à defesa do liberalismo econômico. Rothbard foi herdeiro da forma austríaca de se entender o funcionamento do mercado e a integrou a uma outra matriz de pensamento: a tradição libertária dos direitos naturais, segundo a qual todo homem tem direito absoluto e irrestrito sobre seu próprio corpo e sua propriedade; qualquer agressão contra ele, vinda de onde vier (inclusive do estado), é ilegítima. Foi ele quem originou, assim, a síntese conhecida como austro-libertarianismo. Hoppe foi ainda mais longe que seu mentor, ao apresentar uma demonstração a priori da existência dos direitos naturais no ensaio "A ética e a economia da propriedade privada", demonstração que — não pela conclusão mas pela forma — remete à ética do discurso proposta por outra influência sua: seu orientador de doutorado, Jürgen Habermas.
Sua contribuição mais notória — e polêmica —, contudo, é outra: Hoppe é um ferrenho oponente daquele sistema político comumente considerado o melhor: a democracia. Em seu livro Democracia - o deus que falhou , ele aplica o princípio da tragédia dos comuns ao próprio estado. Na monarquia absoluta, argumenta, o estado é propriedade privada: tem um dono que, via de regra, zelará por manter seu valor de longo prazo. Já na democracia, o estado torna-se propriedade pública: todos têm acesso a seus (muitos) benefícios e cargos; e então todos quererão para si quantas dessas benesses puderem pegar no menor prazo possível (pois quem não o fizer pagará a conta dos benefícios alheios).
Assim, sob a democracia, o estado sempre tende a crescer, as liberdades individuais a diminuir, e a cultura a refletir a disciplina aprendida pela dinâmica da tragédia dos comuns: o aumento da taxa de desconto intertemporal, isto é, a priorização do curto prazo sobre o longo. Desta forma, a monarquia deveria ser preferida à democracia. Hoppe, no entanto, é o primeiro a lembrar que a monarquia já é, ela própria, pior do que — e historicamente uma degeneração da — anarquia, ou seja, da ausência de estado. Longe de se pautar pelos valores democráticos hoje em voga, a sociedade genuinamente anárquica seria, segundo Hoppe, desigual, elitista e hierárquica. E isso, para ele, é um grande mérito.
Nesta breve entrevista concedida à Dicta&Contradicta, nosso interesse centrou-se em dois temas: (1) a intersecção entre o libertarianismo conservador de Hoppe e a cultura e as artes; e (2) o papel do intelectual e das ideias na sociedade atual.
I. Libertarianismo e Cultura
A mudança de uma sociedade estatista para uma sociedade libertária promoveria ou dificultaria a produção de alta cultura?
Uma sociedade libertária seria significativamente mais próspera e rica e isso certamente ajudaria tanto a alta quanto a baixa cultura. Mas uma sociedade livre — uma sociedade sem impostos e subsídios e sem os assim chamados "direitos de propriedade intelectual" — produziria uma cultura muito diferente, com uma gama também muito diferente de produtos, produtores, estrelas e fracassos.
Em seus escritos, o senhor identifica uma ligação causal entre a forma de governo de uma sociedade e seus valores morais e desenvolvimento social. O senhor vê uma ligação similar entre a forma de governo e os critérios estéticos e a qualidade da arte e do entretenimento?
Sim. O governo de um estado democrático promove sistematicamente o igualitarismo e o relativismo. No campo da interação humana, leva à subversão e, em última análise, ao desaparecimento da ideia de princípios eternos e universais da justiça. A lei é soterrada e submersa pela legislação. No campo das artes e do juízo estético, a democracia leva à subversão e ao desaparecimento da noção de beleza e dos critérios universais de beleza. A beleza é soterrada e submersa pela chamada "arte moderna".
As posições éticas e políticas libertárias têm alguma relação com juízos estéticos e artísticos determinados? Há alguma incoerência em um libertário que seja, digamos, apreciador do realismo soviético?
De um ponto de vista puramente lógico, o libertarianismo é compatível com todo e qualquer juízo ou estilo artístico e estético. Não sou o primeiro a notar, por exemplo, que a obra literária da célebre libertária Ayn Rand tem uma clara semelhança estilística com o realismo soviético socialista. Similarmente, constato que é possível ser um libertário "perfeito", que nunca agride nenhuma pessoa ou propriedade, e ainda assim ser um sujeito plenamente inútil, desagradável ou mesmo podre.
Psicologicamente, contudo, as coisas são diferentes. Aqui, no campo da psicologia, sentimos que o estilo de vida de um vagabundo pacífico ou de um apreciador do realismo soviético é de alguma maneira incompatível e oposta ao estilo de vida de um libertário consciente. Quando vemos tal conduta ou gosto manifestos em alguém que se diz libertário, isso nos causa um desconforto e a sensação de uma dissonância emocional ou estética. E com razão, penso eu. Pois a experiência humana é caracterizada pela integração de três habilidades: a capacidade de se reconhecer a verdade, a justiça e a beleza. Podemos distinguir o verdadeiro do falso, o certo do errado, e podemos distinguir o belo (e o perfeito) do feio (e do imperfeito); podemos refletir e falar sobre as três noções e suas antíteses. Uma vida humana integral e completa deveria, então, ser não apenas veraz e justa; deveria ser também uma vida boa. Talvez não bela e perfeita, mas uma vida que almejasse a beleza e a perfeição. Uma vida exemplar, moral e esteticamente edificante, inspiradora. É nisso que o vagabundo pacífico e o amante do realismo soviético pecam.
Alternativamente, tem a arte um papel a desempenhar na formação de ideias políticas e filosóficas? É possível que isso se dê sem que seja como propaganda para uma dada ideologia?
O propósito das artes visuais e da música é a criação da beleza em todas as suas manifestações. Ainda assim, a beleza visual e musical e o libertarianismo têm algo importante em comum. O libertarianismo também é belo. Não esteticamente, é claro, mas logicamente, por ser uma teoria social simples e elegante.
Quanto às artes total ou parcialmente discursivas — narrativas —, sim, elas podem servir como veículo para a promoção de ideias políticas e filosóficas. Você pode chamar isso de propaganda. Mas essas ideias podem ser verdadeiras e boas ou falsas e más. E embora eu não seja muito chegado em arte, prefiro que haja mais artistas propagandeando as ideias boas e verdadeiras da propriedade privada e do capitalismo, como Ayn Rand, e menos artistas propagandeando as ideias falsas e más da propriedade pública e do socialismo, como, digamos, Bertolt Brecht. Uma agenda filosófica, por sua vez, tampouco é necessária para que haja arte – pode-se contar uma história como um fim em si. Para que haja arte uma narrativa tem de se caracterizar pela veracidade (no sentido mais amplo do termo), pela inteligibilidade, coerência lógica, domínio da língua, expressão e estilo, e por um sentido de humanidade e de justiça humana: de agência, do que há de intencional e não intencional na vida, do certo e do errado, do bom e do mau.
Vale a pena ler literatura? Qual é seu livro literário favorito?
Isso é algo que cada um tem de decidir por si. Pessoalmente, nunca li muita literatura. Se quero uma leitura mais "leve", em geral leio História, incluindo romances históricos, biografias ou crítica literária e cultural à la H. L. Mencken ou Tom Wolfe.
II. Intelectuais
As ideias discutidas pelos intelectuais têm algum efeito prático na história da humanidade?
Não sou fã de John Maynard Keynes. Mas creio que ele estava certo quando disse que "as ideias dos economistas e filósofos políticos, estejam elas certas ou erradas, são mais poderosas do que comumente se percebe. Com efeito, elas governam o mundo quase sozinhas. Homens práticos, que se acreditam isentos de qualquer influências intelectual, costumam ser escravos de algum economista defunto". Ironicamente, ele mesmo, Keynes, é o economista defunto por excelência — emitindo, por sinal, ideias falsas —; aquele por quem os homens práticos de hoje são escravizados intelectualmente.
Dado que comunidades libertárias poderiam banir livremente qualquer um que discordasse de alguma opinião, num mundo libertário haveria mais ou menos liberdade de discussão intelectual em comparação ao nosso? E em comparação a um mundo composto de monarquias tradicionais?
A propriedade privada dá a seu dono o direito de discriminar: de excluir ou incluir outros em sua propriedade e de determinar as condições de entrada e inclusão. Tanto a inclusão quanto a exclusão têm seus custos e benefícios para o proprietário, os quais ele pesa na hora de tomar uma decisão. De qualquer maneira, a decisão do proprietário é motivada por sua razão e pelo seu interesse por sua propriedade. Seu pensamento pode calhar de estar certo, e ele atinge seu objetivo, ou pode calhar de estar errado, mas de qualquer modo, sua decisão é uma decisão pensada.
Assim, alguém que fundasse e desenvolvesse uma comunidade privada, provavelmente não discriminaria e excluiria com base numa mera diferença de opinião. Se o fizesse, provavelmente não atrairia mais inquilinos do que o séquito de um guru. Usualmente, a discriminação é baseada em diferenças de conduta, expressão e aparência, no que as pessoas fazem e como agem em público, na língua, religião, etnia, costumes, classe social etc. O proprietário discrimina para atingir um alto grau de homogeneidade de conduta em sua comunidade e assim evitar ou reduzir tensões e conflitos intracomunitários — no jargão econômico: para reduzir os custos de transação. E ele o faz na expectativa de que sua decisão seja boa para sua propriedade e sua comunidade.
Em todo o caso, num mundo libertário haveria de fato muito mais discriminação do que no atual mundo estatista, que é caracterizado por inúmeras leis antidiscriminação e, consequentemente, por uma integração forçada e onipresente. Em particular, quaisquer que fossem os outros critérios usados para inclusão ou exclusão, em um mundo libertário nenhum dono de comunidade privada iria tolerar – e deixar de discriminar — ativistas comunistas ou socialistas em sua propriedade. Como inimigos da própria instituição em que a comunidade se funda, eles seriam excluídos ou expulsos — mas seriam, é claro, livres para estabelecer sua própria comuna comunista, kibbutzim ou qualquer outro "estilo de vida experimental" que imaginassem.
Em suma, e para responder finalmente à sua pergunta, um mundo libertário seria caracterizado por uma variedade muito maior de comunidades diferentes, mas que, internamente, seriam relativamente homogêneas. Consequentemente, o espectro, a diversidade e o vigor da discussão intelectual provavelmente ultrapassariam de longe qualquer experiência presente ou passada.
A vida acadêmica em seu estado atual é um ambiente saudável para um intelectual? É possível que ele sobreviva em qualquer outro meio?
Depende do intelectual. A vida acadêmica pode ser muito confortável para quem vomita platitudes politicamente corretas de esquerda por anos a fio. Por outro lado, para um austro-libertário — e ainda mais para um austro-libertário que seja culturalmente conservador — a vida acadêmica é difícil e não raro enlouquecedora. Com persistência e alguma sorte você pode sobreviver, mas se você não se vender ou ao menos calar a boca, prepare-se para pagar um preço.
Hoje em dia, no entanto, graças à Internet, você também pode sobreviver como um intelectual fora da academia oficial. Com custos de entrada mínimos, a competição é feroz, mas as oportunidades parecem ilimitadas. Felizmente, há já um bom número de intelectuais austro-libertários que conquistaram preeminência e dinheiro por essa via.
Habermas exerceu influência positiva sobre seu pensamento? Houve também influências negativas?
Habermas foi meu principal professor de filosofia e meu orientador de Ph.D durante meus estudos na Universidade Goethe em Frankfurt, de 68 a 74. Por meio de seus seminários eu travei contato com a filosofia analítica britânica e americana. Li Karl Popper, Paul Feyerabend, Ludwig Wittgenstein, Gilbert Ryle, J. L. Austin, John Searle, W. O. Quine, Hillary Putnam, Noam Chomsky, Jean Piaget. Descobri Paul Lorenzen, a Escola de Erlangen e a obra de Karl-Otto Apel. Ainda acredito que tenha sido um treino intelectual muito bom.
TSC.jpgPessoalmente, portanto, não tenho arrependimentos. Já no tocante à influência de Habermas na Alemanha e sobre a opinião pública alemã, ela tem sido um desastre absoluto, ao menos do ponto de vista libertário. Habermas é hoje o intelectual público mais celebrado da Alemanha e o Sumo Sacerdote do "Politicamente Correto": da social-democracia, do estado de bem-estar social, do multiculturalismo, da antidiscriminação (ação afirmativa) e da centralização política, temperada — especialmente para o consumo alemão — com uma dose pesada de retórica "antifascista" e de "culpa coletiva".
Se o senhor pudesse, magicamente, mudar uma crença nas mentes de todas as pessoas do mundo, qual seria ela?
Nesse ponto, estou com meu principal professor, mentor e mestre, Murray Rothbard. Eu iria querer apenas que as pessoas reconhecessem as coisas como elas são: que elas reconhecessem os impostos como roubo, os políticos como ladrões e todo o aparato e burocracia estatais como uma quadrilha de proteção, uma instituição como a Máfia, só que muito maior e mais perigosa. Em suma, eu desejaria que eles odiassem o estado. Se todo mundo o fizesse, então, como mostrou Étienne de la Boétie, o poder do estado desapareceria quase que instantaneamente.

Hans-Hermann Hoppe é um membro sênior do Ludwig von Mises Institute, fundador e presidente da Property and Freedom Society e co-editor do periódico Review of Austrian Economics. Ele recebeu seu Ph.D e fez seu pós-doutorado na Goethe University em Frankfurt, Alemanha. Ele é o autor, entre outros trabalhos, de Uma Teoria sobre Socialismo e Capitalismo e The Economics and Ethics of Private Property.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Libertarianismo: entrevista com Hans-Hermann Hoppe na revista brasileira Dicta & Contradicta

The Logical Beauty of Libertarianism
by Hans-Hermann Hoppe on August 2, 2013

[The Brazilian Philosophy Magazine Dicta & Contradicta interviews Hans-Hermann Hoppe. July 15, 2013.]

Would the change from a statist to a libertarian society help or hinder the production of high culture?
Hoppe: A libertarian society would be significantly more prosperous and wealthy and this would certainly help both low and high culture. But a free society — a society without taxes and tax-subsidies and without so-called “intellectual property rights” — would produce a very different culture, with a very different set of products, producers, stars, and failures.
You see a causal link between a society’s form of government and its moral values and social development. Do you see a similar link between type of government and aesthetic standards and quality of art and entertainment?
Hoppe: Yes I do. Democratic state government systematically promotes egalitarianism and relativism. In the field of human interaction, it leads to the subversion and ultimately disappearance of the idea of eternal and universal principles of justice. Law is swamped and submerged by legislation. In the field of the arts and of aesthetic judgment, democracy leads to the subversion and ultimately disappearance of the notion of beauty and universal standards of beauty. Beauty is swamped and submerged by so-called “modern art.”
Given that libertarian communities could freely banish dissenters for disagreeing with any given opinion, would there be more or less free intellectual discussion in a libertarian world as opposed to ours? And as opposed to a world composed of traditional monarchies?
Hoppe: Private property entitles its owner to discriminate: to exclude or include others from his property and to determine the conditions of entry and inclusion. Both inclusion and exclusion have associated costs and benefits for the owner, which he weighs against each other when he makes his decision. In any case, the owner’s decision is motivated by his concern for his property and by reason. His reasoning may turn out correct and he reaches his goal or it may turn out wrong, but in any case, the owner’s is a reasoned decision.
The founder and developer of a private community, then, would not likely discriminate and exclude based on mere differences of opinion. Or if he did he would not likely attract more than a guru’s following as subscribers. Typically, discrimination will be based on differences in conduct, expression and appearance, on what people do and how they act in public, on language, religion, ethnicity, customs, social class, etc. The owner discriminates in order to achieve a high degree of homogeneity-of-conduct in his community and so avoid or reduce intra-communal tension and conflict — in economic jargon: to reduce transaction costs; and he does so in the expectation that his decision will be good for his property and community.
In any case, in a libertarian world there would indeed be far more discrimination than in the present statist world, which is characterized by countless anti-discrimination laws and, consequently, ubiquitous forced integration. In particular, whatever other criteria may be used for inclusion or exclusion, in a libertarian world, for instance, no private community owner would want to tolerate — and not discriminate against — communist or socialist activists on his property. As enemies of the very institution on which the community rests, they would be excluded or expelled — but they would of course remain free to establish their own communist commune, kibbutzim, or whatever other “lifestyle experiment” they come up with.
In sum and to finally answer your question, then, a libertarian world would be characterized by a far greater variety of different, but internally relatively homogeneous communities, and consequently the range, diversity, and vigor of intellectual discussion in all likelihood would far surpass anything experienced presently or at any time in the past.
Do libertarian political and ethical positions have any relation to certain aesthetic and artistic judgments? Is there any incoherence in a libertarian who is a lover of, say, Soviet Realism?
Hoppe: From a purely logical point of view, libertarianism is compatible with each and every aesthetic and artistic style or judgment. I am not the first one to notice, for instance, that famous libertarian Ayn Rand’s artistic work displays a striking stylistic resemblance to Socialist Soviet Realism. Similarly, I have seen it possible to be a “perfect” libertarian and never aggress against anyone’s person or property, and yet be an all-around useless, unpleasant or even rotten fellow.
Psychologically matters are different, however. Here, in the realm of psychology we sense that life as a peaceful bum or as a lover of Soviet Realist art is somehow incompatible and at odds with the life of a self-conscious libertarian. When we see such conduct or taste displayed in a professed libertarian, it causes us emotional or aesthetic distress and dissonance. And rightly so, I believe. Because the human experience is characterized by the integrated whole of three abilities: of the recognition of truth, of justice and of beauty. We can distinguish between true and false, we can distinguish right from wrong, and we can distinguish between the beautiful (and perfection) and the ugly (and the imperfect) — and we can speak and reflect on all three notions. A whole and complete human life, then, should not only be truthful and just, it should also be a good life. Maybe not beautiful and perfect, but a life striving toward beauty and perfection. An exemplary, morally and aesthetically uplifting and inspiring life. It is here, where the peaceful bum and the Soviet-Realism-lover are lacking.
Alternatively, does art have a role to play in shaping political and philosophical ideas? Can this be done other than as propaganda for a given ideology?
Hoppe: The purpose of the visual arts and of music is the creation of beauty in all its manifestations. It has no further philosophical implications. Yet beautiful art and music and libertarianism have one important commonality. Libertarianism, too, is beautiful. Not aesthetically, of course, but logically, as a simple and elegant social theory.
As for the wholly or partially discursive — narrative — arts, yes, they can serve as a vehicle for the promotion of political and philosophical ideas. You can call this propaganda. But these ideas can be true and good or false and evil. And although I am not an artsy person, I rather have more artists propagandizing the true and good ideas of private property and of capitalism as Ayn Rand, for instance, and fewer artists propagandizing the false and evil ideas of public property and of socialism as, let’s say, Bertolt Brecht. But a philosophical agenda is neither necessary to make for art — one can also tell a story for its own sake. Nor is a philosophical purpose sufficient to make for art. To make for art, a narrative must above all be characterized by truthfulness (in the widest sense of the term), by intelligibility, logical coherence, a mastery of language, expression and style, and a sense of humanity and of human justice: of agency and the intentional and the non-intentional in life, of right and wrong, and good and bad.
Do the ideas discussed by intellectuals have any practical effect on the history of human society?
Hoppe: I am no fan of J. M. Keynes. But when he said, that “the ideas of economists and political philosophers, both when they are right and when they are wrong, are more powerful than is commonly understood. Indeed, the world is ruled by little else. Practical men, who believe themselves to be quite exempt from any intellectual influence, are usually the slaves of some defunct economist,” he was right. In fact, Keynes is the very defunct economist, pronouncing wrong ideas at that, to whom the practical men of today are intellectually enslaved.
Is academic life in its present state a healthy environment for an intellectual? Can he survive as an intellectual anywhere else?
Hoppe: That depends on the intellectual. Academic life can be very comfortable for someone spouting forth politically correct leftist platitudes for years on end. On the other hand, for an Austro-Libertarian — and even more so a culturally conservative Austro-Libertarian — academic life is difficult and often maddening. With persistence and some luck you can make it and survive, but if you don’t sell out or at least shut up, you should be prepared to pay a price.
Nowadays, however, thanks to the Internet, you can also survive as an intellectual outside official academia. With minimal entrance-cost the competition is fierce, but the opportunities seem boundless. Encouragingly, there are already quite a few Austro-Libertarian intellectuals today, who have earned prominence and money via this route.
If you could magically change one belief in the minds of all people in present societies, what would it be and why?
Hoppe: I agree in this with my principal teacher, mentor, and master Murray Rothbard. I would only want people to recognize matters for what they truly are. I would want them to recognize taxes as robbery, politicians as thieves, and the entire state apparatus and bureaucracy as a protection racket, a Mafia-like enterprise, only far bigger and more dangerous. In short: I would want them to hate the State. If everyone believed and did this, then, as É. de la Boétie has shown, all power of the state would almost instantly vanish.
What positive influence did Habermas have on your thought? Were there negative influences from him as well?
Hoppe: Habermas was my principal philosophy teacher and Ph.D. advisor during my studies at the Goethe University in Frankfurt am Main, Germany, from 1968-74. Through his seminars I became acquainted with British and American analytical philosophy. I read K. Popper, P. Feyerabend, L. Wittgenstein, G. Ryle, J.L. Austin, J. Searle, W.v.O. Quine, H. Putnam, N. Chomsky, J. Piaget. I discovered Paul Lorenzen and the Erlangen School and the work of K.O Apel. I still believe that this was a pretty good intellectual training.
Personally, then, I have no regrets. As for Habermas’s influence on Germany and German public opinion, however, it has been an unmitigated disaster, at least from a libertarian viewpoint. Habermas is today Germany’s most celebrated public intellectual and High Priest of “Political Correctness”: of social democracy and welfare-statism, of multi-culturalism, anti-discrimination (affirmative action) and political centralization spiced, especially for German consumption, with a heavy dose of “anti-fascist” rhetoric and “collective guilt” — mongering.
Is it worthwhile to read literature? What is your favorite literary book?
Hoppe: This everyone must decide for himself. Personally, I have never read much literature. If I want to do some “lighter” reading, I typically read history, including historical novels, biographies, or literary and cultural criticism à la H.L. Mencken or Tom Wolfe.

Hans-Hermann Hoppe, an Austrian School economist and anarchocapitalist philosopher, is professor emeritus of economics at UNLV, a distinguished fellow with the Ludwig von Mises Institute, and founder and president of The Property and Freedom Society. Send him mail. See Hans-Hermann Hoppe's article archives.
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