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terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Embaixador Alberto da Costa e Silva: Percursos Diplomáticos (15/01/2018)

https://www.youtube.com/watch?v=8r2xkrayOZs

Palestra Percursos Diplomáticos - Embaixador Alberto da Costa e Silva

Neste link se pode assistir à palestra do Embaixador Alberto da Costa e Silva na série Percursos Diplomáticos, criada pelo IPRI em cooperação com o Instituto Rio Branco.
Esta palestra foi excepcionalmente gravada no Rio de Janeiro:

O evento foi realizado em 15 de janeiro de 2018, por ocasião da visita dos alunos do Instituto Rio Branco (IRBr) à Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Além de diplomata, o embaixador Alberto da Costa e Silva é poeta, ensaísta, historiador e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL). É um dos maiores estudiosos da história e da cultura da África.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Relatorio de atividades do IPRI, 3/08/2016 a 31/12/2017 - Paulo Roberto de Almeida


(período: 3/08/2016 a 31/12/2017)



Paulo Roberto de Almeida

Diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, IPRI-Funag

Marco Túlio Scarpelli Cabral

Coordenador de Estudos e Pesquisas do IPRI

[Lista sumária dos principais eventos realizados desde 3 de agosto de 2016, a partir da posse do novo diretor, até 31 de dezembro de 2017]
Disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/35743257/Relatorio_de_Atividades_2016-2017_Instituto_de_Pesquisa_de_Relacoes_Internacionais_IPRI_).





2016

22/08: Palestra Professor James G. Hershberg, Universidade George Washington: “Secret Brazilian Diplomacy, the Cuban Revolution, and the 1962 Cuban Missile Crisis: Unearthing Hidden History”;

13/10: Palestra do Dr. Diego Solis, Diretor da Stratfor: “Tendências geopolíticas na América do Sul”;

14/11: Apresentação-debate do livro “Brazil in the World” com o prof. Sean W Burges;

23/11: Entrevista com embaixador Marcelo Rafaelli; no âmbito do Projeto Relações Internacionais em Pauta;

23/11: Palestra do professor Thomas Andrew O’Keefe: “O que pode o Brasil esperar de um governo Donald Trump nos EUA”;

12/11: Embaixador Yin Hengman , representante do governo da República Popular da China para a América Latina: “A Política da China para a América Latina”;

13/12: Palestra do professor Oliver Stuenkel: “Rumo ao mundo sinocêntrico? As transformações globais e suas implicações para o Brasil”;

15/12: Palestra do Embaixador Sérgio Queiroz Duarte: “Desarmamento nuclear: uma visão brasileira”.





2017

23/02: Reunião sobre “Venezuela: situação e perspectivas”, com o embaixador do Brasil na Venezuela, Ruy Carlos Pereira. Local: Sala “C”.

15/03: Apresentação e debate sobre o livro "Desafios da Política Externa Brasileira", editado pelos consultores do CEBRI Matias Spektor e Oliver Stuenkel. Local: sala San Thiago Dantas.

16/03: Palestra-Debate "Recuperação Econômica do Japão e Integração Regional na Ásia-Pacífico" com o professor Shujiro Urata, da Universidade de Waseda, Japão. Local: auditório Paulo Nogueira Batista.

17/03: Palestra “Percursos Diplomáticos”, proferida pelo embaixador Rubens Ricupero no âmbito dos “Encontros IPRI-IRBr”. Local: auditório do IRBr.

21/03: Palestra-Debate "Stefan Zweig e o Brasil" com os professores Celso Lafer, Kristina Michahelles e Israel Belloch. Local: auditório do IRBr.

31/03: Palestra-Debate “Nacionalismo Acadêmico Brasileiro e Brasilianismo: produção intelectual”, com o historiador José Carlos Sebe Bom Meihy. Local: auditório Paulo Nogueira Batista.

03/04: Palestra-Debate “As Ideias das Revoluções Pernambucanas do século XIX: 1817, 1824 e 1848”, com o professor Vamireh Chachon e os embaixadores Gonçalo Mourão e Tarcísio Costa. Local: auditório Paulo Nogueira Batista.

11/04: Palestra-Debate “A situação atual no Oriente Médio: uma equação complexa com múltiplas variáveis”, com o professor Amine Ait-Chaalal da Université Catholique de Louvain – Bélgica. Local: sala “C”.

18/04: Seminário “Centenário de Roberto Campos: o homem que pensou o Brasil”. Local: Palácio Itamaraty, Rio de Janeiro.

05/05: Palestra-Debate “Fronteiras do Brasil, uma história que deu certo”, proferida pelo embaixador Synesio Sampaio Goes. Local: auditório do IRBr.

10/05: Palestra-Debate “Desglobalização: crônica de um mundo em mudança” com o economista Marcos Prado Troyjo. Local: auditório Paulo Nogueira Batista.

18/05: Palestra-Debate “The United States, Peace, and World Order" com o professor Frank J. Gavin, diretor do Centro Henry Kissinger para Assuntos Globais, Universidade Johns Hopkins, Washington. Local: auditório do IRBr

19/05: Palestra-Debate “Brasil para Refugiados: contexto histórico” com o historiador Fábio Koifmann e o cientista político Charles P. Gomes. Local: auditório Paulo Nogueira Batista.

26/05: Palestra “Percursos Diplomáticos”, proferida pelo embaixador Marcos Azambuja no âmbito dos “Encontros IPRI-IRBr”. Local: auditório do IRBr.

30/05: Palestra-Debate “Novos olhares sobre a Política Externa Brasileira” proferida pelo diplomata Gustavo Westmann. Local: auditório Paulo Nogueira Batista.

02/06: Palestra-Debate “A Política Externa Brasileira no Contexto Internacional, 1987-2017” proferida pelo embaixador Sérgio Florêncio Sobrinho. Local: auditório Paulo Nogueira Batista.

14/06: Seminário “South American and European Perspectives on Diplomacy and Defense”, realizado em parceria com o Egmont Institute. Local: auditório Paulo Nogueira Batista.

12/07: Palestra-Debate “Global Crises and Humanitarian Challenges: the work of the International Committee of the Red Cross” com o Sr. Dominik Stillhart, diretor do Comitê Internacional da Cruz Vermelha no Brasil. Local: auditório Paulo Nogueira Batista.

21/07: Palestra “Percursos Diplomáticos”, proferida pelo embaixador José Alfredo Graça Lima no âmbito dos “Encontros IPRI-IRBr”. Local: auditório do IRBr.

01/08: Seminário “BRICS Co-operation: Assessment and Next Steps”, em parceria com o Instituto Chongyang de Estudos Financeiros, Universidade do Povo, Pequim. Local: auditório Paulo Nogueira Batista.

21/08: Palestra-Debate “Os desafios e oportunidades na relação Brasil–Ásia na perspectiva de jovens diplomatas”, proferida pelo diplomata Pedro Henrique Batista Barbosa. Local: auditório Paulo Nogueira Batista.

24/08: Mesa-Redonda “Políticas Comerciais da Administração Trump: situação atual e perspectivas” com o professor Mark S. Langevin da Universidade George Washington. Local: auditório Paulo Nogueira Batista.

25/08: Seminário “O Brasil e a Corte Permanente de Arbitragem: 110 Anos de Cooperação”. Local: auditório do IRBr.

25/08: Workshop “Arbitragem Internacional” com o Dr. Tulio Di Giacomo Toledo, consultor jurídico e representante da Corte em Mauricio; a professora Nádia de Araújo, PUC-Rio; e o professor Eduardo Grebler, PUC-Minas. Local: auditório do IRBr.

30/08: Seminário "Nuclear Terrorism: Risks and Preventive Strategies", proferida por Irma Argüillo, presidente da Fundação NPS Global. Local: auditório Paulo Nogueira Batista.

12/09: Mesa-Redonda com o embaixador João Cravinho para lançamento do livro “A União Europeia e sua política exterior”, dentro da coleção “Em poucas palavras”. Local: auditório do IRBr.

06/10: Palestra “Percursos Diplomáticos”, proferida pelo embaixador Roberto Abdenur no âmbito dos “Encontros IPRI-IRBr”. Local: auditório do IRBr.

11/10: Palestra-Debate com o pesquisador Rogério de Souza Farias para o lançamento do seu livro “Edmundo P. Barbosa da Silva e a Construção da Diplomacia Econômica Brasileira”. Local: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro.

17/10: Palestra com o embaixador Alessandro Candeas para lançamento do seu livro “A Integração Brasil-Argentina: História de uma ideia na Visão do Outro". Local: Embaixada da Argentina em Brasília.

20/10: Palestra “Percursos Diplomáticos”, proferida pelo embaixador Rubens Barbosa no âmbito dos “Encontros IPRI-IRBr”. Local: auditório do IRBr.

20/10: Lançamento dos livros: “Oswaldo Aranha: um estadista brasileiro” organizado pelo embaixador Sérgio E. Moreira Lima, pelo ministro Paulo Roberto de Almeida e pelo pesquisador Rogério de Souza Farias; e “Oswaldo Aranha: uma fotobiografia” de Pedro Corrêa do Lago. Local: sala Portinari, Palácio Itamaraty.

24/10: Reunião restrita sobre o tema “Perspectivas do BRICS após Xiamen”. Local: sala “C”.

25/10: Reunião restrita sobre China, com o professor David Shambaugh. Local: auditório Paulo Nogueira Batista.

30/10: Palestra-Debate “Soberania Nacional e Autoridade da Jurisdição Internacional: problemas emergentes”, proferida pelo jurista Francisco Rezek. Local: auditório Paulo Nogueira Batista.

31/10: Palestra-Debate “Does Emmanuel Macron’s Election Mean The End of Populists in France?” com os professores do Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po), Marc Lazar e Dominique Reynié. Local: auditório Paulo Nogueira Batista.

06/11: Seminário “O Brasil e a Grande Guerra: diplomacia e história”. Local: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro.

10/11: Reunião de trabalho com coordenadores de cursos de Pós-Graduação em Relações Internacionais, no contexto das comemorações dos 30 anos do IPRI. Local: sala “C”.

20/11: Palestra-Debate "Bertha Lutz e os Direitos das Mulheres na Carta da ONU: Como uma delegada brasileira promoveu com sucesso a igualdade de gênero na Conferência de São Francisco”, com as pesquisadoras Elise Dietrichson, norueguesa, e Fatima Sator, argelina, da Universidade de Londres. Local: auditório Paulo Nogueira Batista.

24/11: Palestra “Percursos Diplomáticos”, proferida pela embaixadora Thereza Quintella no âmbito dos “Encontros IPRI-IRBr”. Local: auditório Paulo Nogueira Batista.

01/12: Reunião restrita “Política e Comércio Exterior do Japão”, com o professor Yorizumi Watanabe. Local: sala “D”.

14/12: Seminário “Brasil-Noruega sobre cooperação em temas de oceanos”. Local: sala de videoconferência da AIG.

22/12: Conferência do presidente da República Cooperativa da Guiana, David Granger. Local: auditório Paulo Nogueira Batista.





Produção editorial

No ano de 2017, o IPRI editou as seguintes publicações:

Revista Cadernos de Política Exterior - n.º 5.

Livro “Oswaldo Aranha: Um Estadista Brasileiro”, organizado por Sérgio Eduardo Moreira Lima, Paulo Roberto de Almeida e Rogério de Souza Farias.

Revista Cadernos de Política Exterior - n.º 6.

Livro “Estatísticas” 2017. Trata-se de uma compilação realizada pelo apoio técnico do IPRI de um grande número estatísticas relevantes para o estudo e análise das relações internacionais, envolvendo diversos países do globo.





Página web do IPRI

Em 2017, seguiram-se as atividades normais de manutenção da página web do IPRI, além da sua modernização. Nesse sentido, avançou-se na alimentação da página, com a inclusão de novos conteúdos.





Repertório de Política Externa Brasileira

O IPRI deu seguimento, durante o primeiro semestre do ano, à elaboração e divulgação, em sua página web, do seu “Repertório de Política Externa”. Trata-se de uma compilação, organizadas por temas, de trechos selecionados de manifestações públicas de altas autoridades brasileiras no campo da política externa e das relações internacionais. As citações são retiradas de discursos, artigos e entrevistas do presidente da república, do vice-presidente, do chanceler e do Secretário-Geral das Relações Exteriores e outras altas autoridades do Itamaraty, além de notas à imprensa.





Banco de teses e dissertações (BTD-IPRI)

O IPRI prosseguiu com o mapeamento da produção acadêmica brasileira na área de relações internacionais. Mediante a utilização de ferramentas já disponíveis para a comunidade acadêmica, a equipe do IPRI segue elaborando e atualizando listas que permitem apresentar de forma simples e fácil um mecanismo de consulta de informações sobre teses e dissertações defendidas por área temática, bem como sobre os grupos de pesquisa estabelecidos em universidades brasileiras. Da mesma forma, elaborou-se, para cada área mapeada, uma lista dos grupos de pesquisa atualmente cadastrados junto ao CNPq dedicados àquela área específica.





Participação em eventos e contatos externos

O Diretor do IPRI participou, como palestrante, dos seguintes eventos de natureza acadêmica:

22/03: Palestra "O que esperar de 2017", na Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul.

25/03: Palestra para os inscritos no curso de especialização em Diplomacia e Relações Internacionais da Universidade Federal de Goiás.

24/04: Palestra "A política externa e a diplomacia brasileira no século XXI", para os alunos de Direito da Faculdade São Francisco – USP.

25/04: Palestra sobre “Roberto Campos” para os jornalistas participantes do Curso Agenda Brasil, na FAAP-SP.

25 a 28/05: Curso para os alunos do Curso de Especialização em Direito Internacional da UNIFOR em Fortaleza.

27/06: Palestra no “Estoril Political Forum”, painel sobre o Brasil, promovido pela Universidade Católica Portuguesa em Estoril-Portugal.

27/07: Palestra no 6º Encontro da ABRI, na Mesa Redonda “Perspectivas da política externa brasileira em um mundo em redefinição”, realizado em Belo Horizonte.

21/08: Palestra na XVII Semana de Relações Internacionais do UniCeub, em Brasília.

16/10: Palestra na VI Semana Jurídica do curso de Direito da Universidade Positivo, Faculdade Arthur Thomas, em Londrina-Paraná.

07/11: Palestra no "V CIRIPE - Congresso Internacional de Relações Internacionais de Pernambuco", promovido pela Faculdade Damas em Recife.





O Diretor do IPRI recebeu as visitas de representantes das seguintes instituições afins:

14/02: Ministra Isabella Thomaz, da Embaixada da Áustria em Brasília.

06/03: Sr. Henrique Sartori, secretário-executivo do Conselho Nacional de Educação (CNE).

06/03: Sr. André João Ripl, Chefe da Assessoria de Cooperação Internacional (ACI).

09/03: Dr. Maurício Prazak, Presidente do Instituto Brasileira de Relações Empresariais Internacionais (IBREI).

07/04: Senhor Olivier de France, Diretor de Pesquisa do Instituto Francês de Assuntos Internacionais e Estratégicos, em companhia do presidente da FUNAG.

12/05: Conselheiro Alan Bourdon, Embaixada da França em Brasília.

17/05: Ministro-conselheiro Stefan Simosas, Delegação da União Europeia.

22/05: Recebe a visita de equipe de Oficias da FAB.

21/06: Embaixador Jeong Gwan Lee, Embaixada da República da Coreia do Sul em Brasília.

24/07: Delegação de Pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências Sociais (CASS).

26/07: Pesquisador Gabriel Castilho, Sciences Po.

21/08: professora Hildete Vodopives, Sorbonne-Paris.

23/08: Representantes da oposição democrática da Venezuela.

04/09: Procurador do TCE, Marcílio Toscano.

06/09: Ministro Felipe Fortuna, MCTIC.





Quadro de Funcionários

Em 2017, o IPRI realizou suas atividades com o seguinte corpo de funcionários:

Diretor do IPRI - Paulo Roberto de Almeida

Coordenador-Geral de Estudos e Pesquisas - Marco Túlio Scarpelli Cabral

Coordenadora - Valeria Figueiredo Ramos

Especialista em Políticas Públicas e Gestão – Rogério de Souza Farias

Administrador - Marco Antonio Soares de Souza Maia

Analista de Relações Internacionais - Renata Nunes Duarte

Economista - Márcia Costa Ferreira

Pesquisador Associado – Pedro Henrique Rodrigues Magalhães

Recepcionista – Barbara Terezinha Nascimento Cunha

Recepcionista - Patrícia Nogueira Teodoro

Recepcionista – Guilherme Feierabend Engracia Garcia

Recepcionista – Kamilla Sousa Coelho

Supervisor de Tráfego Editorial - Rafael de Souza Pavão



Durante o ano de 2017, o IPRI contou com a participação dos seguintes estagiários:



Danilo de Castro Barbriere - Informática

Bárbara Graça Schuina da Silva – Relações Internacionais

Maria Luiza Rodrigues dos Anjos - Relações Internacionais

Rafael da Gama Chaves - Relações Internacionais

Sabrina Dutra da Silva - Relações Internacionais



Participou igualmente de diversas atividades do IPRI, o ministro Antonio de Moraes Mesplé.





Brasília, 23 de janeiro de 2018


quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

IPRI, 30 anos, minha homenagem - Paulo Roberto de Almeida

Não poderia deixar encerrar o ano sem homenagear os primeiros 30 anos da existência da entidade da qual sou o atual Diretor (desde agosto de 2016), o Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, IPRI, vinculado à Funag, e que cumpriu um programa de trabalho razoável no decurso deste ano, sobre o qual já informei neste mesmo espaço; ver aqui: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/12/atividades-do-ipri-em-2017-um-primeiro.html).


Transcrevo abaixo a nota que foi publicada nos Cadernos de Política Exterior (n. 6, segundo semestre de 2017, p. 469-474; link: http://funag.gov.br/loja/index.php?route=product/product&path=85&product_id=935; série dos Cadernos de Política Exterior: http://www.funag.gov.br/ipri/index.php/cadernos-de-politica-exterior).
Paulo Roberto de Almeida 
21 de dezembro de 2017




Paulo Roberto de Almeida

Diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, IPRI-Funag.



O Itamaraty é conhecido por constituir um serviço diplomático de excelência, desde as origens à atualidade, o que já foi confirmado por testemunhos de diplomatas estrangeiros, inclusive os vizinhos, portanto, insuspeitos. Ele é também conhecido por abrigar famosos homens de letras, acadêmicos de qualidade, grandes intelectuais, até de estatura internacional, o que é natural numa instituição voltada para a interface externa do país. Em sua interface interna, essa instituição conseguiu atrair, justamente, alguns dos mais legítimos representantes da cultura brasileira, o que também pode ser aferido pela lista de seus profissionais de carreira que se tornaram “imortais”, isto é, integrantes da Academia Brasileira de Letras (ABL). A ABL, desde o início, foi, possivelmente, a “ponte” mais evidente entre o Itamaraty e a sociedade brasileira, ainda que, consoante seu caráter relativamente elitista, essa ponte se fazia mais propriamente com a “república das letras”, um pequeno clube de promotores da alta cultura nacional.

A segunda “ponte”, esta bem mais democrática, foi o Instituto Rio Branco (IRBr), que, desde 1945, assegura uma seleção regular, e perfeitamente meritocrática, das melhores capacidades para servir ao Brasil no exterior e em todas as atividades internas relativas ao trabalho de representação diplomática. O Instituto Rio Branco começou por recrutar os melhores professores para capacitar ainda mais os integrantes do serviço exterior. O processo de qualificação do pessoal de carreira teve continuidade, mais adiante, pelos requerimentos funcionais à ascensão funcional, o Curso de Aperfeiçoamento, em nível de secretário, e o Curso de Altos Estudos, para os conselheiros, com exigência de tese defendida em banca. O IRBr tornou-se, assim, um formador contínuo de “mão de obra” altamente especializada, bem como um produtor de conhecimento, ainda que para a própria instituição, embora, também, com o concurso de representantes da academia.

Para justamente estabelecer a terceira “ponte” entre o ministério e a sociedade civil foi criada, em 1971, a Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG), que cumpriu, portanto, seus primeiros 45 anos de existência em 2016. A ela se deve uma imensa atividade de natureza cultural, mas também voltada para a promoção de estudos e pesquisas sobre todos os temas que compõem a agenda de trabalho do Itamaraty. A FUNAG acumulou, até aqui, um catálogo de centenas de títulos publicados, nas muitas coleções em que se divide a sua produção editorial, uma das maiores do Brasil, senão a maior de todas, em temas de relações internacionais, de política externa e de história diplomática, com a peculiaridade de que essas obras encontram-se livremente disponíveis em sua Biblioteca Digital. O acesso aos materiais disponíveis em seu site espelha praticamente a quase totalidade dos membros da ONU, em cifras milionárias, o que estabelece uma outra “ponte” com o público no exterior, brasileiros estudando fora do pais, ou estrangeiros buscando informação e materiais de estudo sobre a diplomacia brasileira e sobre todos os temas de economia e de política internacional trabalhados no e pelo Itamaraty. A FUNAG editou mais de mil livros nos últimos dez anos, a maior parte em português, mas agora também em inglês e espanhol, e já caminhando para outras línguas (como o mandarim e o árabe).

Muitos desses trabalhos publicados pertencem ao ramo historiográfico, e, para isso, a FUNAG dispõe do Centro de História e Documentação Diplomática (CHDD), sediado no Rio de Janeiro, criado em 2002, e que acaba de completar, portanto, seus primeiros 15 anos de existência. O CHDD possui um veículo para a divulgação regular do acervo histórico pertencente ao antigo Ministério dos Negócios Estrangeiros (sob o Império) e também ao atual Ministério das Relações Exteriores (MRE), renomeado a partir do regime republicano: trata-se dos Cadernos do CHDD, com materiais preciosos retirados dos arquivos do Itamaraty, desde a documentação trazida pela família real portuguesa em sua vinda ao Brasil, em 1808, até a transferência do MRE para Brasília, em 1970.

Entre a criação da FUNAG e a do CHDD, atualmente dirigido pelo embaixador Gelson Fonseca Junior, e possuindo o exato dobro da idade deste segundo órgão da FUNAG, situa-se o IPRI, o Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, completando neste ano de 2017, seus primeiros 30 anos de vida, portanto. Criado em 1987, com base em propostas formuladas algum tempo antes por dois diplomatas vinculados aos meios acadêmicos, Ronaldo Sardenberg e Gelson Fonseca Júnior, o IPRI deve sua existência, em boa medida, à tese do Curso de Altos Estudos defendida por este último, justamente com o título de Diplomacia e Academia (publicado como livro do IPRI e recentemente em segunda edição pela FUNAG). O IPRI tem por missão produzir estudos e pesquisas sobre todos os temas pertinentes às atividades do Itamaraty, com ênfase no período contemporâneo, assim como aprofundar as relações com a comunidade acadêmica, reforçando os canais de diálogo com as instituições de pesquisa em temas correlatos.

Nessas primeiras três décadas de suas atividades, o IPRI teve dez diretores, entre eles duas vezes Carlos Henrique Cardim, que pode ser considerado um dos maiores editores de relações internacionais do Brasil, dada sua experiência anterior à frente da Editora UnB, onde já tinha publicado dezenas de grandes títulos das ciências sociais, políticas e de relações internacionais do Brasil, além de outras grandes obras do pensamento político internacional na qualidade de conselheiro editorial do Senado Federal e de outras editoras. O IPRI começou publicando textos elaborados no âmbito do Curso de Preparação à Carreira Diplomática, do IRBr, passou aos Cadernos do IPRI (19 números, entre 1989 e 1994), depois às primeiras teses do Curso de Altos Estudos (em sua fase inicial, que foram depois retomadas pela FUNAG), prosseguiu com uma cooperação editorial com a Editora UnB, da qual resultou a magnífica coleção Clássicos do IPRI– composta de grandes obras do pensamento universal sobre relações internacionais –, ademais de dezenas de outros títulos em diversas categorias de sua produção própria ou de autoria de diplomatas e pesquisadores acadêmicos.

No período recente, o IPRI tem elaborado o Repertório de Política Externa – uma compilação dos eventos mais relevantes da diplomacia corrente do Brasil – e o Banco de Teses e Dissertações, uma base de dados extremamente útil a todos os estudiosos e pesquisadores, composto a partir da produção acadêmica brasileira em seus cursos de pós-graduação em todas as áreas relacionadas às relações internacionais do Brasil, ou seja, esse mesmo campo, mas também História, Ciência Política, Direito, Economia e outras áreas afins. Sua atual produção institucional está representada pelos Cadernos de Política Exterior, uma revista que coleta artigos relevantes elaborados pelos diplomatas, mas também por acadêmicos convidados, cobrindo todos os campos da diplomacia corrente, e até alguns temas de maior escopo histórico. A maior parte de todas essas publicações impressas do IPRI – com exceção dos primeiros trabalhos – encontra-se disponível em sua página ou na Biblioteca Digital da FUNAG.

Outras iniciativas recentes do IPRI compreendem a série de entrevistas gravadas em vídeo, Relações Internacionais em Pauta, iniciadas por Alessandro Candeas, e as palestras efetuadas em cooperação e convite conjunto com o Instituto Rio Branco, Percursos Diplomáticos, iniciadas na presente direção, todas inseridas nos servidores da FUNAG, informadas no site do IPRI e também disponíveis na plataforma do YouTube. O mesmo site do IPRI apresenta ainda diversas ferramentas de consulta, informação e pesquisa, como relações de periódicos da área, de cursos de relações internacionais e centros de pesquisa, geralmente em caráter seletivo. O IPRI busca sempre aprofundar seu relacionamento e cooperação com outras entidades similares, ainda que seus recursos próprios sejam bem inferiores aos de grandes think tanks internacionais.

O papel primordial do IPRI, como uma espécie de think tank da diplomacia brasileira, é a de produzir conhecimento útil para os seus diplomatas, mas também levar a produção dos diplomatas ao conhecimento dos profissionais de relações internacionais e dos pesquisadores estrangeiros, e nessas tarefas vem sendo acessado por estudantes brasileiros e estrangeiros em diversas partes do mundo, e massivamente no Brasil. A despeito de contar com poucos pesquisadores em seu staff próprio – muito pequeno para o ambicioso programa que gostaria de empreender a cada ano –, o IPRI pode dispor da colaboração de praticamente todo o corpo diplomático da ativa, bem como de vários já aposentados, mas que ainda continuam a exercer atividades docentes de pesquisa e de produção de conhecimento de valor para a história e a agenda corrente da diplomacia.

Em 2017, por exemplo, o IPRI organizou e realizou quase meia centena de atividades próprias – não contando, portanto, os seminários sob a responsabilidade da FUNAG, a serviço do Itamaraty – sob a forma de palestras, conferências, mesas redondas, incluindo alguns encontros reservados – ou seja, não abertos ao público externo, que constituem a norma – para discutir alguns temas sensíveis da diplomacia brasileira. Todos esses eventos, de nenhuma forma restritos aos aqui descritos sumariamente, só puderam ser realizados com êxito graças ao trabalho incansável do coordenador de Estudos e Pesquisas do IPRI, conselheiro Marco Túlio Scarpelli Cabral, bem como do pequeno staff próprio do IPRI, liderados pela coordenadora Valeria Figueiredo Ramos.

Muitas, talvez mais da metade, dessas atividades contaram com convidados estrangeiros, a despeito da exiguidade de recursos disponíveis. Alguns desses eventos, que contaram com o indispensável apoio da FUNAG, foram realizados fora de sua sede, geralmente no Rio de Janeiro, seja no Palácio Itamaraty, seja em entidades como o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. No terreno específico da “ponte” entre a diplomacia e academia, figuram as reuniões com os coordenadores de cursos de Relações Internacionais – em nível de pós ou de graduação –, realizadas anualmente no âmbito da Conferência sobre Relações Exteriores (CORE), organizada pela FUNAG. O diretor do IPRI também tem procurado atender a todos os convites que lhe chegam diretamente, ou por intermédio da FUNAG, para palestras ou participação em eventos acadêmicos em universidades ou centros de pesquisa do Brasil e do exterior. Foi o caso, em 2017, do prestigioso Estoril Political Forum, organizado anualmente pelo Instituto de Ciência Política da Universidade Católica de Portugal.

Sob iniciativa do IPRI, foi publicada em 2017 a primeira coletânea de escritos, discursos e entrevistas do grande chanceler Oswaldo Aranha, cobrindo praticamente tudo de relevante que o estadista gaúcho produziu no campo da diplomacia brasileira entre 1930 e 1960, a fase crucial da modernização econômica e da construção do moderno estado brasileiro. Outros trabalhos que se inscrevem na produção própria do IPRI foram publicados em livros ou revistas editadas por parceiros externos.

O IPRI pode legitimamente orgulhar-se, nos seus primeiros 30 anos, de ter acumulado uma produção considerável de obras impressas ou de eventos tópicos, no campo coberto pelo seu mandato institucional, ainda que muitas dessas atividades, mesmo quando inscritas em seu patrimônio histórico, não possuam um registro ou memória documental estável e permanente, em suporte físico ou digital, dada a pouca disponibilidade de ferramentas adequadas para a preservação dessa produção nos seus primeiros anos de existência. Um dos desafios para os próximos 30 anos, e mais além, é justamente o de assegurar que muitos desses eventos tópicos, como palestras feitas em oportunidades surgidas momentaneamente, possam também merecer o devido registro em suporte preservado e, idealmente, transmissível pelos meios de comunicação hoje disponíveis.

Entre os meios e os fins, pode-se dizer que o IPRI, mesmo contando com poucos meios próprios – capital humano, recursos físicos ou financeiros –, foi capaz, em 2017, de realizar um número apreciável de atividades, para as quais contou com a cooperação diligente de seu pequeno grupo de colaboradores próprios: os pesquisadores e analistas Rogério de Souza Farias, Renata Nunes Duarte, Márcia Costa Ferreira, o administrador Marco Antonio Soares de Souza Maia e o revisor editorial Rafael de Souza Pavão, ademais das recepcionistas Patrícia Nogueira Teodoro, Kamilla Sousa Coelho, Bárbara Terezinha Nascimento Cunha e Guilherme Feierabend Engracia Garcia e do pesquisador associado Pedro Henrique Rodrigues Magalhães. Os estagiários seguintes foram de enorme ajuda em trabalhos de assessoria digital, informática e de organização: Danilo de Castro Barbriere, Bárbara Graça Schuina da Silva, Maria Luiza Rodrigues dos Anjos, Rafael da Gama Chaves e Sabrina Dutra da Silva. Todos esses colaboradores foram excepcionais num ano bastante prolífico em realizações, como se pode constatar pelo relatório de atividades do IPRI em 2017, disponível em sua página. A todos eles, o reconhecimento do atual diretor do IPRI e o de seu coordenador de Estudos e Pesquisas, e a promessa de continuar produzindo conhecimento útil à diplomacia brasileira com a mesma qualidade intelectual que sempre distinguiu o Itamaraty em toda a sua história.



Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 16 de dezembro de 2017; revisão: 21/12/2017.