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quarta-feira, 3 de maio de 2017

Consul de Israel no Rio escreve sobre a independência do país - Osias Wurman

O brilho de Israel
 “Um abismo separa a qualidade de vida e a contribuição para o bem da Humanidade, produzidas pelos israelenses, quando comparadas com todos os países limítrofes”

POR OSIAS WURMAN
 O Globo, 3/05/2017

Este mês comemoramos a Independência do Estado de Israel. Passaram-se 69 anos, desde a concretização de um sonho milenar judaico, da criação do moderno Estado judeu.
O pai do sionismo político, Theodor Herzl, jornalista austríaco que, em 1897, presidiu o primeiro Congresso Sionista Mundial, em Basileia, Suíça, fez uma declaração aos participantes que ficou, até hoje, como uma mensagem de fé sobre a volta dos judeus a Sion: “Se quiserem, não será uma lenda”.
Jamais poderemos esquecer o papel fundamental do Brasil na Assembleia Geral da ONU, presidida pelo embaixador Oswaldo Aranha, quando foi aprovada a “Partilha da Palestina”.
A criação de Israel chegou atrasada pelo menos uma década. Tivesse existido um Estado judeu nos anos 30, e o Holocausto não teria acontecido. Dois terços dos judeus europeus não teriam sido assassinados, num total de seis milhões de pessoas inocentes, sendo 1,5 milhão de crianças.
Mas teriam sido os palestinos, que habitavam muitas das terras destinadas pela ONU ao Estado judeu, obrigados a sair de suas propriedades para dar lugar aos que chegavam? Certamente que não, e foram cerca de 650 mil os que se retiraram, atendendo ao chamamento dos governantes árabes para que viessem engrossar as forças que iriam invadir o novo Estado e “afogar os judeus no Mediterrâneo”.
Também não foram responsáveis pelos acontecimentos os 850 mil judeus que viviam, há séculos, nos países árabes da região, e que foram expulsos com apenas a roupa do corpo (violência promovida como retaliação após a criação do Estado de Israel).
Passadas quase sete décadas de existência, e o povo de Israel ainda não alcançou o seu mais desejado triunfo: viver em paz com seus primos e vizinhos.
O Estado judeu é hoje um país moderno, democrático e inovador. Um verdadeiro abismo separa a qualidade de vida e a contribuição para o bem da Humanidade, produzidas pelos israelenses, quando comparadas com todos os países limítrofes.
Das inovações tecnológicas às conquistas científicas, que vão desde o invento do pendrive até a dessalinização da água do mar para consumo doméstico, Israel tem se firmado como potencial produtor de qualidade de vida e avanços científicos em termos internacionais.
Nos últimos nove anos, fato que a mídia não divulgou, a ONG israelense Innovation Africa (www.innoafrica.org) transferiu tecnologia para uso da energia solar, construção de escolas e centros médicos, além de instalar equipamento para o bombeamento de água. Cem cidades, em sete países africanos, têm instalada a energia solar israelense e um milhão de pessoas têm acesso à água potável, graças aos técnicos de Israel.
Vale lembrar que 12 israelenses receberam o Prêmio Nobel nos mais diversos campos da ciência e cultura.
Mas Israel pagou um alto preço em vidas humanas, nestes 69 anos, na defesa de sua existência. Foram cerca de 23.500 mortos em guerras ou atentados terroristas.
Hoje, a resposta às Cruzadas, à Inquisição, aos pogroms, ao Holocausto e a tantos massacres a que o povo judeu resistiu, em mais de 3.800 anos de existência, é o brilho de um Estado judeu, que tem 20% de sua população constituídos de cidadãos árabes-israelenses que estudam em universidades públicas, têm direito ao voto, trabalham em hospitais públicos, têm 13 deputados árabes no Parlamento (Knesset), e é um farol de democracia no Oriente Médio, rotulando-se como a “nação da inovação”.

Osias Wurman é cônsul honorário de Israel no Rio

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Pequena reflexao sobre a independencia e a situacao atual do Brasil - Paulo Roberto de Almeida


Pequena reflexão sobre a independência e a situação atual do Brasil

Paulo Roberto de Almeida
 [Reflexões livres, balanço do país e listagem das tarefas]


[Quadro de Pedro Américo retratando o “grito do Ipiranga, em 7/09/1822]

Que sentido existe em se comemorar, ou ao menos rememorar, a independência da pátria? Vejo pelo menos dois.
Por um lado, proclamar, mais uma vez, que naquela data, a nação, finalmente, passou a ser autônoma em relação a qualquer poder externa, a se governar sozinha, a atuar soberanamente no concerto das nações independentes, e coisas do gênero. Parece que muitos ainda exibem com certo orgulho essa condição de soberania estatal.
Por outro lado, olhar para trás e constatar o quanto foi realizado desde o primeiro momento de vida independente, a nação que foi construída, os progressos que foram alcançados, o bem estar adquirido, os avanços conquistados, e coisas do gênero. Muitos também exibem com orgulho as realizações feitas em quase 200 anos de vida independente.
Confesso que, de minha parte, infenso que sou a qualquer demonstração de ufanismo patrioteiro, indiferente como sou a qualquer tipo de glorificação em torno do passado, ou até do presente, não me deixo comover por essas datas de celebração patriótica, sempre centradas nas vitórias alcançadas e nos supostos avanços feitos. Como sou um antipatriota por excelência – uma vez que muitas guerras são justamente estimuladas por esse nacionalismo piegas, que já causou muito sofrimento a vários povos – prefiro aproveitar essas datas para fazer o que estou fazendo agora: fazer uma pequena reflexão não sobre o que já foi feito, mas exatamente sobre o que ainda precisa ser feito, pois não deixo de reconhecer – olhando o mundo como ele é – que fizemos pouco, ou que poderíamos ter feito bem mais, o que deixamos de fazer foi por total incapacidade das nossas elites (na qual eu também estou incluído), pois outros países fizeram mais e melhor do que nós.
Existe uma frase, talvez de autoconsolação, que ainda não determinei se é de Talleyrand, de Chateaubriand, ou de qualquer outro personagem, pois foi apropriada por diversos como sendo uma espécie de compensação no momento de uma avaliação qualquer: “Quand je me regarde, je me désole; quand je me compare, je me console”. Pode ser que a frase sirva para alguma coisa, em relação ao país, mas isso não me deixa minimamente satisfeito, seja comigo mesmo, seja com a situação geral da nação.
O Brasil certamente é hoje um país melhor do que era, cem ou duzentos anos atrás, tal como refletido em diversos indicadores sociais: esperança de vida, educação, saneamento, renda, organização política, ascensão social de camadas mais pobres, oportunidades para os que vêm de baixo, justamente, enfim, uma série de performances que podem contentar os patriotas e os otimistas. A mim isso não me convence muito, pois, como já dito, outros povos e nações fizeram mais e melhor no mesmo espaço de tempo. Poderíamos estar mais à frente, e bem menos atrás, como estamos, de fato.
Onde foi que falhamos, onde foi que erramos, o que deixamos de fazer, o que poderíamos ter feito diferente? Por que nossa trajetória foi essa, e ela não me enche absolutamente de orgulho, e não outra? Em lugar de comemorar as “maravilhas” realizadas, em lugar de me consolar com as supostas “vitórias” alcançadas, eu prefiro olhar para as deficiências, me concentrar nas tarefas à frente, e determinar qual é, nos termos da Revolução francesa, o nosso “cahier de doléances” para, a partir desse tipo de diagnóstico, elaborar uma lista de prescrições e de encargos para nos aproximarmos, enfim, daquilo que queremos ser: não a nação mais avançada do mundo, mas um país no qual ninguém precise morrer na fila do atendimento hospitalar, ninguém deixe de ter uma oportunidade de melhorar de vida por falta de um estudo de qualidade, ninguém necessite roubar por necessidade absoluta (embora eu esteja convencido de que roubos, infelizmente, não são feitos por necessitados, e sim por... bandidos).
O Brasil é um país no qual, a despeito de tudo o que existe, ou de tudo o que se fez de bom e de bem (mas mesmo na situação colonial não devia ser diferente), muita gente ainda sofre das mazelas acima apontadas, e quanto ao roubo eu prefiro me referir às vítimas, não aos bandidos, que o são por opção, não por necessidade. Os piores roubos, justamente, são aqueles cometidos por gente da elite, gente posicionada nos escalões do poder, e que usam dessa condição para roubar a todos e ao país, como ocorreu, não é segredo, com a organização criminosa que assaltou o Brasil e o povo entre 2003 e 2016. Sempre tivemos elites na maior parte das vezes irresponsáveis –, sempre tivemos um povo sofrido, sempre tivemos inovadores sufocados, sempre tivemos grandes bandidos.
Nossa educação melhorou? Talvez, mas não tenho certeza disso. Os jesuítas começaram a montar uma boa rede de escolas quando foram brutalmente interrompidos por um “déspota esclarecido”, que prometeu colocar outra coisa no lugar, e até começou a cobrar um novo imposto especial para financiar a criação e manutenção de escolas públicas – ah, essa mania de carimbar recursos do orçamento... --- e depois tudo ficou por isso mesmo. Chegamos à taxa de escolarização – enrollment rate – de que gozavam os países mais avançados 150 (cento e cinquenta) anos depois que eles conseguiram colocar a maior parte das crianças no ensino obrigatório de primeiro grau. Tudo bem, alguém poderia dizer, demorou mas chegamos lá. Ilusão digo eu, pois a tal taxa de matricula cai vergonhosamente no final do primário, para se reduzir dramaticamente já no secundário, e atingir níveis ínfimos no terceiro ciclo, supostamente superior. Isso do ponto de vista meramente quantitativo; acho que não preciso dizer nada do ponto de vista qualitativo, não é mesmo? E mesmo quando os pioneiros da educação pública, os grandes reformadores da era Vargas, poderiam, enfim, se orgulhar da consolidação de um ensino público relativamente completo, teve início um processo deletério de destruição “mental” da educação, ao se disseminar pelas faculdades de pedagogia os “ensinamentos” daquele que eu classifico como o maior idiota do Brasil, o maoísta Paulo Freire, pateticamente convertido em “patrono da educação brasileira” pelo regime criminoso dos companheiros.
Considero que o grande problema brasileiro, o grande fracasso da nacionalidade, a maior tragédia do país, é o atraso indescritível na educação pública (e até mesmo na privada, que não fica muito à frente dos padrões gerais, embora existam, como parece natural em todas as partes, ilhas de excelência nos diversos níveis e locais de ensino). O quadro é muito pior do que eu poderia descrever aqui, e terrivelmente difícil de ser equacionado e “solucionado” no futuro previsível. Os companheiros também destruíram a economia brasileira, e de uma maneira muito mais profunda do que aparece nos indicadores conjunturais de desempenho, mas essa área pode ser, digamos assim, reconstruída num prazo relativamente curto – 3 a 5 anos para reparar os mais graves desgastes, tapar os grandes buracos – e depois restaurada em bases mais sadias num prazo médio de dez ou doze anos, mas sabendo que teremos crescimento medíocre pela frente durante um tempo indefinido, uma vez que grandes problemas da produtividade nacional, também medíocre, requerem reformas estruturais que não estamos pertos de começar a resolver no horizonte de curto ou médio prazo. Os companheiros também desmantelaram diversas instituições públicas, a começar pelo parlamento e os tribunais ditos superiores, mas isso também pode ser remediado de alguma forma.
A destruição na área do ensino foi, porém, muito profunda, embora eles tenham apenas agravado um quadro de declínio que já vinha numa rota de decadência – em função, justamente, do “freirismo” dominante desde os anos 1960 – e ao qual eles agregaram o componente das divisões regionais (o Nordeste “explorado” pelo Sul-Sudeste), sociais (“nós”, o povo, e “eles”, as elites) e raciais (os afrodescendentes, de um lado, todo o resto do Brasil, de outro). Os estragos foram incomensuráveis e essa área demorará muito tempo para ser reconstruída, se e quando as políticas corretas começarem, algum dia, a serem implementadas, o que é altamente duvidoso, em vista do quadro mental que prevalece na maior parte das instituições de ensino, em todas elas, praticamente do jardim da infância ao pós-doc. Os desafios nesse área crucial da nacionalidade, e é a que me suscita mais pessimismo quanto às chances de renovação ou transformação.
Esta é a “mini”, ou midi-reflexão que me veio à mente neste dia supostamente de comemoração da independência brasileira. Não, não estou satisfeito com o que foi feito, e sobretudo não estou satisfeito com o que está sendo feito hoje, agora. Acho que, a despeito de começarmos a “consertar” tudo de errado, de equívocos (vários deles cometidos deliberadamente, justamente para roubar) que contemplamos desde o início do milênio, em especial na área econômica, os desafios no plano educacional são tão gigantescos que apenas um grande estadista, com uma visão clara da importância do ensino público para o futuro do país, poderia dar início à regeneração. Oxalá!

Paulo Roberto de Almeida 
Brasília, 7 de setembro de 2016

sábado, 20 de setembro de 2014

Escocia: depois do referendo sobre a independencia, agora o mais duro, saber quem paga a conta...

Um Reino menos Unido...
Abaixo a declaração do primeiro-ministro britânico David Cameron sobre a situação pós-referendo que assegurou, pelo menos por enquanto, a permanência dos escoceses nesse reino que no futuro virá a termo. Isto me parece evidente, sobretudo pensando em termos de recuperação de autonomia política no contexto de um processo econômico mais amplo, que envolve a integração nos esquemas respectivos de mercado na Europa continental e na América do norte.
Sim, estou convencido de que esses instintos pró-independência, essas pulsões autonomistas vão continuar com força considerável, tantonna Escócia, quanto na Catalunha, quanto no Québec, por exemplo. E, no entanto, todos eles, se finalmente independentes, vão preferir continuar em seus respectivos esquemas de integração, a União Europeia por um lado, o Nafta por outro, este bem mais simples e sem implicar pagamentos e recebimentos de e para o monstro burocrático, custoso, em que se transformou a UE.
Fica pendente, porém, a questão crucial de saber quem paga todas as bondades estatais que cada um dos povos espera ter com uma maior autonomia política. Hoje a Escócia é uma recebedora líquida no orçamento comunitário e mesmo no esquema político do Reino Unido. Muito provavelmente, sendo independente e escolhendo ficar na UE, se torne uma pagadora líquida, por ter uma renda per capita superior à média comunitária, o mesmo acontecendo com a Catalunha. E aí, quem vai pagar as pensões e benefícios sociais e cuidados médicos de suas populações mais idosas? Quem vai pagar transportes e outros serviços públicos.
No final do dia, alguém sempre precisa pagar a conta.
Governos irresponsáveis costumam deixar a conta para as gerações futuras, seja em termos de mais inflação, seja como dívida pública aumentada e prestações diminuídas.
E isso vale para o Brasil também, sem qualquer separatismo. Aliás, aqui já temos uma federação de mentira, com total esquizofrenia orçamentária, e uma conta que cresce, a ser paga por nossos filhos e netos.
Paulo Roberto de Almeida 

A better, brighter future for our entire United Kingdom

10 Downing Street, September 20, 2014
On 18 September 2014 the Scottish independence referendum took place and Scotland voted to stay part of the United Kingdom. 
Voters in Scotland were asked to answer Yes or No to the question “Should Scotland be an independent country?” 55.3% voted No and 44.7% voted Yes.
Prime Minister David Cameron gave a statement at Downing Street following the outcome.

Read the statement

"The people of Scotland have spoken. It is a clear result. They have kept our country of 4 nations together. Like millions of other people, I am delighted. As I said during the campaign, it would have broken my heart to see our United Kingdom come to an end.
"And I know that sentiment was shared by people, not just across our country, but also around the world because of what we’ve achieved together in the past and what we can do together in the future.
"So now it is time for our United Kingdom to come together, and to move forward. A vital part of that will be a balanced settlement – fair to people in Scotland and importantly to everyone in England, Wales and Northern Ireland as well.
"Let us first remember why we had this debate – and why it was right to do so.
"The Scottish National Party (SNP) was elected in Scotland in 2011 and promised a referendum on independence. We could have blocked that; we could have put it off, but just as with other big issues, it was right to take - not duck - the big decision.
"I am a passionate believer in our United Kingdom – I wanted more than anything for our United Kingdom to stay together.
"But I am also a democrat. And it was right that we respected the SNP’s majority in Holyrood and gave the Scottish people their right to have their say.
"Let us also remember why it was right to ask the definitive question, Yes or No. Because now the debate has been settled for a generation or as Alex Salmond has said, perhaps for a lifetime.
"So there can be no disputes, no re-runs – we have heard the settled will of the Scottish people.
"Scotland voted for a stronger Scottish Parliament backed by the strength and security of the United Kingdom and I want to congratulate the No campaign for that – for showing people that our nations really are better together.
"I also want to pay tribute to Yes Scotland for a well-fought campaign and to say to all those who did vote for independence: “we hear you”.
"We now have a chance – a great opportunity – to change the way the British people are governed, and change it for the better.
"Political leaders on all sides of the debate now bear a heavy responsibility to come together and work constructively to advance the interests of people in Scotland, as well as those in England, Wales and Northern Ireland, for each and every citizen of our United Kingdom.
"To those in Scotland sceptical of the constitutional promises made, let me say this; we have delivered on devolution under this government, and we will do so again in the next Parliament.
"The 3 pro-union parties have made commitments, clear commitments, on further powers for the Scottish Parliament. We will ensure that they are honoured in full.
"And I can announce today that Lord Smith of Kelvin – who so successfully led Glasgow’s Commonwealth Games – has agreed to oversee the process to take forward the devolution commitments, with powers over tax, spending and welfare all agreed by November and draft legislation published by January.
"Just as the people of Scotland will have more power over their affairs, so it follows that the people of England, Wales and Northern Ireland must have a bigger say over theirs. The rights of these voters need to be respected, preserved and enhanced as well.
"It is absolutely right that a new and fair settlement for Scotland should be accompanied by a new and fair settlement that applies to all parts of our United Kingdom. In Wales, there are proposals to give the Welsh government and Assembly more powers. And I want Wales to be at the heart of the debate on how to make our United Kingdom work for all our nations. In Northern Ireland, we must work to ensure that the devolved institutions function effectively.
"I have long believed that a crucial part missing from this national discussion is England. We have heard the voice of Scotland - and now the millions of voices of England must also be heard. The question of English votes for English laws – the so-called West Lothian question – requires a decisive answer.
"So, just as Scotland will vote separately in the Scottish Parliament on their issues of tax, spending and welfare, so too England, as well as Wales and Northern Ireland, should be able to vote on these issues and all this must take place in tandem with, and at the same pace as, the settlement for Scotland.
"I hope that is going to take place on a cross-party basis. I have asked William Hague to draw up these plans. We will set up a Cabinet Committee right away and proposals will also be ready to the same timetable. I hope the Labour Party and other parties will contribute.
"It is also important we have wider civic engagement about to improve governance in our United Kingdom, including how to empower our great cities. And we will say more about this in the coming days.
"This referendum has been hard fought. It has stirred strong passions. It has electrified politics in Scotland, and caught the imagination of people across the whole of our United Kingdom.
"It will be remembered as a powerful demonstration of the strength and vitality of our ancient democracy. Record numbers registered to vote and record numbers cast their vote. We can all be proud of that. It has reminded us how fortunate we are that we are able to settle these vital issues at the ballot box, peacefully and calmly.
"Now we must look forward, and turn this into the moment when everyone – whichever way they voted – comes together to build that better, brighter future for our entire United Kingdom."
David Cameron
Prime Minister

What happens next?

sábado, 7 de setembro de 2013

Reflexoes ao leu: sobre a dia da Independencia - Paulo Roberto de Almeida

Reflexões ao léu: sobre a dia da Independência

Paulo Roberto de Almeida

Não consigo me lembrar de um dia da Independência no qual o Brasil tenha amanhecido tão dividido e tão temeroso. O medo se espalhou em todas as partes, indistintamente: os poderosos de plantão manifestam temor em relação a possíveis manifestações da massa contra eles, nos desfiles e discursos patrióticos (tanto que os dois chefes do poder legislativo, minúsculas, sequer compareceram ao ato oficial presidido pela chefe de Estado); temor também da população em geral, de que vândalos e outros arruaceiros promovessem violência nessa ocasião, colocando em risco a vida ou a integridade física de inocentes, sobretudo mulheres e crianças; temor, talvez, dos oportunistas de sempre, dos aproveitadores e mentirosos contumazes, de que o castelo de cartas fantasioso que vêm construindo na última década possa ser derrocado a partir de manifestações especificamente dirigidas contra eles, responsáveis que são pelo descalabro registrado no país nos dias que correm; enfim, temor em todas as partes, menos, provavelmente, da parte dos vândalos e arruaceiros, talvez os anarquistas idiotas e niilistas inconscientes, que se aproveitam desse clima para tirar algum proveito material, ou simplesmente pelo prazer de destruir as instituições burguesas e o sistema capitalista. Temores cruzados, múltiplos, autoalimentados e retroalimentados.
De fato, não consigo me lembrar de um Sete de Setembro como este; talvez durante as ditaduras que vivemos, na era Vargas e durante o regime militar, esse clima de temor e de divisão do país, mesmo contrabalançado por fortes doses de publicidade governamental, algo do ambiente atual pairasse sobre os encontros e manifestações oficiais em torno da data da independência do país. Eu que não sou nada patriota – e teria palavras fortes contra o patriotismo rastaquera exibido por muitos – e menos ainda ufanista das nossas coisas, por considerar-me um simples indivíduo, se possível universal, não vejo precedentes para o clima atual de divisão e de perplexidade no país. Gostaria de ter um simples fator explicativo para esse ambiente de temores recíprocos, mas não acho apenas um, mas vários, múltiplos, talvez dificilmente identificáveis e menos ainda obstáveis com base em alguma ação cirúrgica numa direção determinada. Não existe, e não creio que consigamos identificar todas as causas do malaise atual e encontrar respostas adequadas para vencer esse estado no futuro previsível. Sinto muito: gostaria de ser mais otimista, neste texto reflexivo, mas simplesmente não consigo.
O que é a independência de um país? No sentido estrito, liberar-se de mestres estrangeiros e estabelecer o seu próprio sistema de governo, se possível democrático, aberto a todos os cidadãos – alguns continuam súditos daquilo que um historiador, aliás marxista, chamou de “ideologia do colonialismo” – e propenso a facilitar a todos eles as condições pelas quais cada um sai em busca de sua felicidade pessoal, exercendo seus talentos, mobilizando seu gênio criativo, empregando seu tempo em criar prosperidade individual, ou simplesmente se colocando ao serviço de alguma outra causa – ou emprego – que lhe dispense faculdades de empreendedorismo, mas que lhe garanta, da mesma forma, um meio de vida adequado e satisfatório.
Toda independência se concentra, numa primeira etapa, na criação de um Estado, geralmente nacional – em alguns casos multinacional, ou compósito – que passa então a representar os cidadãos em face dos outros Estados da comunidade internacional e assume os encargos da defesa externa, da segurança doméstica, das grandes obras coletivas – infraestrutura de grande porte, por exemplo – e também se desempenha na criação de um ambiente aberto ao exercício dos talentos individuais, que passarão, por sua vez, a cuidar da produção, do abastecimento, da oferta de bens e serviços (inclusive coletivos) dos mais variados tipos, segundo regras de transparência e de abertura total ¡a competição de todos aqueles que pretendem se lançar em atividades econômicas privadas. Estes são os deveres primários de todo e qualquer Estado, aos quais talvez se pudesse acrescentar tarefas de “equalização de oportunidades sociais”, consistindo em geral no provimento da educação fundamental em bases universais – obrigatórias, pelo menos nos ciclos elementares – e de condições sanitárias mínimas, para que todos possam ser resguardados das epidemias e das endemias mais comuns que atingem a raça humana. Creio que este é, sumariamente, o sentido da independência de um povo.
O Estado brasileiro no plural, o que emergiu da independência, os que se lhe seguiram nas várias mudanças de sistemas e de regimes políticos que tivemos ao longo dos quase dois séculos que nos separam da separação da metrópole, e o Estado atual, que convive com uma democracia de fachada e de baixa qualidade – dificilmente cumpriu as tarefas acima, e talvez venha até sendo o responsável pela erosão atual de algumas instituições já criadas e cuja eficácia e proficiência estão sendo nitidamente diminuídas na sua forma e na sua substância. Não é difícil reconhecer isso na situação de insegurança que atinge todos os cidadãos honestos, nas péssimas condições da infraestrutura – sobretudo comunicações e energia – e nos serviços coletivos que supostamente estariam a cargo do Estado, notadamente saúde e educação.
Mesmo aquela larga fração da população que se beneficiou, nas últimas décadas, com generosas políticas distributivas, se ressente da má qualidade dos serviços coletivos e da insegurança geral que atinge a todos, especialmente os mais humildes. Pode-se até argumentar que, no contexto mais amplo da América Latina, ou em confronto com outros continentes – como a África, por exemplo – ainda mais atingidos pela erosão de ineficiência estatal que atinge quase todos os Estados contemporâneos, o Brasil não é dos piores exemplos de deterioração de qualidade de sua governança, anda que isto não sirva de consolo, pois existem alguns outros exemplos que demonstram que é possível, sim, atingir patamares mais elevados de prosperidade de bem estar.
O Estado brasileiro falhou, portanto, embora essa conversa de Estado seja muito enganosa. O Estado é uma entidade impessoal, quase abstrata em suas manifestações concretas, a não ser quando encarnado por governos reais, liderados por determinados homens, como indivíduos ou grupos (partidos e suas coalizões), que dão um sentido específico à ação do Estado. Os responsáveis pela má situação de um país, de uma nação devem, assim, ser apontados, devidamente: são as lideranças que falham, são as elites incompetentes, algumas até criminosas, que não cumprem o mandato em prol da prosperidade e da felicidade individual que todo povo imagina estar elaborando no momento de sua independência.
Como as comunidades humanas são sempre complexas e diversificadas, o mandato é primeiramente negociados através de um contrato coletivo – a Constituição – que deveria resumir os grandes objetivos nacionais e definir, de maneira ampla, os meios e mecanismos para que eles possam ser atingidos. Um povo, como o nosso, que já teve sete constituições, e oito moedas, não pode considerar especialmente bem dotado de qualidades “constitucionais”, ou de simples educação política (na verdade de educação, tout court). Examinando a nossa Constituição – que foi objeto de uma análise sistemática de minha parte recentemente: “A Constituição brasileira contra o Brasil”, em fase de publicação – pode-se constatar como ela é totalmente inadequada para cumprir o mandato que esbocei anteriormente. Ela pretende atribuir ao Estado uma série inacreditável de tarefas que este simplesmente não consegue cumprir, nos limites (parcos) de nossa riqueza nacional: pretenderam criar um oásis de felicidade nacional antes de dispormos de recursos suficientes.
Por outro lado, os governantes de plantão, vários, mas especialmente os atuais, são singularmente incompetentes para mudar esse estado de coisas: eles estão apenas interessados em se perpetuar no poder, e vão utilizar-se de todos os meios para tentar conseguir esse objetivo monopólico (o que aliás combina bem com o espírito autoritário, quando não totalitário, de vários dos integrantes do partido no poder). Não creio que a situação mude de maneira significativa no futuro imediato. Minhas previsões, já externadas em diversos trabalhos publicados, é a de que o Brasil foi conduzido a um impasse de baixo crescimento, e de malversação do Estado, o que torna difícil lograr grandes progressos sociais e políticos no curto e médio prazo. Outros povos enfrentaram decadências semelhantes ou similares: não estamos fazendo nada de extraordinário, ao recuarmos um pouco, ou talvez muito, bem mais no plano mental, na verdade, do que no plano propriamente material.
Desculpo-me por ser pessimista no dia da Independência, mas estou tentando ser apenas realista. Repito: nunca encontrei o país tão temeroso, e tão dividido num dia da Pátria. Pode ser temporário, ou passageiro, mas a sensação que tenho é a de certo desalento na população, ao ver que a situação não caminha para o melhor, sobretudo no âmbito estatal, justamente. Quando vemos quadrilheiros sendo saudados como salvadores do povo e heróis da pátria, é porque perdemos o sentido da realidade; quando vemos mentirosos declarados se perpetuando é porque perdemos nossa capacidade de indignação, e de reação. Quando vemos tantos medíocres encarregados do Estado, é porque os homens de valor se desinteressaram da coisa pública.
A responsabilidade maior está com a elite, não todas as elites – porque existem elites de diversos tipos, algumas até mafiosas – mas com as elites vinculadas ao mundo produtivo, os criadores de riqueza e supostamente os financiadores de alguns bandidos que os representam no poder. São estes que deveriam empreender as tarefas de regeneração do país, mas que no momento estão muito ocupados tentando extrair mais algumas vantagens do Estado (que recursos que lhes foram previamente extorquidos, por sinal). Se eles não assumem sua responsabilidade, não teremos condições de superar o estado atual (que não é apenas de letargia, mas de recuo visível em várias areas). Por isso venho defendendo a ideia de uma fronda empresarial, uma conquista do Estado pelos empreendedores, os únicos interessados (ao que parece) na prosperidade geral do país num sentido economicamente racional, previsível, aberto e competitivo.
Acontecerá isto? Não tenho certeza, mas gostaria de acreditar...
Bom dia da independência a todos...


Paulo Roberto de Almeida

Hartford, 2511: 7 de Setembro de 2013, 4 p.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

15 de Agosto de 1947: a violenta partilha India-Paquistao (NYT)

This Day in History;
Front Page Image

India and Pakistan Become Nations; Clashes Continue



Ceremonies at New Delhi and Karachi Mark Independence for 400,000,000 Persons

Nehru Acclaims Gandhi

But He Warns of Trials Ahead -- Death Toll in Communal Fighting Reaches 153

By ROBERT TRUMBULL
Special to THE NEW YORK TIMES

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NEW DELHI -- India achieved her long sought independence today through the transfer of British power to the two dominions into which that land of 400,000,000 persons has been divided, India and Pakistan.
While the ceremonies marking this major historic event were taking place communal strife continued to cast a grim shadow over future.
[Communal clashes, fires and looting continued in Landra, Punjab, with the rising death toll estimated at 158, The Associated Press reported. In London King George conferred an earldom on Viscount Mountbatten for his role in solving the Indian problem and the Government £ 35,000,000 of India's sterling balance.]
The Dominion of India reached the goal of freedom here at midnight with minimum celebration and a few speeches that stressed the gravity of the tasks ahead of the new nation.
In Karachi, capital of Pakistan, Mohammed Ali Jinnah will take the oath this morning as Governor General of the Moslem dominion which he was the primary figure in creating against the demand for a united India.
Viceroy at Both Ceremonies
This ceremony at the Sind Provincial Government House, which is now Mr. Jinnah's official residence, will be the only event marking the transfer of power from British to Indian hands in that dominion.
The Viceroy, Viscount Mountbatten, addressed the Pakistan Constituent Assembly yesterday -- his last official act as Viceroy -- and then flew back to New Delhi to attend the formal transfer here. No special events were scheduled in Karachi, as they were in New Delhi, to mark the actual moments when the rule of the King-Emperor came to an end at midnight except in so far as both dominions continued to owe formal allegiance to the British crown.
Mohandas K. Gandhi, the real hero of the New Delhi ceremony, was absent from the capital of his country in its triumphant hour. At the moment his great dream came true -- though not precisely in the form he wished -- Mr. Gandhi was in humble surroundings of his own choosing among the Moslems of Calcutta, where he felt he was needed more. But his name was publicly praised by others who remained here to carry on the work to which he has devoted his life.
Climax at Midnight
The Constituent Assembly or the Government of India assumed its sovereign power solemnly in a special session that began at 11 p.m. last night and reached its climax at twelve o'clock. As the hands of the clock in the stately assembly hall of the State Council building met at midnight India's Cabinet Ministers and Members of the Assembly listened in silence to the chimes of the hour.
As the last note died an unidentified member blew a conch shell of the kind used in Hindu temples to summon the gods to witness a great event. Instantly a great cheer arose. India at that moment had become a free member of the British Commonwealth of Nations -- free even to leave the commonwealth if she chooses. The members then stood and repeated after the Assembly President, Dr. Rajendra Prasad, this oath in Hindi and then in English:
"At this solemn moment when the people of India, through suffering and sacrifice, have secured freedom, I, a member of the Constituent Assembly of India do dedicate myself in all humility to the service of India and her people to the end that this ancient land attain her rightful place in the world peace and the welfare of mankind."
Then in accordance with a formal motion made by President Prasad and approved by the Assembly, the President and Pandit Jawaharlal Nehru, Prime Minister of the Dominion Government drove half a mile to the VIceroy's hourse -- now to be known as Government House -- and passed to Viscount Mountbatten two momentous announcements.
Viscount Mountbatten, who ceased to be Viceroy at midnight and thus at that moment ended the long and sometimes illustrious line of British statesmen in India, was told by Dr. Prasad and Pandit Nehru first, that the Constituent Assembly of India had assumed the power of governance of this country and second that the same Assembly had endorsed a recommendation that Viscount Mountbatten be Governor General of India from today.
The chief justice of India will administer the oath of office to Viscount Mountbatten at 8:30 o'clock this morning after which the new Governor General will swear in the Indian Cabinet, headed by Pandit Nehru. Later in the morning Viscount Mountbatten will make his inaugural address to the Constituent Assembly.
Thousands at Council Building
Ten thousand Indians crowded about the entrance to the huge round Council of State building as the hour drew near for the Constituent Assembly's historic night meeting. Shopping centers of New Delhi and the adjacent ancient city of Delhi were gay with strings of the new national flag -- saffron, white and dark green -- the colors of the All-India Congress party -- with the symbolic wheel of the great Emperor Asoka.
Unusual crowds were on the streets in both cities. Public buildings and Hindu temples were outlined in electric lights.
A large illuminated flag painted on glass decorated the porch roof of Pandit Nehru's home.
There was, however, little of gaiety that would be associated with such an event as this in the Occident. It is said that exuberance is foreign to the Indian nature though there was no lack of shouting by the crowd at the Council of State building.
Pandit Nehru on entering and leaving received a tremendous ovation and the surging crowd soon broke through the police lines but there was no real disorder, and after the ceremony they soon dispersed.
Stars Held Inauspicious
As a matter of fact the enthusiasm for independence day was dampened by two factors. One was the division of India into Moslem and Hindu nations, leaving large and unhappy minorities in each dominion. The other -- a peculiarly Hindu thing that the West might mistakenly underestimate in importance -- was the fact that astrologers, on whom millions of Hindus place great dependence in all matters discovered an inauspicious mating of the stairs on Aug.15. In India this last is a serious consideration that receives no little attention in the press.
Tonight's program in the Assembly was bilingual; most of the speakers, including President Rajendra Prasad and Pandit Nehru employing Hindi first and then English. The official language of the Assembly is still a matter of debate in which for sentimental reasons, English is losing out to Urdu and Hindi.
The ceremony opened at 11 p.m. with the singing by a trio of sariclad women of Vande Mataram composed by the wife of Acharya J.B. Kripalini, President of the All India Congress party.
After President Prasad spoke the entire assembly arose and observed two minutes of silence "in memory of those who died in the struggle for freedom in India and elsewhere."
Dr. Prasad paid tribute to Mr. Gandhi whom he called "our beacon light, our guide and philosopher during the last thirty years or more."
Nehru Sees Trials Ahead
"And now the time has come when we shall redeem our pledge, not wholly or in full measure, but very substantially," Pandit Nehru began, "At the stroke of the midnight hour when the world sleeps, India will awake to life and freedom." Pandit Nehru dwelt upon the trials that follow the assumption of such great responsibilities as are India's in the days to follow. He called upon his countrymen for an "ending of poverty, ignorance, disease and inequality of opportunity."
Referring to Mr. Gandhi he said: "The ambition of the greatest man of our generation has been to wipe every tear from every eye. That may be beyond us, but so long as there are tears and suffering, so long our work will not be over."
He reminded India of the indivisibility of "one world" and demanded an end to "petty and destructive criticism ... ill-will, or the blaming of others."
Pandit Nehru then moved the resolution for the solemn oath which all members took standing at midnight. He was seconded by a Moslem, Chaudry Khaliquzzaman, leader of the Moslem League party in the Constituent Assembly who promised the fealty for India's Moslems to their state.
Sir S. Radhakrishnan, noted Indian philosopher , paid tribute to the British and asked Indians to look within themselves for faults that in the past had made the Indians "ready victims" for the imperialists.
"From midnight on," he said, "we cannot crowd blame on the British." He called for an end to "nepotism and corruption, which have been a blot on the great name of the country."

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