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segunda-feira, 30 de abril de 2012

O fardo do homem moreno (ou os custos da lideranca) - João Bosco Leal


Os custos da liderança brasileira

30 de abril de 2012 por Admin       Total caracteres: 4585Faça seu comentário »
João Bosco Leal
Pelo tamanho de seu território, número de habitantes e riquezas naturais, o Brasil é o país que possui as maiores possibilidades de manter a liderança política e econômica já conseguida entre todos os situados na América Latina. Para isso, a existência de políticas destinadas ao fortalecimento econômico e social de todos os países vizinhos ou próximos é indispensável, mas algumas concessões realizadas pelo Brasil nos últimos anos têm extrapolado todo o bom senso que seria esperado de um governante.
O contrato para a construção de Itaipú, construída na divisa Brasil-Paraguai, na época a maior hidrelétrica do mundo, dizia que a energia por ela gerada seria de propriedade dos dois países em partes iguais, mas a construção seria realizada exclusivamente com recursos brasileiros com a condição de que toda a energia não utilizada pelo Paraguai da parte que lhe coubesse seria vendida ao Brasil por um preço e período pactuado contratualmente na época. O governo Lula, porém, aceitou alterar um contrato vigente com o Paraguai e passou a pagar para aquele país o triplo do valor pela energia gerada em Itaipú, além de, como maior contribuinte do Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), autorizar a construção de uma rede de transmissão de energia, com 350 quilômetros de extensão para levar energia de Itaipú a Assunção, capital daquele país.
No mesmo governo Lula o país assistiu de braços cruzados a Bolívia se apoderar de todos os investimentos da Petrobrás naquele país e ainda aceitou uma brutal elevação nos preços do gás que de lá importamos, e a imposição por aquele país de uma quantidade de gás a ser importada maior que as nossas necessidades, mas que, mesmo não utilizando, por ela pagamos. Depois, assistiu também passivamente o governo Evo Morales assinar a legalização naquele país de aproximadamente cem mil veículos roubados do Brasil, mediante o simples pagamento de uma taxa entre 2 e 3,5 mil dólares.
Por determinação de Lula, a Petrobrás firmou com a empresa PDVSA, da Venezuela, um acordo para a construção da refinaria de petróleo Abreu de Lima, em Pernambuco, fora dos grandes centros de consumo brasileiro e consequentemente não estratégica para a empresa. A refinaria já está praticamente pronta, mas até agora a empresa venezuelana não participou com nenhum centavo da parte que lhe caberia na obra da qual é sócia.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, BNDES, em seu próprio nome já declara o motivo para o qual foi criado, mas no governo Lula fez com que este financiasse a construção de portos e em Cuba, linhas de metrô em Caracas na Venezuela, indústrias da Argentina, estradas na Bolívia e usinas hidrelétricas no Equador, enquanto no Brasil faltam recursos para investimentos em infraestrutura.
A sanidade animal é outro grave problema enfrentado principalmente pelos estados que fazem divisa com Paraguai, de onde por diversas vezes vieram focos de febre aftosa que contaminaram nossos rebanhos causando prejuízos de milhões de dólares aos produtores e ao país. Além dos veículos aqui roubados para serem trocados por drogas nesses países, muitas armas são constantemente apreendidas pela Polícia Federal entrando no país, provenientes principalmente da Bolívia e Paraguai.
A imprensa brasileira divulgou esta semana que o governo da Argentina, que acaba de expropriar a empresa petrolífera YPF-Repsol, da Espanha, enviou um representante ao Brasil para cobrar maiores investimentos da Petrobrás naquele país. A nossa Presidente Dilma será irresponsável a esse ponto? Afinal, apesar de o Governo Federal ser seu maior acionista, esta é uma empresa privada que como tal deveria demitir o responsável por um investimento como este ou que continuasse usando a Petrobrás para controlar a inflação como já vem fazendo, impedindo o aumento do preço dos combustíveis de acordo com o mercado internacional.
Necessitamos de países economicamente fortes como parceiros comerciais, mas não de países que se utilizam do Brasil e depois impedem a entrada de nossos produtos, como constantemente faz a Argentina.
Produzam o que necessitamos, comprem o que produzimos e cumpram os contratos realizados, são as regras mais claras e determinantes para o bom andamento de qualquer tipo de parceria comercial.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Refém dos 'companheiros' - João Bosco Leal


Refém dos 'companheiros'
João Bosco Leal
10/10/2011

Os brasileiros estão assistindo - e sentindo -, as consequências do radicalismo de membros dos sindicatos e forças sindicais de trabalhadores dos grandes centros do país e sua íntima relação com os principais membros do alto escalão do Governo Federal, em sua grande maioria do mesmo partido político, o PT.
Com uma década de indicações para cargos-chaves da administração pública, a estrutura montada na máquina estatal resultou em um governo totalmente dominado pelos radicais do PT e suas diversas alas, marxistas, leninistas, maoístas, castristas e todas as outras ideologias já fracassadas em todos os países onde foram implantadas.
As consequências desse radicalismo ideológico já estão sendo assistidas - e sentidas-, pelos brasileiros em diversos setores da sociedade, como na ineficiência do governo federal na manutenção de toda a infraestrutura de transporte e geração de energia já existente no país, itens básicos indispensáveis para qualquer crescimento.
Digo manutenção dos sistemas já existentes, pois novas obras de rodovias, aeroportos e usinas hidrelétricas foram praticamente inexistentes nos dois governos Lula e mesmo quando nas raras tentativas de implantação de alguma, os 'companheiros' do Ministério do Meio Ambiente e suas secretarias não permitiram seu andamento.
A não liberação de licenças ambientais para a construção de novas usinas hidrelétricas e o impedimento de construção ou ampliação de novos aeroportos - simplesmente porque os 'companheiros' são contrários às concessões à iniciativa privada -, foram constantes.
A insegurança jurídica é outra fonte de preocupação para a realização de investimentos no país, seja por grupos brasileiros ou estrangeiros, em decorrência das repentinas alterações das regras do jogo, como no recente aumento da taxa de importação de veículos por fábricas estrangeiras que já haviam montado suas redes de revendedoras no país, ou nas várias mudanças das leis que dizem respeito à participação acionária de estrangeiros em empresas aqui instaladas.
A indicação de seus membros pelo Presidente da República e decisões do Supremo Tribunal Federal, como a que anulou o processo contra o filho do Sarney, faz com que a população se sinta totalmente desamparada, imaginando que o Poder Judiciário está submisso e à serviço do Executivo.
A legislação trabalhista brasileira aumenta cada vez mais os direitos dos trabalhadores, sem exigir nenhuma contrapartida, como na recente aprovação do aumento proporcional da indenização de aviso prévio na demissão, que pode atingir 90 dias.
As greves de serviços essenciais, como dos correios e bancos, prejudicam toda a população sem que nenhuma atitude concreta seja tomada pelo governo do PT contra as lideranças sindicais, que não se preocupam - por exemplo-, se idosos, que em sua grande maioria não consegue manusear sua conta através dos caixas eletrônicos, estão sem receber sua aposentadoria ou benefício.
São lideranças inescrupulosas, que permitem que funcionários dos correios deixem de entregar mais de 180 milhões de encomendas, simplesmente por não aceitarem o acordo salarial proposto pela empresa, inclusive não aceitando que sejam descontados ou que tenham de repor os dias parados. O governo esperou mais de 15 dias de greve para recorrer à mediação da Justiça do Trabalho, que levou mais uma semana para determinar que pelo menos 40% dos funcionários da empresa continuem trabalhando, mas a greve já completou 26 dias, com prejuízos incalculáveis à população, ao comércio e à indústria.
Como em todos os países onde foram implantados, os radicalismos ideológicos, como o do PT, só serviram aos membros da cúpula do partido e lideranças sindicais, que exploram a população em benefício próprio.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O custo do culto internacional da personalidade Lula - João Bosco Leal

Uma avaliação pessoal, opinativa, sobre o governo que termina, certamente pouco otimista.

O custo do culto internacional da personalidade Lula
João Bosco Leal
18.12.2010

O Presidente Lula finalmente está deixando o cargo. Penso que, a partir de agora, poderemos, pelo menos em parte, conhecer com maior clareza o estrago promovido por ele na economia do país.

Não tenho a menor dúvida em relação a isso, assim como também não a tenho sobre a competência de sua equipe de comunicação em montar o circo que se apresentou sobre sua imagem, tanto no Brasil como no exterior, durante seu tempo no governo.

O governo Lula, em seu circo econômico, substituiu sua dívida externa pela interna. Pagou a dívida externa brasileira, lastreada em dólares, a juros internacionais, variando ente 4 e 6% ao ano, e para isso contraiu uma imensa dívida interna, em reais, com juros médios de 8,75% ao ano.

Com o dólar caindo a cada dia no mercado internacional, com o interesse americano de que o mesmo continue caindo mais para que possam exportar mais e assim diminuir seu déficit na balança comercial, e o real subindo, valorizando-se frente ao dólar, não é difícil imaginar o péssimo negócio realizado pelo Brasil de Lula.

A dívida interna, quando Lula assumiu o governo, era de R$ 892,4 bilhões, e hoje já está em R$ 1,8 trilhão, com um custo mensal de R$ 14,5 bilhões, ou R$ 174 bilhões anuais, só de juros da dívida.

Querendo conseguir um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, e em busca de votos para tal intento, Lula saiu mundo afora distribuindo benesses, como o perdão de dívidas de países africanos com o Brasil, a doação de centenas de milhares de dólares a outros países, além construção de uma embaixada brasileira em Tuvalu, país com uma população total de 13.000 habitantes, isso mesmo, treze mil tuvaluanos, população menor do que muitos bairros de centenas de cidades brasileiras de médio porte, com um parlamento composto de 15 membros, e cujo PIB total não ultrapassa os US$ 15 milhões, mas que possui um voto na ONU.

Com a mesma intenção, Lula manteve-se contra tudo e contra todos ao defender o programa nuclear do Irã, do radical Mahmoud Ahmadinejad, e aceitou rever um contrato internacional vigente entre o Brasil e o Paraguai, alterando de 120 para 360 milhões de dólares o custo da energia que o Brasil compra da parte paraguaia de Itaipu, além de construir uma rede de transmissão de energia entre Itaipu e Assunção, capital daquele país.

Aceitou perder para a Bolívia todo o patrimônio da Petrobrás naquele país e renovar contratos também vigentes de aquisição de gás lá produzido, em grande parte nos próprios poços tomados da Petrobrás, pagando agora um preço bem maior pelo metro cúbico de gás, além de ter cedido à exigência de pagamento de uma determinada quantidade mínima de metros cúbicos, ainda que o Brasil não a utilize.

A promessa ao presidente Nicolas Sarkozy da aquisição dos caças franceses Rafale, contrariando todos os estudos técnicos realizados por especialistas do Exército brasileiro que optavam pelo sueco Gripen na concorrência internacional para equipar as forças armadas com 36 caças, foi outra atitude inexplicável que, tomara, possa ser corrigida pela nova presidente, Dilma Rousseff, visto que a França nunca conseguiu exportar um só exemplar dessa aeronave, e, convenhamos, motivos pra isso não devem faltar.

A defesa intransigente dos "companheiros" Hugo Chávez e dos irmãos Castro, mesmo tendo que fechar os olhos a todos os crimes contra os direitos humanos por estes cometidos, também é inexplicável.

O culto à personalidade é comum entre os socialistas, e Lula, sonhando em entrar para a história como um grande estadista, como "o cara", e incentivado pelos não menos radicais socialistas e incompetentes à sua volta, acreditou que, com essas atitudes, entraria para a história como Lênin, Marx, Mao e tantos outros que, como ele, buscando o culto à própria personalidade, prejudicaram toda uma população que agora paga a conta.