Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
terça-feira, 12 de agosto de 2014
Mercosul indigena: quais indigenas? Os nossos, ou os deles? - Rubens Barbosa
Mercosul Ridículo
Enfim, não vou nem comentar, inclusive porque já fiz uma postagem sobre isso (basta buscar sob o nome do título), e acho que é melhor preservar a capacidade do Mercosul melhorar: por exemplo, criando agora um Mercosul das Crianças, dos Homossexuais, dos Negros, das Mulheres, dos Ecologistas, dos Deficientes Físicos, dos Canhotos, dos Baixinhos, dos Palhaços de Circo, dos Skatistas, dos que acham o Mercosul ridículo, enfim, deve ter para todo mundo.
Por que discriminar?
Paulo Roberto de Almeida
Mercosul indígena
Rubens Barbosa
O Estado de S.Paulo, 12/08/2014
Finalmente, depois de mais de um ano, os presidentes dos cinco países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela) conseguiram marcar reunião do Conselho Presidencial na Venezuela. Nos longos comunicados ao fim do encontro, poucas referências a avanços na área comercial. Em compensação, foram assinadas declarações, de apoio à Argentina sobre o pagamento de sua dívida soberana, sobre o Banco do Sul, sobre os direitos nos EUA das crianças e adolescentes migrantes não acompanhados.
Além disso, Hugo Chávez e Néstor Kirchner foram declarados cidadãos ilustres do Mercosul. A proposta brasileira para antecipar a formação de área de livre comércio com a Colômbia e o Peru nem chegou a ser examinada.
Poucos notaram que na declaração do Mercosul sobre a situação de Gaza houve um significativo fato político: o Paraguai recusou-se a assiná-la e quebrou a unidade do grupo em tema tão sensível. Uma das decisões mais curiosas, anunciada ao fim da reunião, foi a instituição do Mercosul Indígena, que certamente dará grande impulso às relações comerciais do grupo...
Alguns exemplos demonstram o estado em que se encontra o Mercosul.
- A Bolívia, membro associado desde 1997, assinou protocolo de adesão quase em segredo de Estado, sem discussão pública. Recentemente, os Congressos do Uruguai e da Venezuela ratificaram o protocolo. Até agora, o documento não foi submetido ao Congresso brasileiro, porque, se fosse, teria dificuldades para aprovação em virtude do asilo ao senador boliviano. A Bolívia ganhou o status de país-membro em processo de adesão, podendo participar plenamente de todas as reuniões, sem voto.
- A negociação do acordo Mercosul-União Europeia desapareceu dos radares por dificuldades com a Argentina (como sempre) e desinteresse por parte do governo brasileiro.
- A negociação entre Brasil e Argentina sobre o acordo automotriz terminou com novo retrocesso. Em vez de manter o livre comércio, o governo brasileiro cedeu mais uma vez à pressão argentina e aprovou uma trava à exportação do Brasil de até uma vez e meio do total comprado da Argentina (antes era 1,9).
- A grave situação econômica na Argentina e na Venezuela, com crescimento em baixa, inflação em alta e moeda depreciada, e total insegurança jurídica, prejudicam as empresas brasileiras pela redução do mercado e pelo não pagamento das exportações.
- O comércio do Brasil com a Argentina está afetado por toda essa situação, com queda de 20%, em especial dos produtos manufaturados.
Olhando apenas para o estrito interesse brasileiro, a política passiva e reativa em relação ao grupo regional tem de ser revista. A redução da influência ideológica nas decisões e a flexibilização de algumas regras estão entre as mudanças que o Brasil deveria buscar a partir de 2015, com o objetivo de facilitar as negociações comerciais com países que possam ampliar o mercado para as exportações do grupo e permitir acesso a tecnologias e inovações para as empresas brasileiras. O Brasil não pode continuar atrelado ao atraso.
domingo, 3 de agosto de 2014
Mercosul: vem ai o Mercosul Indigena; OK, e o que mais? (Informe da Venezuela)
Quantos Mercosul mais teremos, com todas essas presidências criativas?
Mercosul Albalino, talvez? Ou bolivariano, certamente...
Ah sim, agora com a entrada da Bolíva, teremos o Mercosul cocalero, dos povos originarios, dos chapéus Panamá (esse está reservado para o Equador...), e vários outros mais.
Paulo Roberto de Almeida
31/7/2014 | 46ª Reunión del Consejo del Mercado Común del Mercosur
El Informe de la presidencia pro tempore de Venezuela
Caracas, 28 jul (PL) Venezuela presentó un informe sobre la presidencia pro tempore del Mercado Común del Sur (Mercosur) en reunión de cancilleres de países miembros del bloque, previa a la cumbre de presidentes del 29 en esta capital.
El ministro para Relaciones Exteriores, Elías Jaua, agradeció la confianza que durante un año los miembros de esa alianza regional otorgaron a su nación, responsabilidad que asumirá ahora por igual período Argentina.
Mercosur sigue siendo para Venezuela el bloque más consolidado desde el punto de vista comercial de la región, el de mayores potencialidades para avanzar en la creación de una zona económica en América Latina y el Caribe, señaló Jaua al documentar la gestión al frente del bloque.
Jaua precisó que en un año (desde el 12 de julio de 2013)realizaron más de 220 reuniones en el área sociopolítica, institucional y comercial; y aprobaron importantes normas.
Destacó que en la agenda política concretaron propuestas como Mercosur Indígena, y Mercosur Obrero, además señaló avances en la incorporación de Bolivia como miembro pleno del bloque. El tema fue también destacado en la intervención del presidente Nicolás Maduro en la cumbre, en la que destacó el desarrollo del Mercosur Indígena y Mercosur Obrero, como dos logros de la gestión de Venezuela en la Presidencia del organismo multilateral.
El mandatario resaltó que con la creación de dos instancias del Mercado Común del Sur (Mercosur) se apoyará también a los pueblos indígenas y al sector obrero en el marco de un enfoque social.
Mercosur Indígena es la primera instancia concretada este martes por el bloque para la integración de las políticas de los pueblos originarios. La segunda, Mercosur Obrero, permitirá conectar las fuerzas productivas como parte del Mercosur-Social.
Siguiendo con el informe de Jaua, señaló igualmente los nexos entre Mercosur y las naciones que componen la Alianza Bolivariana para los Pueblos de Nuestra América, Petrocaribe y la Comunidad del Caribe (Caricom), dirigidos a construir una zona econonómica complementaria y hacer de la región un gran polo de poder, tanto socio político como económico.
Durante el período, además, se facilitaron las condiciones para avanzar en la propuesta de acuerdos con la Unión Europea y con otros países de bloques emergentes como China y Rusia, apuntó Jaua.
Por su parte el canciller de Argentina, Héctor Timerman, durante su intervención instó a una mayor unidad en la región para lo cual, dijo, Mercosur debe asumir de manera decidida el liderazgo necesario para avanzar en la consolidación de una verdadera unión latinoamericana.
La agenda de la reunión de cancilleres previa a la cumbre de jefes de Estado con sede en el hotel Meliá Caracas, en esta capital, incluyó, además la evaluación general del Mercosur y el informe de los órganos del bloque, así como la aprobación del comunicado conjunto de los presidentes de los estados miembros de la entidad, así como la aprobación de decisiones, entre otros temas.