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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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sábado, 7 de novembro de 2020

De "Trump e o Ocidente" a "Biden e o Ocidente" ? - Paulo Roberto de Almeida

 Tendo acompanhado a vida política do Brasil e dos Estados Unidos nos últimos anos, estava pensando em algumas coisas:

Imagino, por exemplo, que um oportunista conhecido pode tomar a decisão de "dump Trump", e se dispor agora a escrever um novo artigo:

Biden e o Ocidente

Explico: 

Quem publicou o tristemente famoso "Trump e o Ocidente" fui eu, ainda que a contragosto, nos Cadernos de Política Exterior, em 2017, do qual eu era o editor; não tinha porque fazer censura, a despeito de achar o artigo propriamente ridículo. 

Mas, quem olhar a página de expediente desse número 6, ("Coordenação editorial"), vai constatar que meu nome não figura ali, por essa única vez, pelo tempo em que estive na direção dos Cadernos. Achei melhor me dissociar desse número, mas não por causa desse patético artigo: todo mundo tem o direito de se mostrar ridículo. Só mais tarde, já em dezembro de 2018, foi que soube que o futuro chanceler acidental tinha pego vários número dos Cadernos n. 6 e levado pessoalmente, no primeiro semestre de 2018, para o seu guru da Virgínia, o Rasputin de Subúrbio; aí percebi, ex post, que o oportunista estava construindo sua candidatura. Conseguiu, pelo menos essa...

O que se pode dizer agora é que ele foi muito obediente a todos esses aloprados na tarefa de DESTRUIR o Itamaraty e a política externa brasileira.
Não passará impune no registro histórico, pelo menos não no que depender de mim.

Eu fiz uma análise detalhada desse artigo bizarro (ele nunca seria aceito por qualquer journal sério, com blind peer-review, pois não atenderia a critérios mínimos de um artigo acadêmico, scholarly work), num dos capítulos de meu livro Miséria da Diplomacia: a destruição da inteligência no Itamaraty (2019), como informo abaixo.

PS1: Quem quiser ler o artigo original do então "candidato clandestino" à chancelaria pode acessar aqui:

PS2: Quem quiser ler o meu capítulo 2, no livro Miséria da Diplomacia: a destruição da inteligência no Itamaraty, pode fazê-lo no livro completo, como abaixo, ou neste arquivo destacado:

2. O Ocidente e seus salvadores: um debate de ideias 

     1. A decadência e o Ocidente: algum perigo iminente?

     2. Quais são as “teses” principais de “Trump e o Ocidente”?

     3. O grande medo do Ocidente cristão: realidade ou paranoia?

     4. Contradições insanáveis no projeto de salvamento do Ocidente cristão


Coloquei o capítulo em minha página na plataforma Academia.edu, e quando fui dar chamada para o nome de chanceler acidental, descobri que ele tem "ZERO seguidores". Este é o link para o capítulo:


O livro completo está disponível nos seguintes links:

e

sábado, 21 de março de 2020

Como o chanceler acidental começou a conquistar a indicação para o Itamaraty

Como o chanceler conquistou o posto: uma petite histoire

Paulo Roberto de Almeida
  
Transcrevo, mais abaixo, o relatório de meu primeiro ano de atividades à frente do IPRI, de agosto de 2016 a agosto de 2017, com algumas atividades paralelas mencionadas, que já tinha sido divulgado no blog Diplomatizzando, no seguinte link:
Antes, todavia, quero relatar uma petite histoire. Reparem que uma das minhas primeiras atividades foi esta aqui: 
Palestra do professor Thomas Andrew O’Keefe: “O que pode o Brasil esperar de um governo Donald Trump nos EUA”, 23/11/2016.
Isso foi poucos dias depois da vitória de Trump no colégio eleitoral. Para comentar a palestra do professor americano, convidei o então chefe do Departamento da América do Norte e Caribe, ministro de segunda classe Ernesto Araújo, para servir de comentarista e para iniciar a sessão de perguntas e respostas.
Assim que Thomas O’Keefe fez sua palestra, passei a palavra ao ministro EA para que ele fizesse perguntas iniciasse o debate.
Longe de atender ao meu pedido, ele sacou uma quantas folhas do bolso e se pôs a ler, durante mais ou menos 20 minutos, o que achei, no momento, totalmente inadequado, com respeito aos objetivos daquele evento. Como ele tivesse começado a desenvolver a sua tese de que Trump seria o salvador do Ocidente, eu desliguei completamente e deixei-o falando, sem prestar atenção. Fiquei fazendo minhas coisas, desatento.
Qual não foi minha surpresa quando uma das primeiras perguntas formuladas do auditório foi dirigida NÃO ao palestrante, mas ao suposto debatedor, que evidentemente não tinha debatido nada, pois ficou expondo sua visão olavista do mundo (mas isso eu só vim a saber depois, quando veio o resultado daquele primeiro exercício).
Um professor da UnB tomou da palavra e, ao invés de formular qualquer pergunta ao palestrante, ele se dirigiu ao "debatedor", mais ou menos nestes termos: 
– Ministro Ernesto, V. Sa. acredita realmente que Google, Facebook, Amazon fazem parte de um complô globalista para retirar soberania aos Estados nacionais?
Fiquei imediatamente surpreso, uma vez que eu sequer tinha ouvido EA dizer tamanha barbaridade, e aí então passei a prestar mais atenção ao que respondeu o interpelado.
EA hesitou por alguns segundos, aparentando pensar na sua resposta, e respondeu afirmativamente, e com aquele jeito desengonçado que conhecemos desde então:
– Sim, acredito que é isso mesmo...”
Um pequeno momento de perplexidade percorreu o auditório, e logo em seguida aquele rumor de comentários bilaterais subiu da audiência.
Eu imediatamente passei a palavra ao próximo perguntador e assim continuamos até o final.
Esqueci o “incidente”, até que muitos meses depois foi encaminhado para o sistema de recepção de colaborações voluntárias à revista que o IPRI editava, Cadernos de Política Exterior (da qual eu era supostamente o editor), um artigo assinado pelo mesmo EA chamado apropriadamente “Trump e o Ocidente”.
Achei o artigo interessante pelo que tinha de elementos para um debate de história das ideias – estaria o Ocidente em decadência?; por que e como?; seria Trump o homem mais indicado para salvá-lo?; o que a batalha de Salamina teria a ver com essa decadência, ou resistência do Ocidente contra os “bárbaros”?, e outras questões do gênero – mas o fato é que as inúmeras referências a argumentos de natureza religiosa inviabilizariam que aquele artigo pudesse ser aprovado para publicação, por QUALQUER comitê editorial que examinasse o texto com base em critérios usuais no mundo acadêmico. Ainda assim o artigo foi aprovado para publicação, por razões que não me cabem comentar aqui neste momento.
Fui saber, muito depois (após a escolha de EA como chanceler, em 14/11/2018), que aquele artigo, ou melhor aquele número da revista que o publicou – n. 6 dos Cadernos de Política Exterior – tinha sido recolhido na Funag em vários exemplares pelo mesmo EA assim que ficou disponível (no início de 2018), e depois levado, em torno de maio daquele ano, ao guru expatriado na Virgínia, o Rasputin de subúrbio que passou a indicar vários membros da seita à família Bolsonaro. 
Creio que a publicação desse artigo, assim como as muitas postagens no blog Metapolítica 17: contra o globalismo, no auge da campanha eleitoral, foram estratégicos na escolha de EA para o Itamaraty, e eu não tenho aqui nenhuma hesitação em acusá-lo de criar artificialmente uma nova personalidade, ou ressaltar a que já tinha, clandestinamente ao longo de 30 anos no Itamaraty, para ganhar esse posto, ou seja, de ter forjado uma nova identidade para se credenciar na tribo do subsofista da Virgínia.
Não preciso mais me estender sobre esse episódio, apenas dizer que fiz uma análise desse seu artigo sobre Trump como "salvador do Ocidente" e de algumas ideias expressas naquele blog fatídico (Metapolítica é uma expressão criada nos círculos antissemitas e nacionalistas de Richard Wagner, muito admirado por Adolf Hitler), em alguns capítulos deste meu livro, livremente disponível:
Miséria da diplomacia: a destruição da inteligência no Itamaraty (Boa Vista: Editora da UFRR, 2019, 165 p., ISBN: 978-85-8288-201-6, livro impresso; ISBN: 978-85-8288-202-3, livro eletrônico); acesso ao livro neste link:

Essa é a petite histoire, para esclarecimento geral...
Paulo Roberto de Almeida

Transcrevo em seguida o relatório do meu primeiro ano de trabalho à frente do IPRI, neste link:


Um ano no IPRI: relato das atividades

Paulo Roberto de Almeida
[Um ano no IPRI; relação de eventos realizados desde agosto de 2016]


1. Palestras, seminários e iniciativas desenvolvidas na direção do IPRI
Ao tomar posse como novo diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI) dei início, de imediato a atividades de cunho intelectual, que respondem, grosso modo, a dois parâmetros que estabeleci como guias para meu trabalho à frente desse think tank que, paradoxalmente, tem pouco think (por falta de pessoal especializado) e praticamente nenhum tank, por falta de recursos próprios (aliás, nem CNPJ), já que toda a parte de organização e financiamento pertencem à Funag. Por um lado, tudo o que me dá prazer intelectual, por outro atividades que não estão necessariamente na agenda do MRE.

Eventos em 2016:
22/08:
Palestra Professor James G. Hershberg, Universidade George Washington: “Secret Brazilian Diplomacy, the Cuban Revolution, and the 1962 Cuban Missile Crisis: Unearthing Hidden History” –
13/10
Palestra do Dr. Diego Solis, Diretor da Stratfor: “Tendências geopolíticas na América do Sul”
14/11
Apresentação e debate do livro “Brazil in the World” do professor Sean W Burges. 
23/11
Entrevista com embaixador Marcelo Rafaelli; no âmbito do Projeto  Relações Internacionais em Pauta.
23/11
Palestra do professor Thomas Andrew O’Keefe: “O que pode o Brasil esperar  de um governo Donald Trump nos EUA”
12/12
Embaixador  Yin Hengman , representante do governo da República Popular da China para a América Latina: “A Política da China  para a América  Latina”.
13/12
Palestra do professor Oliver Stuenkel: “Rumo  ao mundo sinocêntrico? As transformações globais  e suas  implicações  para o Brasil”.
15/12
Palestra do Embaixador  Sérgio Queiroz Duarte: “Desarmamento nuclear: uma visão brasileira”. 

Eventos em 2017:

15/03: Brasília(STD) : Apresentação-debate do livro “Desafios da Política externa Brasileira” coordenada pelos consultores do CEBRI, Matias Spektor e Oliver Stuenkel, sobre política externa brasileira;
16/03: Brasília(PNB): “Recuperação Econômica do Japão e Integração Regional na Ásia-Pacífico” palestra-debate com o Professor e economista Shujiro Urata da Universidade Waseda, Japão;
17/03: Brasília (IRBr): Encontros IRBr-IPRI: palestra no Rio Branco do Embaixador Rubens Ricupero;
21/03: Brasília(IRBr): Stefan Zweig e o Brasil: apresentação de livros e debates -- “Primeira Viagem ao Brasil” e "A Unidade Espiritual do Mundo", de Stefan Zweig --, com participação de Kristina Michahelles e Celso Lafer. O evento foi realizado por ocasião dos 75 anos do suicídio de Zweig, completados em 22 de fevereiro de 2017;
27/03: Brasília (MRE): Reunião com diplomatas e acadêmicos para debater a elaboração de livro sobre o Pensamento Diplomático Brasileiro, período de 1964 -1985.
31/03: Brasília: “O nacionalismo acadêmico brasileiro e a produção intelectual dos Brasilianistas”: palestra-debate com o historiador José Carlos Sebe Bom Meihy (USP);
17-18/04: Rio de Janeiro: Lançamento do livro "O Homem que Pensou o Brasil" e seminário Roberto Campos, no Palácio Itamaraty do Rio de Janeiro;
03/4: Brasília: Palestra-debate sobre as ideias das revoluções pernambucanas do Século XIX” com o Professor Vamireh Chacon (UnB) e os embaixadores Tarcísio Costa e Gonçalo Mourão.
11/4: Brasília(MRE): Palestra-debate com o professor de Relações Internacionais da Universidade Catholique de Louvain (Bélgica), Amine Ait-Chaalal, Sobre “A situação atual no Oriente Médio: uma equação complexa com múltiplas variáveis”.
05/05, Brasília: Fronteiras do Brasil, uma história que deu certo: palestra do embaixador Synesio Sampaio Goes, Cooperação com o Instituto Rio Branco.
10/05: Brasília: Palestra-Debate do livro “Desglobalização: Crônica de um Mundo em Mudança”, pelo ex-diplomata e economista Marcos Prado Troyjo.
18/05: Brasília: Palestra-Debate "The United States, Peace, and World Order" com o Prof. Frank J. Gavin, diretor do Centro Henry Kissinger para Assuntos Globais da Escola de Estudos Internacionais (SAIS) da Universidade Johns Hopkins, em Washington. No Auditório do Instituto Rio Branco.
19/05: Brasília: O Brasil para refugiados: Contexto Histórico: palestra-debate com o historiador Fabio Koifman (UFRRJ) e o cientista político Charles P. Gomes.
26/05: Brasília: “Encontros IRBr-Rio Branco – Percursos Diplomáticos”, palestra com o Embaixador Marcos Castrioto de Azambuja. No Auditório do Instituto Rio Branco.
30/05: Brasília: Apresentação de “Novos olhares sobre a Política Externa Brasileira”, livro organizado pelo diplomata Gustavo Westmann.
02/06: Brasília: Palestra “A política externa brasileira no contexto internacional, 1987 - 2017” proferida pelo Embaixador Sérgio Florêncio sobrinho.
14/06: Brasília: Egmont Institute: paralelamente ao 3º. Simpósio de Segurança Regional EU-América do Sul, no Comando Militar do Planalto.
12/07: Brasília: Palestra do Sr. Dominik Stillhart - Diretor do Comitê Internacional da Cruz Vermelha - CICV no Brasil” às 15h.
21/07: Brasília (IRBr): “Encontros IRBr-Rio Branco – Percursos Diplomáticos”, palestra no Rio Branco do Embaixador Graça Lima.
1/08: Brasília: Seminário: “BRICS Co-operation: Assessment and Next Steps” em parceria com o Instituto Chongyang de Estudos Financeiros (RDCY). 

(continua...)

2. Algumas das contribuições autônomas, mas conectadas ao trabalho no IPRI
Ademais dos eventos listados acima – que parecem simples, e todavia sempre envolvem algum trabalho de preparação não apenas logística, mas também substantiva, e que requerem, por exemplo, alguma leitura prévia, dos materiais e das pesquisas vinculadas aos convidados, com vistas ao debate subsequente – eu continuei produzindo vários outros trabalhos, não estritamente incluídos na agenda de atividades programada para o IPRI ou a Funag, mas relacionados ao universo :mental” com o qual e no qual essas entidades trabalham, e que me permito relacionar abaixo, uma vez que eles integram, de pleno direito, ou legitimamente, os esforços que venho fazendo para trazer a debate, no Itamaraty e fora dele, as questões mais relevantes da política externa e das relações internacionais do Brasil, de modo amplo. Não incluo na relação, obviamente, reuniões ou trabalhos internos, não destinados a divulgação pública.
Uma das minhas grandes iniciativas – e, como apreciador de história, estou sempre atento a essas datas “redondas”, centenários e outras mais – foi a preparação de diversos materiais relativos à vida e obra de Roberto Campos, um colega infelizmente já desaparecido – não chegou aos cem anos como Meira Penna – mas que foi, apenas e simplesmente, um dos maiores estadistas de nossa história, junto com o barão do Rio Branco, Oswaldo Aranha, San Tiago Dantas e poucos (muito poucos) outros. Em 17 de abril comemoramos, dignamente, seu centenário, por meio de um seminário e de um livro, mas desde antes eu participava de outros empreendimentos na mesma linha, como listo abaixo, estes três primeiros, que representaram contribuições a uma obra coletiva:
3073. “Roberto Campos: receita para desenvolver um país”, Brasília, 1 janeiro 2017, 3 p. Colaboração a obra coletiva sobre Roberto Campos, organizada por Paulo Rabello de Castro e Ives Gandra Martins. Publicado in: Ives Gandra da Silva Martins e Paulo Rabello de Castro (orgs.), Lanterna na Proa: Roberto Campos ano 100 (São Luís, MA: Resistência Cultural Editora, 2017, 344 p; ISBN: 978-85-66418-13-2), p. 245-248; reproduzido no blog Diplomatizzando (05/01/2017; link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/01/roberto-campos-receita-para-desenvolver.html). Relação de Publicados n. 1259.
3081. “Bretton Woods: o aprendizado da economia na prática”, Brasília, 7 fevereiro 2017, 4 p. Colaboração a obra coletiva sobre Roberto Campos, organizada por Paulo Rabello de Castro e Ives Gandra Martins. Publicado in: Ives Gandra da Silva Martins e Paulo Rabello de Castro (orgs.), Lanterna na Proa: Roberto Campos ano 100 (São Luís, MA: Resistência Cultural Editora, 2017, 344 p; ISBN: 978-85-66418-13-2), p. 52-56. Reproduzido no blog Diplomatizzando (05/08/2017; link: https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/bretton-woods-o-nascimento-da-atual.html). Relação de Publicados n. 1257.
3082. “Fundando um banco de desenvolvimento: o BNDE”, Brasília, 8 fevereiro 2017, 3 p. Colaboração a obra coletiva sobre Roberto Campos, organizada por Paulo Rabello de Castro e Ives Gandra Martins. Publicado in: Ives Gandra da Silva Martins e Paulo Rabello de Castro (orgs.), Lanterna na Proa: Roberto Campos ano 100 (São Luís, MA: Resistência Cultural Editora, 2017, 344 p; ISBN: 978-85-66418-13-2), p. 71-74. Reproduzido no blog Diplomatizzando (05/08/2017; link: https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/fundando-um-banco-de-desenvolvimento-o.html). Relação de Publicados n. 1258.

Pouco adiante, eu produzia os meus próprios textos sobre Roberto Campos, como relaciono a seguir: um enorme capítulo retraçando todo o seu itinerário intelectual e diplomático, com ênfase em seu pensamento econômico, tendo eu, para tal, percorrido toda a sua obra (dezenas de livros, centenas de artigos, milhares de páginas), passando noites e noites lendo sistematicamente tudo, ou quase tudo, que ele tinha produzido, desde sua tese de mestrado, defendida na George Washington University, em 1947 (que eu já havia lido quando trabalhei na embaixada em Washington), até seus últimos escritos. Eu tinha convidado diversos outros amigos, acadêmicos ou diplomatas, para também colaborar no exercício, que foi plenamente exitoso, tendo o livro sido publicado pela Appris, num enorme esforço de aceleração editorial. Os resultados, junto com um texto subsequente de introdução ao volume, mais um artigo de imprensa, foram estes:
3087. “Roberto Campos: uma trajetória intelectual no século XX”, Brasília, 28 fevereiro 2017, 144 p. Colaboração a livro organizado por mim em torno da vida, da obra e do pensamento do diplomata-economista que se tornou um dos maiores estadistas do Brasil. Publicado in: Paulo Roberto de Almeida (org.), O Homem que Pensou o Brasil: trajetória intelectual de Roberto Campos (Curitiba: Editora Appris, 2017, 373 p.; ISBN: 978-85-473-0485-0), p. 203-356. Relação de Publicados n. 1251.
3088. “Roberto Campos: uma vida a serviço do progresso do Brasil”, Brasília, 28 fevereiro 2017, 7 p. Introdução ao livro sobre Roberto Campos, consistindo numa reformulação ampliada do trabalho 3059/2016; Publicado, sob o título de “Roberto Campos: o homem que pensou o Brasil”, in: Paulo Roberto de Almeida (org.), O Homem que Pensou o Brasil: trajetória intelectual de Roberto Campos (Curitiba: Editora Appris, 2017, 373 p.; ISBN: 978-85-473-0485-0), p. 19-33. Índice postado no blog Diplomatizzando (http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/03/o-homem-que-pensou-o-brasil-roberto_21.html). Relação de Publicados n. 1260.
3095. “Roberto Campos: o homem que pensou o Brasil”, Brasília, 19 março 2017, 15 p. Reformulação dos textos 3088 e 3090, para servir de capítulo introdutório ao livro sobre Roberto Campos; in: Paulo Roberto de Almeida (org.), O Homem que Pensou o Brasil: trajetória intelectual de Roberto Campos; (Curitiba: Editora Appris, 2017, 373 p.; ISBN: 978-85-473-0485-0), p. 19-33.  Primeira versão já disponibilizada no blog Diplomatizzando (15/03/2017; link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/03/o-homem-que-pensou-o-brasil-roberto.html).Relação de Publicados n. 1251.
3101. “Roberto Campos, 100 anos: sempre atual”, Brasília, 9 abril 2017, 3 p. Artigo para a página de Opinião do Estado de S. Paulo, falando dos dois livros sendo lançados dia 17/04: O Homem que Pensou o Brasil, e Lanterna na Proa. Publicado no jornal O Estado de S. Paulo (15/04/2016; link: http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,roberto-campos-100-anos-e-sempre-atual,70001738944). Relação de Publicados n. 1252.

O tema “centenário de Roberto Campos” continuou “rendendo” palestras e debates, assim como apresentações diversas, o que relaciono aqui para informação:
3102. “Sessão especial no Senado em homenagem a Roberto Campos”, Brasília, 10 abril 2017, 3 p. Texto lido na sessão especial do dia 17/04/2017; divulgado antecipadamente no blog Diplomatizzando (16/04/2017; link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/04/roberto-campos-sessao-especial-no.html); vídeo da sessão disponível no YouTube (26/04/2017; link: https://youtu.be/4z8Dz4Ul0nI; link de minha intervenção: (YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=XobuvjMuy7k&t=189s). Notas no Jornal do Senado (ano XXIII, n. 4680, 18/04/2017, p. 1, 6-7). Divulgado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/04/roberto-campos-materia-no-jornal-do.html). Relação de Publicados n. 1255.
3103. “Roberto Campos, 100 anos: atualidade de suas ideias”, Brasília, 21 abril 2017, 5 p. Texto para servir de apoio a palestra na FAAP, no quadro de Curso “Agenda Brasil”, para jornalistasMundorama http://www.mundorama.net/?p=23501) e Diplomatizzando (http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/04/roberto-campos-atualidade-de-suas.html). Relação de Publicados n. 1253.
3114. “Liberalismo e o Brasil de Hoje: Lições de Roberto Campos”, Brasília, 7 maio 2017, 7 p. Notas para palestra a convite do LIDE-Mato Grosso, em Cuiabá, em 9 maio 2017, presidido por Pedro Neves, com a participação de Marcos Troyjo, do BRICLab da Columbia University. Texto preparado usando partes do trabalho 3103 (“Roberto Campos, 100 anos: atualidade de suas ideias”), e novos desenvolvimentos. Divulgado no blog Diplomatizzando (10/05/2017, link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/05/o-homem-que-pensou-ao-brasil-de-volta.html).

Um dos eventos que mais me deram prazer intelectual em organizar foi aquele “comemorativo” dos 75 anos do suicídio de Stefan Zweig, em Petrópolis, no carnaval de 1942, desesperado com a guerra europeia e os avanços do nazi-fascismo sobre outros países. Na ocasião, organizamos um debate em colaboração com a Casa Stefan Zweig, de Petrópolis, a propósito do lançamento do livro que, organizado por Israel Beloch, trouxe a conferência que Zweig fez no Brasil, por ocasião de sua primeira visita, em 1936, “A Unidade Espiritual do Mundo”, com introdução de Celso Lafer, uma obra única no Brasil, pois que ricamente ilustrada, contendo o texto original em alemão e sua tradução em quatro outras línguas: inglês, francês, espanhol e português. Para esse evento eu tinha preparado uma apresentação em Power Point, que acabou não sendo mostrada, em vista do documentário produzido pela Casa Stefan Zweig com a figura do biógrafo de Zweig, Alberto Dines, a quem lamento não ter podido trazer a Brasília, dada sua situação delicada de saúde. Eis o que eu preparei para a ocasião:



Outra área de atividades se refere à política externa brasileira na era militar, que deverá ser objeto de um trabalho sobre a economia política do regime militar (ou seja, o processo econômico, as políticas econômicas e o pensamento econômico no período), ainda em preparação. Como “aquecimento”, produzi este pequeno trabalho (para os meus padrões), de apenas 20 páginas, para um livro coletivo:
3078. “As relações internacionais do Brasil na era militar (1964-1985)”, Buenos Aires, 25 janeiro 2017, 22 p. Ensaio historiográfico para o 4o. volume da 2a. edição do livro de Jorge Ferreira e Lucília de Almeida Neves Delgado (orgs.), Brasil Republicano (Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 2003, 4 vols.).

Paralelamente aos muitos eventos organizados por mim no IPRI, ou no âmbito da Funag, eu sempre produzi textos analíticos, ou de comentários, que não foram, necessariamente, publicados em conexão com o evento, pois geralmente assumo uma atitude discreta nessas ocasiões, para não ter de discrepar abertamente de muitas das posturas ou orientações dos acadêmicos presentes, ou até de colegas de carreira. Um dos exemplos é este aqui, objeto de um simples resumo, e depois comentado mais amplamente no segundo trabalho relacionado abaixo. Imediatamente após eu elaborei a minha própria lista de “desafios”, que não estão exatamente identificados com a política externa, ou não dependem do ambiente internacional para serem resolvidos; trata-se do terceiro texto informado aqui:
3084. Dez desafios da politica externa brasileira – CEBRI”, Brasília, 10 fevereiro 2017, 3 p. Resumo do livro: Spektor, Matias (editor executivo): 10 Desafios da Política Externa Brasileira (Rio de Janeiro: Centro Brasileiro de Relações Internacionais; Fundação Konrad Adenauer, 2016, 144p.; ISBN: 978-85-89534-11-6), conectado ao seminário-debate com os autores dos ensaios no livro do CEBRI, no Itamaraty, em 15 de março de 2017. Postado no blog Diplomatizzando (em 11/02 e em 06/032017; link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/03/dez-desafios-da-politica-externa.html).
3092. “Alguns desafios ao Brasil e à sua política externa: notas de leitura”, Brasília, 11 março 2017, 19 p. Análise crítica dos capítulos conceituais da publicação resumida no trabalho n. 3084: Spektor, Matias (editor executivo): 10 Desafios da Política Externa Brasileira (Rio de Janeiro: Centro Brasileiro de Relações Internacionais; Fundação Konrad Adenauer, 2016, 144p.). Distribuído, em caráter informal, aos participantes do debate organizado pelo IPRI, no Itamaraty, em circuito fechado, no dia 15/03/2017. Disponível na plataforma Academia.edu (23/05/2017; link: https://www.academia.edu/s/fc4d6e3a75/alguns-desafios-ao-brasil-e-a-sua-politica-externa-notas-de-leitura). Postado no blog Diplomatizzando (25/05/2017; link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/05/dez-ou-mais-desafios-para-politica.html).
3093. “Dez grandes desafios da política externa brasileira: uma visão alternativa dos problemas diplomáticos atuais, e constantes”, Brasília, 14 março 2017, 2 p. Apenas um divertissement, com certos desafios colocados ao país. Postado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/03/dez-grandes-desafios-da-politica.html).

Justamente a propósito desse tipo de debate, acabei produzindo textos que eu classificaria como “semiclandestinos”, pois que não destinados a maior divulgação, como estes dois, uma reflexão sobre o papel do diplomata e uma resenha de livro:
3085. “Diplomatas que pensam: qual é a nossa função?”, Brasília, 11 fevereiro 2017, 3 p. Reflexões sobre nossa missão didática e de facilitação de interações humanas, sociais, internacionais. Postado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/02/diplomatas-que-pensam-qual-e-nossa.html).
3116. “Crimes econômicos do lulopetismo na frente externa”, Brasília, 12 maio 2017, 7 p. Resenha do livro de Fabio Zanini, Euforia e fracasso do Brasil grande: política externa e multinacionais brasileiras na era Lula (São Paulo: Contexto, 2017, 224 p.; ISBN: 978-85-7244-988-5). Publicada em Amálgama (13/05/2017; link: https://www.revistaamalgama.com.br/05/2017/resenha-euforia-e-fracasso-do-brasil-grande-fabio-zanini/); divulgado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/05/crimes-economicos-do-lulopetismo-na.html). Relação de Publicados n. 1263.

Um outro exemplo é esta crítica a documento produzido no âmbito da SAE, que considero uma boa oportunidade para um debate aberto sobre os rumos da política externa brasileira e sobre as funções da diplomacia, mas que parece não ter sido bem recebido no Itamaraty. Pretendia organizar um debate aberto a respeito, mas nem um fechado foi possível empreender. Fica, portanto, o meu texto analítico e de comentários.
3126. “Uma visão crítica da política externa brasileira: a da SAE-SG/PR”, Brasília, 17 junho 2017, 22 p. Considerações críticas sobre o documento da SAE, sobre uma “grande estratégia” para o Brasil. Postado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/s/28ae2de83d/uma-visao-critica-da-politica-externa-brasileira-a-da-sae-sgpr?source=link) e em Research Gate (link: https://www.researchgate.net/publication/317636574_Uma_visao_critica_da_politica_externa_brasileira_a_da_SAE-SGPR); DOI: 10.13140/RG.2.2.29591.78249.

Tampouco deixei de comparecer a seminários e encontros profissionais, sempre que minha agenda de trabalho, no IPRI e no Uniceub, o permitia, a exemplo de um debate organizado em Porto Alegre. Por outro lado, tenho mais convites do que posso, razoavelmente atender, e geralmente acabo produzindo textos, mas nem sempre comparecendo ao evento, de que são exemplos os registros seguintes:
3096. “O que esperar de 2017: economia e política internacional”, Brasília, 20 março 2017, 14 p. Notas para participação em seminário na Assembleia Legislativa do RS, a convite do Deputado Marcel Van Hatten, com Percival Puggina, em 23/03/2017. Postado no mesmo dia em Mundorama (21/03/2017; link: http://www.mundorama.net/?p=23347) e no Diplomatizzando (http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/03/o-que-esperar-de-2017-economia-e.html).
3109. “A economia política das relações econômicas internacionais do Brasil: paradigmas e realidades, de Bretton Woods à atualidade”, Brasília, 30 abril 2017, 20 p. Trabalho apresentado ao GT-4: Política Externa, Inserção Internacional e Integração Regional do II Encontro de Economia Política Internacional (PEPI-UFRJ); Rio de Janeiro, 10 a 12 de maio de 2017 (IE-UFRJ, Praia Vermelha); sem comparecimento; enviado em formato Word para inclusão nos Anais em 26/07/2017. Serviu de base a apresentação no Ipea, em 2/06/2017; disponível em Academia.edu (https://www.academia.edu/s/cbb5ae9c50/the-political-economy-of-international-economic-relations-of-brazil-1944-2016).
3112. “O caso ainda não resolvido do pensamento diplomático brasileiro: hipóteses sobre o regime militar (1964-1985)”, Brasília, 3 maio 2017, 13 p. Texto preliminar sobre a existência de um pensamento diplomático na era militar, enviado à II Jornada de Pensamento Político Brasileiro (IESP-UERJ), para o GT de Pensamento Internacional Brasileiro (http://jornadapensamento.com.br/programacao-ii-jppb-2017/), no dia 10/08/2017. Texto revisto e enviado em 14 de junho de 2017. Inserido em Academia.edu (5/08/2017; link: https://www.academia.edu/s/64e2552ba9/o-caso-ainda-nao-resolvido-do-pensamento-diplomatico-brasileiro-hipoteses-sobre-o-regime-militar1964-1985?source=link), Diplomatizzando (https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/o-caso-ainda-nao-resolvido-do.html).

Neste último, um encontro da ABRI em Belo Horizonte, pude comparecer a um painel de debates sobre as “perspectivas da política externa brasileira num mundo em redefinição”, sendo que eu resolver inverter os termos do debate, pois me parece que é o Brasil que está em redefinição:
3131. “Perspectivas da política externa em um Brasil em redefinição”, Brasília, Lisboa, 22-26 junho 2017, 7 p. Notas para mesa redonda no 5o. encontro da ABRI em Belo Horizonte, em 27 de julho. Postado no blog Diplomatizzando (26/07/2017; link: https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/07/perspectivas-da-politica-externa-em-um.html).

Outros exemplos desse tipo de atividade são dados por aulas inaugurais ou palestras em cursos da área:
3098. “A política externa e a diplomacia brasileira no século XXI”, Brasília, 24 março 2017, 12 p. Notas para aula inaugural no Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Diplomacia e Relações Internacionais da UFG, em Goiânia, em 24/03/2017, a convite do Prof. Diego Trindade D’Ávila Magalhães, coordenador do curso. Publicado no Diplomatizzando (http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/03/a-politica-externa-e-diplomacia.html). Refeito em 20/04 e aproveitado para palestra no Curso de Direito da USP, a convite do Prof. Wagner Menezes, em 24 de abril de 2017. Versão disponibilizada em 21/04/2017 no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/04/a-politica-externa-e-diplomacia.html).
3110. “A globalização micro e a antiglobalização macro: contentes e descontentes com um processo indomável”, Brasília, 1 maio 2017, 3 p. Notas para palestra na Semana de Relações Internacionais da UDF, no dia 3 de maio de 2017Diplomatizzando (6/05/2017; link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/05/globalizacao-micro-e-antiglobalizacao.html).


Um outro é esta aula dada no Instituto Rio Branco, a primeira vez que isso ocorre em quase duas décadas, uma vez que o regime companheiro me vetou totalmente a possibilidade de “influenciar” os alunos da academia diplomática:
3100. “Da velha guerra fria geopolítica à nova guerra fria econômica: cenários prospectivos das relações internacionais”, Brasília, 7 abril 2017, 15 p. Aula no Instituto Rio Branco, a pedido do Ministro Alessandro Candeas, encarregado de nova cadeira de Defesa e Segurança no IRBr, no dia 7/04/2017. Postado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/04/da-velha-guerra-fria-geopolitica-nova.html).

Não poderia deixar de lado, tampouco, a Revista Brasileira de Política Internacional, fazendo 60 anos de publicação contínua em 2017, para a qual fui um dos principais artífices, senão o principal, de sua transferência do Rio de Janeiro, onde estava para desaparecer depois da morte de Cleantho de Paiva Leite, para Brasília, onde foi reconstruída e melhorada. Dei uma entrevista sobre esse percurso para seu atual editor, professor Antonio Carlos Lessa:
3104. “RBPI: itinerário de uma revista essencial”, Brasília, 22 abril 2017, 3 p. Texto de comemoração dos 60 anos da RBPI, para divulgação em Mundorama (25/04/2017; link: <http://www.mundorama.net/?p=23514>). Precedido por entrevista concedida em vídeo gravado ao professor Antonio Carlos Lessa, no IRel-UnB em março de 2017; in: LESSA, A. C. “A RBPI e o pensamento brasileiro de Relações Internacionais: entrevista com Paulo Roberto de Almeida [online]”, SciELO em Perspectiva: Humanas, 2017 [viewed 29 April 2017]; YouTube; links: http://humanas.blog.scielo.org/blog/2017/04/25/a-rbpi-e-o-pensamento-brasileiro-de-relacoes-internacionais-entrevista-com-paulo-roberto-de-almeida/http://www.mundorama.net/?p=23555https://www.youtube.com/watch?v=JibvvjOnAgw). Publicados ns. 1254 e 1261.

Como os partidários da “diplomacia lulopetista” – um termo tão ideológico quanto o utilizado pelos companheiros, durante todos os anos de sua dominação cultural, para caracterizar um suposto “regime neoliberal” que teria existindo antes da preeminência gloriosa da “diplomacia ativa e altiva”, e que teria sido submissa ao Consenso de Washington ou outras mentiras fabricadas por eles – continuassem, mesmo depois de sua “deposição” constitucional, a fabricar mentiras sobre a alegada “rendição” da nova política externa ao imperialismo e a outros monstros metafísicos, resolvi reunir todos os meus trabalhos sobre a diplomacia brasileira escritos durante todo o período companheiro e oferecer aos curiosos e interessados um volume organizado de forma cronológica com essas análises e debates. O que é interessante de registrar, neste momento, é que ao início do regime companheiro, acompanhando justamente as grandes promessas do nouveau régime, eu fui bastante simpático às orientações proclamadas pelos dirigentes da diplomacia companheira. Isso durou mais ou menos dois ou três anos, até que o escândalo do Mensalão veio a revelar uma faceta da política companheira que não conhecíamos muito bem: um regime altamente corrupto, capaz de desviar dinheiro do Estado (ou seja, de todos nós) para instalar um monopólio de poder à base de compra de parlamentares ou de inteiras bancadas partidárias. Pouco depois revelou-se também o lado mais abjeto da diplomacia companheira, capaz de devolver à ditadura cubana dois refugiados do regime comunista, com aviões encomendados rapidamente a um outro regime caudilhesco, o populista chavista, e se aliando a várias outras ditaduras que por acaso simulassem qualquer atitude anti-hegemônica. A coleção de ensaios reflete exatamente essa evolução analítica, como refletida no volume:
3121. Quinze anos de política externa: ensaios sobre a diplomacia brasileira, 2002-2017; Brasília: Edição do Autor, 2017, 366 p. Volume de ensaios compilados na área das relações internacionais. Disponibilizado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/33186849/QUINZE_ANOS_DE_POLITICA_EXTERNA_ENSAIOS_SOBRE_A_DIPLOMACIA_BRASILEIRA_2002-2017). Informado no blog Diplomatizzando (http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/05/quinze-anos-de-politica-externa-ensaios.html; twittado neste link: https://shar.es/1Rvapr).

Na parte dos livros editados e publicados pela Funag, tenho colaborado de forma eventual com a preparação de originais, do tipo preparar prefácios, orelhas ou textos de apresentação, como para esta reedição de um livro publicado anteriormente na Suécia:
3139. “Righteous Among the Nations: Souza Dantas and Raoul Wallenberg”, Brasília, 12 julho 2017, 2 p. Prefácio a livro de Fabio Koifman e Jill Blonsky, a ser editado pela Funag.

Desejo, finalmente, anunciar a próxima publicação da terceira edição, revista e ampliada, de minha grande obra de pesquisa historiográfica, Formação da Diplomacia Econômica no Brasil, para a qual redigi um novo prefácio:
3083. “Prefácio do autor à terceira edição”, Brasília, 9 fevereiro 2017, 6 p. Apresentação à nova edição, pela Funag, da obra Formação da Diplomacia Econômica do Brasil: as relações econômicas internacionais no Império (Brasília: Funag, 2017); em publicação.

Termino por onde comecei, uma rememoração de um ano inteiro de atividades profissionais e acadêmicas coincidindo com minha volta dos EUA, no final de 2015 e, seis meses depois, o início das atividades no IPRI, tal como refletido na postagem inicial desta dupla postagem de informação e balanço:
3145. “IPRI-Funag/MRE: como cheguei à sua direção?”, Brasília, Brasília, 4 agosto 2017, 7 p. Relato sobre os trabalhos realizados até dar início às atividades como Diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, IPRI-Funag/MRE. Transcrição dos principais textos produzidos nos meses anteriores a agosto de 2016. Postado no blog Diplomatizzando (link: (https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/apos-um-ano-no-comando-do-ipri-um.html).

Até o próximo balanço. Grato pela atenção.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 5 de agosto de 2017