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sábado, 2 de janeiro de 2021

Separando acusações "externas" de características "internas" no caso do capitão - Paulo Roberto de Almeida

 Separando acusações "externas" de características "internas"

Paulo Roberto de Almeida

Vamos abstrair as acusações suspeitas de preconceitos esquerdistas, e vamos até esquecer a pandemia e todo o negacionismo anti-prevenção e anti-vacinal e outros "crimes" derivados do culto ao fascismo, as mentiras da campanha eleitoral, a traição feita a milhões de eleitores, etc.
Vamos julgar apenas o que é permanente, o que é "estrutural" e inerente ao personagem.

Ainda assim, sobram:
1) o elogio a um torturador, o que demonstra uma perversão inaceitável de caráter;
2) a carreira militar medíocre, levada ao terrorismo puro e simples, e ainda assim parcialmente absolvida por uma corte militar complacente e desejosa de afastar "escândalos" públicos;
3) o "lamento" pelo fato de que a ditadura militar "matou pouco", pois deveria ter eliminado mais ou menos "30 mil";
4) o desejo de "fuzilar" FHC por privatizações;
5) o machismo, a homofobia, o desprezo pelos direitos humanos, a ignorância chocante em qualquer assunto de governança, os instintos destrutivos em relação ao meio ambiente;
6) a corrupção evidente em dezenas e dezenas de transações imobiliárias e outras de alto valor, feitas em dinheiro vivo, as rachadinhas e fraudes na administração dos gabinetes, o fato de que os filhos nunca tiveram qualquer contato com trabalho no setor privado, as ligações de todos com laranjas, mas sobretudo com meios milicianos criminosos;
7) o persistente culto da morte, a indiferença pelo sofrimento e até pela vida dos outros, o autoritarismo ao pretender subordinar todos os auxiliares à sua vontade;
8) o uso da instituições públicas para fins particulares, desprezando partidos e programas, fazendo as mais bizarras alianças apenas visando vantagens pessoais, não o bem público.

Tudo isso, de 1 a 8 (e desdobrando) não tem nada a ver com a atual situação de pressão por causa da pandemia, da crise econômica e outras circunstâncias conjunturais. Tudo isso é próprio do personagem, faz parte de sua personalidade, e não seria aceitável em qualquer contexto político, social, HUMANO simplesmente. O personagem é propriamente EXECRÁVEL.
SURPREENDENTE, assim, que pessoas de classe média, que não dependem de favores governamentais, que têm acesso a todo tipo de informação, e até pessoas de classes altas, consigam, a despeito de TUDO O QUE SE SABE, apoiar o execrável.
Confesso que estou chocado.

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 2/01/2021